Mas antes de contar do treinamento, preciso comentar de algo que se passou comigo no caminho. Passei numa lojinha que faz cartões/cópias/xerox e fotos pra tirar a tal da foto de passaporte (eu trouxe uma 3x4 do Brasil, mas não ia adiantar). A moça da loja perguntou se poderia ajudar e eu disse que precisava da foto. Ela pediu pra eu sentar e logo percebi pelo sotaque dela que ela deveria ser brasileira, mas fiquei na minha. Aí ela viu a minha bolsa com as fitinhas do senhor do Bonfim e disse: "Cê é brasileira?"
Eu ri e disse que sim.
Começamos a bater-papo: perguntei há quanto tempo ela estava em Dublin, se gostava, de onde no Brasil ela era...
Aí ela me disse que estava em Dublin há 1 ano e meio e que trabalhava nessa loja há mais de ano, e emendou: "mas eu não falo inglês não, viu?".
O que mais me impressionou foi ela ter dito isso com um super orgulho no tom de voz - algo tipo "trabalho aqui há tempos mas não falo inglês, chupa!".
Tipo a menina da loja |
Mas divago...
Fui pro treinamento. Eu, a irlandesa que fez entrevista no mesmo dia que eu, um nigeriano e uma colombiana.
Ficamos um tempão assinando contratos e papeladas.
Depois um funcionário de lá começou o treinamento falando da parte mais burocrática - horário de trabalho, salário, bônus, férias, essas coisas. Depois falou um pouco da empresa e do que consiste o trabalho.
Muito blá blá blá depois tivemos um break de meia hora pra almoçar. Como tem um Tesco ali perto, peguei o meu bom meal deal e fiquei conversando com a colombiana.
Na outra parte do treinamento, o chefe é que teve a palavra. Ele basicamente ficou o treinamento todo falando do tal do dialogue - que é o que você tem que falar pra pessoa na porta das casas pra convencê-la a fazer a doação. As doações começam com um valor bem baixo - 4 euros por mês. Pode ser mensal, a cada 3 meses ou anual.
O nosso dialogue era sobre a situação na Síria.
O cara que tava dando o treinamento, que é o chefe da parte de door-to-door pelo jeito é um cara cheio de si, porque adorava falar, falar e falar. No final ele percebeu que tinha falado demais e correu com o treinamento porque não ia dar tempo de terminar - tanto é que no dia seguinte tivemos que ir mais cedo pra terminar o treinamento e depois ir trabalhar. Pois é, assim mesmo, no susto.
E no dia seguinte, às 11 da manhã, lá estávamos nós, prontos para o primeiro dia de trabalho - que já adianto aqui, foi UÓ. Mas essa história eu continuo depois...