Máquina do tempo

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Ontem, pra distrair a cabeça em meio à tantos assignments da faculdade, me deparei pesquisando sobre os blogs que eu já tive pela internet afora... na verdade, o blog que mantive de 2004 à 2006 está fora do ar. Porém, existem maneiras de recuperar informações de sites que existiram na internet (gente, às vezes a internet dá medo) e eu acabei encontrando algumas preciosidades.

Vi um post que escrevi um junho de 2004 e confesso que me deu um aperto no coração. Já faz mais de 10 anos que escrevi isso?


Como é que num espaço de pouco mais de 10 anos a gente pode mudar tanto, né? Quer dizer... nessa época eu tinha 16 anos e era cheia de sonhos. Não que eu não tenha sonhos agora - tenho muitos! - mas acho que agora, depois de já ter uma certa vivência, eu consigo sonhar um pouco mais com os pés no chão. A vida acaba fazendo a gente ser um pouco menos sonhador, mais realista, mas mesmo assim, eu ainda gosto muito de sonhar.

Eu tinha essa ideia meio boba de fazer Cinema porque eu gostava muito de cinema. Mas a vida é tão foda, o universo funciona de maneiras tão misteriosas que eu acabei fazendo Rádio e TV. Não cheguei a trabalhar na área, mas eu vivi e aprendi tanta coisa naqueles quatro anos que não me arrependo nenhum segundo dos muitos mais de 20 mil reais que gastei naquele curso. Aliás, grandes amigos foram feitos e inclusive uma das minhas melhores amigas saiu de lá!

Mesmo tendo cursado Comunicação Social, eu sempre fui professora de inglês, uma área que eu cogitava em seguir ainda mais nova do que quando tinha 16 anos. Vou contar uma historinha por aqui:

Eu devia ter uns 14 anos, tava no nível FCE da Cultura Inglesa (na época, eu era aluna na unidade de Santana). Um dia tivemos uma atividade que simulava o speaking test do FCE e uma das perguntas que tive que responder era o que eu gostaria de exercer como profissão no futuro. Lembro de ter dito que queria ser professora de inglês e a professora, ao ouvir minha resposta, sorriu e disse que eu tinha muitas chances, que eu tinha futuro, essas coisas. Eu acreditei desacreditando, porque a gente sabe que às vezes os professores falam coisas pra motivar os alunos, mas no fundo no fundo, eu senti sinceridade no comentário, igual à esses comentários que apareceram no meu post de 2004.

Pois bem. Anos depois - especificamente em 2012 - eu já trabalhava na Cultura e tive que participar de um processo de mentoring, onde éramos acompanhados praticamente toda semana por um professor mais experiente que dava dicas de preparação de aula, orientação, observava nossas aulas e dava feedback, etc. E quem foi a minha mentor nesse processo? Exatamente, a A.P., aquela professora de anos e anos atrás.

Ela lembrava de mim e ficou toda boba e orgulhosa ao ver que sim, eu tinha me tornado professora.

Tudo isso pra dizer que às vezes, um comentário de um professor que a gente admira e respeita vale muito, muito mesmo. E que sim, eu tava desesperada 'pra ser alguém na vida', mas acho que o 'alguém na vida' que eu idealizava não é o 'alguém na vida' que eu idealizo hoje: não tenho bens materiais nem um trabalho que me deixe rica, mas ter me mudado pra Irlanda, desse jeito meio temporário que vai virando permanente, mudou tanto a minha vida, os meus conceitos e antigas crenças e me proporciona tantas oportunidades que eu jamais imaginei ter na vida que pra mim, hoje eu sou muito mais do que a Bárbara de 2004 achava que a Bárbara do futuro seria.

Às vezes é muito bom poder voltar no tempo, não é mesmo? E esse post cai como uma luva nesse primeiro de dezembro, o meu dia!
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