Ainda no primeiro dia em Viena fomos visitar um dos locais mais visitados da cidade, o Palácio Schönbrunn. Dá pra fazer vários circuitos lá dentro e pra conhecer tudo, todos os cômodos, você paga tipo mais de 20 euros. É, em Viena é assim tudo caro. Aí resolvemos fazer o circuito menor que já daria uma boa ideia do que é o local por dentro (fotos não eram permitidas, infelizmente).
Com o áudio guia (que está incluso no preço que pagamos - 11 euros), fomos desbravar o palácio, que foi originalmente construído como residência para a imperatriz Eleonora Gonzaga entre 1638 e 1643. Em estilo barroco, Schönbrunn foi habitado por famílias imperiais austríacas até o final da segunda guerra mundial. Desde a década de 90 o local é considerado patrimônio histórico da Unesco.
Em 1830, nasceu no palácio Francisco José, que foi proclamado como imperador aos 18 anos de idade e que tem sua vida e história intimamente ligadas ao palácio. Ele usava o Schönbrunn como residência de verão e no fim da vida governou somente de lá e faleceu em seu quarto.
O imperador foi casado com Isabel da Baviera (conhecida como Sissi) e durante o passeio pelos cômodos do palácio dá pra ver váááárias referências e curiosidades sobre o casamento e vida deles. Aparentemente o cara era super apaixonado por ela, mas ela meio que não tava nem aí. Além disso, Sissi não gostava da rigidez da corte austríaca e não tinha bom relacionamento com a sogra, o que acabou tornando-a depressiva. Ela também era extremamente vaidosa (seus cabelos chegavam até os pés!) e controlava a alimentação com afinco.
Uma curiosidade que descobri pesquisando depois é que até 1817 a arquiduquesa D. Leopoldina de Habsburgo morou ali - ela se casou com o imperador Pedro I e teve papel importante na independência do Brasil!
Peguei no site oficial - diz se não é de babar! |
Quando saímos do palácio já tava escuro e não visitamos os jardins. Já sentíamos fome mas resolvemos visitar mais um item da nossa lista antes de jantar. Era um monumento soviético chamado Soviet War Memorial. Na verdade eu só sabia da existência desse monumento por causa do R., que já tinha ido a Viena e visto esse local. Andamos um bom pedaço e a fome só piorou a sensação de cansaço, mas valeu a pena. De lá achamos um restaurante perto da ópera que assistiríamos mais tarde, então resolvemos comer por lá mesmo.
Provei uma outra especiaria austríaca recomendada pelo meu amigo de lá - o cordon bleu. É como se fosse o wiener schnitzel (que citei aqui), mas com queijo e presunto dentro. É gostoso, mas muito enjoativo! De sobremesa comi a deliciosa apfelstrudel, torta de maçã servida com sorvete de baunilha e creme. Não há palavras pra descrever a gostosura desse negócio. Não há.
Chegamos no prédio onde a apresentação de ópera aconteceria com meia hora de antecedência. Não era nenhum teatro de cair o queixo e ficamos um pouco apreensivos, pensando se aquilo valeria realmente a pena. E como fomos surpreendidos! Quando a orquestra entrou (um piano, um violoncelo, uma flauta e uns 3 violinos), ficamos bobos. Foi demais! Eles tocaram músicas conhecidas ("As 4 estações" de Vivaldi, por exemplo), e outras que eu nunca havia escutado. Em algumas partes dois bailarinos entravam e faziam coreografias de bale, em outros momentos entrava uma cantora de ópera. Ela cantou em italiano e em alemão e foi lindo, lindo! Entretanto, o ápice mesmo veio no final com "Danúbio azul" - não conseguimos nem conter as lágrimas porque foi emocionante mesmo, os melhores 20 euros que eu gastei nessa viagem. Aliás, valeu muito, muito mais!
A foto não tá boa porque desencanei das fotos, tava concentrada no espetáculo |