Nesse tempo em que não trabalho mais pra família M., sonhei umas duas ou três vezes com as pequenas É. e C. Num dos sonhos eu ia justamente visitá-los, abraçava a É. e chorava dizendo que havia sentido muito a falta dela.
Aí que nosso reencontro foi mais ou menos assim, mas eu juro que segurei o choro pra não ficar muito feio, porque o que chorei quando me despedi delas já compensou, né?
Quando cheguei, elas estavam lá em baixo em seus patinetes, mas não as vi. Fui estacionar a bicicleta e escutei gritos - quando olho pro lado, É. vinha correndo na minha direção, parecia cena de filme. Ela gritava de excitação e pulou em mim e me deu um dos abraços mais gostosos que já recebi. Que saudade que eu tava dela, meu deus! Ela gritava chamando a irmã dizendo que eu estava lá. C. ficou meio desconfiada - inclusive achei que ela não fosse lembrar muito de mim, mas não é que a bichinha lembrou?
Subimos pro apartamento, onde fiquei batendo papo com a mãe delas, contando do trabalho novo, ouvindo as novidades: agora É. vai pra pré-escola irlandesa e C. pra playschool algumas vezes na semana. Eles contrataram uma minder brasileira, mas minha chefe diz não estar contente com a menina, cujo inglês "não chega nem perto da qualidade do meu" (tchô me achar, vai?) e que parece ser meio preguiçosa, pois não sai com as meninas pra rua, mesmo minha chefe pedindo. Estranho, né? Ela disse que vai dar mais umas semanas pra ver se melhora...
As conversas logicamente foram totalmente fragmentadas e interrompidas pelos vários
- look, Barbar
- look at me, Barbar
- look at my new dress, Barbar
- that's my school bag, Barbar
- can you build a bridge, Barbar?
etc, etc, etc.
Foi uma delícia rever as meninas e saber que elas estão felizes e crescendo bem e saudáveis - C. ganhou um pouco de peso e cresceu muito, além de estar com a fala super desenvolvida. Se quando saí de lá ela praticamente já conversava comigo, agora ela está ainda melhor, uma fofura de se ver. É. está ultra empolgada com a escola e aumentou seu vocabulário irlandês horrores.
Enfim, ficou o convite pra eu visitá-los mais uma vez, quem sabe antes do Natal?
Na hora de ir embora, as duas me abraçaram, quiseram me beijar na boca (eu amo as meninas, mas na boca não, credo), mexeram no meu cabelo... doeu um pouco ter que dar tchau, mas no fim das contas, foi um alívio pro meu coração poder revê-las.
Um dia no parquinho... |