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Nova fase e a mudança mais rápida da história desse país

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A minha vida deu uma mudada inesperada nas últimas semanas, mas não tô reclamando não: toda mudança é sempre pra melhor, não é mesmo?

Começou com o trabalho. Eu já estava trabalhando como childminder desde julho/2014 com a mesma família. Após um ano, minhas horas foram reduzidas a meu pedido para que eu pudesse frequentar as aulas na faculdade. Assim seguimos por mais uns bons meses, até que minha chefe, que estava de licença-maternidade, me disse que voltaria a trabalhar e me fez uma proposta: que eu trabalhasse pra eles em período integral nos meses de maio à agosto e depois, em setembro, voltaria a trabalhar meio período.

Confesso que a proposta era de fato muito boa. Primeiro porque minhas aulas na faculdade acabaram em abril, então eu voltaria a ter disponibilidade total para trabalhar em maio. Segundo que, como eles me pagavam por hora, eu faria uma boa grana nesses meses de verão.

No entanto, eu já tinha planos de sair desse trabalho. Não porque eu não gostava - ao contrário! - mas porque eu queria voltar os meus dois olhos à minha carreira aqui na Irlanda. A escola onde dei aula ano passado me fez uma proposta para voltar esse ano, então eu meio que já tinha pra onde ir no verão. Claro, trabalhando como professora pra essa escola novamente não me garantiria um emprego depois, e caso eu resolvesse permanecer com a família C. teria meu emprego por quanto tempo fosse, mas pensei e resolvi negar a proposta.

Minha chefe, como sempre, foi suuuuper compreensiva, me apoiou e disse que no meu lugar, faria o mesmo, que eu era "too good for childminding". No fim, foi uma decisão mais minha do que deles.

Saudades antecipadas

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Esses dias eu tava pensando no quanto eu amo certas coisas aqui na Irlanda e no quanto eu sentiria falta delas se fosse embora tipo... hoje. Juntei tudo numa lista, se liga só:

10 - Ouvir buskers na Grafton St.

Ahhh, como é bom andar pela Grafton aos finais de semana no meio daquele monte de gente fazendo compras, caminhando, tomando sorvete ou simplesmente andando por ali. A Grafton tá sempre bombando e tem sempre gente se apresentando e cantando - tem uns músicos muito bons! Sentiria saudade de ver os talentos irlandeses pelas ruas.



15 meses de Irlanda

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Mais um dia 20, mais um aniversário de Irlanda. São 15 meses - Um ano e três meses que moro nesse país. O último mês, diferente de todos os outros, foi gasto quase todo fora daqui. É que eu fui passar umas férias do outro lado do oceano e fiquei praticamente 3 semanas longe de Dublin. Sendo assim, não teve muita coisa nova acontecendo por aqui, mas...

Ao chegar no Brasil, pude perceber a falta de coisas que eu conheci na Irlanda. Eu não imaginava, mas com tão pouco tempo vivendo aqui já me apeguei a coisas da rotina local, do modo de falar, do dia-a-dia mesmo. Claro que muito da saudade daqui vinha da falta de estabilidade, já que nas férias no Brasil eu acordava eu horários diferentes, comia coisas diferentes, via gente diferente todos os dias, enquanto aqui tenho meu cronograma e minhas coisinhas do mesmo jeito todo dia, sabe? Às vezes a gente reclama, mas rotina faz muito bem.

Em 15 meses de Irlanda eu já me acostumei totalmente a beber água da torneira;


A água na Irlanda faz mal?

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Como já comentei aqui no blog há muuuuito tempo, eu colecionava esmaltes e adorava fazer a unha. Sempre tive unhas fortes, longas, dificilmente quebravam.

Aí eu cheguei na Irlanda e notei que aos poucos, as unhas foram enfraquecendo.

Começou assim: uma ou outra unha quebravam, depois começavam a descascar... resolvi comprar uma base boa, de responsa, pra ajudar. Comprei e não resolveu. Eu fazia a unha num dia e no outro já tava descascando (não o esmalte, a unha), lascando, quebrando.... intrigada, perguntei no facebook se mais alguém tinha problemas com isso aqui. Nivea comentou que sim, que o caso dela era parecido com o meu e que ela acreditava ser a água daqui.

A água?


Pois é. Depois de 20 dias sem NENHUMA UNHA lascar no Brasil, elas começaram a quebrar na Irlanda, logo quando cheguei.


Volta a Dublin e pequenas reflexões

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Ah, que saudade de escrever aqui no blog! Tava com muita muita muita saudade mesmo. Mas como eu comentei por aqui, passei quase 3 semanas no Brasil e simplesmente não tive um minuto pra escrever nem postar. Na verdade, até tive, que foi quando subi o post do último dia em Lisboa. E só. Pra ser sincera, acho que os únicos momentos em que estive sozinha no Brasil é quando ia ao banheiro. Sério.

Esse começo pareceu meio carrancudo, mas é que eu cheguei ontem vindo de um vôo não muito legal. Não sei o que tem acontecido comigo, não consigo mais dormir profundamente em avião. Foram longas 11 horas de vôo preenchidas por 1 horinha de cochilo no inicio, algumas refeições (gostei mais do sorvete da KLM na ida do que o picolé da Air France na volta) e um filho da puta do meu lado que julgava ter um "dito cujo" muito grande, já que ele ficou tomando o meu espaço o tempo todo abrindo suas pernas. Além disso, roncou PRA CARALHO do meu lado. Que ódio!

Tá, ainda tô parecendo irritada, né? Mas imagina que eu não aguentava mais ficar sentada no avião - as costas doíam, as pernas doíam, os olhos doíam. Assisti um episódio de Friends, um de Louie, um de Modern Family, além de ter visto dois filmes: "The secret life of Walter Mitty" (filme de auto-ajuda meio água com açúcar mas com paisagens de tirar o fôlego) e "Frozen" (eu era a única que ainda não havia visto e logicamente, quis sair cantando e dançando as músicas do filme pelos corredores do Boeing da Air France).


Eu fiquei

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Eu fiquei. 

Fiquei porque não era a hora de voltar, porque não estou preparada pra voltar pra São Paulo. Porque eu gosto de ir de bicicleta pro trabalho em segurança, mesmo quando chove. Porque pagar as minhas contas, fazer as minhas compras no supermercado e lavar as minhas roupas da mó sensação de ser mesmo adulta. Porque é possível chegar no cinema 5 minutos antes do filme começar, sem se preocupar em comprar ingresso pela internet e ficar horas na fila quando o assento não é marcado. Fiquei porque apesar de sentir falta da sala de aula, esse tempo longe dela vai me fazer bem. Porque a experiência como babá tem sido, porque não, muito enriquecedora. Porque com o meu pequeno salário já conheci mais países do que os dedos de uma mão podem contar. Porque a minha lista é grande e ainda há muitos lugares que eu gostaria de conhecer - Holanda, Espanha, Portugal, Suíça, Polônia, Noruega, Inglaterra... Porque a Irlanda ainda tem muitas belezas e coisas boas pra me mostrar. Porque eu gosto do chá com leite, da banoffe pie, do scone e do feijão enlatado. Porque aqui eu consigo saciar os meus desejos Becky Bloom e usar cosmético de marca gringa famosa sem precisar parcelar em mil vezes no cartão. Porque aqui não se parcela nada no cartão e isso é libertador. Porque eu posso pagar 1 euro numa camisetinha na Penneys. Porque eu posso observar a mudança das estações do ano, que aqui são visíveis e bem marcadas. Porque a luz do dia tem durado cada vez mais e logo logo ainda estará claro às 10 da noite. Porque aqui eu não passo calor usando cachecol. Porque eu posso usar meia calça todo dia. Porque eu quero estudar mais, prestar algum certificado de proficiência, fazer algum curso na minha área. Porque um curso de línguas aqui é mais barato do que no Brasil e eu aproveito pra estudar alemão. Porque aqui eu escuto português, espanhol, alemão e polonês quase sempre nas ruas do centro. Ah, escuto inglês também! Porque aqui a polícia não tem armas. Porque não tenho medo de ser assaltada, mas no máximo de algum adolescente folgado falar alguma coisa ou gritar no meu ouvido. Porque eu quero mais do intercâmbio, mais da Irlanda, mais de Dublin. Fiquei por ele também, mas acima de tudo, fiquei por mim. Por mim e pelos meus sonhos e planos, pela minha curiosidade insaciável. 

Por isso e por muito mais, eu fiquei. 

Adaptação (?)

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Na contagem regressiva pra 1 ano morando na Irlanda e eu ...

... me acostumei a fazer compra nos mercados aqui - já sei onde tem os produtos que mais gosto, os mais baratos, enfim, já tô ligada no rolê do Tesco e do Lidl;

... me acostumei a ver ciclistas pela cidade toda. Acho que vai ser estanho quando eu voltar pra SP e não ver tanta gente andando de bike;

... me acostumei com o número de carrinhos de bebê e crianças que preenchem as ruas de Dublin (mentira, eu ainda fico pensando "caramba, como esse povo faz filho, gente!")

... estou totalmente habituada com o clima;

 ... me acostumei a ouvir diversos idiomas, principalmente o português, nas ruas do centro;

... tomo chá com leite todo dia e sinto falta quando não tomo;


Eu mesma faço

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Quando a gente está se preparando pro intercâmbio (e também quando já esta nele), economia é a sua melhor amiga.

Ainda no Brasil, eu fiquei meses sem comprar nenhuma roupa, bolsa ou maquiagem pra poder juntar dinheiro pra vir pra cá. Aqui, não comprei nada significativo (meia-calça de 2 euros não conta, né?) por uns 5 meses, já que não tinha emprego fixo e não podia sair gastando. Mas essas são minhas prioridades. Se por um lado não comprei "bens materiais", não hesitei em gastar com entrada em museus e jantares com o R.

E nessa história de economiza daqui pra gastar ali, várias pessoas ficam meio perdidas, já que costumavam comprar coisas x e utilizar serviços y que nao são os mesmos que os do Brasil. Fazer as unhas, depilação, corte de cabelo, essas são so algumas das coisas que a gente (meninas) precisa mas não sabe bem como vai fazer. 

Coisas de irlandês

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Eu moro na Irlanda há praticamente 5 meses, mas contato com irlandeses e convivência com os locais tive pouco, já que não morei em casa de família quando cheguei (fiquei em hostel) nem fiz amizades com pessoas daqui, a não ser um ou outro contato nos trabalhos e tal.

No entanto, nos últimos meses, tenho observado bem de perto algumas características da vida dos irlandeses. Desculpa R., não resisti! Preciso compartilhar essas coisas:

1) DIZENDO OI
Irlandeses não se tocam. Não dão beijo pra cumprimentar, nada disso. Já vi amigos se cumprimentando e basicamente eles dizem "hey, tudo bem?" e pronto. Pra despedidas é a mesma coisa: nada de beijo no rosto, de abraço, de aperto de mão. Imagina a cara do R. quando eu o cumprimentei com beijo no rosto nas primeiras vezes em que nos vimos? hahaha!

Assim também nunca vi

Meu primeiro dia em Dublin

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Eu passei um ano pesquisando sobre a Irlanda. Sabia que era frio. Sabia que ventava. Sabia que chovia.

Mas meu... viver isso é totalmente diferente. Bom, mas diferente.

Acordei cedinho e fui tomar café. No elevador do hostel já puxei conversa com um francês que estava aqui pela 10ª vez. Peguei um pão, café e tal e sentei numa mesa, na ponta. Na outra ponta tinha um cara sentado, que foi logo falando "hi, where are you from?" (deve ser a frase início de conversa por aqui).

Respondi que era do Brasil e não vi nenhuma surpresa ou alegria na cara dele (geralmente a reação que vejo das pessoas quando falo que sou do Brasil). Perguntei de onde ele era e ele disse que era da Irlanda.

"Oxe, o que você tá fazendo num hostel?" (perguntei em inglês, sem o oxe)

Como cheguei em Dublin

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(ou a pior manhã da minha vida)

Olha... É nas dificuldades que a gente cresce, né? Porque ontem foi um daqueles testes que a gente tem que tirar forças de onde não tem pra enfrentar.

Acordei às 5:00, tomei banho rapidinho e fechei as malas. Tinha fechado um serviço de transfer pro aeroporto por 15 liras. Eram horários fixos e o melhor pra mim era o das 5:30. Os caras do hostel me garantiram que 6:00 no máximo eu estaria no aeroporto. Achei ok, já que meu vôo era às 7:30.

Mas sabe aquele negócio de intuição? Alguma coisa me dizia que aquele horário era perigoso, que seria melhor pegar o das 2:30 e ficar esperando no aeroporto mesmo.

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