Berlim um pouco além da guerra (+ comidinhas)

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Continuando o post anterior, o walking tour teve uma pausa para café no Checkpoint Charlie. 

De lá, seguimos para a rua Friedrichstraße, que na década de 20 era repleta de teatros e óperas - a guia até usou os termos "anos de ouro" pra se referir a essa época de glamour na cidade. De lá seguimos pra praça onde encontra-se a universidade de Berlim - foi lá que grandes nomes estudaram (Hegel, Schopenhauer, Einstein, Marks, Engels...) e foi também lá, mais especificamente em frente à universidade, que nazistas queimaram mais de 20 mil livros que seriam escritos por "degenerados" e oponentes do regime. O fato é que, hoje, há um pequeno memorial no subsolo (dá pra ver através de um vitral no chão): uma sala branca com estantes vazias e uma placa com uma epígrafe de uma obra de Heine de 1820: "Aquilo foi somente um prelúdio; onde se queimam livros, queimam-se no final também pessoas" - sim, essa frase foi originalmente publicada em 1820.

A queima dos livros foi nessa praça
Esqueci de mencionar que antes da universidade, passamos por uma praça que tem duas catedrais completamente iguais, e olha só a história: o rei da Prússia, Frederico, aparentemente era um cara bacana e aberto a novas culturas. Na época do iluminisno ele abriu as portas de Berlin para os franceses, que lá se instalaram e formaram uma comunidade bem grande. Eram tantos franceses que viu-se a necessidade de construir uma igreja só pra eles, com missas em francês. E assim as igrejas foram construídas ao mesmo tempo, iguaizinhas! (A história contada pela guia foi mais bem contada e mais interessante, ok?)



A verdade é que o reino da Prússia sempre foi muito forte e dominou uma região muito grande na Europa - isso se reflete até hoje na riqueza da Alemanha como um todo. Mas Berlim, ao contrário, não tem dinheiro e depende quase que totalmente de turismo, já que não há indústrias. Na época da guerra as indústrias todas saíram de lá e o que ficou foi a história, né? História e andaimes, porque a cidade toda parece estar sendo reformada: há muitos prédios sendo reconstruídos e revitalizados. 



O walking tour terminou ali, no Museum Island. Ficamos satisfeitos, agradecemos a guia e batemos um papinho com ela. Se eu pudesse, teria dado muito mais do que dei (eles trabalham com sistema de "gorjeta" e nós demos 20 euros pelos três), mas vida de estudante não é fácil, né?

Com dicas de restaurante da guia, andamos uns quarteirões até chegar numa região bem bonitinha, cheia de vielas e restaurantes. O foda é que nenhum parecia ser alemão! Acabamos entrando num restaurante e quando percebemos, ele era itiano. Pedimos desculpas e levantamos...

Aí achamos um lugar que parecia bacana e não caro. Tava vazio e fomos praticamente exclusivos no tempo em que ficamos lá. Comi uma almôndega com salada de batata deliciosa e de sobremesa, uma apfelstrudel, é claro. 



Aliás, vou aproveitar e já falar de duas outras comidas que experimentei em Berlim:

- Currywurst num restaurante perto do museu Topografia do Terror. É uma linguiça bem gostosa com molho forte, mas a que eu comi tinha uma salada e repolho também. Pesquisando depois vi que existem vários tipos de currywurst.



- Honeyring: vi isso numa barraquinha perto do metrô e não resisti. Tivemos que pedir pra moça repetir o nome umas 3x (tivemos não, meu irmão que perguntou) pra poder entender o nome. É uma massa frita meio dura com gosto de mel e coberta por mel. É doce, mas é bom.


Meu primeiro dia lá terminou com um pouco de chuva e a cabeça fervilhando de ideias. Mas ainda tinha o dia seguinte, também cheio de coisas pra ver e visitar. Ah, Berlim, você nos conquistou!
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