A entrevista e o final feliz

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Na minha terceira semana buscando emprego (começo de julho) e tentando o boca-a-boca forte com as minhas amigas au pairs e minders, acabei tendo a sorte de encontrar a B. no parquinho. Ela disse que também tava procurando outro emprego e que uma família tinha parecido muito bacana mas era longe pra ela e emendou perguntando se eu não queria que ela me indicasse pra eles.

Ela indicou e me passou o email da mulher, que também chamava Barbara. Seria um sinal?

Mandei meu email e ela respondeu super fofa marcando uma entrevista ainda pra mesma semana.

A residência dessa família fica um pouco longe do que tô acostumada - Stillorgan. Pedalando deu uns bons 50 minutos, mas isso porque eu não conhecia o caminho direito. Acredito que daria uns 45 se eu já conhecesse o caminho, mas num dia de vento com certeza daria uma hora. Enfim.

Geralmente as entrevistas duram meia hora; essa durou uma. A mulher era muito simpática e os meninos fofos - 2 e 5 anos. Ela conversou muito comigo e disse que tinha gostado de mim. No final da entrevista disse que na verdade tinha gostado muito de mim e que conversaria com o marido pra prosseguirmos com o processo de "admissão".

Três dias depois e nada dela me ligar. Fiquei preocupada e mandei um email dizendo que eu ainda tava interessada na vaga e que aguardava o contato dela. Uns dias depois ela respondeu dizendo que teve uma semana muito cheia mas que ela ainda me considerava pra vaga e que entraria em contato na semana seguinte.

Eu tava super confiante, mas ela não mandou email, não ligou, não mandou mensagem, nada. Cogitei em procurá-la de novo, mas resolvi desencanar. Nesse meio tempo fiz outras entrevistas e aquele teste que comentei aqui.

Pois bem. Um belo dia recebo email dela pedindo desculpas pela falta de contato, que os meninos tinham ficado doente e que ela queria que eu trabalhasse com eles.

Fiquei super feliz, porque de todas as famílias que conheci, eles foram os que mais gostei.

Massss a família para qual eu havia feito o teste ainda não tinha confirmado comigo e eu fiquei numa sinuca de bico: jogo a real pra ela e falo que tô esperando resposta de outra família? Digo que a outra família pagaria bem?

Resolvi fazer como sempre faço: joguei aberto. Disse que tinha gostado muito deles e que preferia eles, mas que a outra família tinha oferecido valor X por hora e que pagariam férias e me registrariam, o que é verdade. Ela respondeu algumas horas depois dizendo que ficaria feliz em cobrir o valor e os benefícios!

O único problema dessa vaga é que ela só começaria dia 18 de agosto - eu ficaria ainda um mês em casa sem receber. Por sorte, minha ex-chefe pediu que eu trabalhasse mais uns dias pra eles (7 no total) e as datas acabaram encaixando e tive a oportunidade de passar mais um tempo com as meninas e me despedir delas.

E foi ontem que iniciei meu segundo emprego como minder aqui na Irlanda - ganharei mais que o salário mínimo por hora, serei registrada, terei direito a 4 semanas de férias pagas por ano (e se a família tirar mais férias, serei paga também), etc. Só pra comparação: no meu outro trabalho, que era full-time, eu não tinha nenhum benefício e acabava ganhando um valor muito sofrível por hora. Quando comecei a procurar uma nova vaga de emprego tava desesperada achando que não encontraria nada legal, mas como a vida ainda tem dessas surpresas, eu reafirmo: há males que vem para o bem.

Serão 10km de ida e 10km de volta. Será que eu aguento? :)
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