Bratis... o quê? Onde fica isso? É na Europa?
Pois é, eu também não sabia direito. Bratislava é a capital da Eslováquia, que fazia parte da finada Tchecoslováquia (juntamente com a República Tcheca) e que ganhou independência pacífica em 1993. Vou ser sincera: nunca tive intenção nenhuma de conhecer Bratislava, nunca tinha ouvido falar de nada de Eslováquia, nada. Mas eu fui pra lá e vou contar a história:
Era uma vez um negócio chamado ICQ. Se você tem menos de 25 anos, talvez não se lembre ou não conheça. Ele veio antes do whatapp, antes do MSN messenger, antes de todas essas tralha aí. O ICQ era lindo e tocava um som engraçadinho quando a mensagem chegava.
Aí que eu sempre gostei da Austrália e de coalas. Vivia pesquisando coisas na internet e um belo dia, no auge dos meus 14 anos, procurei pessoas da Austrália no ICQ pra poder fazer amizade e praticar o inglês. Acabei conhecendo o Tom, que de australiano não tinha nada, mas isso a gente só descobriu depois de uns minutinhos teclando. Ele era da Áustria!
Desde então mantivemos contato pelo ICQ, email e recentemente, facebook. Ele sempre dizia que um dia me visitaria no Brasil, mas fui eu que acabei visitando ele na Áustria! E o jeito mais barato de chegar lá era indo de Ryanair por Bratislava - já que eu e R. estávamos de férias, pensamos: por que não passar um dia lá e depois pegar um ônibus pra Viena? E assim fizemos.
O vôo saiu num sábado à tarde de Dublin, o aeroporto tava uma mega zona e quase perdemos o vôo porque as pessoas tavam fazendo fila na nossa fila de embarque, um horror.
Ao chegar no aeroporto em Bratislava, nos surpreendemos com a limpeza e organização do local. Na saída compramos o bilhete de ônibus pra estação de trem (0,70 centavos, obrigada) e ele logo chegou. O mapa do transporte de lá é bem confuso e tem muitas linhas de ônibus e bondes e os nomes em eslovaco não são muito fáceis de ler, mas a ideia era descer na estação de trem e de lá pegar algum ônibus pro centro. Ok.
Pegamos o ônibus e descemos na estação. Chegando lá, não havia nenhum ponto de informações e adivinha, ninguém falava inglês. Olhamos o mapa do transporte com atenção e arriscamos um ônibus que parecia passar próximo de onde ficava o nosso "hotel" (já explico essa parte). Outra coisa que ajuda é que no mapa todos os pontos de parada são indicados e tem nome, aí você sabe onde vai descer porque no ônibus tem letreiro digital que mostra os nomes e tal.
Ao descer, R. logo identificou a rua onde estávamos no mapa e seguimos andando. E andamos, andamos, andamos até achar o rio, nada mais nada menos que o Danúbio. Ficamos aliviados porque nosso hotel ficava justamente no rio - era um BOTEL. Um barco! Quando pesquisávamos acomodação lá vimos essa dos botéis e nos interessamos porque era barato e não é sempre que você pode dormir num rio famoso, né? O problema é que a gente andou muito e não achava o nosso barco. O mapa que pegamos no google maps tava nos levando pra uma direção que não tinha barco nenhum. Conseguimos conexão com a internet através do wi-fi grátis da cidade e nada do mapa ajudar. Demos volta no quarteirão de trás e nada. Aí resolvemos olhar direito o endereço no mapa da cidade que pegamos no aeroporto e.... O GOOGLE MAPS TAVA ERRADO! A gente tinha que ir era pro outro lado, sem atravessar o rio. E achamos o barco, Botel Marina.
Já passava das 11 da noite, estávamos com fome mas não havia mais nada aberto aquela hora (num sábado, pois é. Aqui em Dublin tem dessas também, e nessas horas dá saudade de São Paulo), aí o recepcionista, com dó, nos deu um pedaço do bolo que ele tava comendo. Um fofo, né? Pena que o bolo não era muito bom, tinha textura (e talvez gosto?) de areia escura.
Teríamos dormido uma noite tranquila se o barco não tivesse me mexido e freado bruscamente pela manhã - foi muito bizarro! Fora isso, tudo correu bem: acordamos, tomamos um bom café-da-manhã e começamos os passeios pela estação de trem pra deixar as nossas mochilas, já que teríamos que voltar pra lá no fim da tarde pra pegar o ônibus pra Viena.