Um fim-de-semana na Polônia: Cracóvia e Varsóvia

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Vivendo há tantos anos na Europa, preciso confessar que realmente, é muito mais fácil poder viajar tanto nessas brechinhas de feriado, fim de semana prolongado, etc. Claro, o pós-pandemia trouxe um aumento significativo no preço de passagens, mas mesmo assim, ainda dá pra encontrar boas oportunidades.


Dito isso, já havia cogitado ir pra Polônia em algum momento nos últimos anos, até porque tanto a Ryanair como a Aer Lingus tem muitos voos pra várias cidades polonesas. No entanto, nunca deu certo, nunca encaixou. E aí, uns meses atrás enquanto planejávamos nossas férias pro segundo semestre, me deu vontade de ir pra um mercadinho de Natal esse ano. 


Se eu pudesse, viajava sempre nessa época do meu aniversário que coincide com o início das festividades natalinas, mas ao mesmo tempo, é um período do ano estressante justamente por conta de tanto aniversário, preparativos de natal, etc. Sendo assim, a gente acaba deixando pra lá, mas desse ano não passou!


A ideia original era ir e voltar pra mesma cidade, até porque não tínhamos muito tempo. Porém, os voos simplesmente não encaixavam, não tinha voo pro dia que queríamos voltar, ou não tinha um bom horário pro dia que queríamos ir... então após consultar mapas e informações online, vi que seria possível voar pra uma cidade e voltar por outra, e fazer o trajeto entre ambas de trem. E assim surgiu nosso roteiro: voamos pra Cracóvia numa sexta de manhã, e voltamos de Varsóvia numa segunda de manhã.




Cracóvia é a segunda maior cidade da Polônia, com uma população de 800 mil habitantes. A impressão que tivemos é de que é uma cidade menor ainda, mas pode ter sido apenas impressão pois nos concentramos principalmente perto do centro antigo. Mesmo assim, vendo o caminho do aeroporto até o hotel pela janela do ônibus, a impressão era de estarmos mesmo no interior.


Foi relativamente fácil pegar transporte público em ambas as cidades: através do app Jakdojade, era possível comprar e depois validar o bilhete dentro do ônibus em si. Também dá pra comprar o bilhete numa máquina que fica no ponto de ônibus ou dentro do próprio. Usando o Google maps conseguimos transitar com muita facilidade, embora em umas duas ocasiões os ônibus que esperávamos sumiram do mapa! hahaha


O objetivo era claro: visitar mercados de natal, dar uma passeada no centro antigo e o que viesse a mais, era lucro. Viajar com criança não é impossível, mas é preciso desapegar de grandes planos e assim as coisas fluem melhor. Dito isso, posso afirmar que o fim de semana todo foi um sucesso, pois não só visitamos mercado de natal e passeamos, como ainda visitamos museu, comemos em restaurante, etc.





Chegamos em Cracóvia à tarde numa sexta, e depois de deixar tudo no hotel, nos recompormos e colocar roupas extras pros 0 graus lá de fora, saímos pro mercadinho de natal que se instala na praça Rynek Główny. Eu fiquei em êxtase porque era tudo que eu esperava: comidinhas, enfeites, carrossel e toda aquela vibe natalina deliciosa. Mesmo com o frio, a gente aproveitou muito - tanto que até voltamos pra esse mercadinho no dia seguinte.








Além de eventos natalinos, também andamos bastante pelo Planty, essa espécie de parque/boulevard/avenida para pedestres que dá a volta no centro antigo. Eu nunca tinha visto nada parecido e achei absolutamente genial, porque é uma forma de você caminhar muito pela cidade em segurança e curtindo um pouco de natureza. Vimos prédios lindos, vegetação e seguimos até a outra ponta, no portão St. Florian e o Kraków Barbican, que embora fechado, ainda é lindo pra se observar de fora.











À tarde, pra fugir da escuridão, entramos no museu de ilusões House of Illusions - Muzeum Iluzji Kraków. Quase toda cidade tem um desse, e acho sempre uma boa - não só pelo conteúdo em si, mas porque em lugares frios assim, é bom fazer essas pausas de tempos em tempos pra se abrigar num lugar quentinho. A P adorou!


Nosso trem pra Varsóvia saía à noite no sábado, então voltamos pro hotel ainda no fim da tarde pra comer por ali mesmo e pegar as malas. Foi um certo rolê porque precisamos pegar o ônibus até a estação de trem e a entrada da estação não estava muito clara... aliás, já falei aqui que o Google Maps deixou a gente confuso em alguns momentos, né? Por sorte, um cara viu a gente e nos ajudou a encontrar a entrada da Kraków Główny, que era por uma espécie de shopping. 


A gente saiu com muita antecedência porque sabemos como é viajar com criança, e mesmo assim, o tempo extra foi sendo comido por pequenos perrenguinhos. No fim, chegamos na plataforma e o trem já estava lá. Foi coisa de subir, achar nossos lugares, achar um canto pra deixar as malas e logo ele saiu!





Nossa estratégia foi pegar o trem das 8 e pouco da noite pra P começar a dormir na viagem, mas não deu muito certo porque ela ficou acordada mais de 1h ainda. Não deu trabalho, mas não queria dormir. E sabíamos que teríamos que acordá-la na chegada porque não tem como pegar todas as mochilas e tralhas + criança e descer do trem sem ela acordar... De toda forma, aprendemos algumas lições importantes, como por exemplo: quanto menos coisas soltas pra carregar, melhor. Então garrafinha, bolsa, mochila, blusa de frio, tudo vai atrapalhando, e o vão entre o trem e plataforma é tão largo! Numa próxima, vou levar uma pequena mala de mão que tenho que é super dobrável, daria pra deixar até na mochila da P. E quando formos subir ou descer do trem, enfiar tudo nessa mala, assim são menos itens. Vivendo e aprendendo!


Ah, compramos os bilhetes de trem online em torno de um mês antes da viagem, e selecionamos o vagão "de família". Tinha um casal espanhol na mesma cabine que a gente, mas foi ok. Essa cabine é mais fechadinha e escura, então achei melhor pra essa viagem noturna, mas por outro lado não tem como deixar a mala ali, você precisa ir pra outro canto do trem deixar as bagagens.


Nosso hotel ficava a poucos minutos a pé da estação - obrigada Barb e R do passado - e lá pelas 11 da noite já estávamos nos preparativos pra dormir. Nessa viagem nem levamos o bercinho da P pra ser menos tralha pra carregar, e como geralmente as camas são king size, cabemos nós 3 e assim ela dorme a noite toda sem problema!


Na prática só tínhamos então 24h em Varsóvia. Uma pena, porque eu gostaria de ter ficado mais, mas já deu pra ter um gostinho delicioso da cidade. No domingo de manhã tomamos café perto do hotel e pegamos um ônibus que levou uns 15min até o centro antigo. Logo de cara já vimos aquela placa com o nome da cidade na praça Zamkowy, e tinha uns adolescentes gravando vídeos dançando k-pop, foi muito legal! Como a hora da soneca se aproximava, a gente foi levando a P pra passear no carrinho pelas ruas de paralelepípedo pra ajudar, mas infelizmente a soneca dela não durou muito do lado de fora - desconfio que pelo frio! De qualquer forma, já tínhamos visto um restaurante pra almoçar assim que ela acordasse e deu tudo certo.










Aliás, comemos muito bem na Polônia de maneira geral. A tal sopa no pão, o pierogi, tudo estava gostoso - até mesmo um restaurante libanês que encontramos perto do hotel em Varsóvia. O atendimento não foi do mais simpático, mas também não fomos mal tratados.







No resto do dia continuamos caminhando pela praça e ruas adjacentes, e também demos uma passeada pelo mercadinho de natal por ali que estava até mais modesto e contido do que o de Cracóvia. Mesmo assim, comemos nossos embutidos, meu morango com chocolate, e no fim do dia, já com a escuridão dando as caras, pegamos um ônibus pra visitar um museu: o Copernicus Science Center (sim, Copérnico era polonês!). E que decisão mais acertada!









De novo, como mencionei antes, ajuda muito ter esse tipo de coisa no roteiro quando você tá visitando lugares frios e escuros, e esse museu é super moderno, interativo, a P amou!!!! Ela corria, dava gritinhos, foi muito melhor do que esperávamos, e olha que mal conseguimos visitar o primeiro andar em si. Vale muito muito a pena! 







Só que o resto do dia foi meio caótico, porque ela começou a ficar exausta (lógico, a soneca da tarde tinha sido muito curta) e até pegarmos o ônibus e chegarmos no restaurante perto do hotel, ela dormiu naquele horário perigosíssimo. Tentamos acordá-la de todas as maneiras possíveis e nada. Sendo assim, deixamos ela dormir por uns 20 minutos enquanto comíamos e depois a acordamos, porque senão a noite seria péssima. E assim foi: um comia, o outro levava ela lá fora pra ver as luzes e vice-versa. No final, voltamos pro hotel e apesar dela demorar um pouco mais pra dormir, deu tudo certo!


Na manhã seguinte, pegamos um ônibus comum que saía perto do hotel direto pro aeroporto e em menos de 30 minutos estávamos lá. O transporte público na cidade realmente nos supriu muito, e sempre me dá aquele desânimo comparando com a situação na capital irlandesa, mas isso é papo pra outro dia.





Claro que a Polônia tem muito mais a oferecer, muita história a ser explorada, gastronomia, atividades pra neve, etc. Essa viagem foi curtinha mas deixou uma ótima impressão e com certeza gostaríamos de voltar mais vezes!

 

Maaaaas, um ps importante: em todos os lugares o aquecimento tava no talo, no talo. Eu sofri muito, porque essa mudança brusca de sensação -3 fora pra sensação 28 dentro é horrível e ataca minha rosácea - fico com o rosto vermelho, coçando, super incomodada. Aparentemente isso é comum em alguns países, e nossa, eu acho horrível. Então a dica é, se for no frio, vá com roupas "bonitas" por baixo, porque você vai acabar tirando as camadas e só sobrará a roupa de baixo hahaha.

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