Agora sim, o primeiro dia em Berlim

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O primeiro dia oficial em Berlim começou bem: acordamos cedo, tomamos um bom café e pegamos o metrô pra visitar a Coluna Vitória. A gente desceu na estação Tiergarten e andamos um bom pedaço, mas já sabíamos pelo mapa que andaríamos muito mesmo. A coluna foi concluída em 1873 para comemorar as vitórias militares da Prússia sobre a Áustria, Dinamarca e França. No topo da coluna há uma estátua da deusa da vitória militar (não diga?).



Pra vê-la de pertinho mesmo, tem que passar por um túnel subterrâneo porque por cima não dá pra atravessar. Não havia muita gente por lá; tiramos nossas fotos e seguimos de volta pro metrô pra vermos o Portão de Brandemburgo de perto. Sim, poderíamos ter andado da Coluna mesmo, mas como planejávamos fazer o walking tour, cada passo economizado era um fôlego pra andar mais à tarde, né?


E o portão é lindo durante o dia também. Apesar de muitos turistas e vendedores por ali, não tem muvuca e há até uns banquinhos onde dá pra sentar e descansar. 



De lá, fomos pro Memorial dos Judeus Assassinados. Esse monumento é relativamente recente (2004) e  fiquei com preguiça de explicar o resto com minhas palavras, roubei da wikipédia: "De acordo com o texto do projeto, os blocos são desenhados para produzir uma intranqüilidade, um clima de confusão e a escultura toda ajuda a representar um sistema supostamente ordenado e que perdeu o contato com a razão humana".

Ele é formado por mais de 2 mil blocos de concreto de tamanhos diferentes. A ideia é que cada um faça sua própria interpretação da obra, já que não há nomes, placas, nada que especifique alguém ou alguma coisa. O solo é desigual (às vezes faz uma curva, às vezes é reto) e dá uma sensação de insegurança porque você nunca sabe se vai trombar com alguém no caminho. 





Demos sequência ao passeio com a visita ao Parlamento Alemão. Por uma dica do R., eu já sabia que pra visitar o domo do prédio era preciso fazer um cadastro no site. A visita é de graça e tem que chegar um pouco antes do horário marcado por medidas de segurança. Eles checam suas informações e passam bolsas no raio-x. 



Ao chegar lá em cima você tem direito a um áudio-guia (escolhemos o áudio em português e veja bem, era português de Portugal ora pois). O áudio-guia é automático e conforme você vai subindo a rampa (em
formato circular), ele vai dando as informações do que você está vendo ou se precisa parar pra ver algum prédio em específico). 



Pra ser sincera, acabei me distraindo um pouco com o sotaque do locutor (ixtax a verrr a catdral di Berrrlin), então acabei não retendo muitas informações. Lembro quando ele cita a diferença de arquitetura da Berlin oriental e ocidental - no lado oriental rolava uma "padronização", prédios grandes, largos, todos meio iguais; dos prédios das embaixadas (todos próximos uns dos outros) e da construção do próprio domo do Parlamento. 




Faltava aproximadamente 1h pro início do walking tour. Tomamos um café na Starbucks pra esperar e aqui, faço um parênteses: eu acho uó ir prum pais estrangeiro pra comer no McDonald's e tomar café na Starbucks. Não faz sentido, já que ao invés de comer coisas que são iguais em qualquer lugar do mundo, você poderia eatar comendo comida local ou gastando seu dinheiro numa lanchonete local ao invés de uma rede americana mundial. No entanto, ali perto do portão não havia nada a não ser hotéis, lojas de souvenir e a Starbucks, então você acaba ficando sem opção, né?

O tour começou as 14h e foi maravilhoso. A guia era uma inglesa que morava em Berlin há alguns anos e ela era muito eloquente e divertida. E como eu já esperava, foi tudo bem corrido e com muuuuitas informações. Pra completar, fui revezando com o meu irmão pra traduzir pra minha mãe, então nossa, ao final do tour a cabeça explodia. 

Ela contou a história da estátua roubada por Napoleão, sobre o prédio do Parlamento que pegou fogo (e deu margem pra Hitler justificar o início da perseguição aos judeus, já que quem colocou fogo lá foi um judeu), do Memorial aos Judeus aberto a interpretação do público e de outros memoriais pela cidade. 

Um dos pontos altos do tour foi quando ela parou num estacionamento em frente a um conjunto de casas de arquitetura comunista. Era ali, debaixo daquele estacionamento que o bunker do Hitler era instalado. Hoje não é possível ver mais nada porque não tem nada pra ser visto. Aliás, não tem placas nem nada indicando:



Hitler era paranóico e tinha Parkinson, tomava diversos remédios e quando decidiu que ia se suicidar, casou-se com sua "acompanhante" pra não ter que morrer sozinho. Com medo de errar o tiro na cabeça por causa de sua tremedeira, Hitler, por precaução, tomou veneno ao mesmo tempo em que disparou a arma. Aí seus homens já retiraram seu corpo de lá e foram queimá-lo no parque, mas olha só: um corpo pra se decompor totalmente no fogo leva umas 48 horas. E Berlim tava uma bagunça, a guerra rolado e você acha que os soldados iam ficar de plantão pra ter certeza que Hitler já tinha virado cinza? Eles simplesmente picaram a mula. 

Aí surgiu um papo de que Hitler teria fugido pra Argentina (risos), já que ninguém havia encontrado seu corpo. Até que, uns anos depois, acharam ossos e por causa de um broche nazista, desconfiaram que aquele poderia pertencer a ele. Fizeram testes de DNA e aí sim, confirmaram sua morte. Ou seja, por muitos anos após a guerra, não era certo que Hitler havia morrido!

O tour continua no lado oriental da cidade, passando por alguns prédios importantes e o primeiro pedaço
do muro (intacto) de Berlin, onde a guia falou mais sobre o que as pessoas faziam pra conseguir pular o muro pro lado ocidental e também sobre a espionagem na guerra fria (falarei desses temas - que me interessaram muito - em outro post). 

E a primeira parte do tour terminou aqui, no Checkpoint Charlie, o ponto principal de divisão entre Berlin oriental e ocidental, onde guardas americanos controlavam quem passava (ou não) por ali. 



Mas ainda tem tanta coisa sobre Berlin que eu poderia escrever um texto pra cada atração...

Amanhã eu contino o walking tour e falo um pouco mais da Alemanha e da Berlin antes da guerra. Por enquanto, mais algumas fotos do primeiro dia:

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