Buenos Aires: novas perspectivas no segundo dia

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No nosso segundo dia em Buenos Aires,  resolvemos adotar alguns sistemas de segurança por causa da tentativa de roubo no primeiro dia: somente uma câmera fotográfica, não sair com celular (em alguns casos) e dinheiro no sutiã. 

Isso mesmo, no sutiã. 

Sendo assim, como se tratava de um domingo, fomos conhecer a feira de rua de San Telmo. Ela acontece na rua Defensa, e como era bem pertinho do hostel, levamos apenas nuestra platita en los pechos


A feira é bem legal. Chegamos por volta das 10:00 e muitas barracas ainda estavam sendo montadas. Tem sapato, tem lenço, tem bolsa, tem souveniers, tem bebida, tem quadro, tem enfeite, tem óculos, tem de tudo. É tanta coisa bacana que você tem que se segurar muito pra não sair comprando. No fim, acabei levando 1) um porta-moedas de couro encapado por um quadrinho da Maitena, cartunista argentina; 2) algumas lembrancinhas pra poucos familiares (incluindo um pôster do Maradona pro meu pai) e 3) uma capinha pra tablets toda andina, que foi ideal pro meu kindle!

maitena mujeres alteradas
Tirinha da Maitena, da série "Mujeres Alteradas"

A gente andou tanto na Feira que quando voltamos por hostel já passava da 1 da tarde. Largamos as compras e pegamos a bolsa, saindo com destino ao bairro do Boca

Com o número do ônibus que ia pra Boca em mãos (já falei que o staff do hostel era MUITO FRIENDLY?!), lá fomos nós. Por causa da nossa nova estratégia de segurança, o lance lá ia ser só pra tirar umas fotos e dar o fora, já que esse bairro não tem das melhores famas. 

Em uns 15 minutos, lá estávamos: em frente ao Caminito, que como gosto de definir, é um Pelourinho brasileiro. Tem muitos restaurantes com dançarinos de tango pra atrair a clientela e a até foi confundida com colombiana e costa-riquenha. Arrasou no espanhol!




A umas duas quadras de distância dali já é possível ver o famoso estádio do Boca Juniors. Ele é pintado com as cores do time e parece ser bem grande. Confesso que fiquei com muita vontade de entrar, mas a gente estava cansada, com fome, fora a quantidade de gente mal encarada por ali. Achamos melhor tirar as fotos e dar seqüência ao nosso plano: bairro da Recoleta




Pegamos o ônibus e em pouquíssimo tempo chegamos na rua atrás do cemitério em que se encontra Evita Perón. Quase caindo de fome, paramos num restaurante pra almoçar. 

Já era fim de tarde e infelizmente não conseguimos entrar no cemitério (mas somos brasileiras e não desistimos nunca, voltamos lá no nosso último dia). Então resolvemos entrar no Centro Cultural ao lado pra não perder a viagem. 

Uma olhadinha nos muros gravitados aqui, outra ali, o céu foi escurecendo e tava pra começar a chover. O dia tinha sido MUITO quente, então a gente já tava esperando aquela chuva típica de verão. Saímos do Centro mas não deu tempo de ir muito longe, porque a chuva começou e nos abrigamos no shopping Buenos Aires Design - um lugar onde é possível encontrar tuuuudo pra decoração e coisas pra casa, sabe? Tem muita coisa legal, mas a gente só queria sentar pra recuperar a dignidade. Encontramos uma Starbucks e bebemos um frappucino de doce de leite enquanto a chuva caía lá fora.

Já passava das 7 da noite quando resolvemos voltar pro hostel na chuva mesmo. Só caía uma garoa forte, mas o problema nem de perto foi esse. Conseguimos achar a rua onde pegaríamos o ônibus, mas... Cadê o ponto? Em muitos lugares de Buenos Aires não há ponto de ônibus, mas um adesivo na parede/muro com os números dos onibus que passam por ali. Só que a gente procurou e nada, nem ponto, nem adesivo. Um segurança de um prédio naquela rua nos disse que era só esperar perto do "lixão". E ufa: o ônibus logo passou (e parou) ali. 

Chegando no hostel, descansamos um pouco e nos preparamos para o último passeio do dia: um show de tango. 

Como não conseguimos comprar ingressos pra ver o tango no Centro Cultural Borges no dia anterior, pesquisamos na internet mas só encontrávamos coisa cara. Até que no domingo de manhã, ao sair do refeitório após o café, me deparei com um folheto que falava de um clube de tango ali em San Telmo, na rua Perú. Era barato (30 pesos cada) e a algumas quadras de onde estávamos hospedadas. 

Dinheiro no sutiã, fomos ao tango. 

A rua em si estava bem esquisita e vazia. O clube tem uma escadaria e a "porta de entrada" é lá em cima mesmo. Você paga na entrada e já vai entrando. Tinha um palco com 3 músicos e várias mesinhas ao redor do salão, deixando espaço livre no meio pro povo dançar. Pegamos uma mesa e admiramos a música e os casais dançando. 




Uns 15 minutos depois deram início ao show de fato. Várias músicos subiram ao palco e começaram a tocar vários tangos liiiindos. E mais gente ainda levantou pra dançar (muitos jovens, mas gente mais velha também). 

E a nossa conclusão foi: ir num clube onde toca-se tango freqüentado por locais é uma experiência SEM COMPARAÇÃO em relação a ver um show pra turista, com os dançarinos vestidos com aquelas roupas todas. Foi inesquecível. 


Na volta, com medo, coloquei o celular no sutiã (juro, não dava pra ver), pois como estava tarde, se acontecesse alguma coisa, poderiam levar nossa bolsa na boa, pois o que era de valor já estava guardado! 

Mas no dia seguinte conhecemos novos bairros e caminhamos ainda mais...
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