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10 anos de Irlanda

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Esse dia chegou. O dia em que completei 10 anos longe do Brasil, uma década vivendo na Irlanda.


É estranho pensar que agora serão dois dígitos. Quando aqui cheguei, documentava tudo que acontecia na minha nova vida irlandesa mês a mês - afinal, eram muitas, mas muitas novidades mesmo! Tanto que tenho uma página aqui com esses links organizados. Com o passar dos anos, deixei de comemorar os meses, e passei a comemorar os anos - comemorações essas que começaram a passar batido ao longo do tempo. 


Mas eu não poderia deixar uma década passar em branco, porque essa data é simplesmente muito marcante pra mim! Eu nunca tive intenção de morar fora do Brasil, não era um sonho ser imigrante. Sempre fui honesta com meus desejos, que eram simplesmente dar um tempo de São Paulo, ter a experiência do intercâmbio, viajar pela Europa.



Intercâmbio na Irlanda: prós e contras

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Em 2013, no meu primeiro ano morando na Irlanda, eu fiz um post intitulado "Eu não recomendo um intercâmbio na Irlanda". Até hoje esse é um dos posts mais lidos e comentados do blog, e até entendo o porquê. Enquanto dezenas de vídeos no youtube e blogs pela internet à fora não param de dizer "vem pra cá você também", o meu post surge como um contra-ponto, mas eu queria fazer algumas reflexões sobre o que escrevi naquele texto.

Muita coisa aconteceu não só na minha vida mas também na Irlanda nesse meio tempo. De 2013 pra cá, a Irlanda mudou diversas regras para os que vem pra cá como estudante, como a permissão de trabalho (agora só trabalha fulltime no verão e na época do Natal) e o tempo de visto (antes 12 meses, agora somente 8). Além disso, em 2014 e 2015 mais de 10 escolas de inglês fecharam em Dublin (inclusive a minha!), o que resultou em outras mudanças, já que agora as escolas são obrigadas a oferecerem uma proteção pro aluno caso feche suas portas, entre outras coisas.

A primeira razão que eu citei naquele post de 2013 contra um intercâmbio aqui foi a questão do sotaque irlandês. De fato, nos meus primeiros meses aqui fiquei num conflito muito grande pois me descobri conhecendo diversas variações linguísticas dentro do país que constratavam muito com o "inglês-irlandês" que eu conhecia dos filmes. Hoje, penso que essa não é uma barreira pra quem quer estudar aqui. No entanto, a pessoa precisa estar preparada, pois somente em Dublin são diversos sotaques pra você conhecer e se acostumar.

intercambio irlanda pros e contras

Tem muito brasileiro na Irlanda?

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A Irlanda nunca foi um país muito procurado como destino imigratório no Brasil. Devido à distância entre os dois países e restritas relações econômicas e históricas, é curioso pensar porque tantos brasileiros buscam a Ilha Esmeralda pra chamar de casa. 


O Tigre Celta e Gort 


De fato, o primeiro consulado brasileiro no país foi aberto em 1930, mas somente durante o Tigre Celta, nos anos 90, quando a Irlanda gozava de rápido crescimento econômico, é que o número de brasileiros no país aumentou. Tudo começou numa cidadezinha do interior no oeste irlandês chamada Gort. Aproximadamente 70 brasileiros chegaram em Gort entre 1999 e 2000 para trabalhar em fábricas de processamento de carne que estavam prestes a fechar. Os donos de fábricas procuraram brasileiros justamente porque o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e também por conta da ausência de mão de obra local. 

Aos poucos o número de brasileiros na cidade foi aumentando e em poucos anos, a proporção já era de 1 brasileiro para 2 irlandeses na cidade. Festas como Carnaval e Festa Junina eram celebradas na comunidade, lojas que vendiam produtos brasileiros empregavam várias pessoas e vários brasileiros faziam seu pé-de-meia para voltar ao Brasil em melhores condições financeiras. Até a crise que assolou o país em 2008, muitos desses brasileiros acabaram voltando ao seu país de origem e aos poucos, a população brasileira de Gort (também chamada de Little Brazil) foi diminuindo: no censo de 2011, por exemplo, registrou-se cerca de 417 brasileiros na cidade, quando no ápice da imigração brasileira lá, esse número era quatro vezes maior. 


3 anos de Irlanda!

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Dia 30 de março de 2016: o dia em que completo três anos morando nessa ilha - dá pra acreditar? Foram 3 anos, 36 meses, 156 semanas, quase 1100 dias aqui!

Quando eu tive a ideia de morar fora lá nos idos de 2011, 2012, não pensei em Irlanda de primeira. Eu queria mesmo era morar na Itália por um mês e melhorar meu italiano, já que eu estudava o idioma na época. Não via motivos pra ir pra um país de língua inglesa, já que já era fluente e proficiente no idioma, dava aulas desde os 17 anos e tinha me pós-graduado em Ensino de Língua Inglesa. Eu achava que seria perda de dinheiro, sabe?

No entanto, essa ideia de ir pra Itália se mostrava muito ambiciosa e até mesmo arriscada, já que eu teria que investir uma boa grana pra ficar esse mês fora - sem contar que eu teria que ir no meu período de férias do trabalho, o que significaria que eu provavelmente ficaria super cansada pelo resto do ano.

Aí conversei meio sem querer com alguns amigos que já tinham morado fora - coincidentemente na Irlanda - e parece que um novo mundo se abriu pra mim. Eu nunca tinha pesquisado nem sabia muito sobre essa coisa de intercâmbio na Irlanda, não imaginava que era um negócio tão grande.

Exploração de babás brasileiras na Irlanda

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Semana passada umas 5 pessoas diferentes me mandaram um link sobre uma reportagem cujo título é "As babás brasileiras humilhadas e sexualmente assediadas na Irlanda". Inclusive uma das pessoas a me mandar a matéria foi a minha mãe - imagina a preocupação dela, né? (em tempo: eu já tinha lido coisa parecida no ano passado)

Pois bem. Amigos e familiares que se preocuparam e me mandaram o link, podem ficar tranquilos: eu estou bem. Aliás, se tem uma pessoa que deu muita sorte em relação à ser babá aqui na Irlanda, essa pessoa foi eu. Trabalhei 1 ano para uma família que sempre me tratou bem, deu presentes e fez questão de manter o contato mesmo depois deu não mais trabalhar com eles. Depois passei a trabalhar com a família com a qual trabalho até hoje - no verão já serão 2 anos com eles. Eu tenho a chefe mais foda do mundo, eles são extremamente generosos e sempre me trataram muito bem - inclusive as crianças.

Tudo isso pra dizer que essa não é a realidade de muitas meninas brasileiras que fazem intercâmbio na Irlanda. Não é de hoje que ouço relatos de meninas que já sofreram humilhações e de gente que pegou traumas de trabalhar como babá por aqui. O artigo do Pragmatismo Político traz alguns relatos, como o de uma menina que diz:

"Ela [a patroa] me xingava, sugeria que eu era ignorante e preguiçosa. O fato de eu comprar os mesmos produtos que ela no supermercado incomodava."

Já ouvi história de menina que foi expulsa da casa sem motivo aparente, gente que já viu o pai das crianças aparecer pelado na frente dela de propósito, entre muitas outras coisas....

Barbaridades num podcast! (?)

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Desde meados de 2012, quando eu comecei a pesquisar sobre intercâmbio na Irlanda, conheci dezenas, e não exagero quando digo até centenas de blogs e sites sobre o assunto. Além disso, também vi muitos vlogs no youtube afora.

Essa coisa de postar sobre intercâmbio na internet é muito bacana, porque serve de registro pra quem quer postar e serve de guia/ajuda pra quem quer ir pro país, né? Li muuuitas informações que me ajudaram na época de preparação e acabei até fazendo grandes amigos de blogs que eu lia quando ainda estava no Brasil.

Desde então, eu já presenciei outras várias dezenas desses sites e blogs fechando, entrando em hiato, crescendo, sumindo. A verdade é que a maioria dos brasileiros que vem pra Irlanda vem pra estudar e nem todos renovam o curso; logo, após 1 ano a pessoa vai embora e pára de postar. Ou então o cara até renova, mas como a rotina e a vida aqui tomam outro rumo, não tem mais tempo de postar conteúdo interessante.

Muitos desses blogs e vlogs por aí são legais, mas muitos são fracos, mal-escritos, sem graça, repetitivos, etc. O meu feed, que antes era lotado de links sobre o assunto, hoje tem links que se conta nos dedos de uma só mão. Então quando eu encontro algo que acho bacana e de qualidade, faço questão de recomendar!

O que eu menos gosto na Irlanda

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Recentemente eu fiz um post sobre as coisas que mais gostava na Irlanda e claro que não podia deixar de falar do outro lado da moeda. Todo mundo que lê meu blog sabe do quanto eu gosto da Irlanda, mas também sabe que eu não fico enfeitando e se tem coisas ruins que acontecem, eu falo sobre elas do mesmo jeito!

--- Leia: o que eu mais gosto da Irlanda


Vamos à lista? Foi fácil fácil pensar em 5 coisas pra fazer esse top 5!

1 - Imprevisibilidade do tempo


Não tinha como, né? E veja que eu não tô falando de frio, nem chuva, nem vento. Eu já sabia que ia ter chuva e vento e frio (frio mais ou menos, né? frio mesmo só no Canadá e nos países nórdicos, gente!). O problema é que muitas vezes o clima pode parecer ameno da janela e ameno na temperatura mostrada pelo aplicativo de celular... aí você sai e 10 minutos depois muda tudo: de quente pode ficar frio, de seco pode virar extremamente chuvoso, de chuva intensa pode virar um puta sol de verão. Tudo muita muito o tempo todo. Na manhã em que escrevo esse post, por exemplo, já fez um sol maravilhoso e agora tá nublado com cara de chuva. Pode ser que chova, pode ser que não. Ninguém nunca sabe.



2 - Knackers


Como descrever essas pessoas? Qualquer intercambista que tenha vindo pra cá com certeza já leu a respeito dessas criaturas tão amigáveis e gentis, né? A verdade é que esse papo de que não tem muitas diferenças sociais aqui na Irlanda é mentira. Existe sim. E os knackers fazem parte das camadas sociais mais baixas e marginalizadas. Eles não trabalham (recebem benefício do governo), só fazem bagunça, mexem com as pessoas na rua e parece que usam um uniforme: roupas e tênis da Nike. Um ou outro moleque já mexeu comigo na rua (não no sentido de jogar cantada, mas de gritar, assustar, etc), mas tenho sorte de, apesar de ter morado tanto tempo numa região super rough de Dublin e estar viva pra contar história!

O que eu mais gosto na Irlanda

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Vi uma lista dessa no blog da Savana há muuuuito tempo e resolvi fazer uma também. Eu achei que já tivesse feito algum post sobre minhas coisas preferidas na Irlanda, mas o que eu fiz foi um post sobre meu lugar preferido em Dublin e só!

1 - Sistema de férias e feriados


Esse negócio de tirar 30 dias de férias de uma vez só pra mim sempre me pareceu injusto, principalmente na área em que eu trabalhava. É como era professora, só podia tirar férias em julho ou dezembro/janeiro, justamente na alta temporada, onde tá tudo muito mais caro.

No Brasil é lei o trabalhador ter 30 dias de férias mas ele pode tirar menos dias e vender os outros (na verdade agora não tenho certeza se essa coisa de vender ou não é ilegal, acho que é). Já aqui na Irlanda não existe uma lei que determine o número de dias exatos - a maior parte das empresas dá 4 semanas de férias pagas por ano. Ou seja: tem empresa que pode dar mais! Só que o pulo do gato é que essas 4 semanas NÃO PRECISAM acontecer consecutivamente: se você quiser tirar uma semana aqui, ok. Quer dizer mais duas lá na frente? Ok também. Desde que conversado com antecedência, pode tirar pequenas férias ao longo do ano ou um bloco grande de uma vez.

Aliás, não só em termos de semana, mas você pedir dias individuais das suas férias e fazer bem bolados com finais-de-semana e feriados (aqui são 9 feriados públicos por ano chamados de Bank Holiday) - e tirando o Ano Novo, Natal, Stephen's Day e St. Patrick's Day, todos os feriados caem numa segunda! Ou seja, dá pra pegar dois dias e emendar uma sexta + fim-de-semana + feriado + terça e fazer uma viagem legal, né?

Férias, uhu!

Desabafo: as novas regras pra estudantes na Irlanda

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Não sei se vocês sabem, mas o governo publicou, recentemente, novas regras pra estudantes não-europeus aqui na Irlanda. Mais especificamente sobre alunos de inglês.

Com aquele número absurdo de escolas fechando desde o ano passado, o estopim foi o fechamento das escolas Carlyle, NCBA e MEC (onde eu estava). Houve um protesto no mês de maio e há algumas semanas o governo, como prometido um tempo antes, elaborou e divulgou mudanças que vão afetar bastante quem está pensando em vir pra Irlanda.

Basicamente, o que mudou:

- O cara que pisar aqui a partir do dia 1º de outubro e pegar o visto de estudante só terá direito à 8 meses, ao invés de 12. Isso significa que ele estudará por 6 meses e terá 2 de férias. Ele pode trabalhar 20h semanais no período todo, mas durante o verão (e Natal) pode trabalhar full-time, caso ele já tenha concluído 1/3 do curso. Ou seja: o cara chega aqui em outubro, por exemplo. Aí ele estuda outubro e novembro. Em tese, ele poderia tirar férias da escola e trabalhar período integral entre dezembro e janeiro e depois tem que voltar pra escola. Aí estuda janeiro, fevereiro, março e abril e pum: visto acabou.

- Esse lance de visto de 8 meses valerá também pra quem já está aqui e vai renovar o visto a partir de outubro.

- O estudante ainda pode renovar o visto por duas vezes, então no total ele poderá ficar aqui por 2 anos, não 3 como antes.

1 é pouco, 2 é bom, 3 é ainda melhor

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Quem acompanha meu blog desde o início (ou teve coragem de ler os mais de 500 posts), sabe de todo meu sacrifício e sufoco pra chegar na Irlanda. Foram muitas horas de trabalho pra juntar dinheiro, muito sufoco quando perdi o vôo em Istambul em março de 2013 quando vinha pra cá e muita insistência pra conseguir uma casa e emprego na cidade quando aqui já estava.

Fast-forward pra março de 2014 - decidi renovar meu visto de estudante e ficar mais um ano da terra dos leprechauns. Não foi uma decisão difícil - aliás, pra mim foi sempre muito claro, desde o começo.

Corta pra março de 2015 e cá estou eu, de visto recém-renovado pra mais um ano! Novamente, não foi uma decisão difícil - quanto mais tempo eu passo aqui, mas eu me sinto parte daqui. A família e os amigos fazem falta diariamente, mas por isso eu agradeço à tecnologia incrível que temos a nosso dispor: mensagens de texto, de voz, facebook, seja lá o que for, estamos em contato constante.

Eu abraço a Irlanda com os meus braços e todo meu amor: suas paisagens verdes, suas ovelhinhas brancas, suas cidadezinhas do interior, sua costa magnífica, sua sofrida e incrível história, seu povo descolado e sua capital borbulhante. E também abraço a Irlanda seu clima imprevisível, sua culinária simples, suas festas típicas, seu transporte público falho, seus preços exorbitantes e até mesmo sua pizza que de pizza não tem nada!

Esse país é maravilhoso, acolhedor e especial. E além disso, me deu de presente uma pessoa tão maravilhosa, acolhedora e especial quanto ele.

Obrigada, Irlanda. Obrigada, R.

Porque se o primeiro ano foi pouco e o segundo foi bom, o terceiro será ainda melhor.

De março 2014 à março 2015: muitas viagens e lembranças inesquecíveis!

As melhores atrações na Irlanda

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Antes de começar essa lista, eu gostaria de dizer que 1) não sou especialista em Irlanda e 2) ainda há muuuuita coisa que eu quero conhecer aqui na ilha, mas como gosto de dar meu palpite, resolvi escrever esse post: as melhores atrações pra se visitar na Irlanda toda!

Os critérios dessa vez não foram beleza natural (já fiz um post sobre isso), e sim o que julguei ser mais legal e interessante. Vamos lá?

as melhores atrações na irlanda


As casas irlandesas

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Já tem um tempinho que moro aqui, que posto no blog 5 dias por semana e acredita que nunca postei nada sobre as casas na Irlanda? Pois é. A verdade é que eu tenho algumas pequenas observações a fazer sobre elas...

Nem todas as casas aqui são lindas, coisa-de-filme; muitas são bem pequenas, muitas não tem jardim, muitas são coladinhas uma na outra. Não tem portão grande como no Brasil nem aquele espação na frente como nas casas americanas. Há muuuuitos apartamentos minúsculos acima de estabelecimentos - principalmente no centro. Já entrei nesses apês e vou te dizer: são muito muito pequenos e bem desconfortáveis.

Apês no centro

Housing estate, as tais casas iguaizinhas

5 coisas que adoro comprar em Dublin

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Fiz uma pesquisa com os leitores do blog há um tempinho e uma das sugestões de post que fizeram foi: "compras". Sinto decepcionar quem deu essa sugestão, mas eu sou estudante, intercambista, babá, ou seja: ganho e gasto muito pouco. Na verdade, tem gente na mesma situação que gasta muito mais, mas cada um com suas prioridades, né? Infelizmente, não tenho dicas de onde comprar ~roupas da moda~ ou maquiagens incríveis - quer dizer, sei onde eles estão, mas nunca compro, então fica difícil sair falando, né?

Mas obviamente eu gasto com algumas coisas aqui e resolvi falar das coisas nas quais invisto meu suado dinheiro com maior frequência por essas bandas.

5 - Acessórios na Claire's

A Claire's não é uma loja barata, mas tem muuuita coisa linda e legal. Eles vendem colares, brincos, acessórios pra cabelo, entre muitas outras coisas. É lá que as irlandesas compram as parafernalhas delas, mas dá pra achar coisas usáveis também. Sempre tem promoção "3 por 2" e acabo comprando, mas o preço sai elas por elas, porque os itens individuais não são baratos. Na última vez comprei faixas e presilhas pro cabelo e gastei uns 15 euros. Não é pouco, mas eu gosto da qualidade dos produtos.


1.1

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Esqueci completamente que no último dia completei 1 ano e um mês de Irlanda - 13 meses morando na Ilha Esmeralda! Quanta coisa tem acontecido na minha vida! Não sou religiosa, mas estou muito feliz e agradecendo aos céus e universo por tudo que conquistei e vivo a cada dia aqui.

Passada essa introdução meio breguinha, vamos aos fatos: o que aconteceu de bom nesse primeiro mês pós-renovação?

Um dia desses, no trabalho....

Em termos práticos, a rotina continua a mesma: trabalhando bastante, indo as aulas de alemão, escrevendo no blog, assistindo algumas séries e tentando me manter ocupada aos finais de semana, porque se deixar, eu faço nada meeeesmo. Como é bom não fazer nada de vez em quando!

Eu fiquei

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Eu fiquei. 

Fiquei porque não era a hora de voltar, porque não estou preparada pra voltar pra São Paulo. Porque eu gosto de ir de bicicleta pro trabalho em segurança, mesmo quando chove. Porque pagar as minhas contas, fazer as minhas compras no supermercado e lavar as minhas roupas da mó sensação de ser mesmo adulta. Porque é possível chegar no cinema 5 minutos antes do filme começar, sem se preocupar em comprar ingresso pela internet e ficar horas na fila quando o assento não é marcado. Fiquei porque apesar de sentir falta da sala de aula, esse tempo longe dela vai me fazer bem. Porque a experiência como babá tem sido, porque não, muito enriquecedora. Porque com o meu pequeno salário já conheci mais países do que os dedos de uma mão podem contar. Porque a minha lista é grande e ainda há muitos lugares que eu gostaria de conhecer - Holanda, Espanha, Portugal, Suíça, Polônia, Noruega, Inglaterra... Porque a Irlanda ainda tem muitas belezas e coisas boas pra me mostrar. Porque eu gosto do chá com leite, da banoffe pie, do scone e do feijão enlatado. Porque aqui eu consigo saciar os meus desejos Becky Bloom e usar cosmético de marca gringa famosa sem precisar parcelar em mil vezes no cartão. Porque aqui não se parcela nada no cartão e isso é libertador. Porque eu posso pagar 1 euro numa camisetinha na Penneys. Porque eu posso observar a mudança das estações do ano, que aqui são visíveis e bem marcadas. Porque a luz do dia tem durado cada vez mais e logo logo ainda estará claro às 10 da noite. Porque aqui eu não passo calor usando cachecol. Porque eu posso usar meia calça todo dia. Porque eu quero estudar mais, prestar algum certificado de proficiência, fazer algum curso na minha área. Porque um curso de línguas aqui é mais barato do que no Brasil e eu aproveito pra estudar alemão. Porque aqui eu escuto português, espanhol, alemão e polonês quase sempre nas ruas do centro. Ah, escuto inglês também! Porque aqui a polícia não tem armas. Porque não tenho medo de ser assaltada, mas no máximo de algum adolescente folgado falar alguma coisa ou gritar no meu ouvido. Porque eu quero mais do intercâmbio, mais da Irlanda, mais de Dublin. Fiquei por ele também, mas acima de tudo, fiquei por mim. Por mim e pelos meus sonhos e planos, pela minha curiosidade insaciável. 

Por isso e por muito mais, eu fiquei. 

Ir ao médico num país estrangeiro pode ser interessante

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Demorou quase um ano pra eu precisar ir ao médico aqui. Na verdade precisar eu não precisava - não era caso de vida ou morte, mas enfim, vamos aos detalhes: eu precisava de uma receita médica pra algum remédio que combatesse acne, já que misteriosamente minha pele ficou muito ruim de uns meses pra cá. Não sei se foi o calor, se foi o vento, se foi a chuva, se foi a água, mas o fato é que minha acne, essa maldita que me acompanha desde a adolescência, invadiu minha vida com tudo aqui na Irlanda.

Creminho e sabonetinho não resolve, eu queria um remédio mesmo, por isso fui numa dermatologista.

Só que na Irlanda é assim: se você quer ir num especialista (no caso, o dermatologista), você precisa primeiro passar no GP (clínico geral). É uma lógica um pouco sem sentido em alguns casos, porque se eu sei que meu problema é acne, não preciso ir num clínico geral pra me dizer isso, certo? Ainda mais quando você paga no mínimo, atenção, 50 euros na consulta.



Renovando o visto

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Pra renovar o visto como estudante na Irlanda, você basicamente precisa pagar por um novo curso, ter frequência, seguro governamental e... Acho que é só. Eu já tava juntando dinheiro pra renovar há meses e tava na maior dúvida em como renovar esse visto. 

É que eu pensei: o curso mais barato é o General English, mas inglês de novo eu não vou aguentar. E renovar com algum curso mais caro (fotografia, business) valeria a pena? Depois de muito tempo pensando e analisando cada possibilidade, decidi pelo General English. Mas foram semanas de muita reflexão e análise MESMO! 

Fui na escola conversar sobre minha frequência e tudo certo: paguei o curso e voltei uma semana depois pra buscar minha confirmação de matrícula, carta do seguro e carta de frequência. 

1 ano de Irlanda!

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Finalmente chegou o momento! Hoje eu completo 1 ano morando na Irlanda!!!!

MAS GENTE, UM ANO PASSOU RÁPIDO DEMAIS!

Que coisa mais bizarra, parece que foi ontem que cheguei aqui, ou que estava me preparando e juntando dinheiro pra vir. O fato é que o tempo passa rápido, e como já ouvi por aí, se você não aproveita, "perdeu playboy". Piscou e já foi um mês. Piscou de novo e já foram 6. Piscou de novo e já ta hora de voltar pra casa. 

Ou no meu caso, hora de renovar o visto. Como diria nosso conhecido Dom Pedro: "digam ao povo que fico"!

O fim-de-semana foi só sobre isso: St. Patrick's Day!

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Ah, o feriado nacional mais importante do ano! O Saint Patrick's Day!

Eu tava muito animada pelo Saint Patrick's por vários motivos: primeiro porque sempre comemorei essa data em SP, como professora de inglês, e segundo porque essa celebração casou com o meu aniversário de um ano morando na Irlanda! 

Por trabalhar em escolas de idiomas, sempre me vesti de verde e sempre fiz algum tipo de atividade com os alunos na data. Pra quem não sabe, o são Patrício é o santo padroeiro da Irlanda e trouxe o catolicismo pro pais. Ele usava o shamrock (trevo de 3 folhas) pra explicar a santíssima trindade e reza a lenda que foi ele o responsável por ter expulsado as cobras dessas terras. Se é verdade ou não ninguém sabe, mas o fato é que esse é o feriado nacional mais comemorado no mundo inteiro! E vem gente de muitos lugares diferentes pra ver o desfile e se jogar nos pubs irlandeses. 

Não sei como essa data se tornou tão importante e celebrada, mas ela acaba sendo mais do que o dia de um santo; é como o brasileiro ganhando final de Copa do Mundo, sabe? É um orgulho, uma alegria, todo mundo vira irlandês e entra na celebração.

Aqui em Dublin tinha vários eventos acontecendo no fim de semana todo: coisas pra família, apresentações na rua, parque de diversões e o evento principal, que é a parade que aconteceu ontem. 


O dia em que eu saí de casa...

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Nunca achei que fosse usar música do Zezé di Camargo pra ilustrar alguma situação da minha vida, mas não é que hoje eu só conseguia pensar nela?

"Mas ela sabe que depois que cresce o filho vira passarinho e quer voar..."

E há exato um ano eu voava (literalmente) pra minha nova vida, pra um destino novo e que me transformaria pra sempre. Pode parecer dramático, mas é intenso mesmo: no dia 16 de março de 2013 eu embarquei pra Istambul, embarquei pra realização de um sonho, embarquei para o inesperado. 

"Mas intercâmbio pra quê? Você já fala inglês!"

"Você vai abandonar seu bom emprego aqui pra ter subemprego na Europa?"

"Ah, mas na Irlanda é muito frio e chove demais!"

Para essas e outras frases parecidas que ouvi quando anunciei que vinha pra cá: apesar deu ter dado uma pausa na minha carreira pra ser babá, nunca estive tão feliz. O inglês? Claro que aprendi diversas expressões e o modo particular com o qual os irlandeses falam, então vamos dizer que o inglês melhorou! E o clima... o clima foi maravilhosamente atípico e até calor passei na ilha. 

Há um ditado que diz "home is where your heart is".... E o meu por ora, tá aqui.
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