Aquele que poderia ter sido pior

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Sabe aqueles dias ruins? Pois é, ontem foi um deles. Mas como sou sagitariana otimista, não acho que foi tão ruim assim, podia ter sido muito pior, quer ver?

Acordei atrasada - o alarme tocou às 7h30 mas somehow eu só acordei às 8h. Tudo bem, poderia ter sido pior - É. ainda tava tomando café-da-manhã quando cheguei lá (15 minutos atrasada), então o meu atraso não afetou em nada a rotina matinal deles.

De manhã saí de casa numa garoa fina que em menos de 10 minutos se intensificou. Tomei chuva forte e vento doidão na cara pelos outros 30 minutos de pedaladas até o trabalho. Cheguei seca da cintura pra cima (casaco waterproof, meu novo BFF) mas totalmente molhada da cintura pra baixo. Mas olha só, eu tinha duas meias-calças grossas na mochila e um par de meia limpinhos prontos pra esse tipo de ocasião! Poderia ter sido pior e eu ter que ficar molhada o dia inteiro no trabalho.

O dia demorou a passar e na hora do almoço fui colocar o celular pra carregar - o cabo do meu carregador tava dando mal contato por algum motivo nos últimos dias, mas ontem não pegava de jeito nenhum. No fim, com jeitinho, consegui carregar, mas sabia que teria que comprar outro cabo. Poderia ter sido pior, pelo menos o cabo é baratinho (o fake, né?).

Depois de buscar a É. na escola, tivemos que voltar pra casa por causa da chuva e da ventania. Dei almoço pra ela e brincamos à tarde, mas como não havíamos ido ao parque nem nada, gente do céu, a hora não passava. Aí faltando uns 10 minutos pra mãe delas chegar, a pequena C. cai da cadeirinha de balanço pra frente e bate a cara num brinquedo que tava no chão. Ela chorava tanto, tadinha! Vi um pouco de sangue e fiquei desesperada, mas mantive a calma e vi que havia sido somente um pequeno corte no lábio inferior. Poderia ter sido pior, ela podia ter quebrado um dente ou machucado os olhos.

A C. fez uma carinha parecida, coitada

Aí vi mensagem da chefe no celular que ela estava presa no trabalho e que o pai das crianças tava vindo pra me liberar (ele trabalha perto de casa). Isso já aconteceu uma vez e significa que: eu certamente demoraria pra poder voltar. De fato, 45 minutos depois do meu horário ele chega. Tava frio, muito vento e um pouquinho de garoa. Mas eu falei que tava muito vento? Não, tava ventando pra caralho. Os trens pararam de circular, árvores caídas e um monte de coisas destruída pela Irlanda toda.

Bom, eu não ando com cartão pra não gastar dinheiro e justamente nesse dia não tinha UM TOSTÃO no bolso, tinha que voltar de bicicleta - mas como enfrentar aquele tempo, meu deus? Se os ventos quando estão a uns 30 e poucos km por hora já me deixam desconfortável, imagina os de mais de 80km?! Com a cabeça literalmente fria e muita calma, vim pra casa. A primeira metade do caminho foi mais ok, tinha mais ciclistas na rua e o esforço que eu fiz valeu a pena: o vento não me empurrou pra frente de nenhum carro (e o resultado do esforço é que todos os músculos do corpo doem, todos). Em compensação, na segunda metade do caminho comecei a ficar com medo. É uma área mais exposta, com mais abertura pra vento. Estava parada no farol esperando o sinal verde quando um vento me desequilibrou da bicicleta - aí achei que foi o sinal pra eu parar. Desci e andei uns dois quarteirões carregando a bike.

Quem arriscou sair de guarda-chuva tava assim

Ainda consegui pedalar mais um quarteirão, mas quando cheguei perto da linha do Luas, aí não deu mesmo. Desisti e vim andando o restante do caminho, não tinha como pedalar! Mas poderia ter sido pior: eu poderia ter sido atropelada por um carro, caído da bicicleta ou sido jogada no canal.

Cheguei em casa, fiz minhas coisas, fui dormir cedo. Consegui com muito custo fazer o cabo usb do celular conectar e dormi. Acordei às 5h depois de um pesadelo e vi que o celular tava no 40% carregado - o carregador, como eu havia previsto, me deixou na mão! Tentei, tentei e tentei e consegui fazer ele carregar novamente. Dormi, tive outro pesadelo (acordei às 6h45) e depois dormi de novo pro alarme despertar às 7h30. Mas poderia ter sido pior, o celular poderia não ter carregado e eu perdido a hora por não ter despertador, né?

E já que sou sagitariana otimista, tive fé que hoje o dia seria melhor - e foi. E melhor ainda será amanhã e o fim-de-semana: é Valentine's Day!
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