A parte ruim da bicicleta

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Andar de bicicleta não é só flores como comentei nesse post aqui. Tem que ter habilidade, tem que ter disposição, já diria o poeta do funk carioca.

A verdade é que muitos imprevistos podem acontecer. Você pode atropelar pedestres, ser atropleado por outras bicicletas ou carros, ter sua corrente solta sem mais nem menos, entre outras coisas. Eu sou bem cuidadosa mas percebi que depois de dois meses andando de bike todo dia, me tornei mais reckless em algumas situações e trechos do caminho - o vão entre carro e calçada que antes eu julgava ser estreito já não parece tão estreito assim, ultrapassar carros parados no trânsito não parece tão perigoso assim, etc. No entanto, eu paro e desço da bicicleta em dois momentos distintos e específicos do caminho casa-trabalho por não me julgar malandra o suficiente pra atravessar o cruzamento no meio de tudo - nisso, sou medrosa mesmo. Enfim, aqui vão algumas considerações: 


- Tenho a impressão de que os carros são mais amigos dos ciclistas do que os pedestres. As pessoas andam muito próximas à rua (e consequentemente à faixa da bicicleta), além de atravessarem a hora que querem, como bem entenderem. Se você é pedestre descuidado em Dublin, presta mais atenção, poxa!

- Alguns ciclistas são displicentes demais. Param em cima da faixa de pedestre, ultrapassam sinal vermelho sem o menor pudor e fazem ultrapassagem indevida pela esquerda (lembre-se que aqui dirigimos ao contrário). Um dia desses a corrente da bike soltou e fui encostando na calçada, à minha esquerda, pra poder consertar a bendita quando um filho da puta de um ciclista passa a milhão À MINHA ESQUERDA e bate no guidão. Por sorte, não aconteceu nada e ninguém se machucou.

- Falando em corrente solta, teve um dia que a minha soltou 3x no caminho pro trabalho. Você acha que ela já soltou alguma vez na volta pra casa? Claro que não, já que Murphy sabe que não tenho pressa pra chegar em casa mesmo. 


Que ódio ficar com a mão suja por causa da corrente!

- Quase fui atropelada outro dia por um carro, por culpa minha. Quase ser atropleada é exgaero, mas foi assim: já chegando perto do cruzamento da Baggot Street (um ou dois cruzamentos antes, não lembro), os carros podem seguir a avenida do Canal ou virar à esquerda. Os carros que querem virar à esquerda tomam a faixa das bicicletas pra poder virar e a gente fica sem faixa. Eu sempre espero atrás dos carros. O sinal abriu e o carro que estava na minha frente (na verdade um caminhão) não andava. Aí percebi que tava presa e resolvi desviar pela direita pra pegar a faixa mais à frente, só que não prestei atenção e vinha vindo um carro na segunda faixa! Passei coladinha nele, perigo real muito pequeno, mas o coração foi a mil. Fiquei repetindo pra mim no caminho todo: CUIDADO, BÁRBARA, CUIDADO.

Fora isso, aquele papo que jogaram pra mim de que "depois de um mês você não se sentirá mais cansada e vai pedalar de boa" é uma grande mentira. Ainda fico esbaforida se pedalo rápido e ainda tô na velocidade tartaruga. Esse negócio de exercício físico é epic fail pra mim, mas não desistirei!
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