Mostrando postagens com marcador Vida de Professora. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Vida de Professora. Mostrar todas as postagens

Aquele da mudança de carreira

/

Eu NUNCA pensei que mudar de carreira de fato me aconteceria um dia. Mesmo. Apesar de já falar do assunto com amigos, ter tido inúmeras conversas com o R. sobre o assunto, no fundo eu achava que o meu amor pela profissão venceria e eu seria professora para o resto da vida.


Bem, pra quem lê esse blog há um tempo ou me conhece, sabe que eu encho a boca pra falar que sou professora de inglês. Era um sonho de adolescência, e mesmo tendo estudado originalmente Comunicação Social, eu trabalho como professora desde os 17 anos e após a faculdade fiz a pós e mestrado em Ensino de Inglês porque era ali onde tava a minha paixão. 


Além disso, eu sempre associei o meu trabalho à minha própria identidade - é só você ler a descrição que tenho aqui no blog e em redes sociais. É sempre "professora de inglês" que vem na primeira linha.

Summer Principal verão 2.0

/

Quando fui contratada pra trabalhar na escola onde trabalho atualmente, logo na entrevista já tinham comentado sobre a possibilidade deu trabalhar como coordenadora de uma das filiais de verão da escola. Topei, fiz o trabalho, mas não foi nada fácil e eu meio que tinha jurado pra mim mesma que não faria de novo - foi um período estressante, cansativo, frustrante, e eu não queria ter que passar por aquilo de novo.

Voltei pra sala de aula e ali fiquei belíssima. Na sala de aula é onde estou feliz, ajudando os alunos, interagindo, fazendo o que sei fazer de melhor.

Quando foi em fevereiro desse ano, a gerente do RH me chamou pra uma conversa e perguntou se eu tinha interesse em trabalhar como summer principal novamente, no mesmo lugar, por um período de oito semanas. Confesso que a princípio eu só queria correr e dizer "me deixem quietinha dando aula!", mas, pedi um tempo pra pensar e ponderar e teríamos uma nova conversa em poucos dias.



O dia em que recusei uma promoção no trabalho

/

Só hoje vim perceber que não escrevo - e nem posto - nada no blog há mais de uma semana. Não abandonei esse espaço - ainda é um prazer, um refúgio, um passatempo delicioso dividir minhas experiências e vida por aqui, mas não está fácil. Tenho trabalhado muito, muitas horas por dia, e tenho feito coisas além trabalho quase todo dia da semana. Isso somado à cuidar da vida doméstica, encontrar amigos, falar com família e amigos o Brasil, pronto, acabou o tempo livre, mesmo!

Mas eu queria vir contar sobre uma coisa que aconteceu comigo nesse mês de agosto que mexeu muito comigo.

Todo mundo que me acompanha aqui sabe quem sou, da minha trajetória: sou professora de inglês desde os 17 anos de idade, amo o que faço, mas tive meus momentos de estresse. Justamente pra ter uma pausa vim pra Irlanda passar uma temporada - cof cof - que acabou virando uma mudança ~permanente~ mesmo. Mas o fato é que quando me vi construindo uma nova vida aqui, não pensei que poderia fazer outra coisa a não ser ensinar. É isso o que sei fazer, o que amo fazer e o que tenho qualificação pra fazer.


Coordenadora de escola de verão: como foi?

/

No momento em que escrevo esse post, são 4 horas da tarde. Estou esperando a turma que tem aulas até as 5pm acabar para que eu possa ir embora - um pouco mais cedo, já que oficialmente meu horário é as 6pm.

Mas essa semana - e semana antes deu viajar pra Grécia - foram extremamente atípicas na minha vida de assalariada de maneira geral. Isso porque sendo professora, eu sempre, sempre, sempre estive ocupada no trabalho. Os únicos momentos de folga eram entre os intervalos das aulas ou épocas mais calmas na escola mas ainda assim, nunca fiquei sem ter o que fazer. Tem prova pra corrigir, aula pra preparar, ligação pra pais, enfim, uma infinidade de coisas.

Sendo babá na Irlanda, mesma coisa: tinha ali uma meia horinha que as crianças dormiam ou brincavam sozinhas, mas de maneira geral, estava sempre ocupada.

Quando comecei a desempenhar esse papel de coordenadora de uma escola de verão, foi muito, muito avassalador. Fiquei assustada, cansada, chorava todo dia... fiquei perdida, sem saber o que fazer, como resolver, como perguntar. Mas foi indo, fui lidando com as situações, resolvendo os problemas e 5 semanas passaram e eu estava viva! Viva, com a escola de pé - e não somente isso, como tive que lidar com uma inspeção do ACELS. Sozinha, eu e os caras!


Nível máximo do stress (ou como foi minha primeira semana como coordenadora)

/

Hoje eu completo uma semana trabalhando como Centre Principal num dos centros de verão que a escola para qual trabalho abre todo ano. E como tem sido essa semana?

Bem, primeiro que quero dizer que ontem, meu 6º dia trabalhando nessa posição, foi o primeiro dia em que realmente sai do escritório no meu horário, o que já diz muita coisa, certo? A verdade é que a primeira semana foi um verdadeiro caos - parecia que tratores e caminhões passavam por cima de mim absolutamente todos os dias. Eu começava mais cedo, saia mais tarde, trabalhava de casa à noite, no fim de semana... foi tão estressante tão rapidamente que eu chegava em casa chorando absolutamente todos os dias.

Não foi fácil. Mesmo. Não só porque eu nunca havia desempenhado essa função, mas também porque não estou familiarizada com todos os processos da escola. Mas o problema maior mesmo, aquele que tirou meu sono - literalmente - foi a falta de professores.

Mas já que falei em sono, vamos falar sobre sono? Cara, que coisa estranha o nosso corpo. Eu estava cansada todo dia, morta, com dores no corpo e queria muito dormir, descansar. Mas não conseguia. Acordava várias vezes ao longo da noite e em umas duas ou três noites acordei lá para as 4 da manhã e não consegui mais dormir. Simplesmente não conseguia. Então além do estresse pelo que estava passando na escola, ficava com medo de ir dormir e não conseguir dormir.


Trabalho novo de novo

/

Tudo começou em meados de abril/maio. Eu tava naquela rotina de trabalhar em duas escolas, indo de um lado pro outro e querendo muito, muito, trabalhar num lugar só. Não foi por falta de tentativas: tive conversas e reuniões com meus diretores das duas escolas e mesmo assim, não havia nenhuma oportunidade de trabalho full-time pra mim em nenhuma das escolas, então resolvi começar do zero e procurar uma nova posição em uma nova escola.

Pra ser sincera, não foi difícil. Essa época de abril e maio é excelente pra se achar empregos como professor de inglês em Dublin, mas infelizmente, a maioria dessas vagas é apenas part-time ou temporária, o que eu definitivamente não queria. Mas aí olhando uma vaga aqui e outra ali, achei um anúncio de uma escola excelente cuja diretora eu já havia conhecido em outras ocasiões e eles procuravam professores tanto pro verão como para o resto do ano.

Não hesitei. Atualizei meu currículo e minha cover letter e escrevi pra J., diretora da escola. Em pouco tempo ela não só me respondeu super contente deu ter mandado meu CV, mas me chamando para uma entrevista. A entrevista na verdade acabou sendo mais uma conversa mesmo, porque ela não me perguntou nada do que costuma-se perguntar em entrevistas de emprego. Foi meio que um bate-papo informal pra saber se eu aceitaria a vaga mesmo ou não.


Professora em tempo integral

/

Então que eu arrumei um outro emprego. Na verdade, minha vida anda meio bagunçada nesse sentido pois estou como barata tonta andando de um lado pro outro, mas faz parte, não é mesmo?

Tudo começou quando descobri que o A., que foi meu professor no curso preparatório de CPE que fiz em 2014, era diretor (ou como eles chamam aqui, director of studies) de uma super escola no centro da cidade. Nem acreditei. No dia seguinte mandei email pra ele dizendo que eu tinha interesse em trabalhar lá e em menos de uma semana eu estava na sala de aula.

Atualmente, no período da manhã, continuo trabalhando na mesma escola onde estou desde novembro do ano passado. Aí almoço correndo e vou pra outra escola no período da tarde.

É cansativo estar em dois lugares ao mesmo tempo porque você não consegue estar 100% em nenhum dos dois - não consigo participar de reuniões, por exemplo, porque na hora da reunião eu tô no caminho pra outra escola. Mas acho que isso não é um problema. Ambas as escolas estão cientes de que trabalho em outro lugar e por enquanto, super tranquilo.

Vista da escola à tarde (foto de capa)

Aquele outro da conferência

/

No ano passado eu participei de uma conferência para professores de inglês aqui em Dublin que mudou demais a minha vida. Pode parecer clichê, mas todos os eventos que se desencadearam após essa conferência tiveram consequências extremamente positivas pra mim pessoal e profissionalmente.

Por conta disso, não pensei duas vezes quando tive a chance de tentar me apresentar nessa conferência novamente em 2017!

Quando eu tava escrevendo minha dissertação sobre professores não-nativos em Dublin, eu já sabia que os meus resultados não poderiam ficar restritos à minha tese que seria lida por, no máximo, 4 ou 5 pessoas. Eu queria muito compartilhar o que havia descoberto sobre o mercado na capital irlandesa e mandei a proposta de apresentação pra ELT Ireland ainda no ano passado. Passados alguns meses, fui aceita pra me apresentar novamente e a partir daí, foi só a questão de resumir os meus resultados, fazer uns slides legais e me preparar para a apresentação!

O que eu mais temia

/

Desde que comecei a dar aula em novembro do ano passado numa escola no centro da cidade, fiquei muito alarmada com o que poderia acontecer. Não sou famosa na internet, mas tenho um blog que acaba aparecendo nas buscas sobre "intercâmbio na Irlanda". Agora não tanto, eu recebia mais emails e mensagens antes - acho que como eu não sou mais intercambista e minhas infos sobre o assunto já estão desatualizadas, o desinteresse aumentou também.

Mesmo assim, eu vira-e-mexe pensava: putz, já pensou se aparecer algum aluno na minha sala que me conhece do blog? Não que eu ficaria envergonhada, mas sempre bate aquela timidez, né? Eu tento manter uma persona de professora diferente da que tenho por aqui: não falo muito da minha vida pessoal - no máximo quando um ou outro aluno pergunta, como já perguntaram há quanto tempo eu morava aqui, se pensava em voltar ao Brasil e se tinha algum visto de trabalho. Entendo a curiosidade deles, especialmente vindo de alunos brasileiros.


Tá chovendo emprego!

/

Eu ainda não tinha comentado aqui no blog, mas acredita que eu consegui mais um emprego como professora?

De verdade, eu realmente achava que seria muito mais difícil. Tipo, quando voltei do Brasil já estava preparada pra ficar o resto do ano desempregada, triste e desanimada com o cenário de ELT na Irlanda. Mas o fato é que acho que estou no caminho certo - munida de um bom currículo e um pouco de sorte, consegui algumas entrevistas que geraram empregos (ainda que não permanentes) e uma que acabou dando no meu emprego atual.

Mas enfim, na época em que estava mandando currículos loucamente acabei enviando um pra escola onde fiz o curso preparatório de CPE. Por uma coincidência agora moro muito perto de lá e achei que de repente pudesse ser interessante pra eles me ter como professora, mesmo que só pra cobrir professores de férias ou que faltam, já que em 7 minutos de bike chego lá.

Vista do segundo andar da escola....

Back to teaching

/

E não é que eu consegui um emprego?

Tudo bem, não é o emprego dos sonhos - por enquanto é só meio-período na verdade agora também tô fazendo algumas horas a mais com trabalho administrativo - o salário não é dos melhores, mas já é alguma coisa um pouco mais estável.

A história começou quando recebi uma resposta dessa escola ao enviar o meu currículo - o diretor queria saber se eu poderia pegar uma turma a partir da semana seguinte e que essa vaga, apesar de não ser permanente, poderia dar em algo mais sólido no ano que vem.

Respondi que não poderia começar na semana seguinte, já que já havia me comprometido com duas escolas para cobrir professores. Ele disse que mesmo assim gostaria de conversar e marcamos uma entrevista pro dia seguinte pela manhã.

Me deu um déjà vu fodido entrar no prédio da escola porque ela fica num prédio georgiano igual ao prédio de onde ficava a falecida MEC, escola onde estudei inglês quando cheguei aqui. Fiquei pensando no tempo que perdi naquelas aulas mequetrefes...

A entrevista foi super tranquila, nem nervosa eu estava. Pra dizer a verdade, como eu sabia que não era assim, a vaga que eu queria, meio que fui levando... e no fim ele já estava me apresentando pros outros professores e me dando detalhes da turma que eu ia pegar!

Cover teacher (de novo?!)

/

A busca por emprego não tinha parada, porque eu sou brasileira e não desisto nunca. Essa não seria uma boa época do ano pra encontrar trabalho como professora de inglês, muito menos um trabalho permanente: não há vagas em lugar nenhum. Porém, nada me impedia de continuar tentando até conseguir, não é mesmo?

Como minha pesquisa de mestrado foi justamente sobre professores não-nativos em Dublin, eu já tô ligada em muita escola onde eu não gostaria de trabalhar. Na verdade, uma das coisas que eu fiz pra minha pesquisa foi analisar mais de 50 sites de escolas em Dublin pra ver o que essas escolas falavam sobre a questão "professores nativos". No fim das contas, algumas escolas usam sim esse argumento - o que é completamente discriminatório de acordo com leis da União Europeia e irlandesas. De todo modo, eu meio que tenho uma "lista negra" de escolas, uma lista de escolas que são ok e uma lista de escolas super legais onde eu adoraria trabalhar.

Então comecei mandando currículo justamente pras escolas super legais e ok - e claro, não tive muitas respostas. É normal, né? Quer dizer, tive uma ou outra resposta dizendo que no momento não estavam contratando mas que manteriam meu currículo e uma outra dizendo que não tinham nenhuma vaga permanente, mas que eu poderia começar como professora substituta e que geralmente isso pode virar uma vaga permanente.

Respondi que toparia na hora!

Cover teacher na UCD

/

Eu já sabia que ao voltar do Brasil em pleno fim de outubro não seria fácil achar emprego de professora, principalmente uma vaga permanente. A verdade é que o mercado em Dublin é extremamente sazonal e a época de vacas magras sempre chega após o verão.

Mesmo assim, estava obstinada a encontrar alguma coisa. Com o R. montamos uma cover letter bem bacana, que fui adaptando a cada escola para a qual enviava um currículo. Sim, porque aqui, além do currículo, você precisa ter uma carta de apresentação onde fala o porquê de querer trabalhar naquela empresa e um pouco das suas qualificações, história, etc.

No entanto, mesmo antes de chegar em Dublin eu já tinha uma entrevista marcada: recebi um email do Applied Language Centre da UCD perguntando se eu estava interessada numa vaga como cover teacher - fui recomendada pela minha professora que hoje é diretora de todo o departamento. Aliás, essa é a mesma professora que me ajudou em mais de uma ocasião, inclusive conseguindo a bolsa de mestrado pra mim.

A vaga era pra dar aula para os alunos de EAP e EAS - English for Academic Purposes e English for Academic Studies. Nós falamos bastante disso no mestrado e essa área de inglês acadêmico tem crescido bastante no mundo todo, já que são muitos alunos querendo fazer suas graduações e pós-graduações no exterior. Eu pessoalmente não sou a maior fã de inglês acadêmico do mundo, mas como havia sido uma recomendação da minha professora, não pude dizer não.

Alunos multiculturais - uma nova experiência

/

A melhor coisa de dar aula aqui em Dublin é sem dúvida, a experiência multicultural. Assim como no ano passado, tive contato com alunos de diferentes partes da Espanha, Itália, Rússia e Alemanha, mas além disso, acrescentei três novos países pra minha vivência como professora: Suíça, Croácia e Turquia.

Ter esse contato com alunos vindo de diferentes lugares é um negócio muito legal. Como pessoa, eu fico super curiosa pra saber mais sobre os lugares de onde ele vêm, o que estudam na escola, suas impressões sobre a Irlanda... e como professora, aumento meu repertório e experiência com alunos que tem línguas-maternas diferentes da minha.

Eu li muitos textos sobre uso de língua-materna no mestrado e sou super à favor do professor saber a L1 dos alunos (inclusive tem um post onde falo mais sobre o assunto aqui). No Brasil eu me sentia totalmente à vontade e confortável pra lidar com dúvidas e erros comuns dos alunos, já que muitos desses vêm de interferência da língua-materna (no caso, português), além de poder usar o português com o intuito de fazer uma brincadeira, explicar instruções mais complexas, etc.

No entanto, apesar deu saber espanhol e italiano ("saber" é bem generoso - estou num nível intermediário, entre o B1 e B2 do CEFR), na escola onde trabalhei nesse e no verão passado, não podia dizer aos alunos que eu sabia essas línguas. Eles querem obviamente maximar o uso de inglês em sala de aula, e se os alunos souberem que você fala a língua deles, não vão tentar se esforçar pra falar inglês (essa é a teoria). Na prática, me senti meio mentirosa.

Começando mais uma etapa: CELT

/

Não sei de onde tiro essas ideias, mas a verdade é que não consigo ficar parada por muito tempo. E no caso, eu não posso - quero ter a chance de obter um bom emprego aqui, e não qualquer emprego: quero fazer o que sei e amo, que é dar aulas de inglês.


Massssss, é claro que haveria dificuldades e aos poucos vou superando-as.

A primeira é óbvia: não sou irlandesa. Parece uma coisa simples, mas ser professor de inglês num país de língua inglesa não é tarefa fácil não, acredite. Existem dezenas, centenas de professores de inglês irlandeses disponíveis - por que me contratariam, não é mesmo?

A segunda é ter uma qualificação reconhecida por aqui. Eu tenho a qualificação? Bem, tenho e não tenho.

Professora no verão - 2ª edição

/

Caaaaara. Estou esgotada. Exausta. Morta. Como dar aula é cansativo - já havia me esquecido!

O fato é que trabalhar das 9h00 às 17h30 lidando com adolescentes não é nada nada fácil. Mas dessa vez eu já estava preparada pra isso, já que no ano passado havia tido a experiência de trabalhar com esse público por algumas semanas no verão.

No início de 2016 eu recebi um email da escola perguntando se eu tinha interesse em dar aula lá novamente esse ano - ao que respondi prontamente que sim. Fiz entrevista por Skype novamente (mas dessa vez bem mais tranquila!) e fiquei sabendo dos meus horários ainda em meados de abril.

No fim de junho fiz o treinamento e comecei a trabalhar. A melhor coisa esse ano foi ter tido tempo de absorver tudo, já que no ano passado, eu fiz entrevista num dia e comecei a trabalhar no outro - foi muito corrido! Dessa vez, ter tido a experiência do ano passado com o plus desse treinamento inicial me salvou, pois eu estava muito mais preparada. Além disso, esse ano são menos professores trabalhando nessa unidade e portanto, há mais espaço para tirar dúvidas, checar coisas, etc.

Uma outra grande diferença desse ano pro ano passado foi que ao contrário de 2015, quando só dei aula pros níveis mais básicos, tive a chance de trabalhar com os níveis upper-intermediate e advanced. E não me leve à mal, meus níveis preferidos são os básicos sim, mas quando os alunos são adultos. Trabalhar com adolescente nessa fase é muuuuuito complicado, portanto fiquei com o sorriso de orelha à orelha quando minha chefe me atribuiu essas turmas esse verão.

Conferência em Limerick

/

Um dia qualquer em abril recebi um email da diretora do mestrado (e também nossa professora) sobre uma conferência de Linguística e TESOL (Teaching English to Speaker of Other Languages) na universidade de Limerick. Ela queria saber se tinha alguém interessado em apresentar alguma coisa.

Se você lê o blog, deve lembrar que em fevereiro eu não só participei da minha primeira conferência na Irlanda mas também me apresentei nela - foi uma experiência muito legal, que me abriu portas e também a mente.

Como eu estava na vibe de me desenvolver como profissional aqui, não pensei duas vezes e falei que queria participar. Mandei um resumo da mesma apresentação que fiz no ELT Ireland em fevereiro e esperei a resposta. Em poucas semanas fiquei sabendo que eles tinham aprovado minha proposta e lá estava eu no dia 26 de maio na 2016 Postgraduate Research Conference Of Applied Language Studies, CALS/PhD in TESOL.

Comprei as passagens de ônibus para Limerick uns dias antes - por sorte, a empresa pára no campus, então não precisei me preocupar em chegar lá saindo de alguma estação de ônibus, sabe?

Abstinência

/

Cara, nessas últimas semanas eu tava numa abstinência absurda de dar aula. Mas antes, um parênteses: ontem eu dei uma aula na CITAS, escola no centro onde meu colega da UCD trabalha. Dei uma aula lá porque eu precisava ser observada para um módulo no curso e como não estou trabalhando como professora no momento, esse colega gentilmente cedeu uma hora da aula dele. A saudade virou uma adrenalina, um negócio que não dá pra explicar. É muito bom estar na sala de aula.

Mas a saudade que eu sinto não é só de dar qualquer aula não, eu tô morrendo de saudade dos meus alunos.

Claro que quando a gente pensa em situações com um olhar nostálgico, naturalmente elas parecerão muito melhores do que realmente eram. O cansaço de preparar aulas por hooooras, a pressão de ligar pra responsáveis e pais de alunos, a loucura de dar aula o dia todo e até no sábado. Tudo isso praticamente o dia todo, todo dia. Correções de prova, correção de redação, preencher relatórios, observação de aula, treinamentos, workshops... Eu fazia tudo. Era uma workaholic de primeira.

No entanto, quando olho pra trás, lembro de tanta coisa boa, de tanta gente legal que conheci, de todos os momentos bacanas em sala dos professores, dos colegas de trabalho - muitos deles que são amigos até hoje. Mas de quem mais sinto saudades mesmo, é dos meus alunos.

Foram centenas e centenas de alunos, mas eu me lembro de cada um deles: das crianças, dos adolescentes, dos adultos, dos alunos particulares. As pessoas dizem que um professor pode marcar muito a vida de um aluno, mas o que elas não sabem é que muitas vezes, o aluno pode marcar ainda mais o professor. Quase sempre lembro do nome, da profissão, de como era essa pessoa em sala, de onde ela era... acredite, se você foi meu aluno, eu me lembro de você!

Aquele da conferência

/

No domingo eu me apresentei na segunda conferência anual organizada pelo ELT Ireland. Não foi a primeira conferência da qual eu participei - pelo menos não como palestrante. Foi uma experiência muito legal e interessante e confesso que gostei tanto que já quero mais!



Tudo começou quando a professora do mestrado comentou que dois speakers da conferência tiveram que cancelar de última hora e que por isso, havia duas vagas sobrando. A presidente da ELT Ireland, conhecendo minha professora (e sabendo que ela também é diretora do curso de mestrado da UCD) ofereceu essas vagas para duas pessoas da minha sala. Na hora fiquei meio assim, insegura - mas foi só perguntar o que o R. achava pra receber uma enxurrada de "você tem que ir", "isso vai ser muito bom", "candidate-se".

A professora mesmo tinha dito que poderíamos usar uma das apresentações que fizemos no ano passado - era só dar uma incrementada. Sendo assim, escolhi a minha apresentação preferida (e a que tive maior nota também!) e mandei um resumo para a presidente da ELT Ireland. Qual a minha surpresa quando, no dia seguinte, recebo um email dela dizendo que eles ficariam "delighted to have me" e que eu poderia participar?!

Foi aquela bagunça de sentimentos, aquela coisa de alegria com medo - mas mais alegria do que medo, ainda bem!

Fui resgatar essa apresentação, acrescentei uns slides, mandei uma bio para os organizadores da conferência e fui me preparando - na verdade, eu só tive mesmo uma semana e meia para fazer tudo. Como eu já tinha um esqueleto muito bom pronto, serviu como uma super base, mas ainda assim, dá aquela insegurança, né?

A minha área - no Brasil e na Irlanda

/

Antes de começar o mestrado em TESOL na UCD eu já tinha uma ideia de como era o mercado de trabalho pra professores de inglês aqui na Irlanda: não muito animador.

Mas ser professora de inglês era assim tão bom no Brasil?


Aliás, nem no Brasil é muito animador, mas se você tem boas qualificações e experiência e trabalha numa escola séria, dá pra ter bons empregos. Eu já trabalhei em escolas pequenas, médias e grandes e cheguei a ter um bom salário em algumas delas. Na Fisk, por exemplo, eu não ganhava tão bem por hora, mas tinha alguns adicionais, férias pagas, convênio médico e odontológico, vale-alimentação, vale-transporte, enfim, todas aquelas coisas que qualquer emprego registrado em carteira oferece - e que MUITAS ESCOLAS de inglês não oferecem. A realidade em muitas escolas, na verdade, é que você tem um contrato e ganha as horas trabalhadas. Só. Com sorte eles incluem também o vale-transporte, mas só. Se você não trabalha nos meses de férias, não recebe nada, o que é uma droga, porque você tem que guardar uma boa grana durante o ano pra não passar aperto nos meses de férias.

Mas voltando: na Fisk, além desses benefícios, nós tínhamos avaliação profissional contínua, além de cursos e workshops toda sexta-feira (já que às sextas não dávamos aula). Esses cursos às sextas não eram pagos, mas eu não achava de todo ruim porque aprendi muito e os coordenadores das unidades que davam cursos eram sempre excelentes. O coordenador que eu tive por lá era maravilhoso, tinha um inglês impecável, era super organizado e profissional. Foi muito bom trabalhar por lá, mas eu queria mais e foi aí que entrou a Cultura.

Web Analytics
Back to Top