Uma sensação inesperada

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Eu sempre digo que não quero ser mãe, que não sou a maior fã de criança, etc e tal. Gosto de ser au pair temporariamente, de cuidar das meninas e me divertir com elas - honestamente, se crianças fossem fofinhas e legais pra sempre, eu teria vários filhos. Mas elas não são.

No início eu não ficava muito de pegação com as meninas porque eu achava estranho, mas com o tempo a gente se apega, não tem jeito. A É. não é muito de beijos e abraços e por ser muito temperamental, se ela não tá a fim nem de falar com você ela não vai falar com você, não deixa nem chegar perto. Já a C. é super carinhosa e adora abraçar os cobertores e ursinhos - nos últimos meses, principalmente depois das férias, notei que ela tá mais próxima, me abraça quando pego ela na colo, passa a mãozinha no meu rosto, essas coisas. Aliás, quando ela passa a mão no meu rosto e eu pergunto o que ela tá fazendo, ela responde: "I wanna fluff you, Barbar". <3



Aí um dia ela tinha acabado de acordar e tirei ela do berço e sentei ela no meu colo. Fiquei brincando com ela e deitei na cama da É. com ela em cima de mim. Foi um momento bizarro porque foi uma sensação muito gostosa. Mas muito gostosa mesmo! Um negócio que eu nunca tinha sentido. Ela tava tão quentinha e indefesa e achando o maior barato deitar em cima de mim, foi uma sensação totalmente nova. Contei essa história pro R. e ele disse "agora você imagina o que os pais sentem com seus próprios filhos?"

Sim, agora consigo imaginar. Mas graças às artes que elas aprontam e aos momentos que me tiram do sério, ainda estou imune à "magia" de querer ser mãe, hahaha.



Mas que ela é uma gracinha, isso ela é!

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