E como eu me senti no Brasil?

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As férias no Brasil foram ótimas. Extremamente cansativas e no início um pouco estranhas, mas ótimas. É que como já comentei por aqui, alguns amigos ficaram bravos comigo por eu ter feito surpresa e não ter contado que eu ia pra lá. Além disso, me senti extremamente dividida, tendo que passar tempo com família e amigos e sendo cobrada por isso. Não vou me alongar nessa parte porque vai parecer indireta e pode causar mal-entendidos, o que não é a intenção.

Ao sair do aeroporto já fiquei estressada com o trânsito, que tava bem pesado por conta de uma chuva.

Nos dias subsequentes também tive pequenos ataques de nervoso e ódio com o trânsito e com a demora pra chegar em qualquer lugar da cidade. Tudo bem, eu moro na periferia, meio longe de tudo, mas mesmo assim, é foda.



Segundo R., a frase que mais falei no Brasil foi "nossa, que caro!". Achei tudo absurdamente caro. E não importa se eu estava com euros ou não; ao pisar no Brasil, passei automaticamente a pensar em reais. E como achar ok pagar 15 reais em duas garrafas de refri de 2 litros? Como pagar 6 reais num suco 300ml na Casa do Pão de Queijo? Como sorrir pra uma conta de 90 e poucos reais num restaurante de shopping? Não foi fácil lidar com os preços.

Então o combo preços altos + trânsito foram suficientes pra me tirar do sério inúmeras vezes. Mas de forma geral, eu só tive a certeza do quão inabitável São Paulo se tornou pra mim. Mãe e família, desculpa se vocês estiverem lendo, mas pra São Paulo especificamente, não dá pra voltar. A não ser que num lance de sorte (como o meu irmão) eu consiga um emprego assim, do lado de casa. Caso contrário, não dá pra cogitar ficar numa cidade caótica e gigantesca dessa.

Também rolaram outras coisas que eu nunca tinha reparado: como São Paulo tem morro, meu deus! Eu fiquei enchendo o saco aqui no blog dizendo que Lisboa e Porto tem ladeiras, mas gente, São Paulo não tá muito longe não. Não foi só uma vez que vi carro passando sufoco pra subir rua! E a sujeira, meu deus? Achei a cidade muito suja e poluída.

Ao contrário de muitos compatriotas, que ao voltar à terrinha se sentem deslocados e esquisitos, eu me senti em casa o tempo inteiro. Porque São Paulo, apesar de tudo, é a minha casa. Não achei que tava tudo diferente ou nada do gênero: as coisas estavam exatamente em seu lugar, como sempre estiveram. Acho que quem mudou nesses 15 meses fora de casa foi eu.
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