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Sobre aprender irlandês (gaélico)

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Já faz um tempo que eu tava a fim de começar a aprender uma língua nova. Amo adquirir conhecimento, e pra mim é um prazer imenso aprender palavras novas, sons novos, estruturas novas. Acho que aprender uma língua é muito mais do que só aprender palavras na verdade, e me abre a cabeça de forma inigualável a qualquer outra coisa.

Tem gente que, pra manter a saúde mental, gosta de ler, de fazer exercício físico, de cozinhar. O meu negócio é aprender.

E aí que tendo estudado espanhol por uns 2 anos num passado longínquo e estar aprendendo italiano há uns 10, eu senti a vontade de começar algo novo, uma língua que me trouxesse desafios, que me tirasse da zona de conforto. Na verdade, necessidade de aprender uma língua nova ou uma língua assim, não tenho. Mas é isso, eu queria mesmo testar meus limites.

Fonte

Pan ou pen?

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Me lembro que uma das coisas mais difíceis de ensinar, como professora de inglês, eram as tais long e short vowels. É uma diferença muito sutil de pronúncia que sempre deixa os alunos em dúvida - o tal do sheep ou ship, been ou bean, etc.

Bom, um outro exemplo, e pra mim o mais foda, é a diferença de pronúncia de men e man. Porque no meu ~sotaque americano~, essas palavras soam igual. Quer dizer, eu sei que elas não são iguais, inclusive dá pra ouvir bem nesse vídeo aqui. A transcrição fonética de MAN é /mæn/, enquanto a de MEN é /mɛn/. Só que em outros sotaques a diferença é mais audível - no britânico é bem fácil de perceber, ó: [man] e [men].

Aí que veja você: outro dia tava cozinhando com o R. e disse que precisava de uma panela. Ele olhou pra mim com uma cara de espanto e me questionou o porquê. Ora, e não estávamos cozinhando?!! Segue o diálogo:


O inglês é maior que eu

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Dizem que quanto mais línguas você fala, mais fácil aprender outras. De fato, eu acreditava nessa teoria porque obviamente você associa vocabulário facilmente, faz comparações com a gramática, enfim, tem mais bagagem pra segurar bem o idioma novo, né? Infelizmente, tô começando a achar que isso é tudo mentira, porque pra mim tá dando tela azul!


Explico: estudo inglês desde os 10 anos de idade e dou aula desde os 17, ou seja: mais de 15 anos falando inglês e quase 10 em sala de aula - é bastante convivência com o idioma. Enquanto isso, estudei espanhol por 2 anos praticamente interruptos e estudava, fazia exercícios de gramática, ouvia música, etc. Aí fiz aulas de italiano em escola por 1 ano e estudei muito sozinha, bem mais do que qualquer outro idioma.

O que acontece é que eu misturo o espanhol com o italiano, quando na verdade queria era estar falando inglês.

Quando morar fora não faz nada pelo seu inglês

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Quantas e quantas vezes, em todos esses anos como professora de inglês, ouvi de colegas, chefes e alunos que o negócio era morar fora? Que a pessoa só ficava fluente depois de passar um tempo em outro país? Que fazer "cursinho" em escola de idiomas não era a solução pro problema de falar inglês?

São tantas besteiras que vão sendo propagadas sem ninguém saber de fato o que é real e o que não é que me dá até desgosto de trabalhar com isso às vezes. É conversa em sala dos professores, é você ouvir de alunos NA SUA CARA que depois do cuso ele vai "pra fora" pra melhorar o idioma... Mas eu sou brasileira e não desisto nunca. Não desisto de tentar fazer as pessoas entenderem que não, morar fora pode não fazer absolutamente nada pelo seu inglês.

E se antes poderia parecer inveja da minha parte porque eu nunca tinha morado fora (sim, já ouvi esse argumento!), depois de 1 ano e 4 meses de Irlanda posso garantir que vi com meus próprios olhos. Chega a ser constrangedor em alguns casos; em outros me dá até dó.

Mas vamos devagar. Primeiramente, o que é ser fluente?

Instrução, modelos e repetição

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Eu sou professora de inglês desde os 17 anos de idade e já participei de inúmeros treinamentos. Sério, não consigo nem contabilizar porque foram muitos meeeesmo. E sobre todo tipo de assunto relacionado ao ensino de língua que você possa imaginar.

Quando eu trabalhava na Cultura sempre rolava treinamento e coaching (alguns professores eram "acompanhados" semanalmente por outro professor mais experiente ou do departamento acadêmico a fim de melhorar suas aulas e tal) e sempre rolava um papo que eu já tava cansada de ouvir: instrução, modelos e repetição. Eu não aguentava mais ouvir esses termos ou seus sinônimos, por mais que eu acreditasse neles - era bem aquela coisa "ahhh meu, já sei disso, já sei, não quero mais ouvir falar!!!".

Só que só agora, na pele de aluna (de básico 1 de alemão) eu vejo ali na minha frente o quão certeiro é esse tal "mantra".

Sehr interessant und lustig

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O povo adora falar que alemão é difícil, que isso é que aquilo, mas nunca ouvi ninguém focando nas coisas legais do idioma. Tipo, tudo na vida tem um lado bom e ruim, né? Eu sei que alemão é uma língua difícil pra caralho que pode apresentar dificuldades para quem se propõe a aprendê-la, mas eu vou vendo tudo de forma positiva. 

A começar por uma coisa não relacionada à língua em si, mas à atitude: eu não preciso aprender alemão. Não estou fazendo aula porque precisarei falar o idioma no emprego, não estudo porque vou precisar morar na Alemanha, nada disso. Estudo porque eu achei que seria legal e acrescentaria pro meu currículo pessoal. Só esse primeiro passo já tira um puta peso e pressão de mim. Eu lembro de alunos que claramente sofriam com pressões internas e externas de ter que aprender inglês o mais rápido possível ("teacher, em quanto tempo você acha que dá pra ser fluente?"). Isso acaba dificultando muito o aprendizado. 

Chutei o balde e resolvi voltar a estudar italiano

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Um dia desses, não sei como, encontrei um site de um irlandês que se jogou no mundo e resolvi aprender diversos idiomas da maneira mais prática e um pouco auto-didata possível. Lembro que passei hooooras lendo os artigos dele no site (o cara escreve super bem) lendo a história dele com idiomas e as técnicas que ele usa pra aprender rápido. Ele cita em alguns posts vários sistemas que eu mesma utilizei quando estudava italiano sozinha: livros, sites, aplicativos, áudio-livros, etc.

Em termos de áudio-livros, gosto muito do Pimsleur mas ele é um pouco repetitivo e me cansa um pouco, pelo menos com o italiano, que é uma língua com sons muito fáceis de pronunciar - principalmente pra nós brasileiros. Acho que ele funciona mais pra quem tem dificuldade com pronúncia e memorização de frases prontas, tipo fazer pedido em restaurante, falar ao telefone, etc. 

Tem um outro método nesse estilo, que o Assimil,  um livro com diálogos em duas línguas - no caso o meu era em inglês e italiano. A ideia é que você aprenda a língua no contexto, como ela é realmente usada no dia-a-dia - há um cd com o áudio pra que você possa ouvir os diálogos e praticar. Acho um sistema bem legal, usei ele por um tempo, mas como o livro era meio pesadinho, não trouxe ele pra Irlanda. 


16 horas de alemão

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Semana passada foi a última aula do curso promocional de alemão, que teve duração de 16 horas. As duas últimas aulas foram ok, já relevei o fato da professora se embananar na hora de mandar a gente repetir as coisas ou não, dela jogar as coisas totalmente fora de contexto, de não dar modelos de prática suficientes, etc. 

Mas nada disso me irrita tanto quanto uma italiana que tem na turma. Puta que pariu, ela interrompe as pessoas, pergunta coisa que a professora acabou de falar, fica de risadinha com uma amiga dela na turma... Que raiva! Lembro que ficava incomodada com alunos assim quando eu dava aula, mas como professora eu conseguia cortar algumas coisas de maneira sutil - outras nem tanto, eu dependia da coragem de alunos mais "ousados" pra reclamar com o aluno "sem noção", mas eu como aluna não consigo reclamar. 

E como anda o alemão?

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Como já comentei aqui no blog, estou fazendo um curso de alemão com duração de 8 semanas. Tenho noção que 8 semanas são só pra fazer uma apresentação do básico do básico, mas tá sendo inevitável ficar intrigada e interessada por essa língua que nunca quis ou imaginei aprender. No entanto, apesar de toda a minha curiosidade e boa vontade, foi difícil acompanhar as primeiras aulas. Parecia que eu tava observando a aula da professora e após o término daria um feedback - situação pela qual passei diversas e diversas vezes nesses quase 10 anos (caramba, 10?!!!) como professora de inglês.

A quarta aula, por exemplo, foi desanimadora. Dá pra ver que a professora prepara as aulas, mas se atrapalha muito no delivery, no passar as instruções, sabe? 

Mesmo assim, tenho seguido firme, estudado em casa, lendo as frases em voz alta, estudando com aplicativos no celular, praticando com o R. 

A quinta aula pra mim foi a melhor. A professora fez mais atividades em duplas e eu me senti mais confortável em "falar alemão" com minha colega do que ler em voz alta pra sala inteira, como a professora sempre pede. Revisamos vocabulário (adjetivos tipo alto e baixo, bonito e feio, caro e barato, etc) e fizemos um exercício de leitura que por ter sido um pouco mais difícil, acabou sendo desafiador e interessante, pelo menos pra mim. 

Professor tem que ser professor de verdade

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O meu post sobre professores nativos e não-nativos teve muitas visualizações e repercutiu um pouco na sessão de comentários e no meu facebook também. Por isso, resolvi escrever sobre uma coisa que acabei deixando meio de lado no primeiro post e que faz toda a diferença no que diz respeito ao ensino de línguas: ter aptidão e "talento" pra ensinar. 

Não importa se o professor é nativo ou não, não importa se tem mil qualificações ou só uma. Se ele/ela não tem o jeito pra coisa, não vai rolar. Ora, quantos professores você já teve (tanto na escola como em cursos livres ou faculdade) que tinham um puta currículo mas uma aula de merda? Desculpa usar esse termo, "de merda", mas não é a verdade? 

Professores mestres, doutores, com pós-doutorados internacionais e uma aulinha medíocre. Professores com o básico de formação com aulas incríveis. O fato é que, sim, ter habilitações e boa formação dá credibilidade e conhecimento ao professor - não quero ter aula de matemática com uma pessoa que não seja formada em matemática, sabe? É o mínimo. Agora, ser formado em matemática não significa que a aula dessa pessoa será boa, sabe? Não funciona assim.


Professores nativos ou não-nativos: o que é melhor?

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Eu tava pensando nesse assunto umas semanas atrás, depois de ter feito minha primeira aula de alemão. Na verdade, sempre penso e falo sobre isso com amigos... Qual a diferença de ter aula com um professor nativo e um não-nativo no idioma que ele ensina?

Primeiro quero deixar claro que, talvez inconscientemente, eu defenda o não-nativo por ser brasileira e dar aula de inglês, mas o fato é que depois de quase 10 anos como professora (gente, tudo isso?!), de
conhecer muita gente na área e de ver professores nativos em ação aqui na Irlanda, não tem como não defender a minha classe. 

Já começa por um pequeno detalhe que faz uma puta diferença: geralmente o professor nativo não estudou pra ser professor. Ele trabalha com qualquer outra coisa e resolveu dar aula (seja em seu país de origem ou fora) pra ganhar uma graninha a mais. Eu disse geralmente porque sim, existem professores que estudaram pra exercer essa profissão. 

Alemão: cedo demais pra falar que tô amando?

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Comecei a estudar alemão há duas semanas e tô me divertindo bastante, apesar de tanto a segunda como a terceira aulas terem sido bem medianas, bem regulares. Eu entendo que é um curso bem introdutório, de 8 semanas, mas mesmo assim, vejo muitas falhas no delivery da professora. Em nenhum momento duvido da capacidade linguística dela, mas gente, a aula é bem mais ou menos. 

Acho que o que mais me incomoda é impessoalidade e a falta de repetição. Eu lembro que quando dava aula pra níveis básicos, repetia as coisas milhares de vezes e fazia os alunos repetirem de diversas formas: em grupo, em pares, prática de diálogos, dinâmicas, enfim, muita coisa, tudo com o intuito de ajudar o aluno na pronúncia. A professora até fez a gente repetir um pouco mais, mas se atrapalhava na instrução e nos comandos. Uma coisa que aprendi quando trabalhava na Fisk é dar instruções bem claras de repetição - ao invés de simplesmente um "everybody", a gente sempre dizia "let's repeat" ou "listen and repeat". Parece um detalhe bobo, mas faz muita diferença pro aluno iniciante. E ela não faz a gente repetir incansavelmente, aí fico insegura, achando que tá todo mundo sabendo pronunciar, menos eu!

Alemão, nossa história de amor começa aqui

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Eu nunca odiei alemão mas também nunca amei. Interessada por idiomas sempre fui, mas acabei sendo atraída pela sensualidade do espanhol, pelo romantismo do italiano, nunca pela dureza do alemão. 

Mesmo assim, eu sempre soube uma ou outra palavrinha porque meu irmão estudou alemão por muito tempo e me falava alguma coisas. O R. também fala e sempre me ensina uma coisa ou outra. 

Aí um dia desses o R. viu uma promoção no Groupon pra cursos de idiomas. Fiquei animada em dar continuidade aos meus estudos de italiano mas a escola só oferecia a promoção pra alunos iniciantes. Sendo assim, resolvi arriscar no alemão. Seria uma forma de aprender algo novo e ocupar a cabeça durante a semana. 



Laura, Harry, a internet e eu

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Eu já comentei aqiu no blog do quanto gosto de italiano nesse e nesse post.

A paixão continua viva, viu?

Ainda mais porque em dezembro vou ver a minha cantora preferida abrindo a turnê em comemoração aos 20 anos de carreira em Roma.

Deixa eu ler essa frase de novo e tentar acreditar nela.

Sim, é isso mesmo: eu vou ver o show de abertura da turnê da Laura Pausini em Roma em dezembro. Melhor presente de aniversário que pude me dar. É maravilhoso e inacreditável!

Estive nos shows da Laura em São Paulo em 2009 e em 2012. No último, tive a sorte de estar bem mais perto do palco e ao lado do corredor, onde Laura passou cantando no meio do show:

Laura do meu lado (2012),  e turnês de 2009 e 2012 no Credicard Hall em SP


E já que vou pra Roma... bóra praticar o italiano, porque não quero pagar o mico de falar inglês na Itália... não dá, né?

Sobre a língua irlandesa (ou gaélica, como preferir)

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Aqui na Irlanda existem dois idiomas oficiais: o inglês e o gaélico (chamado também de irlandês).

O Irlandês é língua indo-européia considerada uma das línguas oficiais da União Européia.

Pra resumir: as pessoas falavam irlandês. Os ingleses chegaram botando banca, mandaram o irlandês à puta que pariu proibiam o uso de irlandês e lá pelo século 17 a influência do inglês foi aumentando. Mas o que causou a brusca queda do irlandês aqui foi a Grande Fome no século 19, quando a Irlanda perdeu em torno de 25% de sua população por causa de mortes ou emigração - mais ou menos duas milhões de pessoas a menos em território irlandês.

No senso de 2006, 80 mil pessoas disseram usar o irlandês no dia-a-dia. Em 2001, mais de 90 mil pessoas disseram usar o irlandês em seu cotidiano, então os números tem aumentado!

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