Mais uma entrevista

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Já comentei aqui da minha primeira entrevista de emprego em Dublin e do início da busca por um emprego.

Consegui tirar o visto na semana retrasada, e por conta disso, investi pesado no lance de enviar CVs e me inscrever em vagas na internet. No meio da semana passada recebi um email dizendo que estavam interessados no meu currículo e me convidaram para uma entrevista em grupo. A vaga era pra ser fundraiser da Unicef.

Fundraiser é o cara que sai pedindo doações na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê, enfim, batendo de porta em porta mesmo. O salário é maior do que a hora mínima aqui (8,65).


Cheguei pra tal entrevista em grupo - eu, uma outra brasileira, um holandês e um nigeriano. Fomos para uma sala no 3º ou 4º andar. Ou seria o 5º? Subimos tantas escadas que nem lembro mais, só do calor da subida toda. Aí o supervisor, chefe, enfim, falou bem superficialmente sobre como seria o trabalho, horários e valores. Nesse momento já desanimei... tem que conseguir doações, e no mínimo 3 por dia. Não conseguiu, tá fora. Ele deixou bem claro que eles não querem pessoas que não conseguem doações, disse que a rotatividade de funcionários é grande justamente porque 1) as pessoas percebem que esse trabalho não é pra elas ou 2) não conseguem as doações e são mandadas embora.

Depois dessa introdução, ele disse que teríamos que fazer uma apresentação de 30 segundos a 1 minuto - uma apresentação sobre qualquer coisa, só pra ele poder ouvir o nosso inglês, observar linguagem corporal e tom de voz.

AMIGO, linguagem corporal e tom de voz é comigo mesma!

Os meninos falaram sobre futebol (?). Eu falei sobre a experiência de viver em Dublin e um pouco da vida em São Paulo. A outra brasileira falou sobre como ela queria muito a vaga pois gosta de trabalhar com esse tipo de coisa.

Depois disso, ele fez algumas perguntas do tipo "você já fez esse tipo de trabalho antes?", "qual a sua experiência com vendas?" etc e tal. Eu falei a verdade: que era professora mas de tempos em tempos tinha que vender curso (e não é?), convencer alunos a ficar na escola e toda aquela novela. Mas eu já tava desencanada da vaga porque trabalhar sob pressão não me apetece.

Ele disse que estava entrevistando bastante gente mas que entraria em contato ainda naquele dia, somente para aqueles que tivessem sido bem-sucedidos na entrevista. E não é que ele me ligou?

Farei o treinamento amanhã. Vamos ver o que rola, né? Não custa tentar.

Moral da história: esse negócio de que quando você quer muito uma coisa você consegue é papo, porque tenho certeza que consegui uma resposta positiva por ter programado minha mente logo no início da entrevista com o mantra "ihhhh, difícil demais, não é pra mim...".
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