Meu segundo dia em Londres começou cedo - após um rápido café-da-manhã, pegamos o metrô pra chegar no British Museum. Aliás, que foda escolher qual museu visitar na cidade, né? São muitos e, pra alegria de estudantes como eu, de graça. Sim, R. e eu consideramos ir no famoso Madame Tussaud, já que o preço dele combinado com a London Eye acaba compensando. No entanto, chegamos à conclusão que ficaríamos boas horas nesse museu, quando preferiríamos gastar o tempo na nossa primeira ida a Londres com outras coisas. Nada contra museus de cera, ainda mais esse que parece ser muito legal e tal, mas em vista de outros museus que pareceram bem mais interessantes, achamos que seria meio bobo ir pra lá.
Voltando: desculpa o vocabulário, mas puta merda, o British Museum é muito grande, um dos maiores do mundo. Nem que quiséssemos conseguiríamos ver tudo. Decidimos então, fazer como fizemos ao visitar o Louvre, em Paris: dar umas voltinhas por umas 2 horas e ir embora. Até dá pra ficar mais, mas cara, depois de 2 horas o cérebro (e as pernas) não aguentam, não adianta ficam zanzando (faz tempo que não uso essa palavra!) pelo museu sem estar lá de fato, mas só de corpo presente, né?
Começamos a ver a parte egípcia do museu - que aliás abriga o maior número de peças egípcias após Museu Egípcio em Cairo. São mais de 100 mil peças entre estátuas, objetos, túmulos... E pelo menos pra mim, é muito fascinante pensar em como os egípcios viviam e se relacionavam.
Das coisas legais dessa parte do museu, a que eu mais gostei foi a rosetta stone - no melhor estilo "for dummies", é assim: trata-se de uma pedra encontrada no antigo Egito que continha um texto que foi usado como base para a "tradução" dos hieróglifos egípcios. A pedra contém um decreto feito por um rei muitos anos antes de Cristo, e o texto continha três parágrafos: um escrito com hieróglifos, um em egípcio tardio e um em grego antigo. Foda tirar foto da bichinha, já que ela é um dos lugares mais visitados do museu:
O médico britânico Thomas Young passou 20 anos estudando a pedra, e conseguiu fazer um bom progresso. Pensa passar 20 anos estudando um texto numa pedra e tentando decifrar os hieróglifos! Surreal! No entanto, a tradução final ficou por conta do francês Champollion, que acabou criando um estudo específico de tudo relacionado ao Egito de forma geral.
Ainda no British Museum, fomos ver algumas estátuas gregas (sempre bacanas), múmias e uma área dedicada à cultura e arte japonesas.
Essa estátua da deusa Afrodite é bem legal. Na placa que continha mais informações sobre ela li que a impressão que se tem é que ela foi pega de surpresa e está, de alguma forma, tentando se cobrir. Na verdade assim: se você já viu qualquer estátua grega vai reparar que eles estão quase sempre nus ou semi-nus - os gregos gostavam de cultuar o corpo e tinham muito interesse no assunto, então esculpir corpos era cool. No caso dessa estátua da deusa do amor, há um certo mistério já que de todos os ângulos que você olha ela revela algumas coisas mas parece esconder outras.
E aí descobri que junto com o corpo, os egípcios "enterravam" também pequenos bonecos que se transformariam em servos na pós-vida do morto e realizariam pequenas tarefas pra ele. É que eles acreditavam que na pós-vida o falecido provavelmente faria trabalhos de agricultura (?). Esses bonecos, chamados shabti, podiam ser feito de madeira, bronze, pedra... No geral separavam 365 shabtis por morto, um pra cada dia do ano.
Enfim, o British Museum ainda tem muita coisa legal e interessante, afinal de contas, ele conta muito da história e cultura mundiais (tem coisa de tudo que é canto no mundo). É bem cheio, claro, mas como o museu é grande, tem espaço pra todo mundo. Vale a visita e é um lugar que eu certamente voltaria pra conhecer mais, sabe?
Na saída do museu passei numa lojinha na esquina pra comprar uns postais que eu já tinha batido o olho antes e visto que estavam mais baratos do que a média. Tava tocando Spice Girls na loja - bem adequado, né? :)
A próxima parada seria a Tower of London, mas aí vimos que a St. Paul's Cathedral tava na mesma linha do metrô e resolvemos descer e aproveitar a viagem. Aliás, isso é uma coisa que vale a pena comentar: não usamos mapa em Londres, porque na saída de todas as estações há um pequeno mapa da região e placas indicando os pontos turísticos próximos ao local!
Pra ser honesta, e com todo o respeito (mas o blog é meu), acho meio porre visitar igreja e catedral. Mas vale sempre pela arquitetura e importância histórica, porque olha só: essa catedral é a sede do bispo de Londres, tem a segunda maior cúpula do mundo (só perde pra Basílica de São Pedro no Vaticano) e foi lá que Charles e Diana se casaram!
Ahhhh, os anos 80! |
Demos uma voltinha rápida pela catedral e seguimos viagem pra Tower of London. Só que a gente se deu meio mal: é que ao chegar na estação X (não lembro o nome) pra fazer baldeação - lembrando, depois de andar HORRORES pra chegar no local onde faz a baldeação dentro da própria estação - descobrimos que ela estava fechada naquele final-de-semana. Havia um anúncio indicando um ônibus que serviria como substituto. Dá-lhe percorrer toda a distância de volta até a saída da estação, encontrar a rua onde pegaríamos o ônibus e (felizmente) dar a sorte de pegá-lo.
E ver a Tower of London e a Tower Bridge foi super emocionante porque elas são lindas, lindas! Mas já que o post já está enorme, conto essa e outras aventuras do segundo dia num próximo post!
Uma prévia... |