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Bicicleta nova, com uma ajudinha do governo irlandês

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Aqui na Irlanda existe um programa chamado Bike to Work Scheme. Ele funciona da seguinte maneira: é um incentivo do governo como modo de encorajar as pessoas a irem pro trabalho de bicicleta. O empregador paga pela bike e equipamentos (num valor total máximo de 1000 euros) e o empregado devolve o valor através de descontos no seu salário – e dependendo do combinado, pode ser feito em até 12 vezes. O empregado não pagará impostos como o PRSI ou o USC, então basicamente, dependendo de quanto você ganha (e quanto de impostos você paga), a bicicleta acaba saindo uns 40 ou 50% mais barata!

Então basicamente você vai à loja (a loja tem que participar do esquema, você consegue achar na internet facilmente), escolhe a bike e equipamentos (capacete, colete, luzes, bomba, etc.) e a loja cria um boleto que vai direto pra sua empresa. A empresa paga esse boleto, você recebe uma notificação da loja e aí pode buscar tudo!

A empresa onde o R. trabalha abre inscrições pra esse programa duas vezes por ano e justamente em junho abriram uma janela de duas semanas pra quem quisesse se beneficiar desse esquema. Muita gente por lá acaba comprando bicicleta para esposas/maridos e filhos, então nós compramos no nome do R. mas a bike era pra mim.

O dia em que caí da bicicleta

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Se você me acompanha há bastante pelo tempo pelo blog, deve ter notado que a frequência de posts caiu bastante. Eu amo postar no blog, e mesmo que tenha poucas visualizações, gosto do meu espacinho na internet, do meu diário virtual. E como comentei nuns posts atrás, minha primeira semana como coordenadora de uma escola de verão foi muito, muito, mas muito estressante mesmo. Então eu não tava muito boa, não tinha inspiração nem tempo nem vontade de fazer nada que não fosse relacionado ao trabalho.

E a verdade é que apesar da segunda semana ter sido um pouquinho melhor, a terceira semana começou ultra estressante. Acordei na segunda um pouco mais cedo do que de costume justamente pra chegar mais cedo na escola pra algum imprevisto, e de fato, assim que desliguei o alarme vi que tinha duas mensagens de professores dizendo que precisariam faltar naquele dia.

Foi um pulo da cama e um berro ''for fuck's sake''. O R. até assustou, já pensou o pior, tadinho. Levantei da cama e já entrei em contato com minha chefe. Enquanto me arrumava pro trabalho, ela ia me mandando números de pessoas que talvez pudessem cobrir. Liguei pra três e nenhum podia. Não tive nem vontade de tomar café. Só peguei a bike e fui pro trabalho correndo - a sorte foi que quando cheguei lá vi uma mensagem da chefe dizendo que tinha arrumado uma pessoa e que ele já tava vindo ao meu encontro. Mesmo assim tive que cobrir uma aula e foi uma mega loucura a manhã toda. À tarde tive que correr atrás do prejuízo e cheguei em casa abalada, cansada, estressada, chateada, todos os ''ada'' que você imaginar.


Minha nova companheira

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(ainda tô no Brasil mas tenho muita coisa pra contar de antes de vir pra cá!)

Pode parecer contradição eu dizer que comprei uma nova bicicleta quando escrevi um post falando sobre os vários problemas que a cidade enfrenta em relação às ciclovias. Inclusive uma amiga até veio comentar comigo que  tava pensando em começar a pedalar, mas que depois do meu post ficou desencorajada.

Mas nããããão, o que eu quis dizer com aquele post é que Dublin tá longe de ser perfeita pros ciclistas. Muito longe, aliás! Mas isso não significa que não dá pra usar a bike como meio de transporte eficiente.

Ainda não seja perfeita, é a melhor opção pra eu, pessoalmente, me locomover por Dublin - ônibus pro meu trabalho não são frequentes e o LUAS é uma longa caminhada (além de longe da escola, me impedindo de ir pro trabalho direto da escola). Dublin Bikes só funciona no centro e portanto está fora de cogitação pra mim. Sendo assim, minha querida bicicleta é o único meio possível pra mim - pelo menos para os trajetos que faço no momento.

Outros posts relacionados:

Eu e ela: um caso de amor

A parte ruim da bicicleta

O melhor da bicicleta


A verdade sobre as bicicletas em Dublin

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Quando eu comecei a pedalar em Dublin, fiquei maravilhada com a facilidade e praticidade de ver várias ciclovias e tanta gente utilizando a bike como meio transporte. E não era pra menos: em São Paulo eu andava de bicicleta uma vez por ano, quando ia ao parque Villa-Lobos e alugava uma bike por 2 horas. Mas mal sabia eu que andar de bicicleta na capital irlandesa não era bem essas mil maravilhas.

A começar pelo problema principal: o clima. Lembro que quando dizia pras pessoas que pedalei no inverno passado ouvi vários "que corajosa!", "nossa, parabéns" e eu não entendia o porquê. Sim, chovia às vezes, ventava bastante, mas nada que me impedisse de pedalar pro trabalho - dava pra contar nos dedos de uma mão os dias em que precisei deixar a bike em casa por causa das condições climáticas.

Só que aí chegou o inverno 2014/15 e pude entender a surpresa das pessoas com a minha "coragem": que difícil pedalar nessa estação esse ano! Não por causa do frio (apesar dos dedos doerem de frio mesmo usando duas luvas), mas porque pedalar na chuva e/ou contra o vento é frustrante, cansativo e perigoso. No início de janeiro cheguei a deixar a bicicleta quase uma semana parada simplesmente porque não dava pra pedalar. E quando achei que o clima tava melhorando, essa semana começou tão windy que abandonei a bicicleta no caminho na segunda, corri pro Stephen's Green e peguei um Luas pro trabalho.

Miserável! Nojento!

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falei no blog como eu acho divertida a reflexão sobre equivalência/diferença de significado de palavras que em tese seriam as mesmas em um outro idioma.

Pro exemplo, você jamais ouviria alguém descrevendo o clima no Brasil como miserável ou nojento, né? Aliás, eu acho nojento uma palavra com um peso muito maior do que a correspondente em inglês, mas deve ser coisa da minha cabeça. É uma coisa de feeling mesmo, sabe?

Citei no título a palavra miserável. Mas por quê? Na verdade miserable em inglês é um "falso" cognato, já que apesar de parecer ter um significado (no caso, miserável), na verdade significa triste. Coloquei entre aspas porque miserable também pode ser traduzido como miserável, mas o primeiro uso da palavra é sempre como triste (e falando em miserable ser triste, apenas https://www.youtube.com/watch?v=TjPhzgxe3L0).

O fato é que aqui na Irlanda, miserable e disgusting são amplamente utilizadas pra descrever o clima - principalmente quando os dias estão assim, cheios de água e vento pra dar e vender. SÉRIO, no meu segundo novembro de Irlanda, o mês se confirma como bastante chuvoso e molhado.

Eu e ela: um caso de amor

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Não, você não leu errado não. Eu a amo, de paixão. Não quero saber de mais nada.

Desculpa R., você também é dono do meu coração, mas ela é tudo, ela é demais. Ela também me faz feliz.

Às vezes ela me dá uma canseira, mas nossos bons momentos compensam qualquer coisa ruim.

Ela me deixa ir pra quase todo lugar, me dá liberdade.

Ela me traz paz e sossego em Dublin.

Ela quase nunca me deixou na mão, é fiel e companheira.

Já sabem de quem tô falando, né?

Dublin não é pequena

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Pedalar por caminhos conhecidos é fácil, quero ver pedalar no desconhecido. Nessas horas, eu queria mesmo era um óculos tecnológico que me mostrasse o caminho tipo um gps na minha cara, porque não tá fácil parar de 5 em 5 minutos pra checar endereço.

Não, e não é só checar endereço não. É pedalar um tempão na rua errada e depois perceber que você tem que voltar, é ficar agoniada com o possível atraso pro compromisso. Mas pelo menos tô conhecendo altas regiões da cidade! Lembro quando cheguei em Dublin: era um tal de checar caminho de ônibus, já que fui pra vários cantos a procura de casa e passei por D4, D5, D3...

Na semana passada eu tinha que estar às 7h30pm em Rathfarnham pra uma entrevista. Nunca tinha ouvido falar no lugar mas aceitei porque preciso de emprego, né? Pesquisei no maps, que me deu um caminho meio difícil, mas eu fui.

O vermelho são as paradas, idas e vindas...

Como se vestir pra chuva

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Quando eu cheguei na Irlanda não tinha capa de chuva, touca, casaco à  prova d'água, nada. No máximo um casaco que não molhava muito e um cachecol pra proteger o cabelo a cabeça. 

As chuvas duraram pouco e logo veio o verão. Com exceção de uns 4 dias de chuva intensa que peguei em julho, não precisei me preocupar muito com equipamento de proteção contra a chuva - quer dizer, depois de tomar chuva nesses 4 dias eu comprei uma capa na Penneys mas ela é muito leve e só serve se só estiver garoandoou se for uma chuvinha rápida - ou como eles dizem, a shower.

O fato é que quando comecei a pedalar passei a me expor muito mais e consequentemente, tomar muito mais chuva e vento na cara. Foi quando decidi investir em alguns itens: galocha e casaco à prova d'água. A galocha que comprei é a de cano curto (adivinha? a de cano longo não serve nem por secreto)  e foi baratinha na Penneys. Ela realmente funciona e só cheguei a molhar um pouco o pé quando peguei chuvas pesadas por muito tempo. 




Aquele que poderia ter sido pior

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Sabe aqueles dias ruins? Pois é, ontem foi um deles. Mas como sou sagitariana otimista, não acho que foi tão ruim assim, podia ter sido muito pior, quer ver?

Acordei atrasada - o alarme tocou às 7h30 mas somehow eu só acordei às 8h. Tudo bem, poderia ter sido pior - É. ainda tava tomando café-da-manhã quando cheguei lá (15 minutos atrasada), então o meu atraso não afetou em nada a rotina matinal deles.

De manhã saí de casa numa garoa fina que em menos de 10 minutos se intensificou. Tomei chuva forte e vento doidão na cara pelos outros 30 minutos de pedaladas até o trabalho. Cheguei seca da cintura pra cima (casaco waterproof, meu novo BFF) mas totalmente molhada da cintura pra baixo. Mas olha só, eu tinha duas meias-calças grossas na mochila e um par de meia limpinhos prontos pra esse tipo de ocasião! Poderia ter sido pior e eu ter que ficar molhada o dia inteiro no trabalho.

A parte ruim da bicicleta

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Andar de bicicleta não é só flores como comentei nesse post aqui. Tem que ter habilidade, tem que ter disposição, já diria o poeta do funk carioca.

A verdade é que muitos imprevistos podem acontecer. Você pode atropelar pedestres, ser atropleado por outras bicicletas ou carros, ter sua corrente solta sem mais nem menos, entre outras coisas. Eu sou bem cuidadosa mas percebi que depois de dois meses andando de bike todo dia, me tornei mais reckless em algumas situações e trechos do caminho - o vão entre carro e calçada que antes eu julgava ser estreito já não parece tão estreito assim, ultrapassar carros parados no trânsito não parece tão perigoso assim, etc. No entanto, eu paro e desço da bicicleta em dois momentos distintos e específicos do caminho casa-trabalho por não me julgar malandra o suficiente pra atravessar o cruzamento no meio de tudo - nisso, sou medrosa mesmo. Enfim, aqui vão algumas considerações: 


O melhor da bicicleta

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São praticamente dois meses andando de bicicleta aqui em Dublin. Só faço o trajeto casa-trabalho, trabalho-casa porque no fim de semana, se preciso fazer algo no centro, vou de ônibus pra dar descanso pras minhas pernas!

Já cansei, já lutei contra vento (luta diária na verdade), já pedalei na chuva, na garoa, no frio... Já quase atropelei gente (culpa delas, atravessando fora da faixa), já quase fui atropelada por outra bicicleta (culpa dele, que passou o farol vermelho) e já levei bronca da Garda. Mas eu não penso em voltar a andar de ônibus tão cedo porque...


Chove chuva

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Quando você começa a pesquisar sobre intercâmbio na Irlanda, uma das coisas que mais preocupa é o clima. Faz frio? Neva? Chove? 

Quando cheguei em março, choveu forte alguns dias seguidos, nevou e depois o clima ficou estável e as temperaturas foram aumentando gradativamente. Desde então, não lembro de chuva por dias e dias - choveu pouco, com exceção do final de julho que teve chuva relativamente forte por um tempinho. Foi na época que consegui emprego na Concern e tomei altas chuvas na cabeça.

Foi quando adquiri galocha e capa de chuva pra me proteger. A capa de chuva custou 10 euros e comprei na Penneys - na verdade, ela é mais de papel mesmo, porque só aguenta os showers, ou seja, as chuvinhas rápidas ou garoas.

Bicicletando há 2 meses*

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*ERRATA: não sei de onde tirei esses dois meses! tô andando de bicicleta há UM MÊS aqui.

Dois meses andando de bicicleta pela cidade - pela cidade é exagero, é só o caminho casa-trabalho mesmo. Ainda assim, são 40 minutos de ida e 40 de volta, 14 km por dia. Sim, quatorze! Nem acreditei quando fui olhar no google maps. (mãe, tá vendo? 14 quilômetros!)

Muitas coisas já aconteceram nesses dois meses na minha vida de ciclista, mas o mais importante é que tô viva e inteira. Resumindo:

1) Quase atropelei uma moça que atravessou DO NADA perto da droga da Baggot Street. Ali sempre tem pedestre atravessando fora da faixa, então agora tô mais esperta nesse trecho do caminho;

2) Meu pneu tava meio vazio e peguei a bomba de encher o carrinho da minha chefe pra encher o pneu. Só que eu sou super esperta e experiente e acabei deixando sair mais ar do que encher o bendito. Resultado: pneu traseiro muito, muito murcho. Tive que levar a bicicleta numa bicicletaria perto da escola da É., que foi a única que lembrei na hora. Que sufoco carregá-la! Cheguei lá e o cara encheu pra mim, ufa!

3) Estava preparada pra sair pedalando quando o farol abriu na Harrold's Cross. Aí um filho da puta de um outro ciclista passou o sinal vermelho na descida e por centímetros não bateu em mim. Aliás, só não bateu mesmo porque eu vi ele descendo de canto de olho e tive tempo de virar o guidão. Ele disse um "sorry" todo sem graça e respondi "for fuck's sake!". Depois fiquei tão assustada que voltei chorando pra casa - se ele tivesse me pegado, teria sido um acidente feio;

4) Anteontem minha corrente ficou solta quando eu chegava no trabalho. Parei num gramado que tinha na calçada, deitei a bicicleta lá e fiquei olhando: como arrumar esse negócio?! Aí vi que tinha que colocar a mão na massa, quer dizer, na corrente. Com jeitinho, consegui arrumar. As mãos ficaram sujas de graxa, mas faz parte, né?

5) Ainda sinto dores nas pernas (e às vezes na barriga, tipo dor de abdominal), mas já não chego tão esbaforida no trabalho nem em casa. Me dá calor e ainda fico um pouco suada, mas agora que o frio tá chegando, tô achando uma delícia pedalar. O foda é sair de blusa e morrer de calor no caminho, que ódio! Odeio passar calor!

A sensação é essa

Pedalando

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Tenho andado de bicicleta nas duas últimas semanas e já deu pra pegar um pouquinho da ginga pelas ruas da cidade. 

Da minha casa até o trabalho tem ciclovia 90% do caminho, o que é ótimo por me dar maior segurança de poder ir no meu ritmo sem medo de ter algum ônibus gigante atrás de mim. Sim, eu acabo cruzando diversos cruzamentos (não diga?!) e no começo me deu um pouco de medo porque tem que prestar atenção se o carro ao seu lado vai virar à esquerda e se os carros na direção contrária vão virar à direita. Depois dos primeiros dias eu acabei acostumando, mas às vezes, na avenida próxima de onde trabalho, eu desço da bicicleta e atravesso andando. 

Já pedalei no sol, no calor, na garoa, na chuva e no vento. 

Chega de ônibus!

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Aqui em Dublin tem várias formas diferentes de transporte: o ônibus, o luas, o trem, a bicicleta, o carro e os pés, cada um com suas vantagens e desvantagens. 

Já peguei bastante luas e dart e principalmente ônibus. São serviços bons, que funcionam, mas que tem um custo muito alto. O ônibus da minha casa para o centro, por exemplo, é 2,15! Existem os cartões que te ajudam a economizar, claro: pra mim, que pego 4 ônibus por dia (2 pra ir 2 e 2 pra voltar) pra ir pro trabalho, comprar o cartão semanal de 18,50 tava compensando muito. 

Só que além de gastar, eu comecei a  ficar incomodada com outra coisa: os ônibus cheios de manhã. Sim, aqui também tem ônibus cheio - com a diferença de que se ele está cheio, o motorista não deixa ninguém subir. Eu acho justo, até porque não era muito fã do modelo brasileiro do motorista ficar minutos parado esperando o povo se espremer ou ouvir o clássico "dá um passinho pra trás" na lotação. Só que todos os ônibus que eu poderia pegar passavam cheios e às vezes eu tinha que esperar uns 4 ônibus pra poder conseguir entrar. 

Desculpa, mas já peguei ônibus cheio demais na vida, não mereço mais. 

Aí pensei: quer saber? Esquece essa droga de ônibus. Vou andar de bicicleta!


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