Procurando uma casa - continuação da saga

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Hoje foi um dia que durou eternidade. Saí do hostel às 9h e cheguei às 22h. Peguei uns 4 ônibus diferentes, andei muito e estou com os pés pedindo socorro.

De manhã fui até a escola pois era meu primeiro dia. O cara me mandou voltar à tarde! Legal. Como eu tinha que visitar uma vaga um pouco mais tarde, resolvi ir a pé mesmo. Pelo menos assim matava o tempo e ia conhecendo a cidade, certo?

Mais ou menos.

Desci a Aungier Street, cruzei a Dame, passei pelo Temple Bar, atravessei a ponte, andei toda O'Connel, virei à direita na Parnell, segui em frente e caminhei por toda Summerhill (quando é que consegui decorar todos esses nomes mesmo?). Até aí ok, já tinha feito esse caminho no sábado pra ver uma outra casa.

De lá, ativei o GPS no celular e segui o caminho.

Andei, andei, andei tanto que os pés começaram a doer e tirei o cachecol de calor. Passei por ruas super residenciais até chegar numa avenida. Andei mais um pouco e consegui encontrar a rua que procurava, a North Circular Road.

Azul: o que eu deveria ter feito. Vermelho: o que eu fiz.

Quando olhei no relógio, já tinha andado por mais de uma hora e já tava quase na hora que eu havia marcado com o cara - que devia ser o dono da casa ou algum agente imobiliário, pela descrição no site. Liguei pra ele e qual foi a minha surpresa ao descobrir que ele teve que sair de lá e não poderia me mostrar a casa naquela hora?! Claro, mais uma visita que me deixam esperando. Engoli o choro e fui procurar o ônibus pro centro porque em 2 horas tinha outra visita em outra região de Dublin.

Perguntei pra um senhorzinho no ponto se ali os ônibus iam pro centro - ele, super fofo, foi mó gentil comigo e ainda arriscou um "tudo bem?" e "de nada". <3

Em 8 minutos eu tava no centro - o que me fez sentir muito loser de novo, porque se em 8 minutos cheguei no centro, por que dei aquela volta e andei aquelas horas todas pra chegar ali? Fica a dúvida do quanto o google maps realmente gosta de mim.

No centro, procurei o ponto pra pegar o ônibus pra D5 (não devo ter mencionado aqui, mas Dublin é dividida em áreas. Nesse link tá tudo bem explicadinho). Achei o ponto e fiquei esperando quieitinha o ônibus chegar (os pontos aqui tem letreiros digitais que mostram quando o próximo ônibus vai passar, como alguns em SP também tem). Em 20 minutos, ele chegou.

Uns 15, 20 minutos depois, desci (sempre com o GPS meu melhor amigo). A região pareceu bem residencial e bacana, em frente a um shopping e tal. Só que aqui na Irlanda já descobri um grande problema: as casas não tem número, ou se tem, são invisíveis, porque você fica procurando e não vê nada. Dei a volta no quarteirão e bati na casa errada pra achar a verdadeira.

Cheguei no horário, bati na porta e nada.

Liguei pro cara, nada.

Mandei mensagem e ele respondeu dizendo que ele não estaria na casa, mas uma tal de Sinead estaria e me passou o telefone dela. Liguei, liguei, nada. Ele me manda outra mensagem dizendo que a Sinead não tava lá mesmo, mas que um tal de Brian viria em 5 minutos abrir a casa pr'eu ver.

Quem é Brian? Como assim?

E de fato, em 5 minutos me aparece um irlandês esquisito com a chave na mão.

A casa é bem grande, o quarto é ok, cozinha grande, tem até um cômodo de lavanderia (coisa que não tinha visto em nenhuma casa por aqui), mas... "mora gente aqui mesmo?", pensei. A casa tava muito suja e vazia, com cara de abandono, sabe? Pior é que esse Brian morava lá e não soube me dar nenhuma informação relevante.

Saí de lá meio frustrada, mas correndo, porque já eram quase duas da tarde e eu precisava estar na escola fazendo a prova de nível!

Pega ônibus, desce na College Green, sobe a Grafton, passa pelo Saint Stephen's Park, chega na Hartcourt... ufa! Cheguei e fiz todo o processo na escola - que sério, merece um post só pra ele, porque foi surreal demais pra eu contar correndo aqui agora.

Depois disso, voltei pro hostel, deixei a mochila, bebi água e fui pra mais uma visita de casa, dessa vez, no centro.

Ah é, esqueci que até essa hora eu só havia tomado café da manhã.

Cheguei na casa (a localização era muito boa), liguei pra menina e.... NADA. QUAL É O PROBLEMA DAS PESSOAS, PORRA? Marca o negócio e some. Fiquei lá esperando, uma outra brasileira apareceu pra ver a vaga, ficamos batendo papo e meia hora depois desistimos... (era um apartamento, não sabíamos qual ramar chamar, uó).

De lá,voltei pra College Green pra pegar ônibus pra última visita do dia: um quarto em D6. O motorista me avisou onde tinha que descer (não deu nem 15 minutos do centro), próximo a Mount Argus Church. Foi estranho, porque era meio mal iluminado, então me senti entrando num lugar... estranho. Mas as casas eram gracinha, coisa bem residencial e bonitinha. Bati na casa errada, claro, mas no final, achei a casa certa!

A menina que me atendeu foi uma fofa, a casa era linda, limpa, quarto show, enfim, tudo lindo. Mas claro que elas ainda tem mais visitas e só terei resposta na quarta.

Rick estava no centro, me ligou para comermos alguma coisa (ah é, já eram 8 da noite e eu não tinha comido nada). Nos encontramos na rua do hostel e comemos um burrito - ahhhhh, delícia!

Tipo... sou brasileira e não desisto nunca, mas tá foda.
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