Caaaaara. Estou esgotada. Exausta. Morta. Como dar aula é cansativo - já havia me esquecido!
O fato é que trabalhar das 9h00 às 17h30 lidando com adolescentes não é nada nada fácil. Mas dessa vez eu já estava preparada pra isso, já que no ano passado havia tido a experiência de trabalhar com esse público por algumas semanas no verão.
No início de 2016 eu recebi um email da escola perguntando se eu tinha interesse em dar aula lá novamente esse ano - ao que respondi prontamente que sim. Fiz entrevista por Skype novamente (mas dessa vez bem mais tranquila!) e fiquei sabendo dos meus horários ainda em meados de abril.
No fim de junho fiz o treinamento e comecei a trabalhar. A melhor coisa esse ano foi ter tido tempo de absorver tudo, já que no ano passado, eu fiz entrevista num dia e comecei a trabalhar no outro - foi muito corrido! Dessa vez, ter tido a experiência do ano passado com o plus desse treinamento inicial me salvou, pois eu estava muito mais preparada. Além disso, esse ano são menos professores trabalhando nessa unidade e portanto, há mais espaço para tirar dúvidas, checar coisas, etc.
Uma outra grande diferença desse ano pro ano passado foi que ao contrário de 2015, quando só dei aula pros níveis mais básicos, tive a chance de trabalhar com os níveis upper-intermediate e advanced. E não me leve à mal, meus níveis preferidos são os básicos sim, mas quando os alunos são adultos. Trabalhar com adolescente nessa fase é muuuuuito complicado, portanto fiquei com o sorriso de orelha à orelha quando minha chefe me atribuiu essas turmas esse verão.
Além disso, diferentemente do ano passado, não tivemos alunos franceses esse ano, o que, não me leve à mal mais uma vez, foi um alívio. Desculpa, mas todos os alunos franceses do ano passado foram desrespeitosos, grossos, etc. Sério. Ninguém teve nenhuma experiência positiva com eles! Então assim como em 2015, a escola recebeu alunos da Espanha, Itália e Alemanha, mas com um diferencial: também tivemos alunos da Turquia e Croácia!
Confesso que eu estava curiosa pra ter alunos dessas nacionalidades porque não sei absolutamente nada de croata e turco e pra mim, seria uma experiência nova - e olha, foi super positivo! Mas disso falo num outro post.
Tive algumas colegas de trabalho um pouco xaropes. Uma delas, desde o treinamento, se mostrava de má vontade com as coisas e questionava absolutamente tudo. Tipo, tudo bem você questionar certas coisas, mas se você tá começando num trabalho, não tem que abrir a boca pra reclamar, né? Você ouve e executa o que te mandam executar. No fim das contas, essa doida acusou todos os professores de só estarem lá por dinheiro, exceto por ela. A coordenadora não permitiu que ela falasse daquela maneira. A mulher disse que tava infeliz - e a coordenadora então disse que se ela estava infeliz, que poderia ir embora. E ela foi.
O clima melhorou muito depois desses primeiros dias, mas uma outra colega de trabalho me deu muuuuita preguiça pelas semanas que se seguiram. Ela é polonesa e já morou um ano no Brasil (Recife e Natal), e os comentários que ela fazia... puta que pariu. Não só inconvenientes, mas muitas vezes preconceituosos e desrespeitosos. A gente na maioria das vezes apenas a ignorava, mas foi difícil, já que ela não parava de falar de si por num um minuto na sala dos professores, uó. Tem gente que não tem noção mesmo, né? Ainda mais num ambiente de trabalho.
As semanas foram passando e o cansaço aumentando. Eu acordava às 7h30, me preparava e chegava no trabalho umas 8h40 pra começar a aula às 9h. Depois de acabar tudo às 17h30, ainda ficava pra preparar aula do dia seguinte, terminar boletim de aluno, etc. Ou seja, acabava chegando em casa umas 19h30 todo dia, morta de cansada e tendo que tentar sentar na frente do computador e escrever alguma coisa pra minha dissertação do mestrado.
No fim tudo acabou bem - ter trabalhado com a A. novamente foi um prazer e aprendi muito, não só com ela mas também com outros colegas e com os alunos. Essa experiência de ter uma classe multicultural é super interessante, amedrontadora, excitante, tudo misturado. No entanto, não vou mentir: depois dessas cinco semanas vendo adolescente todo dia o dia todo, não aguento mais ter que lidar com os dramas e caras & bocas deles - mas agora só falta mais uma!