E o inglês, melhorou?

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Ninguém me fez a pergunta do título, mas esses dias conversando com o R., caímos nesse assunto. Depois de um ano morando fora, o meu inglês melhorou?

Não queria entrar no mérito do "morar fora". É que eu sempre fui do time (e prova viva) de que o tal do "morar fora" pode não fazer diferença nenhuma no inglês. Quantas pessoas eu conheci que moraram fora e voltaram com um bom nível de inglês? Poucas. Com quantos professores trabalhei cujo inglês era melhor do que o daqueles que nunca o haviam feito? Pouquíssimos. O fato é que eu tenho várias ideias sobre o assunto, mas o foco do post não é esse, porque eu ainda quero escrever, em detalhes, sobre a relação do morar fora com o inglês. 

O fato é que eu sempre tive esse crédito, essa carta na manga que fazia alunos ficarem curiosos- "teacher, você já morou fora"? E a resposta era negativa, e a surpresa era grande. Até brinquei com um amigo da Cultura que depois de vir pra Irlanda, toda vez que alguém perguntasse ou comentasse do meu inglês, ia dizer que eu era fluente porque morei aqui, o que não é verdade, já que eu falo inglês há muitos anos e nunca tinha saído do Brasil.

Enfim, eu honestamente não sei... não acho que o inglês melhorou nem que piorou. Quando cheguei aqui eu falava muito português, já que morava com brasileiros e não trabalhava - cheguei até a comentar com alguns amigos que eu com certeza falava mais inglês na minha rotina de professora do que como intercambista na Irlanda. Mas aí eu comecei a trabalhar e tudo mudou, porque eu passo 1/3 do meu dia falando inglês - seja com as meninas da qual eu cuido, seja com os pais delas. 

Sim, elas são crianças e tem vocabulário limitado (o que na verdade nem é muito verdade, já que a mais velha, É., conversa comigo numa boa e eu uso o meu inglês normal com ela, com o adicional de palavras fofinhas), mas não deixa de ser prática diária e constante, né? Fora isso tem o R. - que não é só um nativo na língua mas tem competência e consciência linguística maiores do que muitos nativos na língua (não queria fazer propaganda, mas é verdade!). Já me deparei com palavras novas ou expressões que ele usa e tal diversas vezes.

De maneira geral, o que talvez tenha mudado no meu inglês é que hoje eu conheço muuuuita coisa do vocabulário local e alterações que eles acabam fazendo no inglês coloquial (inclusive falei de muitas dessas coisas nesses posts aqui, aqui e aqui). O meu sotaque não mudou (não tem jeito, toda vez que conheço alguém novo me perguntam se sou americana ou morei nos EUA) e nem vai mudar, porque eu não consigo e nem quero mudar. Mas, não vou mentir: já me peguei váááárias vezes falando "so" em final de frase, começando todas as minhas sentenças com "now", quase troquei "that guy" por "yer man" (essa é tensa, já quase fiz isso automaticamente algumas vezes), assim como o tal do "after doing something" ao invés de "have just done something". 

Tá, pensando melhor, acho que o inglês melhorou sim. Incorporar pro meu inglês um pouco do inglês utilizado no ambiente em que estou vivendo só pode significar evolução, certo? Além do mais, ninguém sabe tudo e sempre temos algo a aprender!

Pra falar inglês melhor tem que... adivinha? Falar inglês!
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