Fim de ano em Praga - o último dia (do ano)

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Terminamos de atravessar a Ponte Carlos e vimos que a poucos metros passava um bonde que ia pro Castelo, mas a gente não tinha certeza da direção (como deu pra ver no post passado, pegar transporte pro lado errado é foda). Perguntamos num quiosque e o cara deu a informação, mas nossa, numa má vontade, ou seria apenas o jeito deles? Assim como em Bratislava, ninguém sorri pra você nem faz questão de ser simpático - como a Eslováquia e a República Tcheca eram um pais só, dá pra entender essa característica em comum. 

Pegamos o bonde (havíamos comprado o ticket que valia pra todos os transportes o dia todo - custa 110 coroas) e descemos na entrada do castelo. Havia muitos grupos de turistas, claro, mas nada comparado as multidões que chegavam quando a gente já tinha terminado o passeio e tava saindo - turismo cedinho é tudo de bom! 


Há dois tipos de entrada: o circuito completo e o circuito menor, que logicamente é mais barato. A gente decidiu fazer o circuito menor, não só pelo preço, mas porque teríamos muita coisa pra ver e cansa demais, sabe? Já aprendi que não dá pra ver tudo de uma vez, então ter um gostinho já bastava. O castelo na verdade é um complexo com vários prédios, igrejas e ruas, por isso é considerado o maior do mundo. Paguei 125 coroas no ingresso de estudante.

Começamos pela Catedral, que é realmente impressionante. Não coube na foto!


A Catedral de São Vito começou a ser construída em 1344 e só foi terminada em 1929! Em estilo gótico, ela é a maior e mais importante igreja no país - além de conter tumbas de reis da Boêmia e imperadores romanos! Enfim, ela é gigantesca, enorme mesmo. Demos uma voltinha por dentro e seguimos pro próximo item do circuito: o Antigo Palácio Real. Só que juro, não tem muito pra se ver lá não - inclusive não tirei nem fotos, pasme! Há salas com algumas pinturas, salas com mobília antiga, enfim, NADA que me deixasse de queixo caído ou pelo menos curiosa, sabe?

Então já que essa parte foi sem graça, a gente vai pro próximo, que foi a Golden Lane. Essa rua tem esse nome porque está ligada aos alquimistas do século 16 que tentavam criar ouro. São várias casinhas (algumas são lojas, outras tem exposições... e a casa 22 é onde o escritor Franz Kafka morou por um tempo pra poder escrever com tranquilidade. Mas eu só fui descobrir essa informação depois de ter ido lá - na hora em que andávamos por lá, não tinha nenhuma placa ou nada indicando. Aliás, isso é uma crítica ao complexo do Castelo todo de forma geral: há pouquíssima informação nos lugares e o turista, se não tiver um guia de bolso ali com ele, fica perdido e com a sensação de que "podia ser melhor".



Ah, mas eu esqueci de falar do último item do tour, a Basílica de São Jorge. Ela foi fundada no ano de 920 e é bem bonitinha, tem algumas coisas de reis e santos por lá mas eu não me interessei muito na hora e já tava meio impaciente pra ir embora.

O Complexo do Castelo de Praga é muito grande (o circuito completo ainda teria mais 4 atrações) e eu quero acreditar que o tour longo vale a pena, mas do fundo do coração, acho que não.

De qualquer forma, seguimos para a próxima atração turística: a Colina Petřín. Essa colina tem 327 metros e está 130 acima do rio Moldava. O local serve mais como um ambiente de descontração, já que há vários parques e coisas diferentes pra se fazer lá em cima. E como chegar lá? De trem, um trem parecido com o que eu peguei em Salzburgo, na Áustria. Mas ó, foi difícil achar esse bendito, viu? Nós descemos do bonde e não achávamos indicação de trem nenhuma, em lugar nenhum. Andamos pelos arredores e vimos, escondidinha, uma placa indicando onde pegar o trem (nosso ticket do transporte público valia ali).

Ao chegar lá em cima, andamos um pouco pelos parques (e a grama tava quaaaase branquinha, mas não foi dessa vez que nevou!) e fomos direto pra Torre de Observação. Pra subir de elevador foi 65 coroas (pra estudante) e a vista lá de cima teria sido linda, se não tivesse uma puta neblina!





Saindo da Torre seguimos pra mais uma atração da Colina Petřín, o Labirinto de Espelhos. A entrada também custou 65 coroas e valeu muito a pena! O Labirinto é bem divertido e no final há uma sala com espelhos que deformam as pessoas - um faz você ficar gordinho, outro madrinho, outro super alto, outro baixinho e por aí vai. Rimos muito!





Ao sair de lá já estávamos com bastante fome (afinal, já passava das duas da tarde) e vimos um restaurante. Pedimos um prato tipicamente tcheco, o goulash:

Não gostei muito não!


Aí eu senti um cheiro de cigarro e achei estranho - ao olhar pro lado, vi um grupo de pessoas fumando dentro do restaurante. Sim, eu disse FUMANDO DENTRO DO RESTAURANTE. Meu, fiquei horrorizada! Mas enfim, culturas diferentes e toda aquela ladainha que a gente já sabe, né? Terminei minha comida meio chateada com o cigarro alheio, mas logo sorri ao comer a sobremesa - panquecas com geléia, creme e sorvete, iguaizinhas as que comi na minha primeira noite em Viena. E tudo isso (almoço, bebida e sobremesa) por apenas 9 euros. Pra completar, o garçom, ao nos ouvir falar português, respondeu com um "obrigado" quando dissemos "thank you". Única pessoa simpática da República Tcheca! hahaha

Por sobremesas gostosas e baratas no mundo todo!


Já tava escurecendo e demos mais umas voltas por ali - comprei meus postais e selos pelo caminho, vimos uns souvenirs e seguindo o mapa, foi fácil chegar na ponta da Ponte Carlos. Ao contrário da manhã, quando passamos por lá pela primeira vez, nesse horário tava lotaaaado de gente, uma mini-muvuca mesmo. Aí já que estávamos ali, resolvemos procurar o tal do Relógio Astronômico, uma das coisas mais famosas da cidade. O Oroloj mostra a posição da lua, do sol, vários detalhes celestes, entre outras coisas. E ele é lindão:



Há uma lenda que diz que o criador desse relógio foi cegado para que não pudesse construir outro igual... vai saber.

Voltamos pra casa pra jantar e nos preparar para a virada do ano. Confesso, estávamos beeem cansados e não muito animados pra sair, mas mesmo assim, após jantarmos, nos arrumamos pra ir ver os fogos no centro da cidade. Só que não passava nenhum ônibus, nem táxi vazio. A gente ficou uns 40 minutos esperando e nada - o frustrante é que já havíamos pesquisado que haveria transporte público no dia 31/12 e no dia 01/01. O fato é que tinha outras pessoas no ponto também, então não fomos os únicos, sabe? Mesmo assim, foi dando mais de 11pm e nada. Aí decidimos voltar pra casa ver os fogos da varanda. Mas não, não sinta pena nem nos julgue (como assim você vai pra Praga passar a virada dentro de casa?): no dia seguinte tivemos uma sessão linda de fogos no centro, assim, de maneira totalmente inesperada, um presente de despedida pra nós. Mas essa parte eu conto depois...


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