Retrospectiva 2015

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Mais um fim de ano e mais um post de retrospectiva, que já é figurinha carimbada desde o primeiro ano do blog!

Clique aqui para ler a retrospectiva de 2012, aqui para a de 2013 e aqui para a de 2014.

2015 foi o meu ano mais difícil na Irlanda. Não que difícil signifique ruim - pelo contrário - mas foram muitos problemas a serem resolvidos, muito pouco dinheiro entrando e algumas mudanças de percurso que não estavam previstas. No entanto, não posso de maneira nenhuma reclamar: tive a oportunidade de ir ao Brasil, viajei bastante, comecei um mestrado, passei a dividir o mesmo teto com o R., enfim, muitas coisas boas aconteceram também!


Preferidos de 2015 - filmes

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Eu comecei o ano toda animada, cheia de projetos cinematográficos e tudo furou. Quer dizer, o meu projeto de ver filmes do mesmo diretor ficou na gaveta, pois não dei conta de ver uma alta quantidade de filmes todo mês. A ideia permanece e se eu conseguir pelo menos continuá-lo de forma homeopática nos próximos anos, já tá bom demais.

O projeto com outros blogs - Cinemateca - começou super bem, mas perdeu força e morreu no final. Uma pena, porque eu lutei muito pra conseguir terminar o ano com os 12 temas que propusemos... paciência, né?

Em 2015 eu vi 33 filmes - muito mais do que em 2014 (18 filmes apenas). Principalmente no início do ano fiz um esforço consciente de aumentar essa lista, já que eu gosto muito de cinema e dedico muito pouco tempo à essa atividade atualmente. Espero manter o número alto pro ano que vem!


Preferidos de 2015 - séries

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2015 não foi um ano de séries pra mim. Apesar deu já ter me considerado uma série-maníaca no passado, não dá pra dizer o mesmo agora. Por motivos de vida real, não deu pra assistir taaanta coisa esse ano.

Foram 14 séries: algumas na sua reta final (que só assisti pra ter o sentimento de conclusão mesmo), outras novas e mais algumas que já acompanho há um tempo.


Glee e The Big Bang Theory só estão nessa lista porque eu gosto de sofrer - e Modern Family vai pro mesmo caminho. House of Cards, True Detective e minha queridinha Orphan Black não fizeram suas melhores temporadas, mas continuo gostando bastante.

Pra mim, as melhores séries esse ano foram:

- Unbreakable Kimmy Schmidt

Eu comecei essa série por recomendação de um amigo e me apaixonei. Primeiro que a abertura é viciante (uma sátira dessas músicas de auto-tune). Segundo que a atriz que faz a personagem da Kimmy é uma fofa, conhecida minha dos tempos de The Office. Terceiro porque a trama do seriado é tão surreal e fofa que não tem como não gostar. Menção honrosa para o amigo dela, Tituss, que tem tiradas e momentos engraçadíssimos em diversos episódios.

Banheiros irlandeses

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Quando pensamos na casa ideal, pensamos num quarto legal e aconchegante, uma sala confortável e uma cozinha bem espaçosa. Mas e o banheiro? Um cômodo da casa tão importante não pode ser esquecido, não é mesmo?

banheiros na irlanda


Na Irlanda, a primeira diferença que notei entre os banheiros brasileiros e os daqui foi o interruptor: fica do lado de fora do banheiro! Confesso que a localização do switch causou estranheza, mas hoje é tão automático que nem paro pra pensar.

Depois disso, o fator mais importante: na Irlanda o papel higiênico pode ser jogado dentro do vaso sanitário. E cara, essa é uma das melhores coisas da vida. Tipo, quando estamos acostumados a jogar o papel no lixo, como Brasil, a gente joga, mas depois de poder jogá-lo no vaso, a vida muda e voltar pro cesto de lixo é complicado.

Por conta disso, não é raro perceber que não há nenhum tipo de cesto de lixo nos banheiros irlandeses - às vezes um pequeno, para os rolos de papel vazios e outras coisas, mas só.

Matando as saudades das "minhas" meninas

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De agosto de 2013 à agosto de 2014 eu trabalhei com a família M. cuidado de duas meninas: a É. e a C.

Quando comecei a trabalhar pra eles, a É. tinha 2 anos e meio e a mais nova, C., 1 ano e 2 ou 3 meses. Super pequenininhas! Foram muitos momento fofos, estressantes, divertidos e que renderam muitos posts aqui no blog (se você clicar na tag "childminder em Dublin" vai poder ler as dezenas de posts que escrevi sobre o assunto).

Verão de 2014

Pois bem. Desde que saí de lá, mantive contato com a família pois gosto deles e tenho muito carinho pelas meninas. Os visitei a cada 3 ou 4 meses e hoje as meninas estão enormes: a mais velha com quase 5 e a mais nova com 3 e meio. Detalhe: minha ex-chefe tá esperando outro bebê! Fiquei super feliz por eles pois não imaginava que eles teriam mais uma adição à família.

Aí como todo ano, eu comprei uns presentinhos simples de Natal pras meninas e mandei mensagem pra mãe delas pra saber se eu podia passar lá essa semana pra entregá-los. Ela me disse que quarta-feira seria um bom e me perguntou se por algum acaso eu gostaria de ganhar uma graninha e cuidar das meninas naquela tarde, já que a atual babá deles havia comprado uma passagem de última hora pra passar o Natal no Brasil e eles estavam fazendo malabarismos para cuidar das duas.

Viagens do ano

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Viajar é muito bom, né? Sou privilegiada por poder viajar tanto morando aqui na Irlanda, ainda que eu tenha um emprego de babá meio-período. Graças à companhias de vôos baratos (e economia na hora de escolher acomodação, atrações, etc), fica possível viajar pra muitos lugares nesse mundo lindo!

Como estamos em Dezembro e Dezembro pede retrospectivas, resolvi começar por essa que sempre me traz sorrisos e aquece o coração: viagens de 2015!

Comecei Janeiro em Barcelona, com os amigos Rick e Bia. A Bia tinha vindo pra Irlanda passar o Ano Novo e programamos essa viagem em trio pra conhecer esse destino tão querido pelos viajantes. De fato, Barcelona é uma delícia, cabe no bolso, tem comida deliciosa e o clima tava super fresquinho, bom demais!




Fevereiro trouxe o Valentine's Day e após pesquisar alguns destinos pra comemorar essa data fora com o R., vimos passagens baratas pra Copenhagen, capital da Dinamarca. Não pensamos duas vezes, compramos os tickets e passamos um fim-de-semana super tranquilo e gostoso (leia-se 'frio') por lá!

Links legais #6 - o último do ano

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A última edição do Links Legais foi em julho e com motivo: depois que comecei o curso na UCD a vida ficou muuuito ocupada e não tenho conseguido dedicar tanto tempo ao blog quanto gostaria. Achei que ainda daria pra postar antes do fim do ano, mas não rolou. De qualquer forma, fui salvando links e cá estão:

Séries e TV
Narco cultura e narco séries - um texto muito legal sobre como esse assunto se popularizou recentemente no mundo da TV - de Breaking Bad à Narcos....

Ariana Grande sendo engraçadinha - eu sou velha e nem sei direito quem é essa garota, mas que ela imita a Aguilera, a Britney e a Celine Dion direitinho, ah, isso sim!

Os discursos de Stella Gibson - Stella Gibson se tornou uma das minhas personagens preferidas de série EVER. O tipo de filosofia e diálogo que sai da boca dessa mulher na série "The Fall" nao é pra qualquer um mesmo. Que mulher!


Vinte e oito

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Essa semana foi o meu aniversário - 28 anos completados no dia 1º de dezembro! Confesso que não estava muito animada como costumo estar porque essa, pra mim, é data mais difícil de passar fora do Brasil. Pode parecer egoísta, mas não estar com os meus nesse dia é mais sofrido pra mim do que festas de fim de ano, por exemplo - é foda!

De qualquer forma, eu sempre faço questão de comemorar (meu lema de vida é comemorar!) e por isso fizemos várias coisas legais: na segunda passada, dia 30, fui jantar com o R. num restaurante chamado Kinara Kitchen. É um restaurante paquistanês inaugurado em 2010 em Ranelagh (D6). É meio caro, e olha que restaurantes em Dublin costumam ser caros mesmo, e portanto, ir um pouquinho mais cedo (até às 7h30pm) garante o Early Bird menu, que é um menu mais restrito, mas que engloba entrada + prato principal + sobremesa por um preço bem mais affordable.

Eu nunca tinha comido comida paquistanesa mas o R. já tinha me dado a dica de que seria parecido com a indiana (que ambos amamos) e por isso saí de lá mais do que satisfeita: que comida deliciosa! Eu pedi um curry que tinha um frango tão macio, mas tão macio, que quase perguntei pro garçom como cozinhava daquele jeito delicioso! Bom demais!

Na terça fomos no pub Doyles assistir a Ruby Sessions, que já comentei aqui no blog há um tempão. Nesse dia se apresentaram três artistas diferentes: uma banda que já havíamos visto tocar lá numa outra ocasião (Basciville), uma cantora chamada Rachael Lavelle (canta bem, mas o estilo não nos agradou) e Leila Jane, uma cantora folk que parece ter saído dos anos 50/60's. Super fofa!

Máquina do tempo

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Ontem, pra distrair a cabeça em meio à tantos assignments da faculdade, me deparei pesquisando sobre os blogs que eu já tive pela internet afora... na verdade, o blog que mantive de 2004 à 2006 está fora do ar. Porém, existem maneiras de recuperar informações de sites que existiram na internet (gente, às vezes a internet dá medo) e eu acabei encontrando algumas preciosidades.

Vi um post que escrevi um junho de 2004 e confesso que me deu um aperto no coração. Já faz mais de 10 anos que escrevi isso?


Como é que num espaço de pouco mais de 10 anos a gente pode mudar tanto, né? Quer dizer... nessa época eu tinha 16 anos e era cheia de sonhos. Não que eu não tenha sonhos agora - tenho muitos! - mas acho que agora, depois de já ter uma certa vivência, eu consigo sonhar um pouco mais com os pés no chão. A vida acaba fazendo a gente ser um pouco menos sonhador, mais realista, mas mesmo assim, eu ainda gosto muito de sonhar.

A minha área - no Brasil e na Irlanda

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Antes de começar o mestrado em TESOL na UCD eu já tinha uma ideia de como era o mercado de trabalho pra professores de inglês aqui na Irlanda: não muito animador.

Mas ser professora de inglês era assim tão bom no Brasil?


Aliás, nem no Brasil é muito animador, mas se você tem boas qualificações e experiência e trabalha numa escola séria, dá pra ter bons empregos. Eu já trabalhei em escolas pequenas, médias e grandes e cheguei a ter um bom salário em algumas delas. Na Fisk, por exemplo, eu não ganhava tão bem por hora, mas tinha alguns adicionais, férias pagas, convênio médico e odontológico, vale-alimentação, vale-transporte, enfim, todas aquelas coisas que qualquer emprego registrado em carteira oferece - e que MUITAS ESCOLAS de inglês não oferecem. A realidade em muitas escolas, na verdade, é que você tem um contrato e ganha as horas trabalhadas. Só. Com sorte eles incluem também o vale-transporte, mas só. Se você não trabalha nos meses de férias, não recebe nada, o que é uma droga, porque você tem que guardar uma boa grana durante o ano pra não passar aperto nos meses de férias.

Mas voltando: na Fisk, além desses benefícios, nós tínhamos avaliação profissional contínua, além de cursos e workshops toda sexta-feira (já que às sextas não dávamos aula). Esses cursos às sextas não eram pagos, mas eu não achava de todo ruim porque aprendi muito e os coordenadores das unidades que davam cursos eram sempre excelentes. O coordenador que eu tive por lá era maravilhoso, tinha um inglês impecável, era super organizado e profissional. Foi muito bom trabalhar por lá, mas eu queria mais e foi aí que entrou a Cultura.

Resenha: Sweet Republic, um lugar pra formigas como eu!

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Quando viajamos pra Bristol (Inglaterra) em agosto, paramos num lugar super bacana pra comer uma sobremesa deliciosa - nesse dia até agradeci aos céus pela tal rede de sobremesas não existir em Dublin, porque formiga como sou, não ia conseguir viver numa cidade que oferecesse esse tipo de guloseima.

Ou pelo menos eu achava que não existia.

Há algumas meses vi a Savana comentando de uma tal doceria no centro chamada Sweet Republic. Só pelo nome meus sensos formiguísticos já ficaram em alerta e ao clicar na página deles no facebook e ver as fotos não tive escolha a não ser ir no local. Fui obrigada, gente.

Sim, porque um lugar que oferece milkshakes maravilhosos, cookies, sorvetes, pizzas doces, waffles e outras coisas do tipo merece muito o nosso amor e carinho.



BTTF e uma das melhores experiências da minha vida

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Pode parecer exagero, mas domingo passado tive uma experiência que foi, sem dúvidas, uma das melhores da minha vida.

Tudo começou quando vi a página do meu filme preferido, Back to the Future, no facebook, mencionando um evento que aconteceria em Dublin no Board Gáis Theatre. Eu como boa fã já fui olhar o que era e quase caí pra trás quando vi que o filme seria exibido num telão acompanhado de uma orquestra tocando toda a trilha sonora ao vivo.

Não precisei de muito pra convencer o R. (que também gosta do filme!) e mesmo o ingresso tendo sido um pouco salgado (40 euros), valeu cada centavo do meu suado dinheirinho.

Esse ano o filme completa 30 anos e rolou muita coisa legal pela internet afora pra comemorar o feito: lançaram um documentário sobre o filme (chama-se "Back in time" e já está no Netflix mas não gostei taaanto - é mais sobre o legado da trilogia do que a trilogia em si), os atores participaram de diversos programas de TV, vários artigos discutiram o que os criadores do filme acertaram ou não em relação às previsões para 2015, enfim, muita coisa legal de verdade.

Mas essa exibição do filme com a orquestra, cara, essa foi a cereja do bolo, um presente de aniversário adiantado.

Munique, uma cidade interessante

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Antes de ler esse post, leia também:

Munique e o Castelo da Disney


No nosso último dia em Munique aproveitamos pra passear mais um pouco por alguns lugares pelos quais havíamos passado no dia do walking tour e também visitar um museu que o R. ama: o Deutsches Museum.

Começamos o dia tomando café num lugar indicado pelo guia do walking tour e apesar do serviço demorado, valeu muito a pena. Primeiro porque o lugar era lindo e phyno e nos lembrou muito os cafés vienenses; segundo porque a comida estava deliciosa! Merecíamos essa pausa porque o dia seria corrido!

De lá estávamos muito perto da Residência de Munique, palácio que foi residência de de diversos duques e reis da Baviera - trata-se do maior palácio urbano da Alemanha!


A entrada não é cara (não me lembro o preço) e pra quem não teve a experiência de conhecer esse tipo de atração, é bem interessante e vale a pena, principalmente porque tem aúdio-guia incluso no preço da entrada e dá pra aprender muita coisa sobre a história local com o guia. Agora, se você já fez esse tipo de passeio (não só na Alemanha) e tem outras opções de coisas pra fazer, acho que dá pra deixar passar.

Munique e o castelo da Disney

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Sem querer entrar no mérito de quem é fã de Disney World e que vai na Disney depois de adulto (eu, euzinha, jamais, nem morta, nem que me paguem, nem que a sobrevivência do mundo inteiro dependa disso), um dos passeios que programamos para fazer enquanto em Munique era justamente visitar o castelo de Neuschwanstein, inspiração da Disney ao criar o castelo da Bela Adormecida.



Neuschwanstein fica perto da cidade de Füssen e dá mais ou menos 1h e meia de carro de Munique. Nós decidimos incluir esse passeio no roteiro por alguns motivos, dentre eles o fato de que minha amiga que estava conosco por lá nunca tinha ido e queria conhecer e também porque o R. já tinha ido e me convencido de que a beleza do lugar era incrível.

O uso de L1 no ensino de inglês

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Na minha minha primeira apresentação no mestrado tínhamos que selecionar um artigo acadêmico e fazer uma análise e crítica do mesmo. Ao me deparar com o artigo intitulado "Code-switching versus English only" não tive dúvidas de que esse seria o artigo certo pra mim.

Code-switiching é quando a pessoa mistura sua L1 (língua materna) com a L2 (língua que está aprendendo). Todo mundo que tem um bom domínio da L2 acaba fazendo code-switching, o que é absolutamente normal e aceitável... no entanto, em muitas escolas de inglês ao redor do mundo, é proibido falar a L1 em sala de aula. Ora, eu já trabalhei em diversas escolas no Brasil e em nenhuma delas éramos encorajados a falar português em sala, muito pelo contrário: tínhamos que evitá-la ao máximo.

Quando fiz minha pós-graduação no Brasil, meu tema da tese no final foi justamente o uso de L1 no ensino de inglês porque esse assunto me intriga muito!



Rapidinhas de novembro

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Acho que só fiz esse tipo de post uma vez na história desse blog. Acabo fazendo posts mais temáticos, né?

- Esses dias vimos "Central o Brasil", filme que há tempos queria mostrar pro R. Foi ótimo poder rever esse clássico do cinema nacional (e me remoer pensando que "La vita è bella" levou o Oscar naquele ano!) e apresentá-lo ao R., que conseguiu entender várias coisas (tinha legenda em inglês, mas mesmo assim). Pena que por mais fluente que ele possa ser em português, entender a vibe verdadeira do filme, sobre o que é o nordeste, os personagens no filme... não dá pra ser aprendido, né? Só sendo brasileiro (e tendo vivido um pouco do nordeste) pra sentir (e eu particularmente, sendo 50% pernambucana, não posso deixar de me identificar diretamente com os personagens e locações do filme...).



- E falando em filme, o Pavilion Theatre em Dun Laoghaire exibiu esses dias o filme "Que horas ela volta?" com legendas em inglês para os locais! Eu estava com altas expectativas porque já tinha lido algumas resenhas e discussões que o filme gerou mas puta merda... esse filme conseguiu superar qualquer expectativa não somente em termos narrativos mas também em aspectos técnicos. Que filme! A discussão que ele traz sobre essa parcela da sociedade brasileira é muito, muito relevante. E triste. E vergonhosa. Mas puta merda, como chorei, me envergonhei, me revoltei. E a Regina Casé se redimiu de todas as comédias e programas babacas dos quais ela já participou - que atuação, que elenco, que diálogos! "Que horas..." deveria ser estudado em todas as escolas do Brasil.

Munique, uma cidade linda

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Eu tinha altas expectativas com Munique e todas elas foram superadíssimas. Sabe quando você imagina um lugar e ele é daquele jeitinho que você imaginou? Pois é. Munique foi a Alemanha dos meus sonhos, aquela que quando alguém dizia "Alemanha" eu imaginava...

E pra aumentar o meu amor pela cidade, fomos na época do outono, a minha preferida da vida! Tava tudo lindo demais e vai estar tendo muita foto nesse post, Brasil!

No post anterior eu comentei do walking tour e que como logo de cara vi que a cidade tinha uma vibe bacana, alegre e muitos prédios históricos e coisas interessantes pra se ver. Mas como a gente não desperdiça nenhum minuto, assim que o walking tour acabou fomos para os English Gardens aproveitar que era o último dia do horário de verão e que ainda estaria claro até umas 7 da noite. 

munique no outono


Para chegar lá tivemos que pegar o metrô e no meu primeiro contato com o transporte público de Munique já me deu vontade de sentar o chorar no cantinho pensando nas incríveis DUAS linhas do Luas aqui em Dublin...

Munique, uma cidade incrível

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No feriado de outubro pude finalmente colocar meus pés em terras alemãs novamente - dessa vez, pra conhecer as belezas de Munique e arredores.

A ideia de ir pra Alemanha novamente não é nova e por dois motivos: 1) R. morou em Munique um tempo e desde que nos conhecemos diz que queria me levar pra lá; 2) Tenho uma amiga que mora em Stuttgart e desde que ela veio, meses antes deu vir pra Irlanda, comentamos deu ir visitá-la na Alemanha. Finalmente conseguimos alinhar os astros e fizemos esse encontro acontecer!

Voamos de Aer Lingus num sábado de manhã e chegamos numa Munique nublada que logo se transformou numa Munique ensolarada e lotada de turistas e torcedores de futebol (tava rolando jogo do Bayern e esses alemães são tudo doido com futebol!). Encontramos a A. e seu marido M. na Marienplatz, praça principal onde fica a casa dos ratos (prefeitura em alemão é Rathaus, fala sério?!) e andamos pra achar um lugar pra comer alguma coisa antes do walking tour.

Lição aprendida nº 1: não tem lugar pra comer por ali, somente padarias, snacks, barraquinhas vendendo frutas ou castanhas. Depois de acharmos uma padaria e comermos alguma coisinha, corremos pra praça de novo pra fazer o tour, que eles nunca haviam feito (e spoiler alert: adoraram!) e que eu e o R. sempre fazemos ao viajar.

Barbaridades num podcast! (?)

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Desde meados de 2012, quando eu comecei a pesquisar sobre intercâmbio na Irlanda, conheci dezenas, e não exagero quando digo até centenas de blogs e sites sobre o assunto. Além disso, também vi muitos vlogs no youtube afora.

Essa coisa de postar sobre intercâmbio na internet é muito bacana, porque serve de registro pra quem quer postar e serve de guia/ajuda pra quem quer ir pro país, né? Li muuuitas informações que me ajudaram na época de preparação e acabei até fazendo grandes amigos de blogs que eu lia quando ainda estava no Brasil.

Desde então, eu já presenciei outras várias dezenas desses sites e blogs fechando, entrando em hiato, crescendo, sumindo. A verdade é que a maioria dos brasileiros que vem pra Irlanda vem pra estudar e nem todos renovam o curso; logo, após 1 ano a pessoa vai embora e pára de postar. Ou então o cara até renova, mas como a rotina e a vida aqui tomam outro rumo, não tem mais tempo de postar conteúdo interessante.

Muitos desses blogs e vlogs por aí são legais, mas muitos são fracos, mal-escritos, sem graça, repetitivos, etc. O meu feed, que antes era lotado de links sobre o assunto, hoje tem links que se conta nos dedos de uma só mão. Então quando eu encontro algo que acho bacana e de qualidade, faço questão de recomendar!

Halloween 2015: a verdadeira experiência

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No ano passado tanto eu como o R. ficamos com muita preguiça de sair no Halloween e fizemos uma promessa: que no ano seguinte nos fantasiaríamos e saírimos pra rua pra celebrar. Um ano depois, cá estou pra contar do meu terceiro Halloween na Irlanda!

O Halloween é uma loucura por aqui e as pessoas levam tudo bem a sério: decoração das casas, fantasias, doces, etc. É um dia que todo mundo comemora: quem é solteiro, quem é casado, quem tem filhos, quem não tem... acho que acaba sendo uma data bem democrática e ao contrário do Saint Patrick's Day, que deixa Dublin simplesmente impossível de ser curtida, o Halloween é badalado mas tem espaço pra todo mundo andar por aí.

Eu não queria gastar com fantasia porque ando totalmente sem grana e por isso queria fazer alguma maquiagem pra marcar a data. O R. foi de caveira e eu resolvi seguir uns tutoriais no youtube e fiz uma make de caveira mexicana! A única coisa que precisei comprar foram as flores no cabelo (coisa de 5 euros no Claire's, ou seja: Halloween baratinho, a gente vê por aqui).

maquiagem caveira mexicana

O que eu menos gosto na Irlanda

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Recentemente eu fiz um post sobre as coisas que mais gostava na Irlanda e claro que não podia deixar de falar do outro lado da moeda. Todo mundo que lê meu blog sabe do quanto eu gosto da Irlanda, mas também sabe que eu não fico enfeitando e se tem coisas ruins que acontecem, eu falo sobre elas do mesmo jeito!

--- Leia: o que eu mais gosto da Irlanda


Vamos à lista? Foi fácil fácil pensar em 5 coisas pra fazer esse top 5!

1 - Imprevisibilidade do tempo


Não tinha como, né? E veja que eu não tô falando de frio, nem chuva, nem vento. Eu já sabia que ia ter chuva e vento e frio (frio mais ou menos, né? frio mesmo só no Canadá e nos países nórdicos, gente!). O problema é que muitas vezes o clima pode parecer ameno da janela e ameno na temperatura mostrada pelo aplicativo de celular... aí você sai e 10 minutos depois muda tudo: de quente pode ficar frio, de seco pode virar extremamente chuvoso, de chuva intensa pode virar um puta sol de verão. Tudo muita muito o tempo todo. Na manhã em que escrevo esse post, por exemplo, já fez um sol maravilhoso e agora tá nublado com cara de chuva. Pode ser que chova, pode ser que não. Ninguém nunca sabe.



2 - Knackers


Como descrever essas pessoas? Qualquer intercambista que tenha vindo pra cá com certeza já leu a respeito dessas criaturas tão amigáveis e gentis, né? A verdade é que esse papo de que não tem muitas diferenças sociais aqui na Irlanda é mentira. Existe sim. E os knackers fazem parte das camadas sociais mais baixas e marginalizadas. Eles não trabalham (recebem benefício do governo), só fazem bagunça, mexem com as pessoas na rua e parece que usam um uniforme: roupas e tênis da Nike. Um ou outro moleque já mexeu comigo na rua (não no sentido de jogar cantada, mas de gritar, assustar, etc), mas tenho sorte de, apesar de ter morado tanto tempo numa região super rough de Dublin e estar viva pra contar história!

Namorar um estrangeiro [2ª edição]

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(amanhã é o dia do sorteio, hein?! já tá participando?!)

Em julho de 2014 eu publiquei um post sobre namorar um estrangeiro. Foi uma coisa que eu sempre quis escrever a respeito mas esperei pois queria preservar minha relação com o R. (irlandês), sabe? Principalmente porque ele não é fã de redes sociais nem gosta de exposição na internet.

Eis que há umas semanas recebo um email de leitora muuuito fofa, a S. Ela dizia que nunca tinha comentado no blog porque era tímida, mas que me lia há muito tempo e que tinha muita curiosidade em saber mais sobre essa coisa de namorar alguém de nacionalidade diferente, além, é claro, de ter um relacionamento em outra língua.



Desde aquele post que fiz ano passado pra cá, minha percepção não mudou: ainda penso no R. como pessoa, não como irlandês. Não temos conflitos em termos de diferenças culturais porque eu sou super aberta pra cultura irlandesa e ele pra brasileira. Cozinhamos batatas e legumes com carne por minha causa e faço arroz, feijão e carne por causa dele. Fico na fissura de comer sobremesas irlandesas e ele doido pra comer brigadeiro.

Esse interesse mútuo pela cultura um do outro é uma das coisas que faz muita diferença num relacionamento.

Como anda o projeto de conhecer a Irlanda toda?

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(não esquece do sorteio de 3 anos do blog, hein?)

Eu escrevi um post sobre querer conhecer todos os condados da Irlanda há mais ou menos 1 ano. Mas antes, um parênteses: eu também havia escrito um post sobre lugares que eu queria conhecer no meu segundo ano de Irlanda. Umas semanas atrás por algum motivo fui dar uma olhada lá e qual foi a minha surpresa ao constatar que da minha lista de 10 lugares, só falta um pra eu ver de perto!

Voltando: essa ideia de conhecer todos os condados surgiu quando eu percebi que já tinha ido pra vários lugares da ilha. E aí pensei: por que não querer ver tudo, tudo, tudo? Obviamente que conto que a ajuda fundamental do R., porque sem ele, não daria pra fazer o tanto que fazemos juntos.

Desde que escrevi o post, consegui acrescentar mais uns condados pra minha lista (MayoCarlow e Donegal) e agora falta muito pouco pra ter visitado todos os condados da República da Irlanda - aliás, a maioria deles agora tá pertinho aqui de Dublin! (na foto abaixo, os condados em branco são os que eu ainda não visitei; os verdes os que já visitei e os cinzas fazem parte da Irlanda do Norte)


Mais uma mudança

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(não esquece que tá rolando sorteio aqui no blog, hein?!

Eu sempre morei no mesmo apartamento a minha vida toda no Brasil e por isso acho estranho pensar que agora estou morando na 4ª casa desde que vim pra Irlanda.

Depois de ter morado 3 meses numa casa super gostosinha na região de Cabra (D7) logo que cheguei aqui, me mudei pra Inchicore (D8) porque o aluguel era muito mais barato. A casa era fria, pequena e meu quarto era super exprimido, mas foi esse aluguel barato que me permitiu fazer tantas viagens ainda em 2013 e 2014 inteiro. Aí no começo de 2015 eu e R. passamos a morar juntos num apartamento também em D8, mas numa região um pouco melhor que Inchicore (e aliás, espero nunca mais precisar morar lá!) - num condomínio em frente à Kilmainham Gaol.

Morar ali era bem ok, perto do centro, perto do Luas, fácil acesso pro canal de onde eu seguia pedalando para o trabalho. E também era ótimo quando eu ainda estava estudando na MEC, já que dava uns 15 minutinhos de bicicleta só.

Aí eu me matriculei na UCD e começamos a pensar na possibilidade de nos mudarmos de novo. É que eu pedalo 20km por dia e a faculdade fica no meio do caminho pro trabalho - eu estaria indo para aqueles lados da cidade todo dia de qualquer forma e economizar tempo de bicicleta seria muito bom para que eu pudesse usar esse tempo fazendo minhas leituras e trabalhos.

Acomodação em Dublin é um negócio muito complicado: muita procura pra pouca demanda, preços exorbitantes, casas ruins.

3 anos de Barbaridades! [e vai ter presente sim!]

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[UPDATE 28/10: Sorteio realizado e a vencedora foi a pessoa número 2 a comentar, ou seja, a Paula! Aêêê! Obrigada a todo mundo que participou!]

Esse mês o blog completa três anos de existência e a gente não podia deixar de comemorar, né? (até porque eu adoro uma desculpa pra comemorar!)

Nesses três anos de Barbaridades, foram mais de 600 posts e pouco mais de 296 mil visualizações, caramba!

Os posts mais lidos mudaram bastante nesses anos, mas não tem jeito: piercing no nariz (que nem tenho mais!) e tatuagem inflamada (que está ótima, obrigada) são os mais visitados ever:


A maioria esmagadora das visitas vem do Brasil, seguidas de Irlanda, EUA, Ucrânia (!), Portugal, Rússia, Alemanha e Reino Unido.

Nesses três anos de blog eu pude desabafar sobre minha profissão, falar sobre a preparação para o intercâmbio, contar sobre minhas viagens e compartilhar muita, muita coisa sobre a minha vida aqui na Irlanda! Como eu ainda não esgotei assunto não sei (e como vocês ainda me aguentam também não), mas ahhhh, eu adoro sentar na frente do computador e escrever aqui no blog. É uma terapia, uma atividade que me deixa verdadeiramente feliz.

Sem contar nas pessoas incríveis que conheci através deste espaço e nos amigos que fiz! Obrigada!

E como estamos em ritmo de alegria, resolvi que vou fazer um sorteio pra agitar isso aqui!



Vou montar um kitzinho (simples) de gostosuras e coisinhas irlandesas e enviarei pra qualquer lugar do mundo (se der Brasil, tenha paciência que o correio aí não gosta de mim e às vezes até some com encomenda minha!).

Pra participar, baixa deixar um comentário me dizendo quem você é (obviamente que se eu já te conheço, pode pular essa parte!) e qual foi o seu post preferido por aqui. Isso é só a título de curiosidade minha mesmo, porque o escolhido será totalmente aleatório, feito por aquele random.org.

Vou fazer o sorteio no dia 28 de outubro, o dia oficial de aniversário do blog. Participe!

ps: O resultado será dado por esse post mesmo. Assim que o resultado sair, vou pedir pra pessoa sorteada, aqui pelos comentários mesmo, pra me mandar um email com o endereço e tal. Se a pessoa não responder em 48h, escolherei outra pessoa, beleza?

Outono em fotos

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Apesar de adorar fotografia, o meu negócio é escrever e por isso eu quase nunca faço (na verdade, acho que nunca fiz) um post de fotos. Masss estamos no meio do outono, minha estação preferida do ano e não tive como não fazer umas fotos dessa estação maravilhosa e suas folhas alaranjadas! Se estivesse um pouquinho mais frio estaria perfeito, mas logo logo chega o inverno, né? :)

Essas fotos foram tiradas no Marlay Park e no meu caminho para o trabalho e arredores de Stillorgan, aqui em Dublin.


outono na irlanda

outono na irlanda

Resenha: brunch no 37 Dawson Street

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Eu e o R. nessa loucura de comer brunch aos finais de semana acabamos seguindo, mais uma vez, uma lista de sugestões que encontramos pelo google. Esse local é normalmente um bar e tal, mas aos sábados e domingos eles servem brunch e como o menu estava bem diferente do que costumamos ver por aí, resolvemos arriscar.



Primeiro que o local é super fácil de se localizar e dá pra ir tranquilo a pé se você mora no centro. Segundo que, bem, a decoração é no mínimo diferente... (fotos do google, só tirei fotos da comida no dia):


Waterford - nós voltamos!

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Em outubro de 2014 eu fiz um post contando sobre como nós tentamos conhecer Waterford e não tivemos sorte, já que fomos pra lá direto de Wexford e quando chegamos os museus e atrações já estavam fechando.

Massss nas férias de verão desse ano (quando fomos pra Bristol, Cardiff e Kerry) resolvemos cumprir a promessa de voltar pra cidade mais antiga da Irlanda.

Sim, é isso mesmo: Waterford é cidade mais antiga desse país! Um oferecimento dos vikings (o nome da cidade vem da língua nórdica antiga Veðrafjǫrðr, que significa Fjord of the Rams - referência à exportação de ovelhas na região).

Começamos o passeio com o tour pelo Waterford Crystal.

As origens da produção de cristal em Waterford datam de 1783 e passaram por várias fases. Por conta do aumento de impostos, em 1851 a empresa fechou, pra ser reaberta somente em 1947, quando um imigrante da República Checa resolveu estabelecer a cidade como a cidade do cristal novamente - pra quem não sabe, os checos são famosos pela qualidade de seus cristais!

É possível fazer um tour pela fábrica onde mostram todo o processo de fabricação dos cristais, além de contar mais da história da empresa e também algumas curiosidades - como, por exemplo, o fato de que aquela bola gigante no ano novo na Times Square é feita por eles ou que vários prêmios esportivos e musicais são feitos por eles também.


Aquisição de língua e seus padrões

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Se você for contar o número de posts que eu tenho aqui sobre as meninas que eu cuidei por 1 ano (2013/14) e dos meninos que já cuido há mais de 1 ano (2014/15), vai notar que tenho muito mais posts sobre elas. A verdade é que, por ser uma novidade (cuidar de criança), tudo era muito interessante e eu escrevi sobre diversos aspectos de conviver com elas como preconceito linguístico dentro de casa, pequenos diálogos com as meninas, evolução da fala, fofura overload, músicas infantis, etc, etc, etc.

Não escrevi tanto sobre os meninos porque eu já estava mais acostumada, eles já eram um pouco mais velhos e não me despertaram tanto "interesse investigativo" quanto elas, principalmente no que diz respeito à língua, que é a minha área.

Na verdade, desde o começo observo e comparo o desempenho linguístico do S., que agora tem 3 anos e meio e da C., que na época em que eu saí tinha 2 anos e falava muito mais frases coerentes do que ele. Vantagem de menina sobre menino? Pode ser. O que tenho aprendido é que essa coisa da fala é muito particular e não dá pra ficar comparando criança não. O R. tem um sobrinho da mesma idade do menino mais novo que eu cuido que tem a fala muito mais fluída e clara, por exemplo.

Mas desde que comecei a estudar na UCD e ler aquela porrada de livros, comecei a rever vários conceitos que já tinha aprendido e também a aprender novos. E um deles linkou perfeitamente com o que tenho visto do pequeno S. ultimamente: sua ordem de aquisição linguística.

Basicamente e resumidamente, nos anos 60 alguns pesquisadores estudaram de perto o desenvolvimento de algumas crianças de diferentes idade e perceberam que elas adquiriam os morfemas gramaticais numa sequência parecida:

O que eu mais gosto na Irlanda

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Vi uma lista dessa no blog da Savana há muuuuito tempo e resolvi fazer uma também. Eu achei que já tivesse feito algum post sobre minhas coisas preferidas na Irlanda, mas o que eu fiz foi um post sobre meu lugar preferido em Dublin e só!

1 - Sistema de férias e feriados


Esse negócio de tirar 30 dias de férias de uma vez só pra mim sempre me pareceu injusto, principalmente na área em que eu trabalhava. É como era professora, só podia tirar férias em julho ou dezembro/janeiro, justamente na alta temporada, onde tá tudo muito mais caro.

No Brasil é lei o trabalhador ter 30 dias de férias mas ele pode tirar menos dias e vender os outros (na verdade agora não tenho certeza se essa coisa de vender ou não é ilegal, acho que é). Já aqui na Irlanda não existe uma lei que determine o número de dias exatos - a maior parte das empresas dá 4 semanas de férias pagas por ano. Ou seja: tem empresa que pode dar mais! Só que o pulo do gato é que essas 4 semanas NÃO PRECISAM acontecer consecutivamente: se você quiser tirar uma semana aqui, ok. Quer dizer mais duas lá na frente? Ok também. Desde que conversado com antecedência, pode tirar pequenas férias ao longo do ano ou um bloco grande de uma vez.

Aliás, não só em termos de semana, mas você pedir dias individuais das suas férias e fazer bem bolados com finais-de-semana e feriados (aqui são 9 feriados públicos por ano chamados de Bank Holiday) - e tirando o Ano Novo, Natal, Stephen's Day e St. Patrick's Day, todos os feriados caem numa segunda! Ou seja, dá pra pegar dois dias e emendar uma sexta + fim-de-semana + feriado + terça e fazer uma viagem legal, né?

Férias, uhu!

Cinemateca #9 - filmes mudos ou em preto-e-branco

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O tema do mês era filmes mudos ou preto-e-brancos e confesso que eu dei um migué: não vi filme novo, mas revi um dos meus filmes preferidos, "Crepúsculo dos Deuses" ("Sunset Boulevard" originalmente, mas esse é dos únicos filmes que eu gosto muito do título em português).



O filme é de 1950 e foi dirigido por Billy Wilder (diretor super famoso que dirigiu a maioria dos filmes da Marilyn Monroe, que eu amo!). Indicado à 11 Oscars, levou os prêmios de Melhor Roteiro, Direção de Arte e Trilha Sonora.

Em poucas palavras, "Crepúsculo dos Deuses" retrata a vida de uma atriz chamada Norma Desmond que agora encontra-se no anonimato pois com o advento dos filmes com diálogos, ela perdeu espaço, já que era estrela de filmes mudos. Por uma coincidência do destino, ela acaba conhecendo Joe Gillis, um roteirista de Hollywood que está quebrado financeiramente e aceita ajudá-la com um roteiro para que ela faça seu sonhado retorno às telas.

Roacutan: o fim do tratamento + dicas de produtos

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Em agosto eu finalmente acabei o meu tratamento com o Roacutan. Estou muito satisfeita com o resultado e também porque apesar de ter tido efeitos colaterais, eles não foram suficientemente ruins pra me fazer querer desistir do tratamento ou coisas do tipo - e já que esse será meu último post sobre o assunto, um breve resumo do que aconteceu nesses 6 meses:

Mês #1: Tomando 60mg por dia, boca seca nos primeiros dias e um pouco de sangramento no nariz. Algumas dores nas juntas e nas costas.

Mês #2: Muita dor nas costas, principalmente ao acordar e ao sentar na bicicleta. A boca continuou seca, mas o lip balm segurou a onda e não precisei usar nenhum remédio pra combater esse efeito. Nariz não sangrou mais.

Mês #3: Ainda tomando 60mg, ainda com boca e pele seca, ainda com dor nas costas. Nesse mês comecei a ter dores de cabeça e pedi pra médica diminuir minha dosagem.

Mês #4: A pele já estava visivelmente melhor, mas do mês 4 pra frente quase não teve mais diferença. Com a dosagem menor não tive mais dores de cabeça mas a pele seca (principalmente nos braços e cotovelos) e dores nas costas continuaram.

Mês #5 e #6: Notei que meu cabelo tava caindo muito. Eu passava a mão e caía horrores. No banho então, senhor! Além disso, boca seca continuou presente mas a pele melhorou por causa da troca de sabonete no banho e maior hidratação.

Roacutan - minha experiência (2 meses)

Roacutan - minha experiência (4 meses)


Ring of Kerry, a Irlanda em uma bolha

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Um dia desses, em Cork, o pai do R. nos deu uma sugestão de dirigirmos pelo Ring of Kerry, já que o clima estava muito bom. Isso foi em junho e de fato o clima tava ótimo, mas como não teríamos tempo naquele mês, guardamos a ideia e jogamos pra agosto, quando teríamos uma semana de férias.

E o fato é que depois de julho e aquele verão de muita chuva, estávamos apreensivos que não teríamos sorte - o que não aconteceu, pois é incrível como somos abençoadas toda vez que fazemos algum passeio por aqui! Fez um sol e um calorzinho maravilhosos, nada de ventanias, um dia lindo!

O Ring of Kerry é um passeio de um dia (ou mais!) de 179km e é como se fosse ver tudo que a Irlanda pode oferecer numa pequena bolha, sabe? Quer ver castelo medieval? Tem. Quer ver fortes mais antigos do que Cristo? Também tem. Quer ver praias? Tem. Quer ver cidadezinhas de interior? Tem. Quer ver paisagens típicas da Irlanda? Tem. Quer ver cliffs? Tem. Tem tudo, tudo, gente! Então se você vem pra Irlanda e tem uns dias por aqui, já indico de cara: fique uns dias em Dublin e corre pra fazer o Ring of Kerry, nem que seja com uma empresa de turismo mesmo.

Lemos vários roteiros de Ring of Kerry pela internet mas nos baseamos, especificamente, em dois deles: esse e esse.

Trata-se de um caminho circular, e por isso você tem a opção de começar pelo lado de lá ou de cá. Como os ônibus de turismo sempre saem de Killarney e seguem sentido Killorglin, fomos pelo caminho inverso, já que não queríamos ficar presos atrás de ônibus por estradinhas estreitas que não permitem ultrapassagem. A desvantagem de ir contra os ônibus é que, pra motoristas inexperientes (ou que não são daqui), dá muita insegurança dirigir do lado contrário com ônibus vindo na sua direção.

E já que R. está mais do que acostumado a dirigir por aqui, fomos do lado contrário dos ônibus e saindo de Cork fomos direto na direção de Kenmare.


2 anos e meio de Irlanda!

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Aê! Dia 20 de setembro completei 2 anos e meio morando aqui na Irlanda. Quem diria, por exemplo, que quando escrevi esse post, no auge da minha ansiedade de vir pra Irlanda morar aqui por um ano que eu ainda estaria na terra dos leprechauns tanto tempo depois?!

Março de 2013, meu primeiro dia aqui

Desde o post de 2 anos e 3 meses, minha vida deu uma pequena revira-volta: agora eu passei de fase. Por conta do fechamento da minha escola de inglês, acabei adiando um plano de seguir para o ensino superior e fui aceita no curso de mestrado da UCD. As aulas já começaram, estou adorando, lendo e aprendendo bastante e me sentindo útil de novo!

Eu já falei disso aqui no blog, mas eu não me sinto como intercambista aqui (apesar do salário ainda ser o de uma! hahaha). Eu falo inglês como se fosse minha primeira língua, tenho minha rotina de estudos e trabalho, faço as minhas coisas aqui em casa, ando pelas ruas da cidade, pedalo pra todo canto e é tudo tão normal, tão parte de mim que não consigo me lembrar de como era a vida antes. Quando penso na minha rotina de pegar ônibus e metrô pro trabalho em SP, de trabalhar preparando aula até altas horas da noite, de dar muita aula na Cultura, parece que estou pensando num filme, numa lembrança tão distante...

Um dia em Cardiff - parte II

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A primeira parte desse post está nesse link aqui.



High Street 

De frente pra Castle Street fica a rua de pedestres chamada High Street. São várias lojas e mercados e alguns bancos pro pessoal sentar também. Foi por ali que vi o maior número de arcades que já tinha visto até então - aliás, Cardiff é considerada a cidade das arcades, já que por ali é possível encontrar alto número de arcades vitorianas, eduardianas e contemporâneas. E se você está achando que arcade se refere ao videogame, bem, não é bem assim. Arcade é como se fosse um conjunto de pequenas lojas e restaurantes... er... como se fosse uma galeria, sabe? Tipo a galeria do rock, em São Paulo.



Um dia em Cardiff - parte I

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Nas nossas férias de Agosto tivemos a oportunidade de encaixar uma rápida visita à capital do País de Gales - graças à proximidade do local com a cidade onde estávamos antes, Bristol, na Inglaterra. Compramos a passagem de ônibus pela internet (10 libras ida e volta) e em mais ou menos 1h chegamos em Cardiff - numa segunda-feira extremamente cinza e chuvosa!

A gente achava que ia ser deixado na estação de ônibus, mas poucos dias antes de estarmos lá a National Express (cia de ônibus) mudou algumas rotas e acabou mudando a parada final de Cardiff - fomos deixados no Bute Park. Só que não sabíamos onde estávamos e não tínhamos nenhum mapa - o jeito foi perguntar pra um funcionário por ali e ele nos deu direções pra chegar no castelo, que é muito pertinho. 

Aliás, a verdade é que Cardiff é uma cidade super compacta - uma área urbana de menos de 7 mil km² e 321 mil habitantes. Além disso, adivinha qual a capital mais nova da Europa e uma das cidades mais verdes do Reino Unido (com mais de 300 jardins e parques)?! Pois é.


O País de Gales estava na minha lista de destinos porque poxa, eu queria conhecer todos os países do Reino Unido e só faltava esse. Além disso, tem muita coisa interessante por lá (algumas eu acabei encontrando nesse site aqui):

Mestrado?

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Eu comecei as minhas aulas na UCD semana passada e estou um pouco assustada pois acho que não estava realmente preparada para o que estava por vir.

É que assim: eu queria muito fazer mestrado aqui, mas como o mestrado é caríssimo pra aluno estrangeiro, parti pro gradute diploma, que, como expliquei nesse post aqui, é o mesmo nível do mestrado no framework irlandês.

Quando fiz minha inscrição na UCD, havia tanto o mestrado em English Teaching como o Graduate Diploma. E eu achava que apesar das similaridades de assunto, o cronograma e conteúdo do curso seriam um pouco diferentes. Mas não.

Eu estou na turma de mestrado mesmo. As disciplinas, assignments, apresentações, exames, tudo será absolutamente igual, farei junto com a galera do mestrado. A única diferença é que após o semestre II o meu compromisso com a universidade chega ao fim. O pessoal do mestrado fica pro semestre III por mais alguns meses pra entregar a tese final, a dissertação.

Então foi uma surpresa ver a professora (e diretora do curso) falando do MA (masters) aqui e ali.... gente! Onde é que fui me meter? Risos.

Resenha: brunch no Bibi's Café

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Há alguns meses eu tava doida pra comer uma coisa gostosa no domingo. Às vezes eu e R. fazemos um Irish breakfast, mas queríamos algo novo e diferente. Parti pro google pra pesquisar bons lugares e dei de cara com uma lista linda, mas que tinha uns lugares meio carinhos. Além disso, resolvemos ir em algum que fosse mais perto de casa e mais fácil de estacionar.

O Bibi's é um café super charmosinho e escondido no meio de uma região super residencial (mas bem próxima da Camdem Street). Eles tem o menu bem versátil, que muda com frequência - o que eu particularmente acho muito bacana porque dá pra ir várias vezes sem enjoar, né?

Chegamos quase às duas da tarde e tinha uma espera de 20 minutos - demos uma volta no quarteirão e quando menos percebemos, nos ligaram pra avisar que a mesa já estava disponível. Os funcionários foram todos muito simpáticos e apesar do lugar estar cheio, o atendimento foi relativamente rápido.

Pedimos um chocolate quente (feito com chocolate derretido - yum yum), que custava o mesmo preço de outros chocolates em outros cafés (3 euros), mas achei a xícara pequena.


Curso superior na Irlanda - por onde começar?

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Na teoria não é muito difícil se matricular num curso superior (pós-graduação e mestrado) aqui na Irlanda. O processo comigo foi relativamente rápido e eu vou explicar aqui o que rolou em cada fase do processo.



FASE I: A INSCRIÇÃO

A primeira coisa é fazer a inscrição no site. No meu caso, a UCD oferece todo o processo de application online e além de dados pessoais e acadêmicos, você deve também fazer o upload de toda a sua documentação - certificados, diplomas, históricos - tanto originais como as traduções. Como tanto a minha faculdade como pós-graduação são reconhecidas na Irlanda (eu já tinha me informado  pelo site do QQI, que é responsável pelo reconhecimento de diplomas estrangeiros por aqui), não precisei de nada além disso. Tem que também falar sobre sua experiência profissional detalhadamente.

No caso do meu curso em específico, eles exigiam algumas outras coisas:

  • Algum tipo de qualificação prévia em English teaching
  • Um mínimo de 2 anos de experiência em sala de aula (na Irlanda ou no exterior)
  • Um diploma de bacharel ou licenciatura
  • Uma nota mínima de 7 no IELTS

Blog Day (atrasado, mas tá valendo)

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Eu sabia que vários blogs estavam fazendo um post por dia no mês de agosto mas tinha esquecido completamente que dia 31 foi o Blog Day!

Eu tive blog na adolescência por algum tempo e retomei a ideia em 2012, um pouco antes de vir pra Irlanda. Em outubro serão 3 anos do Barbaridades no ar, com quase 600 posts publicados e muitas histórias pra contar.

Acompanho vários blogs "pequenos" e "grandes" e percebo essa tendência de vários blogs só serem blogs com um intuito financeiro por trás. Não somos burros, a gente percebe quando o blog é feito com carinho e amor e quando ele é uma desculpa pra ser famoso na internet ou coisa parecida.

Pra mim, ter um blog é ter uma oportunidade de compartilhar minhas experiências, de registrar minhas aventuras e pensamentos, mas principalmente, poder conhecer gente. Através do blog (e não só desse, o Barbaridades, mas também do blog que tive na adolescência) conheci (virtual e pessoalmente) muita gente legal (e fiz amigos pra vida toda!), aprendi sobre diversos assuntos, pude participar da vida de outros. Eu adoro ter um blog e espero nunca parar.

O Rotaroots (aquele grupo de blogueiros super bacana!) realizou um tributo ao Blog Day e sugeriram uma postagem coletiva pra marcar a data! Como eu não participei ano passado, deixo aqui a minha contribuição (um pouco adaptada do original, mas beleza):

  • 3 blogs que não saem do meu feed

Andanças por Bristol, Inglaterra - parte II

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(continuação do post anterior)

-  Street Art

Bristol é famosa por ter muita street art - não coincidentemente o artista Banksy é de lá! Eu dei bobeira e não tirei nenhuma foto de artes dele, mas tudo bem. Andamos por algumas ruas com vários exemplos de arte, tanto em muros como em prédios. Nas lojas de souvenirs havia diversos livros e fotos desse tipo de arte por Bristol. Como não sou muito fã, não dei muita bola, mas acredito que seja um prato cheio pra quem curte street art.


Andanças por Bristol, Inglaterra - parte I

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Eu ainda tinha uma semana de férias pra tirar esse ano e junto com o R. conseguimos bolar um plano que unisse nossos dias disponíveis + passeios baratos + visitar amigos: o resultado foi Bristol, onde um dos amigos do R. mora e cidade que abriga um festival de balões todo ano, em agosto.

Eu já sabia desse festival desde a época que estava vindo pra Irlanda, quando pesquisei sobre o passeio de balão na Turquia (pra quem não sabe, vim de São Paulo e parei em Istambul por 4 dias antes de seguir pra Dublin). Como não daria pra fazer o passeio na Capadócia, pensei que morando na Irlanda seria mais fácil andar de balão em Bristol, já que é um vôo que dura tipo 40 minutos de Dublin e costuma ser baratinho.

No entanto, passeios de balão não são nada baratos (estamos falando de mais de 200 euros por pessoa, ok?). Sendo assim, tanto R. como eu nos contentaríamos em pelo menos ver os balões de perto, sua "decolagem" e tudo mais. Juntou o fato de que poderíamos nos hospedar na casa do N. e pronto: fomos pra Bristol por dois dias.

Bristol é uma cidade de pouco mais de 400 mil habitantes e é a 6ª cidade mais populosa da Inglaterra. Não há muitas atrações turísticas por ali e no fim das contas nós pegamos leve: visitamos o que deu, andamos tranquilos pelas ruas (e gente, cidade com mais ladeira que essa só Lisboa mesmo, o negócio foi foda!), comemos e batemos muito papo. Foi um tipo de viagem mais tranquila, sem prazos, sem correria. Sendo assim, vou só listar as atividades que fizemos pela cidade de maneira mais geral (e também, claaaaaro, falar das comidas que provamos por lá - tivemos muita sorte com os restaurantes!):

Um novo capítulo na minha vida irlandesa

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Em abril de 2015, menos de um mês após ter renovado o meu visto de estudante aqui na Irlanda, minha escola fechou.

Não foi só exclusividade dela, claro - desde o ano passado foram mais de uma dezena de escolas fechadas por diversos motivos: má administração, má fé dos donos, intervenção da imigração, etc, etc.

A verdade é que eu sempre soube que a MEC não era a melhor escola do pedaço - inclusive fiz diversos posts que falam sobre a qualidade duvidosa das aulas. Mas percebi, principalmente no final de 2014 e começo de 2015, um esforço da equipe em melhorar diversos aspectos - mudaram a escola pra um prédio melhor que pudesse abrigar mais alunos e que oferecia uma infra muito melhor; alguns professores até pareciam ou fingiam muito bem que preparavam aula e assim por diante. Renovei com eles por uma questão de praticidade: a minha frequência estava em 70 e poucos % e se eu mudasse de escola, seria difícil conseguir renovar com menos da frequência recomendada, que é de 85%.

Paguei os mil euros do curso e renovei meu visto sem nenhum problema e nenhum tipo de pergunta.

Quando voltei das férias no Brasil comecei a acompanhar notícias de que os professores estavam protestando por falta de pagamento e os boatos de que a escola fecharia espalhavam rapidamente pelos fóruns e sites de intercâmbio na Irlanda. E não muito tempo depois o que eu já desconfiava aconteceu: a escola fechou as portas, deixando dezenas de professores e funcionários sem pagamento e centenas de alunos sem aula - além de terem perdido seu dinheiro também.

Cinemateca #8 - filmes latino-americanos

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Cinemateca edição número 8 na área e ganhamos uma participante! A Aline, do Nuviando.

O tema desse mês era filmes latino-americanos e sem querer eu acabei vendo um filme que se encaixava.



É que um dia desses, não sei porquê, lembrei que queria muito ver o tal do "Relatos Selvagens". Na época do lançamento todo mundo na minha timeline do facebook viu o filme e falou maravilhas dele. Eu fiquei a ver navios aqui na Irlanda, já que não há uma demanda aqui por filmes argentinos, né? O jeito foi esperar pra poder baixar na internet. Eu sei que é ilegal, mas se eu pudesse ter pago pra ver esse filme, eu juro que teria pago!

Desculpas à parte, baixei o filme e vi com o R. e só depois lembrei que o tema desse mês era filmes latino-americanos, então meu subconsciente ajudou bastante! :)

Resenha: musical "Once" no Olympia Theater

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Quando meu irmão chegou em casa super animado contando de um filme irlandês que ele viu num cinema da Paulista, eu jamais imaginaria que um dia seria fã do filme, muito menos que estaria morando na cidade onde ele foi idealizado e gravado anos depois.

A verdade é que eu adoro musicais, e Once é um daqueles musicais de encher o coração, de mexer com a gente de verdade - seja pela sua simplicidade, pelo talento dos músicos, pelas letras melancólicas.

Já vi o filme dezenas de vezes (e já falei dele aqui no blog!) e quase surtei quando vi em diversos outdoors pela cidade que o musical estaria por aqui no verão.

R. não é muito fã de musicais, mas gostou do filme Once e por isso não hesitou em ir comigo. Queríamos ter comprado ingressos pra estréia que foi dia 4/julho mas quando fomos comprar, já não tinha mais. Tudo bem, porque conseguimos bons lugares pro domingo dia 5!


Alunos brasileiros vs alunos europeus

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Já quero começar dizendo que esse post é totalmente pessoal, baseado nas minhas experiências como professora e que posso estar falando muita besteira - não tome nada do que falarei aqui como verdade absoluta, afinal de contas, estaremos falando de pessoas e pessoas são sempre diferentes e causam impressões diferentes, né?

Eu dou aula de inglês desde os 17 anos e até os 27 só havia dado aula pra brasileiros. Foram diversas escolas (pequenas, de bairro; grandes franquias; alunos particulares) e alunos de várias faixas-etárias, sexo e regiões diferentes de São Paulo.

Aqui em Dublin tive a oportunidade de trabalhar com adolescentes (de 11 aos 17) espanhóis, franceses, italianos, alemães e russos por apenas dois meses. Logo, já dá pra ver que tenho um "conhecimento" muito maior do perfil do aluno brasileiro do que o de alunos de diferentes países na Europa. Mesmo assim, não quero perder a oportunidade de registrar uma comparação entre eles já que comparações foram inevitáveis pra mim.


Adolescentes por adolescentes


Pude finalmente concluir que adolescentes são adolescentes em qualquer lugar do mundo (ou pelo menos no mundo ocidental). Eles podem ser "rebeldes", desrespeitosos, desinteressados e em alguns (poucos) casos, jovens actually interessados em aprender e em compartilhar. Trabalhar com essa faixa-etária não é pra qualquer um e demanda muita firmeza, calma e um pouco de "foda-se", já que você vai ter que fingir que não está vendo e ouvindo certas coisas.

Como foi ser ~teacher~ na Irlanda nesse verão?

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Pra quem lê o blog já deve ter visto um ou outro post onde comento sobre um emprego que consegui no verão: professora de inglês numa escola que tem como foco adolescentes europeus que vem estudar por curtos períodos de tempo aqui na Irlanda. Eu tô devendo vários posts sobre essa experiência e sobre os alunos de maneira geral também, eu sei. Mas é que em minha defesa, esse negócio de trabalhar de manhã, de tarde e ser dona-de-casa à noite não é nada legal. Nunca estive tão cansada e no fim de julho qualquer coisa me fazia chorar.

O que era pra ser só um contrato de 4 semanas dobrou e me pediram pra trabalhar em Agosto também. Por conta disso, continuei super ocupada mas tive uma folga pois já tinha férias programadas pra segunda semana do mês (Bristol, Cardiff, Kerry e Waterford - ainda contarei tudo por aqui!). Sendo assim, hoje foi meu último dia lá na escola, já que não poderei trabalhar semana que vem por outros motivos (que logo contarei aqui também!) - ui, essa Bárbara tá cheia de segredos!

A verdade é que voltar à sala de aula depois de mais de dois anos longe dela foi muito estranho. E gostoso. E overwhelming. Sempre dá aquele frio na barriga e depois de alguns dias você já se sente à vontade, mas estar num emprego novo, num lugar diferente, altera um pouco esse "sentir-se à vontade": você não conhece direito seus colegas de trabalho, seu chefe, os procedimentos da escola, a papelada, etc, etc, etc. Sabe quando você fica igual barata tonta meio perdida sem saber o que fazer? Pois é.

Passados os primeiros dias, comecei a me sentir um pouco mais segura e confortável, o que não significa inteiramente feliz: é complicado trabalhar com adolescentes. Muito complicado. E nesse caso, adolescentes que estão de férias da escola e vieram passar uma temporada com amigos longe dos pais "aprendendo inglês" - você acha MESMO que eles querem aprender inglês?

Kinsale, uma cidadezinha fofa em Cork

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Eu já tinha dado uma voltinha em Kinsale em 2013, quando passamos um dia em Nohoval Cove - no entanto, por causa do horário, só almoçamos e não consegui ver muito da cidade nem do que ela tem a oferecer. Foi quando em junho deste ano, num final de semana que passamos em Cork, resolvemos fazer uma parada por lá pra aproveitar melhor.

Kinsale é simplesmente uma gracinha. E bomba no verão, justamente porque quem mora por ali quer curtir as praias, as lojinhas e os restaurantes locais!

Nossa primeira parada foi no Charles Fort, um forte que fica no porto da cidade. Ele foi construído entre 1670 e 1680 e tem o desenho de uma estrela - design que tenta prevenir ataques por canhões. Ele foi desenhado pelo mesmo cara que fez o Royal Hospital em Kilmainham, aqui em Dublin (local onde fica o Museu de Arte Moderna).




[livros] Conhecendo melhor o meu Brasil

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Quando fui ao Brasil este ano acabei passeando (como sempre) pela Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Não que não tenha livrarias legais aqui em Dublin, mas eu tenho um carinho especial por aquela livraria porque sempre comprei muito livro por lá! Já cheguei a ficar hooooras andando e admirando o lugar!

Estava lá com o R. procurando livros de português para estrangeiros quando lembrei, do nada, de um título que eu já tinha ouvido falar - "Guia politicamente incorreto da história do Brasil". Já que estava lá e o livro provavelmente não seria muito caro, acabei comprando.

Li o bichinho em praticamente duas sentadas, já que a leitura dele é muito agradável, simples e divertida. Sabe quando você se pega rindo ou sorrindo quando tá lendo alguma coisa? O autor procura desmistificar certos personagens da história brasileira, como a de que Santos Dumont não teria mesmo inventado o avião ou que Zumbi dos Palmares na verdade tinha escravos.

A própria descrição do livro é a seguinte:

Existe um esquema tão repetido para contar a história do Brasil, que basta misturar chavões, mudar datas ou nomes, e pronto. Você já pode passar em qualquer prova de história na escola. Nesse livro, o jornalista Leandro Narloch prefere adotar uma postura diferente – que vai além dos mocinhos e bandidos tão conhecidos. Ele mesmo, logo no prefácio, avisa ao leitor: “Este livro não quer ser um falso estudo acadêmico, como o daqueles estudiosos, e sim uma provocação. Uma pequena coletânea de pesquisas históricas sérias, irritantes e desagradáveis, escolhidas com o objetivo de enfurecer um bom número de cidadãos.” É verdade: esse guia enfurecerá muitas pessoas. Porém, é também verdade que a história, assim, fica muito mais interessante e saborosa para quem a lê.


Resenha: restaurante Indie Spice

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Dia 12 de junho foi Dia dos Namorados do Brasil, mas como eu adoro ter uma desculpa pra ter um dia romântico com R., decidimos comemorar esse ano com presente e tudo que temos direito. A ideia era sair pra jantar na noite de sexta-feira, fazer alguma coisa diferente.

Como tínhamos ido num restaurante de comida mais "tradicional" há não muito tempo atrás, estávamos meio na dúvida de onde ir. Foi quando li um post da Nivea comentando que ela havia saído pra jantar com o marido "no melhor indiano da cidade". Fiquei curiosíssima, já que tanto eu como o R. adoramos comida indiana. Pedi mais detalhes e reservamos a mesa pro Indie Spice.

Gente! Gente! O restaurante tem uma decoração muito legal e é bem iluminado (prefiro, particularmente, as luzes mais baixas, mas ok). A música que tocava era bem pop e atual (nada de música indiana!) e os garçons extremamente simpáticos e solícitos. Super fofos mesmo!

Além do menu principal, há um menu promocional de entrada + sobremesa por 17 euros (preço excelente, já que geralmente você paga em torno de 15 só pelo prato principal).

Roacutan: minha experiência (4 meses)

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Voltando aqui pra falar sobre a continuação da minha saga Roacutan...

Só pra refrescar a memória: estou tomando esse remédio por conta da minha acne persistente. Já tinha tentando vários métodos, pomadas, cremes e remédios e nada tinha dado cabo das minhas espinhas. Foi quando uma dermatologista aqui na Irlanda disse que eu poderia tomar Roacutan pra acabar de vez com o problema.

Nos dois primeiros meses tive muita dor no corpo e a secura da boca era bem forte, mas nada que me tirou o sono nem nada. Principalmente porque minha pele já demonstrava melhora.

No fim do terceiro mês eu não aguentava mais as dores de cabeça diárias e também a dor nas costas. Pedi pra dermatologista diminuir a minha dosagem - de 60mg por dia pra 40mg (apenas duas cápsulas). Isso desencadeou numa melhora dos meus efeitos colaterais e também do bolso, já que eu passei a gastar em torno de 20 euros a menos por mês, já que teria que comprar menos remédio.


O verdadeiro interior

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Pra quem não sabe, o meu namorado é irlandês. Ele é de Cork, mas tem família em outros lugares da Irlanda também, sendo um deles o condado de Mayo.

Desde que nos conhecemos ele comenta que gostaria muito de me levar pra lá, já que ali era de fato o interior do país: casas no meio do nada, cidadezinhas minúsculas, aquela coisa toda. Acabou que nunca deu pra gente ir, mas no feriado que teve em junho acabamos unindo o útil ao agradável e fomos visitar alguns familiares dele em Newport.

Primeiro que o dia já começou beeeeeem miserable. Nós estávamos em Galway quando começamos a jornada até Mayo e cara, que desgraceira. Primeiro que a estrada não é uma estrada bonitinha, highway. Tipo, não é estrada de terra, mas não é um luxo: elas são estreitas e cheias de curvas, o que sempre me dá uma certa tensão, mesmo eu não sendo a motorista. Depois, como eu mencionei, o clima: bucketing rain, pra usar uma expressão bem irlandesa. Tava chovendo muito, chovendo forte, como há tempos eu não via. 

R. tava até meio "feliz" em poder me mostrar a verdadeira Irlanda, a Irlanda da qual ele se lembrava na infância quando ia pra Mayo...

Quase duas horas depois, chegamos. Mas o impacto de estar numa cidadezinha tão pequena não foi tão grande pelo simples fato deu já ter ido pra muita cidadezinha pequena por aqui. Então essa coisa da cidade com uma igreja, um banco, uma loja já não é novidade, sabe? Mesmo assim, eu ainda fico me perguntando como seria nascer e crescer num lugar assim tão menor comparado à megalópole de onde eu vim.

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