Cara, nessas últimas semanas eu tava numa abstinência absurda de dar aula. Mas antes, um parênteses: ontem eu dei uma aula na CITAS, escola no centro onde meu colega da UCD trabalha. Dei uma aula lá porque eu precisava ser observada para um módulo no curso e como não estou trabalhando como professora no momento, esse colega gentilmente cedeu uma hora da aula dele. A saudade virou uma adrenalina, um negócio que não dá pra explicar. É muito bom estar na sala de aula.
Mas a saudade que eu sinto não é só de dar qualquer aula não, eu tô morrendo de saudade dos
meus alunos.
Claro que quando a gente pensa em situações com um olhar nostálgico, naturalmente elas parecerão muito melhores do que realmente eram. O cansaço de preparar aulas por hooooras, a pressão de ligar pra responsáveis e pais de alunos, a loucura de dar aula o dia todo e até no sábado. Tudo isso praticamente o dia todo, todo dia. Correções de prova, correção de redação, preencher relatórios, observação de aula, treinamentos, workshops... Eu fazia tudo. Era uma
workaholic de primeira.
No entanto, quando olho pra trás, lembro de tanta coisa boa, de tanta gente legal que conheci, de todos os momentos bacanas em sala dos professores, dos colegas de trabalho - muitos deles que são amigos até hoje. Mas de quem mais sinto saudades mesmo, é dos meus alunos.
Foram centenas e centenas de alunos, mas eu me lembro de cada um deles: das crianças, dos adolescentes, dos adultos, dos alunos particulares. As pessoas dizem que um professor pode marcar muito a vida de um aluno, mas o que elas não sabem é que muitas vezes, o aluno pode marcar ainda mais o professor. Quase sempre lembro do nome, da profissão, de como era essa pessoa em sala, de onde ela era... acredite, se você foi meu aluno, eu me lembro de você!