Uns dias no Uruguai - parte III

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3º dia de Uruguai e o destino não era ficar na capital: pegamos uma carona com a Jamile e fomos em direção à Punta del Leste, destino super turístico e procurado por quase todo mundo pra vai pro Uruguai.

Tipo, eu já adianto que gostei de Punta, mas pensando bem, pensando com carinho, acho que teria sido mais a minha "cara" ir à Colônia do Sacramento, uma cidade fundada por portugueses que fica a uns 180km de Montevidéu. Só que Colônia fica de um lado e Punta do outro - não dá pra ir nos dois no mesmo dia! Escolhemos Punta (não me arrependo), mas acho que teria gostado mais de Colônia.

É que Punta é uma coisa mais badalação, mais ostentação, sabe? Eu sou simples, não sou de hotéis caros e cassinos. Mesmo assim, não teve como não se encantar com a beleza do local e das pequenas surpresas pelo caminho...

Quando estávamos próximos do destino, Jamile comentou de uma cidadezinha no caminho onde poderíamos parar pra almoçar. A cidade se chama Piriápolis.

Não pude conter o riso. Parecia nome de cidade-natal de cantor sertanejo!

Brincadeira. Piriápolis é cidade-balneário de população de 8 mil pessoas que recebe muitos turistas na época do verão. Como fomos no outono, tava tudo uma calmaria e vários lugares fechados, o que dificultou a procura por um restaurante.

Lá tem um tal de teleférico que parecia meio tenso (naquele estilo cadeirinhas) mas que segundo nossa guia Jamile, era super seguro. Uma pena que estava fechado! Humpf!





Depois do almoço seguimos viagem pra Punta e a primeira parada foi a Casapueblo. Mas antes, uma pausa ali perto pra admirar aquele marzão e céu azuis:


A Casapueblo é tipo um hotel/museu/loja que funcionava como casa de verão do artista uruguaio Carlos Paéz Vilaró. Ele a construiu com as mãos (!) contando com a ajuda de locais e pescadores e tal. Inspirou-se naquelas construções gregas em Santorini (um dia eu chego nesse nível). É bem curioso e interessante:





Logo na entrada você é direcionado para um salinha onde exibem um vídeo que conta um resumo da vida do Vilaró. E ó, que vida agitada! Pra resumir, ele acabou se envolvendo com a cultura afro-uruguaia e foi de cabeça nesse mundo - foi pro Brasil conhecer Salvador, a cidade com mais descentes de africanos no país, depois pra outros países latino-americanos com influência africana. Conheceu Jorge Amado, Vinícius de Moraes, Dalí, Picasso, teve suas obras exibidas em Paris. Morou em diversos países africanos, enfim, trabalhou horrores, mas era feliz pintando, esculpindo, fazendo sua arte.

Uma coisa curiosa é que a Jamile me contou que a música "A casa", de Vinicius de Moraes ("era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada....) foi escrita em homenagem à Casapueblo de Vilaró. Achei até uma matéria na internet que fala disso. Legal, né?




A próxima parada foi a praia, onde queríamos ver os famosos dedos enterrados na areia - o monumento "Monumento al ahogado" (monumento ao afogado) que foi construída em apenas 6 dias!

Essa mão foi colocada ali em1982, quando o artista plástico chileno Mario Irrazábal chegou ao Uruguai para um encontro de arte moderna. A escultura se transformou em um dos símbolos de Punta del Este - alguns dizem que a mão é pra lembrar os banhistas do risco de afogamento; outros que ela significa presença do Homem na Natureza, o Homem surgindo à Vida. O que ela é de fato não sei, mas nos divertimos muito tirando fotos por lá!



Ainda teve uma tentativa de ver uns lobos-marinhos mas eles só aparecem pela manhã, uma pena! Ficamos uns minutinhos no porto e voltamos pra Montevidéo - o sol já tava se pondo e logo estaria escuro.

Mais algumas fotos do dia, que foi demais!









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