Edimburgo - parte II

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Como eu tava comentando no post passado, teve muita informação interessante e curiosa no walking tour por Edimburgo. Uma das que mais me chamou a atenção foi a história da tal pedra do destino. Vou confessar que a guia explicou meio por cima e eu não entendi de onde veio a pedra, afinal. Aí pesquisando pra escrever esse post achei um texto bem bacana e fácil de entender - retirado do site "Hunky-Dory":

"Talvez a pedra mais famosa da Grã-Bretanha seja a Pedra do Destino, também conhecida por Pedra de Scone. A disputa dessa pedra tornou-se uma questão de honra para os escoceses, pois representa para eles um dos mais importantes símbolos de sua pátria. Conta-se que a Pedra serviu de travesseiro para Jacó, o rochedo onde repousou sua cabeça quando sonhou da escada que se erguia aos Céus. A lenda continua, afirmando que a Pedra foi levada para a Escócia por descendentes de Scota, filha do faraó do Egito, e instalada num local chamado Scone por um rei que uniu o reino dos escoceses com o de outro grupo autóctone, no séc. IX. No entanto, o arenito da Pedra do Destino é do tipo que se encontra na área de Perthshire, um condado a leste da Escócia. Por aproximadamente 400 anos, os reis dos escoceses eram coroados, sentados na Pedra do Destino. Com o passar dos anos, a realeza escocesa foi se enfraquecendo, e a inglesa se fortalecendo, a ponto dos reis ingleses encararem os escoceses como seus vassalos, inaceitável para os escoceses até os dias de hoje."

Mas veja só: antes deu contar a história mais bizarra sobre essa pedra, preciso comentar também das jóias da coroa escocesa. São elas a coroa, o cetro e a espada. Eles foram utilizados juntos pela primeira vez durante a coroação da Mary Queen of Scots (única filha sobrevivente do Rei James V) em 1543, quando ela era ainda bebê. Estes objetos simbólicos ainda fazem parte das cerimônias oficiais escocesas e foram enterrados 3 vezes, duas vezes nos anos 1650 para esconder da monarquia britânica e também durante a 2º Guerra pra protegê-los de uma invasão nazista. 

Réplica do cetro - não pode tirar foto dos originais

Parece coisa de ficção - o cetro, espada e coroa, juntamente com a Pedra do Destino. Não parece? Só que é real, e olha como tudo isso se junta: em 1296, Edward I da Inglaterra invadiu a Escócia e levou com ele para Londres todos os símbolos nacionais da Escócia. A partir de então quase todos os monarcas ingleses e britânicos foram coroados sobre a Pedra. 

Só que a Escócia nunca esqueceu que seu "tesouro" tava na Abadia de Westminster. Foi então que alguns jovens na década de 50 resolveram que iam roubar a tal Pedra de volta. Eles "sequestraram” a bendita na calada da noite e segundo a guia, foi a maior odisseia pra atravessar a fronteira com ela "em mãos" - lembre-se que é uma pedra de mais de 150 quilos.  Mas lógico que descobriram onde a pedra estava e ela foi levada de volta pra Inglaterra. Masss, em 1996 a rainha Elizabeth foi ~boazinha~ e permitiu que a Pedra e as jóias da coroa retornassem à Escócia depois de 700 anos!! 

Depois de todo esse papo de reis, coroas e pedras misteriosas, vamos falar de uma coisa mais "palpável": museu!

O National Museum of Scotland tava na nossa lista, mas quando o walking tour acabou, percebemos que ele fecharia em uma hora. Mesmo assim, resolvemos entrar pra tentar aproveitar alguma coisa. Jesus! O museu é enooooorme, tem diversos andares e salas e muita coisa pra ver. Me senti meio loser de não conseguir ver nada com calma, então com certeza eu volto lá! A única coisa que fizemos foi andar numa sala que mostrava grandes invenções escocesas (o farol e veja só, a televisão) e a ovelha Dolly. Pois é, a ovelha clonada, lembra dela? Eles meio que empalharam a bichinha e ela tá lá no museu pra quem quiser ver.



O National Museum é de graça e merece muita atenção e tempo pra conseguir aproveitar bem!

De lá seguimos pra outro "museu", o Camera Obscura and World of Illusions. A entrada de estudante foi 10,50 (libras, claro) mas ó, valeu cada centavo. Se trata de um lugar super interativo que basicamente traz varias formas de ilusão de ótima como exemplos ao público. Pelos andares há quadros e imagens e em cada andar (são 5 ou 6 no total, não lembro) tem duas salas enormes com muita coisa interessante. Passamos duas horas lá e dá pra passar bem mais sossegado! O bom é que se você desejar, pode voltar quantas vezes quiser no mesmo dia, então é o caso de repente ir de manhã e voltar mais tarde, caso esteja por ali perto (fica praticamente na entrada do castelo de Edimburgo). O museu, apesar de ser bem legal e interativo, não é lotado. Não precisa ficar esperando os outros interagirem pra poder ter a sua vez, é tudo muito dinâmico e divertido! A única "fila" que pegamos foi pra entrar na sala que cria a ilusão de ótima de que uma pessoa é muito maior do que a outra, mas mesmo assim, foi coisa de 3, 4 minutos. 

Na entrada do "museu"

Uma das coisas que mais gostei de lá foi o labirinto de espelhos (bem mais difícil do que aquele que fui em Praga - aliás, nesse saímos por onde entramos por não achamos a saída. Além disso, também amamos a ponte que "se move" - é um negócio muito doido e deixa a gente tontinho! O chão não se move, obviamente, mas ao redor há um tubo que dá voltas e dá a sensação de que a ponte está virando e que vamos cair. É divertido demais!




Por fim, uma das coisas mais legais foi a sala da câmera obscura - o que constitui no conceito básico de fotografia. Com apenas espelhos e luz, conseguimos ver numa mesa arredondada de madeira vários pontos interessantes de Edimburgo, como se fosse um filme mesmo, sabe? Não dá pra explicar direito, mas achei esse vídeo aqui no youtube (a partir do 1:34) que mostra mais ou menos como é a câmera obscura - muito muito muito legal!

Ah, esqueci de falar que lá de cima dá pra ver toda a cidade - muita lindeza!



Na saída do museu, passamos na lojinha pra ver as coisas fofas que eles vendem (livros, objetos curiosos, enfim, muita coisa!) e aconteceu um negócio curioso. É que não sei se já comentei por aqui, mas eu falo muito português com o R. e numa dessas, a vendedora ouviu e perguntou: "where are you guys from?". Respondi que eu era do Brasil e ele da Irlanda e ela COMEÇOU A FALAR PORTUGUÊS COMIGO! hahaha! Foi muito bizarro. Ela era australiana e morou um ano em São Paulo fazendo intercâmbio. Não é que ela até tinha um português bem bom? Aí o outro vendedor brincou e disse que ele e o R. poderiam estar tendo uma conversa em gaélico (já que assim como na Irlanda, na Escócia também tem o gaélico, porém um pouco diferente do irlandês)... enfim, das coisas inesquecíveis pra vida, né? Foi muito inesperado e engraçado!

Na saída de lá, pra fazer o meu dia ainda melhor, tinha um povo com umas aves e corujas oferecendo a oportunidade de tirar fotos com eles por 3 libras. Fiquei na maior tentação e pensei: quando vou ter a chance de tirar uma foto segurando uma coruja, né? Ah, foda-se, vou fazer! Que alegria!!!



Já com fome, paramos num restaurante na Royal Mile que pareceu bacana e tava bombando! Caro, mas valeu cada centavo. A sobremesa tava deliciosa, o garçom era gente fina... o povo escocês pareceu muito receptivo e simpático!

E ainda tem muito mais pra falar de Edimburgo, aguarde! Mais algumas fotos do primeiro dia:

Essa é pros performers da Grafton morrerem de inveja!


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