Registrar casamento e nascimento de brasileiro no exterior

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Viver essa vida de imigrante (por opção) obviamente tem suas vantagens: seja mais segurança, qualidade de vida, melhores oportunidades do que no nosso país de origem, entre outras questões. No entanto, certamente um dos lados ruins desse tipo de empreitada é a burocracia. Claro que mesmo sem ser imigrante, temos que lidar com aquela burocracia básica que todo ser humano que vive num contexto de civilização moderna precisa lidar. Mas quando se é imigrante, parece que o trabalho dobra ou até triplica.


Embora eu já não tenha quase nenhum vínculo governamental ou financeiro no Brasil (inclusive já apresentei minha saída definitiva à Receita Federal), sempre soube que ia querer registrar minha filha como cidadã brasileira, não me passava pela cabeça fazer diferente. Quando eu ainda estava grávida, já tinha pesquisado por cima pra saber do que eu precisaria lá na frente, e não para a minha surpresa, quando se trata de burocracia, nada é tão simples quanto parece.


Ao ler as informações do site da embaixada brasileira em Dublin, me dei conta de que, para registrar a P como brasileira, eu precisaria primeiro registrar o meu casamento - afinal de contas, para as autoridades brasileiras eu ainda era solteira no papel. Sendo assim, tive que me organizar para fazer os dois processos, mas como eles são parecidos, não foi tão complicado assim. Minha mãe viria no verão pra conhecer a neta, então ela trouxe um documento atualizado pra mim. Vou descrever tudo abaixo:

Fonte


Retrospectiva 2024

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Ahhhh, como senti falta de poder escrever aqui. Um dos meus passatempos e válvulas de escape mais preciosos, mas que infelizmente deixei de lado por tantas questões - sendo a principal delas, claro, a mudança mais drástica e louca que tive na vida: a maternidade.


Tem tanta coisa que quero contar, compartilhar, registrar, mas no pouco tempo que me sobra, não tenho forças nem energia pra sentar e escrever. Pra mim, escrever é uma atividade prazerosa, íntima, algo realmente valioso pra mim, então eu não queria fazê-lo de qualquer jeito. Achei que em algum momento de 2024 eu ainda apareceria por aqui, mas não deu. Em todo caso, antes tarde do que nunca!


2024 foi o ano mais complicado da minha vida. Por mais que eu já tenha passado por coisas tristes, difíceis, despedidas e perdas, ter me tornado mãe mudou a minha vida tão profundamente que até me faltam palavras pra explicar. Não tem sido nada, nada fácil, e por mais que eu use minhas redes sociais pra desabafar e compartilhar um pouco das minhas lamúrias e reflexões, tem muita coisa que eu só reservo para os mais próximos do meu círculo e até mesmo somente pra mim mesma.


Dito tudo isso, não queria deixar passar uma pequena retrospectiva desse ano que passou. Vamos?



Depressão pós-parto

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A maternidade não tem sido uma jornada fácil - aliás, bem mais difícil e inesperada do que eu imaginava. Claro que eu sabia que haveriam dificuldades e desafios, e tentei me preparar da melhor maneira possível (terapia, conversando com amigas-mães, lendo sobre o assunto, etc.). Mas sabe de uma coisa? Não importa o tipo de preparação que você faça - nada nem ninguém pode te preparar para o que é de fato tornar-se pai ou mãe.


Minha gestação foi totalmente tranquila, e eu tava otimista para um parto vaginal com poucas intervenções - fiz minha fisioterapia pélvica, não parei o pilates, li a respeito... e a bebê estava encaixada. Mas a gente não controla nada, e tudo meio que começou a desandar ali na sala de parto mesmo: apesar de estar há horas em trabalho de parto e a dilatação não estar indo como deveria, o que nos impediu de prosseguir com o parto normal foi uma queda do ritmo de batimento cardíaco da P. 


Na ocasião não pensei muito, mas sei que ter ido pra uma cesárea de emergência já foi um fator negativo determinante para o começo da minha maternidade.




Quero o nome mais bonito

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Escolher um nome pra uma pessoa é uma imensa responsabilidade. Talvez nem todos pensem assim, e acabem indo na onda de nomes populares, nomes de filhos de famosos, e tudo certo. Pra mim, não. O nosso nome carrega junto nossa identidade e mais um monte de coisa pra vida todinha... então desde que embarcamos nessa jornada de tentar engravidar, eu sabia que escolher o nome do bebê seria uma tarefa difícil.


Não somente porque a escolha em si já é trabalhosa, mas também porque no nosso caso, tínhamos uma questão: eu sou brasileira, meu marido e pai da criança, irlandês. E embora moremos na Irlanda e embora essa criança cresceria na Irlanda, eu fazia questão de um nome que funcionasse bem tanto em inglês como em português - e nisso, muitos nomes já são eliminados das possibilidades.



Relato do meu parto

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Finalmente venho contar sobre o meu parto! Comecei a escrever ainda no hospital, e também usei umas notas que o R fez no dia seguinte pra me ajudar a não esquecer nada! A data prevista pra baby nascer era 12 de maio de 2024, e eu poderia ter jurado que ela nasceria antes, já que eu mesma fui uma bebê que nasceu de 8 meses. No entanto, as semanas foram passando e somente na semana 39 eu de fato comecei a ter uns sinais: um pouco do tampão saiu exatamente quando completei 39 semanas, num sábado, e ao longo da semana tive algumas cólicas, como cólica menstrual, principalmente à noite. 


Na quinta-feira tive mais um show (o que eles chamam aqui do tampão saindo), inclusive com um pouco de sangue. Dei um google em imagens parecidas pra saber se era isso mesmo e fiquei na expectativa. Na sexta dia 10, acordei com cólica mas tinha um compromisso no centro de manhã: eu ia encontrar a advogada de imigração que contratamos pra nos auxiliar com a obtenção da cidadania espanhola (comentei mais a respeito aqui). R tava trabalhando de casa, me deixou na estação Red Cow do Luas e segui o restante do caminho de transporte público. Encontrei a Cris, fiz o que tinha que fazer, peguei o Luas de volta e vim andando do ponto até em casa. Aliás, voltei morrendo de calor porque naquele dia fez 22 graus e eu não fui feita pra temperaturas acima de 15!




Cidadania Espanhola - lei da memória democrática

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Um tempo atrás eu fiz um post sobre como descobri, totalmente sem querer, que seria possível como bisneta, tentar obter a cidadania espanhola. Na época não era mais de extrema importância porque eu estava em vias de obter a cidadania irlandesa, mas ainda assim, queria ir atrás desse direito.


Entre agosto e novembro de 2023, eu passei literalmente dezenas de horas no Family Search, mandando emails pra cartórios e tudo mais que vocês possam imaginar indo atrás desses documentos. Não tínhamos muitos pontos de partida porque meus avós já são falecidos e mesmo quando vivos não tinham muita lembrança ou informação, então foi quase como começar do zero.


Após pagar um serviço de busca depois de ter encontrado possíveis datas e locais de nascimento de três bisavós, tivemos uma primeira negativa em novembro. A princípio, a certidão foi encontrada mas levava à informação de que aquela criança teria falecido, o que não fazia sentido porque como faleceu se o homem foi ao Brasil quando criança? A moça que fez a busca supôs que esse poderia ser um irmão mais velho que tinha o mesmo nome, mas deixamos pra lá.


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O terceiro trimestre do bebê R&B

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Entrei no terceiro trimestre muito feliz! Apesar de alguns desconfortos físicos, eu tive um ótimo segundo trimestre, passeei, viajei, não fiz muitas coisas estressantes e o melhor: consegui sentir muito o/a bebê chutar!


A minha expectativa é que os desconfortos aumentariam, e que eu entraria numa fase de me preparar melhor para o parto e para as primeiras semanas de vida dessa pessoa nova que vinha chegando.


Semana 28

Durante essa semana eu tive o primeiro escape de xixi, hahaha. Tava dirigindo, espirrei e notei que algumas gotas escaparam, que humilhação! Eu sabia que isso era esperado e que aconteceria em algum momento, e aconteceu, mas vida que segue!


Últimos preparativos antes da grande chegada

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A poucas semanas da chegada de baby R&B, me vejo um pouco mais ansiosa do que estava antes. Vim levando a gravidez de uma maneira bem tranquila (penso eu), e embora o primeiro trimestre tenha sido fonte de preocupação, eu relaxei bastante ao longo do tempo e não estava com pressa pra nada: enxoval, comprar coisas, preparações...


Quer dizer, continuei com o pilates, fiz exercícios de fisioterapia pélvica, participei das aulas de pré-natal e amamentação, mas nada com muita pressa, fui deixando rolar. Tanto que só compramos coisas tipo a cadeirinha de carro e o carrinho praticamente nos 45 do segundo tempo! 


No entanto, eu notei que após umas 33 semanas, comecei a ficar bastante cansada, pesada, dormindo mal - tanto por precisar levantar pra fazer xixi como por sentir umas palpitações, coração acelerado do nada... que sim, tem motivos físicos mas também psicológicos. Não estou com medo do parto em si, mas comecei a pensar mais em como será, como serão as dores da contração, se vou ter alguma laceração, se precisarei ir pra uma cesárea, etc.



Tromso, Noruega - Animais do ártico e alimentando as renas

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Começamos nosso último de passeio em Tromso acordando um pouco mais tarde, tomamos café mais tranquilos e chegamos no aquário Polaria em coisa de 10 minutos a pé. O bom de Tromso é que é uma cidade bem compacta, e as atrações interessantes pros turistas são super perto uma da outra.


Eu não tinha muitas expectativas pra esse museu/aquário mas me surpreendi muito! Além de um cinema onde eles exibem vídeos temáticos a cada meia hora mais ou menos, há várias telas interativas espalhadas pelo local onde você pode ir clicando e aprendendo sobre vários animais da região do ártico, principalmente animais marinhos, mas também os famosos como o urso polar, a raposa do ártico, etc.


Por exemplo, eu não sabia que a raposa do ártico era tão mortal: ela caça pássaros, focas, e até mesmo baleias! Também não sabia que o urso polar na verdade tem a pele escura por baixo do pelo, que é não branco porém "transparente", e apenas reflete a cor da neve. Jogamos uns joguinhos nessas telas interativas também, e depois de mais de uma hora zanzando, ainda tínhamos a parte do aquário em si, onde é possível ver estrelas do mar, cavalos marinhos, diversos peixes e as atrações principais: as focas barbadas! 



Não tô pronta (y otras cositas más)

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Com a reta final da gravidez, tenho me sentido cada vez menos pronta pra essa empreitada. Não que dê pra voltar no tempo ou mudar de ideia, porque o trem já partiu e logo chega na estação... mas a poucas semanas da minha data prevista de parto, tenho me visualizado como mãe, na prática, e me assustei ao perceber que eu não tenho a noção de como a vida vai mudar.


Claro que a gente pensa em tudo isso antes de ter filho, e eu levei anos de terapia e reflexão pra tomar essa decisão, não foi algo que surgiu do nada na minha vida. Além disso, após a longa jornada de perdas que tivemos, foram ainda mais oportunidades para afirmar o meu desejo de seguir tentando.


Mas tudo parecia muito longínquo. No começo dessa atual gravidez, eu tava mais preocupada em não ter mais uma perda gestacional. Depois, me distrai com férias, natal, ida ao Brasil, etc. E agora, no terceiro trimestre, e pra ser mais precisa, só agora no final do terceiro trimestre, é que estou me dando conta que estou muito perto de conhecer esse/essa bebê. E não tô preparada!




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