Salvador, uma grande decepção.

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Ainda falta eu registrar o finalzinho das minhas férias. Vamos lá então: Salvador, na Bahia.

Já haviam me dito pra tomar cuidado com os pedintes, ambulantes, trânsito. Mas eu ainda tinha aquela esperança de que a cidade é incrível desse jeito que todo mundo pinta. E não é.


Após um atraso no vôo, chegamos no final da tarde de sábado no hostel Laranjeiras - um casarão antigo bem no coração do Pelourinho. Isso foi ótimo porque estávamos bem localizados.

Demos uma voltinha por algumas ruas mas por conta do cansaço do vôo, atraso, fome, e por ter visto o enorme número de favelas e pedintes na rua, ficamos apreensivos e não tivemos boa primeira impressão.



No domingo, acordamos cedo pra tentar aproveitar o dia - e deu pra conhecer todos os pontos famosos da cidade com exceção das praias! Então se você pensa em passear pela capital da Bahia, um dia é suficiente. Vou dizer porquê (com acento mesmo? acho que não, né?).



Às 9:00 estávamos no Elevador Lacerda, o primeiro elevador urbano do mundo. A vista dali é bacana, apesar dos vários pedintes e pessoas oferecendo seus serviços de guia turístico a troco de algum dinheiro. São 15 centavos pra descer no elevador e ir pra cidade baixa, como é chamada essa parte da cidade.



elevador lacerda em salvador
A vista parece linda na foto, mas pessoalmente não é tanto assim não! 

Lá embaixo, ao atravessar a avenida você se depara com o Mercado Modelo. O mercado é prato cheio pra quem gosta de artesanato e lembrancinhas, pois tem uma variedade enorme de itens da Bahia, principalmente com as famosas fitas coloridas do Bomfim como motivo: camisetas, bolsas, pulseiras, etc. Lá também tem banco 24h e restaurante, mas como estava cedo, saímos de lá pra dar seqüência ao plano e ir pra igreja do nosso senhor do Bomfim. Só precisa tomar cuidado ao sair de lá porque as ciganas ficam rondando as pessoas, loucas pra ler as mãos de quem lá sai.



A idéia era pegar um taxi, mas ficamos com medo de gastar muito pois pelo mapa e por nossas pesquisas, a igreja era longe dali. Perguntamos a um policial que foi muito solícito e recomendou o ônibus  pois segundo ele, os taxistas de lá fariam o percurso mais longe possível pra faturar mais. Ele nos deu as opções de ônibus e fomos pro ponto esperar. Em menos de 10 minutos o ônibus passou! A subida é por trás e a passagem custa R$ 2,80.

Uns 20 minutos depois, descemos numa praça próxima à igreja. Tem que subir uma rampa enorme pra chegar lá. E como tinha gente! Tava rolando missa, então imagina só! Não quis nem tentar entrar na igreja, mas contribui pro turismo da Bahia e comprei as fitinhas pra fazer meus três pedidos amarrando as fitinhas na grade da igreja.





Saindo de lá umas 11:00, seguimos para o bairro Rio Vermelho, famoso por abrigar bares e restaurantes, dentre eles, a Casa de Acarajé da Dona Dinha, o acarajé mais tradicional da cidade. Chegamos pouco antes do meio-dia e ainda não estava aberto, então aproveitamos pra tirar umas fotos por ali.





Quando o restaurante abriu, a surpresa: eles NÃO SERVEM acarajé aos domingos. Achei aquilo meio bizarro e sem sentido, mas como estávamos com fome, almoçamos um bobó de camarão mesmo.

De lá, pedimos informação e pegamos outro ônibus pro Farol da Barra. Ele fica entre o mar e a avenida, o ônibus para praticamente na frente.

O Farol foi um dos (únicos) pontos altos de Salvador. É bonito e tem um museu bem legal dentro, com vários itens, réplicas de naus portuguesas e várias informações interessantes sobre o descobrimento do Brasil. A vista de lá é linda, embora a subida até o topo seja bem cansativa!







Do farol, pegamos um ônibus de volta pro Pelourinho. Mas antes, fomos importunados por um ambulante que oferecia bijus e fitinhas. Quando passei reto e disse "obrigada", ele começou a nos seguir insistindo na venda... Quando meu irmão também disse "não, obrigado", o cara na maior grosseria disse: "mas eu não to falando com você!". Um horror esses ambulantes, um horror.

Ao chegar no Pelô, fomos andar por outras ruas que não tínhamos andado no dia anterior e encontrei uma das melhores surpresas do ano: a rua, e mais especificamente, a casa onde Michael Jackson gravou o clipe de "They don't care about us". Pra quem não sabe eu adoro o Michael, tenho vários DVDs de show e clipes, além de livros e mp3. Adoro e fiquei em choque quando me vi naquele lugar onde ele esteve. Foi emocionante e divertido!



michael jackson no pelourinho


A casa onde ele esteve é numa cena em que ele canta da varanda. O dono do casarão foi esperto e montou um verdadeiro negócio ali: o clipe fica passando numa tv o tempo todo e ao comprar mais de 2 reais em qualquer brinde do MJ (chaveiro, ímã, mousepad, camiseta, etc) você ganha o direito de subir na varanda e tirar foto lá. Eis o resultado:



Depois do meu momento Michael Jackson, já começava a escurecer e voltamos pro hostel pra tomar um banho e nos preparar pra última noite em Salvador. Mais tarde, fomos pra um barzinho com música ao vivo na rua, comemos um camarão alho e óleo, demos uma volta pelas ruas. Eu ainda queria comer o acarajé, então seguimos pra praça Terreiro de Jesus pra comer nas barracas. Minha mãe ao ver o óleo em que o acarajé é frito quase infartou e não quis comer. Eu ainda arrisquei um com meu irmão, mas sendo bem sincera, achei muito oleoso e não gostei. Mas pelo menos tentei!

Espero muito poder conhecer outros lugares da Bahia pra mudar a impressão ruim que tive. Impressão de que  querem tirar proveito de você, de que só querem pedir e vender. Vou ser justa: o transporte público funciona legal pra quem quer conhecer os pontos principais e todo lugar é policiado (nem imagino porquê...). A comida é muito boa! Mas no geral, Salvador não foi essa coisa toda não.
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