Malta: 3 dias com bebê

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Malta nunca esteve no topo da minha lista de lugares pra conhecer, embora eu tenha muitos amigos e conhecidos que já foram e amaram! Afinal, uma ilha mediterrânea de fácil acesso partindo da Irlanda onde o inglês é uma das línguas oficiais parece uma ótima pedida pra quem foge do clima por aqui, não é mesmo?!


A ideia surgiu naquele roteiro da Tunísia, onde poderíamos casar esses dois países numa tacada só. Como já comentei por aqui, várias coisas deram errado, mas no fim o tempo que teríamos não foi afetado. E apesar de não termos chegado no voo original que partiria de Tunis, chegamos mais ou menos no horário planejado partindo de Roma.


Malta é um arquipélago muito, muito pequeno, com população próxima ao meio milhão. Por seu tamanho compacto, fica mais fácil transitar entre um ponto e outro, e apesar da fama de ter péssimo trânsito, nós nos surpreendemos positivamente com isso. Aliás, muitos blogs que eu li falavam sobre como era difícil dirigir em Malta, mas acredito que isso pra quem não está acostumado com a mão inglesa, hahaha. Realmente, as estradas são meio estreitas, mas pra quem dirige no interior da Irlanda, realmente não é nada diferente.





Voltando: ficamos um total de 3 dias e meio em Malta, e apesar de planejarmos irmos pra vários pontos, preferimos estabelecer uma base, o que foi a melhor decisão por estarmos com criança pequena. No fim das contas, a ilha principal é tão pequena que você nunca vai levar mais que 40 minutos pra chegar nos lugares, então pra nós essa logística fez sentido. Nos hospedamos num hotel chamado Village Boutique & Spa na cidade de Naxxar, e embora a cidade em si não tivesse nenhum atrativo, a localização foi excelente por nos permitir ir pra várias regiões em questão de 20 minutos de carro.


Sim, alugamos um carro porque embora seja possível percorrer a ilha toda de transporte público ou de ônibus hop on & hop off, com criança pequena a liberdade e conforto de ter um carro não se compara.


Agora, de fato, estacionar em qualquer lugar em Malta é meio complicado, e em Naxxar mesmo penamos pra descobrir como parar o carro porque a cidadezinha era praticamente ruas de uma mão só, não tinha como retornar, um inferno. Aliás, até levamos bronca de uma guardinha por uma manobra "proibida", então digamos que nossa chegada lá foi levemente estressante. Fora isso, se você pesquisar sobre os locais antes, vai encontrar dicas de estacionamentos próximos ou nas entradas das cidades, e é lá que você vai deixar o seu carro pra não sofrer.


Eu marquei diversos pontos no mapa meio na vibe: o que der pra fazer, deu, o que não der fica pra próxima e foi a melhor coisa. No fim, conseguimos fazer pelo menos um passeio por dia e foi bem agradável. Até mesmo os posts que encontrei com tons ameaçadores de que era impossível andar com carrinho de bebê em Malta foram por água abaixo, porque dá pra andar com carrinho tranquilamente, inclusive na capital.


Naxxar


Naxxar em si foi bem agradável; conseguimos tomar café da manhã em vários cafés espalhados pela rua principal e até encontramos um parquinho bem lindo numa pracinha onde a P pode brincar no balanço, andar, etc. Não é imperdível, mas como eu disse, achei uma localização ótima!





Mdina


Mdina é uma cidade murada que fica no alto de uma colina. Lá só é possível entrar a pé mesmo, então tem que deixar o carro no estacionamento na entrada da cidade. Achei tudo muito lindinho, as ruas extremamente limpas, e apesar de muitos turistas, é fácil encontrar cantos vazios pra fotografar, caminhar em paz, ficar na sombra, etc. Aproveitamos pra comer o famoso bolo de chocolate de um restaurante chamado Fontanela tea garden e realmente valeu a pena esperar na fila pra conseguir mesa. Mesmo requisitado, eles tem muitas mesas, porém o serviço é um pouco demorado.












Rabat


No mesmo dia em que fomos pra Mdina, aproveitamos e seguimos a pé pra Rabat a pé mesmo. Trata-se de uma cidadezinha de 12 mil pessoas, super limpa também e bem agradável. Só andamos pela pracinha e ficamos sentados vendo o pôr-do-sol enquanto a P se encantou com as formigas no chão.








Valleta


Eu descreveria a capital de Malta como um Croácia meets Sicília - não sei se o clima, as cores, arquitetura, mas o fato é que se você já esteve nesses lugares vai entender o que tô querendo dizer. Tem uma rua bem larga, como se fosse a veia principal da cidade, e cruzando ela diversas outras ruas secundárias, sendo algumas delas feitas de escadaria. Então realmente, não dá pra andar em todas elas com carrinho de bebê, mas a grande maioria é rua normal ou de paralelepípedo.


Ali deu pra ver como Malta é popular, mesmo fora de alta temporada. Grupos e grupos de turistas, lojas e restaurantes absolutamente lotados. No entanto, em menos de meia hora você consegue praticamente percorrer a cidade toda! Eu fiquei boba, porque não imaginava que seria tão pequena assim. Acho que sem carrinho de bebê, em duas horas você anda absolutamente todas as ruas hahaha. Enfim, foi gostoso caminhar sem morrer de calor (não consigo imaginar como deve ser quente esse lugar no verão!), comer bem, tomar um sorvetinho, mas sabe quando falta alguma coisa? Pra ser justa, acho que não estávamos no espírito depois do fiasco da Tunísia, mas como já fomos pra Sicília, ficou uma sensação meio "ah, era isso?". Não foi ruim, nada disso, mas eu já tinha ouvido falarem tão bem de lá que pra mim ficou faltando alguma coisa sim.











Malta National Aquarium



No nosso último dia, visitamos o Aquário Nacional lá em cima na ponta nordeste da ilha principal, mais como um passeio pra P aproveitar também, e ela obviamente gostou muito, ficou apontando pros peixes, mas achei o valor altíssimo pro que eles oferecem. Já fui em aquários em outros lugares e achei esse fraco, mas faz parte.




Buskett Woddlands


Ainda deu tempo de passar num bosque pra fazer uma caminhada ao ar livre. Isso porque você percebe, percorrendo Malta, como a ilha é meio desértica, com cactos e aquela paisagem característica de seca. Então meio que esse parque é um "oasis" no meio do deserto, mas pra quem mora num país arborizado e cheio de parque como a Irlanda, esse deixou a desejar também. E como a trilha dele tinha muitos pedregulhos, nem deu pra deixar a criança andar também!







Devolvemos o carro no fim do dia, e o aeroporto tava totalmente caótico. Não tinha lugar pra comer, lugar pra sentar, não tinha espaço pra nada. Não sei se calhou de ter voos atrasados e tal, mas o fato é que a impressão que tive é que a infra do aeroporto não comporta o número de turistas que passa por ali. Então assim, uma viagem que já não foi o ápice terminou com esse gostinho amargo da experiência no aeroporto, mas eu acho que tudo é aprendizado, tudo é experiência, então não tô reclamando não. 


Daqui a muitos e muitos anos, talvez eu tenha interesse em voltar e ir pra ilha de Gozo, conhecer mais da Costa, descer na praia mesmo. Por enquanto, estou satisfeita em ter colocado meus pés nessa ilha tão bonita e histórica!

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