A chegada
Saímos de Dublin num sábado bem cedinho e às 8 e pouco já estávamos no aeroporto de Stansted - o foda de voar pra Londres é que os aeroportos são todos longe e você tem que pegar um ônibus até a cidade (que muitas vezes pode custar quase o mesmo da passagem aérea e levar mais tempo do que a própria).
Então às 9 e pouco chegamos no centro, na Liverpool Street. A ideia era fazer check in no hotel e voltar pra estação Covent Garden de onde o walking tour começa, mas não ia dar tempo de fazer todo o trajeto, então resolvemos tomar café por ali mesmo e ir direto pro walking tour. Isso só foi possível também porque tínhamos mochilas pequenas e relativamente leves.
Ah, esqueci de mencionar que logo que desembarcamos na Liverpool Street já demos de cara com uma das coisas que queríamos ver da nossa lista: o Gherkin:
O tour: primeiras paradas
O tour começou ali mesmo no Covent Garden. O guia era um australiano muito gente boa qe morava em Londres já alguns anos. Para minha surpresa, não tinha nenhum brasileiro no tour! Em compensação, muitos canadenses.
Convent garden é tipo uma praça que abriga diversas lojas e restaurantes. Leva esse nome pois há muitos anos, havia um convento ali - quando Henry VIII (aliás, tem ótimas histórias desse monarca no tour!) quebrou com a igreja católica, fez do convento outra coisa e a área acabou abrigando comércio e tal.
De lá seguimos para a Trafalgar Square - no caminho o guia mostrou a matriz da revista "Lady". Essa revista era dedicada as mulheres mais velhas de alta classe mas com os anos, o público foi envelhecendo e o número de vendas caiu. Hoje o foco é pra mulheres de meia idade e segundo o guia, essa revista tinha uns assuntos muitos bizarros tipo propriedades do chuchu ou coisas do tipo.
Já na Trafalgar square o guia falou sobre a região do Soho - mas essa parte eu deixo pra depois quando contar do restaurante indiano onde jantamos. Também falou sobre as estátuas da praça, inclusive a do Horatio Nelson, comandante da marinha britânica. Já comentei aqui no blog, mas antes do Spire existir no centro da rua mais famosa de Dublin, havia um pilar em homenagem a ele, que foi devidamente explodido por irlandeses republicanos nos anos 60, risos. A praça lá em Londres leva esse nome por causa da Batalha de Trafalgar, na qual Nelson foi morto.
O tour: palácio de Buckingham e um pouco do Henry VIII
Seguimos em direção ao palácio de Buckingham - há uma espécie de arco que separa a avenida e a partir do arco, o chão é pintado de vermelho, meio que pra simbolizar um "tapete vermelho" (afff). Andando por essa rua o guia comentou dos elevados preços das casas pela região, algumas estátuas de gente importante pro Reino Unido e também os guardas reais! Por coincidência (ou não), a troca da guarda estava acabando de acontecer e pegamos o finalzinho dela. Segundo o guia, os guardas usam aqueles chapéus que cobrem quase toda a cara porque aparentemente o chapéu esconderia qualquer sinal facial de medo por parte dos guardas. Será?
Aí o guia contou mais detalhes sobre o Henry VIII, que foi o rei que quebrou com a igreja católica porque queria divórcio e o papa não lhe concedeu o bendito. Mas olha só: Henry se casou 6 vezes. SEIS VEZES. E tem até uma rima pra lembrar da sequência das esposas: divorced, beheaded, died; divorced, beheaded, survived. Não vou dar aula de história aqui, mas basicamente é: ele era casado com Catherine of Aragon, mas ela só lhe deu uma filha mulher e ao mesmo tempo ele se apaixonou por Anne Boleyn - pronto, quebrou com a igreja pra poder casar com a Anne (portanto, a primeira esposa entra no divorced) Só que ela também só lhe deu filha mulher e foi acusada de traição contra o reino - mandaram cortar sua cabeça, beheaded. Depois Henry casou-se com Jane Seymour, que finalmente lhe deu um filho homem mas acabou morrendo por infecções provenientes do nascimento da criança - died. A quarta esposa foi Anne of Cleves, mas parece que ele não era muito chegado nela e divorciou-se pela segunda vez (essa é a segunda divorced da rima). A penúltima esposa foi Catherine Howard, que foi pega traindo o rei e teve a cabeça cortada, assim como a segunda esposa. Por fim, Katherine Parr, uma mulher altamente estudada e inteligente, que sobreviveu as intrigas da corte e acabou vendo seu marido falecer por problemas de saúde, provavelmente ligados à sua obesidade. Ela foi a única que sobreviveu (survived da rima). Ufa!
Ainda sobre o palácio de Buckingham: ele é aberto a visitação do público por um curto período durante o ano e é super hiper mega protegido contra invasores - no entanto, nos anos 80, um morador de rua viu uma janela do palácio aberta e ENTROU. O sistema de segurança apitou mas os seguranças acharam que o sistema estava com falhas já que a possibilidade de alguém ter entrado era muito mínima. Desligaram o alarme e ficaram de boa. O cara entrou, bebeu vinho, sentou no sofá e foi embora. Só que numa outra noite ele resolveu entrar de novo (gente, como assim?) e o sistema apitou, claro. Dessa vez, acharam que havia algo estranho mas aí olha só: ele conseguiu entrar no quarto da rainha Elizabeth (ela mesma, a mãe do Charles, vó do Will e Harry)!!! Assustada ela deu um jeito de avisar alguém dentro do castelo, que ao ligar pra polícia não foi levado a sério já que a polícia achou que era trote quando disseram "tem um cara no quarto da rainha"! hahahaha! A história é uma sucessão de bizarrices, mas por fim o cara foi pego...
O tour: quase no fim
Passamos pelo James Park (mas acho os parques de Dublin melhores,
Não vi os famosos esquilos! |
O tour: paradas finais
A parte final do tour acaba na praça onde podemos ver a London Eye ao fundo, o Big Ben e a Abadia de Westminster - aliás, é lá que os monarcas são coroados e foi lá que Kate e Willian se casaram!
The dream picture |
Fim da primeira metade do dia
Tudo isso foram só as primeiras horas desse dia quente e ensolarado em Londres. Ainda teve almoço tipicamente britânico, London Eye, Harrods e muita andança de metrô, mas tudo isso eu deixo pra depois pra criar um mistério! :)