Mesmo assim, estava obstinada a encontrar alguma coisa. Com o R. montamos uma cover letter bem bacana, que fui adaptando a cada escola para a qual enviava um currículo. Sim, porque aqui, além do currículo, você precisa ter uma carta de apresentação onde fala o porquê de querer trabalhar naquela empresa e um pouco das suas qualificações, história, etc.
No entanto, mesmo antes de chegar em Dublin eu já tinha uma entrevista marcada: recebi um email do Applied Language Centre da UCD perguntando se eu estava interessada numa vaga como cover teacher - fui recomendada pela minha professora que hoje é diretora de todo o departamento. Aliás, essa é a mesma professora que me ajudou em mais de uma ocasião, inclusive conseguindo a bolsa de mestrado pra mim.
A vaga era pra dar aula para os alunos de EAP e EAS - English for Academic Purposes e English for Academic Studies. Nós falamos bastante disso no mestrado e essa área de inglês acadêmico tem crescido bastante no mundo todo, já que são muitos alunos querendo fazer suas graduações e pós-graduações no exterior. Eu pessoalmente não sou a maior fã de inglês acadêmico do mundo, mas como havia sido uma recomendação da minha professora, não pude dizer não.
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Um dia depois de voltarmos de viagem do Brasil fui pra entrevista. Foram duas entrevistadoras que me fizeram mais perguntas gerais sobre o meu currículo, sobre como eu lidaria com a transição de General English pra Academic English e também sobre como eu lidaria com alunos da Ásia e Oriente Médio.
Não senti que fui muto bem e também pudera - tinha chegado de viagem no dia anterior, não me preparei nada pra entrevista. Masss, acho que a recomendação da professora pesou e fui chamada pra uma segunda entrevista pra dois dias depois. Pra minha alegria, eu soube com antecedência que seria entrevistada por duas outras pessoas que cuidam da parte mais acadêmica da coisa - sendo que uma delas também foi minha professora no mestrado!
Me senti mais em casa e mais à vontade nessa segunda entrevista. Falamos mais sobre metodologia, tecnologia em sala de aula, etc. Ao final, eu deveria fazer uma parte prática, que era um planejamento de aula, porém... A., a professora que me entrevistou, disse que eu não precisaria fazer isso, que ela poderia atestar que sou capaz. Coincidentemente, além de ter sido minha professora, A. me observou numa aula no começo do ano para o módulo de Teaching Practice.
À tarde recebi a ligação de que tinha ido muito bem na entrevista! Isso foi uma sexta-feira. Na mesma ligação já perguntaram se eu poderia substituir um professor na segunda, ao que prontamente disse que sim.
Começar um emprego, por mais informal ou casual que seja, sempre me dá um nervoso muito grande - principalmente numa coisa que não tenho total domínio, que é essa área de Academic English. Felizmente me enviaram o material que deveria ser utilizado e lá fui eu na segunda, com muito frio na barriga.
Como eu achei que chegaria lá na segunda.... |
Chegando lá, fiquei sabendo que havia ocorrido um engano - eles só precisariam de mim à tarde, e não de manhã. Confesso que fiquei aliviada: eu estava muito nervosa pra aula da manhã! Assim, acabei somente observando o professor e me preparando mentalmente para o período da tarde.
Devo dizer que fiquei muito surpresa - eu tinha uma idéia de EAP um pouco equivocada. No fim das contas, a aula ocorreu muito bem - a turma era dividida entre alunos do Japão, Kuwait e Arábia Saudita e todos foram super fofos. A aula na verdade não fugiu muito de uma aula de General English - a diferença é que os textos são um pouco mais
No fim das contas, fiquei super orgulhosa de mim mesma: quem diria, dando aula de Academic English numa das melhores universidades do país para alunos internacionais?! Me chamaram para mais aulas na semana seguinte, e para mais aulas na outra semana. É uma vaga casual, não tem contrato, mas confesso que já estou extremamente feliz de ter essa oportunidade.
No entanto, a busca por um emprego continuava e ainda tem mais história pra contar....