Antes de ir ao Brasil por 3 semanas, aconteceu um lance no trabalho que me intrigou demais.
Intrigou na verdade é modesto, o lance me deixou revoltada mesmo. Mas vamos aos poucos.
Você já ouviu falar em
preconceito linguístico?
De maneira simplificada, preconceito linguístico é o julgar alguém ou um grupo por conta de seu modo de falar. Ele pode vir disfarçado de tom de brincadeira, pode ser mais direto e desrespeitoso, mas ele tá sempre lá. Quer ver como? Gente que tira sarro de quem faz o R caipira, gente do sul/sudeste que imita algum sotaque do norte/nordeste, gente que julga o nível intelectual do outro por ele cometer erros gramaticais como não usar plural, só pra citar alguns exemplos.
O assunto é longo e complexo e como o blog não é tese de monografia, não vou me alongar nisso. Mas antes de contar o porquê deu estar falando desse assunto, recomendo MUITO a leitura
desse texto da Revista Galileu (é um texto curtinho e muito elucidativo).
Apesar de brasileira, quando falo inglês acabo usando um sotaque meio americano, ou como já ouvi muitas vezes aqui, tenho um tal de
American twang (tendo crescido e passado anos assistindo filmes e seriados americanos, não podia dar em outra). Aí inevitavelmente eu falo
wárer ao invés de
watttter,
burer ao invés de
buttter, etc. Só que por trabalhar e viver na Irlanda, às vezes acabo misturando um pouco com a forma que os irlandeses usam, principalmente com as meninas, que estão mais acostumadas e expostas à maneira local de falar.