Antes de começar a falar do segundo dia em Berlim, preciso registrar minha opinião sobre o transporte público na cidade: funciona bem e tal, preço justo, tudo relativamente limpo e sempre pontual. No entanto, as linhas são bem confusas e não tem boas conexões. Pra chegar em diversos lugares tínhamos que fazer umas baldeações bizarras, andar muito pra trocar de trem, etc. Eu não esperava muuuito porque o R. já tinha comentado comigo que o transporte em Berlim, comparado ao de Munique, por exemplo, deixa muito a desejar.
Então vamos lá: o dia começou cedo, na Alexanderplatz. A ideia era ir ver a torre de TV, que é linda e um símbolo na cidade. Decidimos não subir porque 1) já tínhamos visto Berlim do alto (no domo do parlamento no dia anterior) e 2) a fila tava enooorme, perderíamos muito tempo. Sendo assim, tiramos algumas fotos por ali e fomos ver de perto a Catedral de Berlim, a maior catedral do pais todo.
A Berliner Dom é linda, imponente, maravilhosa e tem umas cores que nos deixaram curiosos: ela já era assim ou as cores mudaram com o passar dos anos?
Não entramos na catedral por uma questão de tempo. Se tivéssemos mais um dia, certamente teríamos entrado, mas não acho que perdemos muito, porque pra mim, no fundo no fundo, catedral é tudo a mesma coisa por dentro.
Atrás dela fica o DDR Museum, um dos museus mais visitados de Berlim. Ele mostra como era a vida na Alemanha/Berlim oriental. Nós chegamos relativamente cedo (10 e pouco da manhã) e apesar de não termos pegado fila, o museu já tava bem cheio. O foda é que como se trata de um museu interativo, fica uma mini-disputa pra ver as coisas, sabe? Ainda tô num mixed feeling de dizer se gostei ou não. O fato é que apesar de ter muita coisa interessante pra ver, o museu é meio too much, muito pop e artificial pro meu gosto. Não sei se tive essa sensação porque eu tava morrendo de calor lá dentro e porque tava cheio... Então a dica é: vá no primeiro horário do dia, na esperança de que os outros turistas ainda estejam dormindo.
Fomos a pé pro Checkpoint Charlie tirar fotos na divisão do muro de Berlim (no dia anterior, durante o walking tour, não deu tempo) e de lá seguimos pro museu Topografia do Terror, que conta a guerra sob o ponto de vista nazista. Eu esperava uma coisa totalmente diferente e talvez por isso, tenha me decepcionado um pouco. O museu é de graça (obrigada, Berlim) e tem muuuuuuuito texto. Acho que não coloquei a quantidade de "u" suficiente pra indicar que realmente, tem muito texto. Fica cansativo demais, ainda mais pra nós que tínhamos que traduzir pra minha mãe. No fim das contas, li só o que me chamava a atenção e olhei as figuras.
Após o almoço (já mencionado no post anterior), fomos conhecer a parte grafitada do muro de Berlim, um pedaço de 1.316 metros poupado da demolição. Logicamente não vimos tudo (já era fim de tarde e tava escuro), mas gostamos muito do pedaço que vimos - que estranho pensar que um muro que causou tanto sofrimento hoje é uma galeria de arte a céu aberto.
Aliás, isso é uma coisa reforçada o tempo todo na cidade: a responsabilidade foi tomada pelos alemães. Há memoriais, museus, informações pela cidade inteira pra mostrar que sim, fizemos besteira e não queremos que nada disso aconteça de novo, por isso informe-se. Até a guia do walking tour comentou que nunca viu, por exemplo, o Reino Unido pedindo desculpa pelas coisas que fizeram em diversos países ao redor do mundo (a Irlanda, por exemplo, se for fazer uma lista não terminaremos tão logo). Aconteceram coisas horríveis na Alemanha e em Berlim e eles assumem isso, não escondem. E expõem, de forma educativa, tudo o que aconteceu para que o mundo aprenda o que pode acontecer quando o ódio cega e as pessoas erradas encontram-se no poder.