Prova de nível na escola - divagando sobre os processos

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Antes de mais nada, gostaria de deixar claro que esse blog é pessoal, portanto, me sinto livre pra postar minha opinião sobre qualquer assunto (seja ela favorável ao mesmo ou não). Não tenho vínculo com escola nem agência nenhuma. O texto a seguir expressa visões bem pessoais sobre o teste de nível na escola que contratei aqui - visões de consumidora (afinal, paguei barato mas paguei), com um toque de olhos de professora, porque afinal, 8 anos de sala de aula não me deixam ignorar este fato. Sendo assim, vamô lá!

Atualmente um intercâmbio pra Irlanda é o intercâmbio de longo prazo mais barato para o brasileiro. 

Apesar de existirem outros destinos bem procurados como Canadá, Austrália, Nova Zelândia e EUA, a Irlanda despontou nos últimos anos como queridinha por conta do baixo investimento e pouca burocracia: você basicamente compra um curso (que varia de 2 a 10 mil reais - incluindo o seguro-saúde irlandês), compra as passagens (que variam de 1900 a 3 mil reais), junta 3 mil euros e vem. 

Visto tira aqui, acomodação arruma aqui, trabalho consegue aqui. 

Eu já sabia que tem muita escola de inglês em Dublin através de sites de agências, blogs e fóruns por aí. Já sabia que era uma grande indústria. Mas mesmo assim, fiquei impressionada na minha primeira ida à escola. 

A cada segunda-feira novas turmas iniciam nas escolas. Na MEC, onde vou estudar, tinha mais de 20 só ontem. Você chega, faz uma prova oral, prova escrita, preenche formulário e pega o resultado do seu nível uns dias depois.
No Brasil eu trabalhava como professora de inglês numa grande escola de SP. E sempre fiz classificação de nível de alunos novos. E ontem pude comprovar que, apesar da correria que era atender 3 ou 4 pessoas simultaneamente, fazia um bom trabalho. (Se alguém da Cultura estiver lendo isso, apenas: a gente mandava muito bem! Sério!)

Ontem a "professora" (não sei quem ela é, não a apresentaram) fazia a entrevista com os alunos. Ela tava não  fazendo entrevistas como recebendo provas escritas de outros alunos e entregando provas a outros. Ou seja: não estava prestando 100% de atenção no aluno sendo entrevistado. Além disso, não notei relevância nem seqüência lógica nas perguntas dela. Depois da minha entrevista, por exemplo, fiquei observando ela entrevistar uma menina que claramente não falava inglês. Ela começou perguntando "how old are you" e a menina respondeu "fine, thanks" (erro comum). A examinadora então deu um exemplo de como responder ("I'm 30. And you?"), mas a menina não respondeu. Depois ela emendou e perguntou : "Do you have any brothers or sisters? Are they older than you?". GENTE. A menina tava em pânico porque não sabia responder isso. Tipo... Se ela não sabia responder uma pergunta pessoal mais simples, não ia saber responder essa... 

A prova escrita tinha 40 exercícios. Tudo múltipla escolha, sendo alguns pequenos textos pra testar vocabulário, phrasal verbs e tal. Achei ok, mas as perguntas depois do 30 já ficaram um pouco mais difíceis. Só que: tava todo mundo numa sala fazendo a prova sem supervisão de ninguém. Era uma grande mesa com a galera sentada em volta... Tipo assim, se o cara quisesse olhar no celular olharia, se quisesse comentar com o cara do lado (aconteceu) comentaria. Fiquei na minha e respondi as questões. 

Não fiz "amizade" com ninguém porque 1) tava de mal humor e com fome porque o dia não tava sendo fácil e 2) as pessoas chegam aqui com seus respectivos namorados e amigos e se fecham nos seus grupinhos. 

Depois disso um funcionário da escola (brasileiro) veio dar uma "palestra" sobre o processo burocrático de tirar o visto na Irlanda. Sabe aquela coisa que li umas 15 vezes em diferentes sites na minha pesquisa pré-intercâmbio? Pois é, tem gente que não deve pesquisar porra nenhuma, porque tinha gente cheia de dúvida sobre carta de banco, pps, blá blá blá. Ai, que preguiça. Uma hora tirando dúvidas, a palestra acabou. Devemos voltar na escola na quinta pra pegar o resultado e a carta para fazer pps. 

Chamei o tal funcionário de canto e comentei que queria trocar o curso de inglês pelo de fotografia. Ele pediu meu e-mail e disse que mandaria as informações, e que haveria uma pequena diferença de valor...

Imaginei que fossem uns 100, 150 euros no máximo. 

Mas não, a diferença fica em 350 euros. 

Aham. 

Vou fazer inglês mesmo. CORAGEM!
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