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A nossa língua

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Como eu sou da área de TESOL (Teaching English to Speakers of Other Languages) e me interesso muito por Linguística (inclusive ainda penso em fazer uma graduação ou alguma outra coisa mais específica nesse campo), tô sempre lendo muita coisa a respeito.

Na verdade, o meu interesse explodiu mesmo durante o curso de mestrado da UCD, já que tínhamos listas enoooormes de leitura pra fazer, e acredite, eu fazia quase tudo com muito gosto, porque é um assunto que me interessa, que me encanta.

Pois bem. Numa dessas leituras há um tempão atrás eu vi uma passagem que comentava sobre como era difícil pra casais multiculturais mudarem a língua de comunicação entre si após uma língua já ter sido estabelecida. No caso, se um casal se conheceu "em inglês", dificilmente eles mudariam essa língua pra outra, sabe?


Inclusive um dos artigos que fala sobre esse assunto é o "Language choice in bilingual, cross-cultural interpersonal communication" escrito por Ingrid Piller. Entre outras coisas, ela comenta que o fato dos casais terem dificuldade de mudar a língua de primeiro contato pode ser explicado pela relação entre língua e identidade. Em um estudo realizado por Koven em 1998, foi levantada a questão de que bilíngues se comportam diferentemente em suas línguas, o que significa que suas performances mudam pois contratam experiências e posições diferentes nas duas comunidades linguísticas:

Aprender um idioma por imersão: a grande verdade

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Em janeiro de 2015 eu escrevi um post intitulado "Meu irlandês falando português" sobre o fato do meu namorado, o R. estar aprendendo português meio sem querer, só pela convivência comigo

A verdade é que esses dias eu estava conversando com ele e cheguei à uma conclusão: o R. aprendeu português por imersão. Vivendo em Dublin!

Calma, eu explico: as pessoas tem um conceito errado de imersão. Elas acham que vão morar no país que fala a língua que elas querem aprender (geralmente, inglês) e que fazendo as coisas do dia-a-dia, indo no pub, vão aprender. É o famoso "aprender na rua". Quantas vezes não ouvi gente dizendo que o inglês mesmo se aprende na rua, convivendo com os locais? 

Só que o que essas pessoas não sabem é que ninguém vai ter paciência de ajudá-las a melhorar a fluência no idioma. Você acha que o fulano do pub vai te corrigir se você falar errado? Aliás, você acha que dá pra confiar no fulano do pub, só porque ele é nativo no idioma? Já parou pra pensar que, se um estrangeiro estivesse num bar ou balada no Brasil, ele conseguiria melhorar o seu português tranquilamente com qualquer um naquele estabelecimento?

Acho que você sabe a resposta, né?

Aprendendo português (post pelo meu irlandês)

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irlandes aprendendo portugues


E mais uma vez o R. participa do blog! Dessa vez ele fala um pouco sobre a experiência de aprender português. Já fiz uns posts a respeito disso, mas nada melhor do que ele próprio contando a experiência, né?




Oi gente!  Tudo bem?  To animado de escrever aqui de novo!

As Bárbara has previously mentioned, during the course of our relationship I've picked up quite a bit Portuguese, and it's happened quite by accident.  We thought it would be fun to share some of my experiences on the blog, so that’s what I’m here to tell you about.

Sou eu mesma quando falo português (?)

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Eu estava com esse post no rascunho desde outubro de 2013 - pois é, todo esse tempo! É que como eu sempre encontrei inspiração pra escrever sobre tantas outras coisas, fui deixando esse texto de lado porque ele não era "urgente". Até agora.

A verdade é que eu adoro ler/saber mais/conversar sobre línguas e os processos que se dão no nosso cérebro (e alma) quando falamos nossa língua-mãe ou outras línguas. Sempre me interessei pelo assunto (ora, aos 10 anos de idade já dizia que gostava de "música inglesa" me referindo ao fato de que eu gostava de músicas cantadas em inglês) e não à toa me tornei professora de inglês - e mesmo não exercendo a profissão aqui na Irlanda, continuo extremamente ligada nesse assunto e estou sempre refletindo e estudando a respeito disso.

Desde que meu namoro com o R. (que é irlandês) começou a ficar mais ~sério~, ele sempre disse que um dia gostaria de aprender português. Seu argumento era que minha fala, por mais fluente que eu fosse em inglês, nunca seria a mesma porque não transmitiria os sentimentos da mesma forma com a qual e os expresso na minha língua. Ele falava que eu dizer "oh, that's so cute" não seria nunca eu dizer "aiiiii, que bonitiiiiiiinho".

E ele tinha razão.

Meu irlandês falando português

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Antes de mais nada, eu queria dizer uma coisa: esse post tá pra ser escrito há muito, muito, muuuito tempo. Tipo assim, de comecinho de namoro com o R., sabe?

Se você não lê o blog há muito tempo, tchô explicar: o R. é meu namorado. E ele é irlandês.

Não que isso seja um big deal, porque não é. Já falei sobre isso aqui no blog: pra mim ele é o meu R., não importa se irlandês ou brasileiro... (mas não vou mentir que o charme irlandês me conquistou).

Bem, o R., assim como eu, gosta de aprender novos idiomas. Ele fala um pouco de irlandês, alemão e agora italiano, já que sua vó é siciliana e ele quis se aproximar mais de suas raízes ao aprender a língua. Esse foi um ponto em comum que tivemos logo de cara, porque eu também estudo italiano, apesar de não ter raiz nenhuma.

Logo no início do namoro eu ensinei palavras aqui e ali em português, que ele sempre tentou reproduzir com o maior cuidado - ele sempre demonstrou muito respeito e interesse pela minha lígua. Mas gente, desculpa, eu sou professora. Não vou deixar o meu gringo abrir a boca pra falar português e soar muito... gringo. Não dá! Sempre peguei no pé da pronúncia dele e o som nasal, aquele do ÃO, demorou meeeeses pra sair certo. Mas esse mérito não é meu não - é dele, que foi procurar vídeos no youtube de professores brasileiros explicando a pronúncia correta.

Português parece russo!

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Sabe quando você tem um mindfuck?

Eu tive um mindfuck.

E sabe por quê?

Porque eu descobri que português é igual a russo. Igual. Igualzinho.

Mas como isso começou?


Ignore que o alfabeto russo é outro....

Sobre "Tropa de Elite" e outros idiomas

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Esses dias assisti Tropa de Elite com o R.

Ele nunca tinha visto filme brasileiro e achei que seria um bom começo - o filme é bastante popular, foi um fenômeno no Brasil e tem ação, drama, subtons de comédia, enfim. Assistimos com legenda em inglês, claro, e eu não pude deixar de notar uma coisa: que pena não falar um outro idioma na vida.

Explico: apesar da legenda estar lá, às vezes fiel ao texto (às vezes educada demais), a experiência de uma brasileira e de um irlandês ver o filme é totalmente diferente. E nem digo pelo contexto social ou background e conhecimento de Brasil, Rio de Janeiro, favela ou polícia no Rio. O fator linguístico muda muita coisa. 

O R. riu de algumas piadas? Riu. Entendeu o filme? Claro que sim. Mas como passar pra uma outra língua (no caso, o inglês), a forma irônica/formal que capitão Nascimento trata seus alunos (chamando-os de "senhores", por exemplo)? Como traduzir falas como "quem manda nessa porra sou eu" ou ainda "senta o dedo nessa porra". 

Porque "FUCKING shoot" ou "shoot this motherfucker" não é a mesma coisa. 


Nossa língua portuguesa

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Muita gente menospreza o próprio idioma, né?

Quantas vezes cê não ouve alguém dizer "ai, o francês é lindo!", "queria falar inglês assim, é tão bonito" ou "italiano é maravilhoso" (ah sim, essa fui eu que disse)?

No entanto, poucas vezes ouvi alguém dizer "a língua portuguesa é bela".

R. acha que o português (de Portugal) parece russo aos seus ouvidos, hahaha.

Mas é sério, o português é a 5ª língua mais falada no mundo, depois do inglês, francês, árabe e espanhol - são 285 milhões de falantes em Portugal e suas ex-colônias espalhadas pelo mundo: Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, etc e etc.

É português ou pernambuquês?

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Como já comentei por aqui, passei 7 dias na casa dos meus avós em Pernambuco.

E o Brasil é muito grande, e tem muita gente, e tem muitos costumes diferentes.



Ao cumprimentar alguém, por exemplo, ao contrário de São Paulo (não sei como é em outros lugares), onde damos um beijo no rosto, lá se dá aperto de mão antes de dar beijo ou abraço (pelo menos as pessoas mais velhas o fazem). Muitos comem de colher. Café-da-manhã é cuscuz com carne ou leite, nada de torradinha ou frutas.

Mas pra mim, o maior choque é a língua. Porque... é português? É português, mas é dialeto. Juro que não entendia o que alguns tios falavam e tinha que pedir pro meu vô repetir suas frases umas 2 ou 3 vezes. Além de muitos falarem rápido, falam alto e juntam todas as palavras.


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