Buenos Aires: minha primeira viagem "pra fora"

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Minha primeira viagem internacional aconteceu no Carnaval de 2013. Após muitas tentativas de programar férias + dinheiro, minha amiga Letícia e eu acabamos deixando pra esse feriado como uma despedida antes deu partir pra Dublin.

Passagens compradas com antecedência, reserva no hostel feita com antecedência, blogs sobre Buenos Aires lidos com antecedência, lá fomos nós.

O vôo pela Aerolineas Argentinas foi bem tranquilo. As comissárias são sérias e argentinas, ou seja: espanhol já vai sendo praticado no vôo mesmo - "jugo de naranja, por favor! gracias".

Ao chegar no Aeroparque (2h e 30min de vôo), você entra na fila da imigração e apresenta o passaporte. O atendente perguntou onde ficaríamos, por quanto tempo, mas só isso. Ele foi bem simpático e estávamos oficialmente em solo hermano! Mas nem imaginávamos que ficaríamos ali por pelo menos 1 hora em busca de... moedas! A ideia era pegar o ônibus para San Telmo, onde ficamos hospedadas. E no ônibus só aceitam moedas. E ninguém no aeroporto trocava moedas pra gente, ninguém. Tivemos que sacar 10 pesos de um ATM pra tentar comprar alguma coisa e pedir o troco em moedas. 


Fomos comprar uma água - dieciocho  pesos. Ãhn? Ceis tão loucos? É SÓ ÁGUA! 

Passado o susto, achamos as famosas medialunas (tipo um mini-croissant) por 6 pesos. E fomos pegar o ônibus felizes com nossas moedinhas. 

Ao entrar no ônibus, você deve dizer pra onde está indo pra que o motorista gere o valor certo pra você pagar: "Avenida Belgrano, por favor", coloca as moedinhas na máquina e pega seu ticket. 

Após uns 10 ou 15 minutos, comecei a ver algumas placas escritas "San Telmo". Comentei com a Lê: "estamos perto!", mas não imaginávamos que já estávamos no lugar certo, já que o motorista esqueceu de nos avisar e descemos 10 quadras mais longe do que deveríamos ter descido. 

E esse andar 10 quadras foi a abertura das mais longas caminhadas da minha vida. 

Conseguimos chegar na avenida certa, conseguimos encontrar o Tulio (que tem um blog sensacional, vale a pena visitar), amigo da Lê que ia trocar o dinheiro pra gente, conseguimos fazer o check-in no hostel. Aliás, um parênteses para o hostel: legal, enorme, wi-fi firmeza e staff SENSACIONAL (if you know what I mean). Café da manhã bacana e vários gringos descalços!

starbucks na avenida Belgrano
Starbucks onde encontramos o Tulio

Almoçamos por ali mesmo e resolvemos ir ao centro, onde compraríamos nossas entradas para ver um tango num Centro Cultural (que já havíamos pesquisado e tava com o preço bom). 

Andamos um pouco e avistamos a estação de metrô. O Felipe já tinha me avisado que o metrô era zoado, mas cara, é zoado mesmo. Gente mal-encarada, sujo, parece aqueles trenzão velho de SP. Mas pelo menos foi barato!

Duas ou três estações depois, descemos no coração da cidade: Obelisco. Aproveitamos pra tirar umas fotos por ali e seguimos em frente pra encontrar a rua do Centro Cultural. 

obelisco, centro de buenos aires

obelisco, centro de buenos aires


E aí, o pior momento da viagem toda. 

Sinto uma mão puxar meu pescoço, ao passo que sinto a Letícia me puxando na direção contrária. Na hora, não entendi o que estava acontecendo e segurei minha bolsa com mais força ainda. 

"Lê! Por que você me puxou?!"
"Bá, aquele cara ia roubar tua bolsa!"

Cara, que desespero. A gente tinha acabado de sofrer uma tentativa de assalto e nem perceber eu tinha percebido. Deu uma vontade de chorar tão grande que até doeu a garganta. Continuamos andando (o ladrão saiu correndo na direção contrária) e uma moça que vinha chegando nos alertou: "não continuem por aqui, aqueles caras lá na frente estão roubando!". Com medo, atravessamos a avenida e após umas 3 quadras, fomos parar na tal Calle Florida, rua queridinha dos brasileiros, cheia de loja de marca, gente vendendo passeio e show de tango e uns caras mal-encarados. Entramos na Galeria Pacífico pra tentar sentar e pensar no que havia acontecido. Estávamos assustadas, cansadas, abaladas. Se bem-sucedido, o ladrão teria levado minha bolsa com: celular, câmera, dinheiro e documentos, tudo. 

Ficamos sentadas na praça de alimentação por uns 40 minutos, pensando em como iríamos embora dali. Perguntamos pro segurança e logo atrás da Galeria tinha uma rua onde passava o ônibus pro hostel. 

Nesse dia, por conta do cansaço e do susto, não saímos à noite e fomos dormir cedo. Mas a tentativa de assalto não nos impediu de continuar nossos passeios nos outros dias...
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