Fim de Ano em Praga - o primeiro (dia do ano)

/

Nosso último dia em Praga foi mais sossegado que o anterior. Por conta do feriado do dia 1º, já havíamos escolhido atrações externas, coisas que poderíamos ver independentemente do horário e do tempo. Acordamos um pouco mais tarde e começamos o dia procurando um lugar pra comprar os tickets do ônibus/metrô. Pois é, a gente devia ter comprado o ticket pra usar no dia 1º no dia anterior, mas não lembramos que tudo fecha no feriado, né? Aí não havia nada aberto perto de casa com exceção de uma pequena lojinha escondida - ao entrar, perguntarmos se eles vendiam tickets e a moça (com traços asiáticos, não vou arriscar de onde), num sotaque difííííííícil de entender, disse que sim. Compramos os tickets desse dia e do dia seguinte e seguimos felizes pra pegar o ônibus. Aí rolou aquela coisa ônibus + metrô + caminhadas que já estávamos acostumados e chegamos na parte "nova" da cidade, no Museu Nacional de Praga.

Fomos preparados e já sabíamos que o museu estaria fechado (e pelo jeito assim fica até ano que vem), portanto, foi só um bate-e-volta pra tirar foto e ver a praça de frente pro museu, a Praça Venceslau.






Pegamos o metrô e descemos no centro velho - queríamos ver o Oroloj à luz do dia. E veja só, já tava quase na hora dos bonequinhos saírem de dentro dele. É que na hora cheia, já havíamos lido que uns tais bonequinhos saiam do relógio e que era muito legal. Pois é. Só que não é. Foi até engraçado, porque quando deu a hora e o sino tocou, os bonecos não saem de dentro do relógio como um cuco, eles meio que circulam mas não dá pra ver direito. A reação das pessoas foi um "ah!" de surpresa e choque, porque eu tenho certeza que todo mundo ficou decepcionado. Mas no fim, deu pra se divertir!


Os bonecos saem daquelas janelinhas ali

Estávamos próximos ao Bairro Judeu e pra lá seguimos. Josefov fica na parte velha da cidade e era o "gueto" dos judeus - instalados em Praga desde o século 10! E veja só, na época da Guerra, os nazistas pretendiam fazer do bairro um "museu exótico de uma raça extinta". Eles tomaram objetos encontrados em sinagogas em toda a Europa Central para que tais objetos ficassem lá expostos, e alguns desses itens de herança perdida podem ser vistos no Museu Judeu de Praga (que infelizmente não pudemos conhecer!).





Há algumas sinagogas, museus e o cemitério Judeu - nós só andamos pelas ruas, apreciamos a arquitetura e continuamos a "turistagem" por outros cantos de Praga...

... a começar pelo prédio dançante!



Na verdade, esse prédio é um prédio de escritórios que foi construído ali na década de 90 pra preencher uma área vazia, bombardeada no fim da 2ª Guerra Mundial. A ideia é que ele se tornasse um centro cultural, mas não passa de um centro comercial com várias empresas e multinacionais. Demais o formato dele, né?



Estávamos pertinho do rio Moldava (de longe conseguíamos ver a Ponte Carlos) e paramos pra tirar mais umas fotos por ali. Ô cidade bonita, viu?


Por fim, pegamos o metrô mais uma vez pra conhecer uma outra torre na cidade - a Torre de Televisão Žižkov. Ela foi construída no final da década de 80 e muito criticada, já que as pessoas achavam sua estrutura muito megalomaníaca e que ela destruía o skyline de Praga. E ela é, de fato, meio esquisita: além das várias torres, há esculturas de bebês escalando-as. Eu, hein.



Nossa, já estávamos morrendo de fome e pegamos o metrô sentido volta-pra-casa, mas paramos no centro pra comer em algum restaurante por ali. Logo encontramos um que parecia bacana e sentamos num cantinho bem confortável. Havia uma tv grandona passando clipe dos anos 80 - ai, que amor!

Aí fizemos nossos pedidos e uns minutos depois, as bebidas chegaram. Notamos que a comida de todo mundo, mesmo aqueles que chegaram depois da gente, já tinha chegado e a nossa nada. Com uma meia hora de atraso, perguntamos pro garçom, que se desculpou e disse que a comida já tava chegando. Esperamos mais 20 minutos pra ela chegar - 50 minutos no total. A comida tava muito boa, mas nossa, a gente já tava tão puto que eu logo comentei com meu irmão: não pagaremos gorjeta! Seria fácil se ao receber a conta nós não tivéssemos descoberto que, na verdade, o serviço já estava incluso. Ahhh não, mas a gente não queria pagar mesmo. E não é questão do valor, mas poxa, a comida demorou quase 1h, não é justo, né? Quando dissemos que não pagaríamos o serviço o garçom fechou a cara e disse: "So you're not paying?" - não, querido, já falei que não. Aí meu irmão disse que não pagaríamos por causa da demora e o garçom disse que tudo bem. Pegou o cartão, pediu pra digitar a senha e nesse silêncio constrangedor, ainda tentou conversar: "... where are you from?". Respondemos que éramos do Brasil e ele soltou um "ahhhh" como quem diz "entendi porquê não vão pagar". Fiquei me sentindo culpada, aliás, nós três nos sentimos culpados por uma coisa que nem foi nossa culpa! Ele podería ter pedido desculpas pelo atraso, enfim, ter dito alguma coisa... péssimo. Foi o maior climão.

Mas quando saíamos do restaurante ouvimos um barulho que, sério, parecia tiro de arma. Vimos umas pessoas correndo e ficamos assustados. Mais alguns passos pra frente e demos de cara com isso:



Fogos de artifício lindos! Pra compensar o que perdemos na noite anterior...

Seguimos pra Ponte Carlos pra ver os fogos de lá, e ó, tava bombando, mas sem muita muvuca, só a galera curtindo os fogos mesmo. Atravessamos a ponte toda e caminhamos uma última vez pelas ruelas próximas à ponte - no caminho, demos uma passadinha rápida em frente ao Museu do Kafka - pena que não pudemos entrar! Fica pra próxima.

E assim nos despedimos de Praga: não fez o frio que eu esperava e nem nevou, mas calor não passei; vimos ruas antigas, prédios maravilhosos, enfim, a cidade tem uma arquitetura de cair o queixo mesmo. Os preços são bons e o transporte público, apesar de não ser assim um transporte público como em Viena, funciona muito bem e é barato. As comidas foram gostosas e apesar da barreira do idioma, todo mundo, mesmo que de má vontade, falou inglês conosco. Vi muuuitos turistas italianos e ouvi bastante espanhol também, mas pouco português. Ainda faltou conhecer muita coisa (como o John Lennon Wall, por exemplo), mas quem sabe numa próxima, né? Praga é linda e deixou suas marcas em nós!


Web Analytics
Back to Top