Comecei um novo emprego na semana retrasada. Agora sou minder de dois meninos - o J., de 5 anos, e o S., de 2 anos e meio.
Eu estava em processo de adaptação e portanto, trabalhando poucas horas por dia, que aumentaram meio gradativamente até finalmente eu chegar na carga horária definitiva, que é das 13h às 18h30 (das 12h às 18h30 no início de setembro por algumas semanas). No início começava mais tarde e ia buscar os meninos na creche e brincava com eles em casa até a mãe chegar.
Nos primeiros dias a Barbara (não eu, minha chefe!) me acompanhou até a creche onde os meninos ficam durante o dia. O mais velho foi simpático e conversou numa boa, ele tá bem acostumado com as cuidadoras da creche e não tem vergonha de interagir. Já o mais novo estava extremamente desconfiado e não quis me dar 'oi' nem 'tchau'.
No 3º dia rolou uma interaçãozinha com ele, mas só.
No nosso passeio por Wexford, acabamos também conhecendo uma outra cidade que fica nesse condado, New Ross. E o que ela tem de especial? Era de lá que saiam navios pra América nos tempos da fome. Mas fome, que fome?
Vamos lá: a Irlanda hoje tem aproximadamente 5 milhões de habitantes, mas já chegou a passar dos 8 milhões. O que aconteceu com esses 3 milhões?
Eles foram vítimas da Grande Fome.
Basicamente, as plantações de batata foram atingidas por um fungo que as destruiu. A batata era refeição principal (e em muitos casos, única) de praticamente todas as famílias irlandesas - a média de consumo de batata podia ser de até 12kg por dia por pessoa! Pense que na época em que o evento da fome foi desencadeado (1840), a Irlanda estava sob domínio inglês e as melhores terras eram de ingleses que a utilizavam para a criação de gado. Sendo assim, retirados dessas terras e forçados a plantarem em pequenos pedaços de terra aqui e ali, os irlandeses recorreram à batata, uma colheita que podia ser produtiva em solo pouco favorável. Os pobres eram totalmente dependentes da batata para sua sobrevivência.
Vamos lá: a Irlanda hoje tem aproximadamente 5 milhões de habitantes, mas já chegou a passar dos 8 milhões. O que aconteceu com esses 3 milhões?
Eles foram vítimas da Grande Fome.
Basicamente, as plantações de batata foram atingidas por um fungo que as destruiu. A batata era refeição principal (e em muitos casos, única) de praticamente todas as famílias irlandesas - a média de consumo de batata podia ser de até 12kg por dia por pessoa! Pense que na época em que o evento da fome foi desencadeado (1840), a Irlanda estava sob domínio inglês e as melhores terras eram de ingleses que a utilizavam para a criação de gado. Sendo assim, retirados dessas terras e forçados a plantarem em pequenos pedaços de terra aqui e ali, os irlandeses recorreram à batata, uma colheita que podia ser produtiva em solo pouco favorável. Os pobres eram totalmente dependentes da batata para sua sobrevivência.
Esses dias eu tava pensando no quanto eu amo certas coisas aqui na Irlanda e no quanto eu sentiria falta delas se fosse embora tipo... hoje. Juntei tudo numa lista, se liga só:
10 - Ouvir buskers na Grafton St.
Ahhh, como é bom andar pela Grafton aos finais de semana no meio daquele monte de gente fazendo compras, caminhando, tomando sorvete ou simplesmente andando por ali. A Grafton tá sempre bombando e tem sempre gente se apresentando e cantando - tem uns músicos muito bons! Sentiria saudade de ver os talentos irlandeses pelas ruas.
10 - Ouvir buskers na Grafton St.
Ahhh, como é bom andar pela Grafton aos finais de semana no meio daquele monte de gente fazendo compras, caminhando, tomando sorvete ou simplesmente andando por ali. A Grafton tá sempre bombando e tem sempre gente se apresentando e cantando - tem uns músicos muito bons! Sentiria saudade de ver os talentos irlandeses pelas ruas.
Já tem um tempinho que moro aqui, que posto no blog 5 dias por semana e acredita que nunca postei nada sobre as casas na Irlanda? Pois é. A verdade é que eu tenho algumas pequenas observações a fazer sobre elas...
Nem todas as casas aqui são lindas, coisa-de-filme; muitas são bem pequenas, muitas não tem jardim, muitas são coladinhas uma na outra. Não tem portão grande como no Brasil nem aquele espação na frente como nas casas americanas. Há muuuuitos apartamentos minúsculos acima de estabelecimentos - principalmente no centro. Já entrei nesses apês e vou te dizer: são muito muito pequenos e bem desconfortáveis.
Nem todas as casas aqui são lindas, coisa-de-filme; muitas são bem pequenas, muitas não tem jardim, muitas são coladinhas uma na outra. Não tem portão grande como no Brasil nem aquele espação na frente como nas casas americanas. Há muuuuitos apartamentos minúsculos acima de estabelecimentos - principalmente no centro. Já entrei nesses apês e vou te dizer: são muito muito pequenos e bem desconfortáveis.
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Apês no centro |
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Housing estate, as tais casas iguaizinhas |
Há algum tempo fui com o R. pra Wexford e um dos motivos pra isso é que eu queria muuuito conhecer um farol que tem lá. Felizmente, tava um dia lindo e deu pra visitar a Hook Peninsula, onde fica o Hook Lighthouse - o farol mais antigo do mundo ainda em funcionamento, rá!
Do centro de Wexford dá uns 45 minutos de carro. A paisagem do caminho é linda (como sempre na Irlanda) e o clima ajudou muito!
Do centro de Wexford dá uns 45 minutos de carro. A paisagem do caminho é linda (como sempre na Irlanda) e o clima ajudou muito!
Fiz uma pesquisa com os leitores do blog há um tempinho e uma das sugestões de post que fizeram foi: "compras". Sinto decepcionar quem deu essa sugestão, mas eu sou estudante, intercambista, babá, ou seja: ganho e gasto muito pouco. Na verdade, tem gente na mesma situação que gasta muito mais, mas cada um com suas prioridades, né? Infelizmente, não tenho dicas de onde comprar ~roupas da moda~ ou maquiagens incríveis - quer dizer, sei onde eles estão, mas nunca compro, então fica difícil sair falando, né?
Mas obviamente eu gasto com algumas coisas aqui e resolvi falar das coisas nas quais invisto meu suado dinheiro com maior frequência por essas bandas.
5 - Acessórios na Claire's
A Claire's não é uma loja barata, mas tem muuuita coisa linda e legal. Eles vendem colares, brincos, acessórios pra cabelo, entre muitas outras coisas. É lá que as irlandesas compram as parafernalhas delas, mas dá pra achar coisas usáveis também. Sempre tem promoção "3 por 2" e acabo comprando, mas o preço sai elas por elas, porque os itens individuais não são baratos. Na última vez comprei faixas e presilhas pro cabelo e gastei uns 15 euros. Não é pouco, mas eu gosto da qualidade dos produtos.
Mas obviamente eu gasto com algumas coisas aqui e resolvi falar das coisas nas quais invisto meu suado dinheiro com maior frequência por essas bandas.
5 - Acessórios na Claire's
A Claire's não é uma loja barata, mas tem muuuita coisa linda e legal. Eles vendem colares, brincos, acessórios pra cabelo, entre muitas outras coisas. É lá que as irlandesas compram as parafernalhas delas, mas dá pra achar coisas usáveis também. Sempre tem promoção "3 por 2" e acabo comprando, mas o preço sai elas por elas, porque os itens individuais não são baratos. Na última vez comprei faixas e presilhas pro cabelo e gastei uns 15 euros. Não é pouco, mas eu gosto da qualidade dos produtos.
Quando vim pra Irlanda, sabia que teria trabalhar com coisas que não tinham absolutamente nada a ver com a minha área de atuação no Brasil. Estava disposta a encarar qualquer coisa, assim como muitos intercambistas que vem pra cá. Aquele espírito de "topo qualquer desafio" era o meu lema.
De todas as possibilidades aqui (cleaner, recepcionista, trabalhar em pub, garçonete, etc), a única da qual fugi foi ser babá. Eu já tinha dado aula pra criança no Brasil, nunca gostei de criança na vida e me dava arrepios pensar em exercer essa função aqui. Só que os meses foram passando e só saber falar inglês não era suficiente pras vagas de emprego para as quais eu aplicava. Me restou a última solução: ser childminder.
Bom, primeiramente devo dizer que não considerei ser au pair, ou seja, viver com a família. Eles pagam muito pouco (por volta de 100 euros por semana, quando não menos) e eu simplesmente não queria perder minha liberdade de ir e vir. Conheço muita gente que trabalhou de au pair aqui e sempre se sentiu sem graça na casa "dos outros". O fato é que pra muita gente que chega aqui sem saber falar inglês, ser au pair acaba sendo uma opção bacana pra imersão na cultura irlandesa e ter uma casa sem contas pra pagar. Conheço gente, inclusive, que mesmo ganhando esse pouco salário fez várias viagens pela Europa.
De todas as possibilidades aqui (cleaner, recepcionista, trabalhar em pub, garçonete, etc), a única da qual fugi foi ser babá. Eu já tinha dado aula pra criança no Brasil, nunca gostei de criança na vida e me dava arrepios pensar em exercer essa função aqui. Só que os meses foram passando e só saber falar inglês não era suficiente pras vagas de emprego para as quais eu aplicava. Me restou a última solução: ser childminder.
Bom, primeiramente devo dizer que não considerei ser au pair, ou seja, viver com a família. Eles pagam muito pouco (por volta de 100 euros por semana, quando não menos) e eu simplesmente não queria perder minha liberdade de ir e vir. Conheço muita gente que trabalhou de au pair aqui e sempre se sentiu sem graça na casa "dos outros". O fato é que pra muita gente que chega aqui sem saber falar inglês, ser au pair acaba sendo uma opção bacana pra imersão na cultura irlandesa e ter uma casa sem contas pra pagar. Conheço gente, inclusive, que mesmo ganhando esse pouco salário fez várias viagens pela Europa.
Esses dias eu comentei aqui que fui passar um fim de semana no sudeste da ilha - Wexford, New Ross e Waterford. No primeiro dia ficamos só em Wexford e visitamos um lugar bem legal: nosso primeiro passeio foi no Irish National Heritage Park. Cara, que parque sensacional. Sensacional. Sem dúvida, um dos melhores passeios que já fiz pela Irlanda.
Segundo o site, "In this Park, which stretches over 35 acres of woodland, wetland, estuary and uplands, you will visit the houses, farms, and ritual centres of our long-vanished ancestors. With 16 separate sites dotted through unspoiled landscape, the Irish National Heritage Park offers a unique perspective on the past". Ou seja, é como se fosse um museu sobre o passado da Irlanda até a invasão dos Normandos a céu aberto. Achei divertido e interessante - seja pra casais, amigos, famílias, crianças, etc, etc.
Existem várias trilhas mas seguimos na trilha principal que contém as 16 paradas.
Segundo o site, "In this Park, which stretches over 35 acres of woodland, wetland, estuary and uplands, you will visit the houses, farms, and ritual centres of our long-vanished ancestors. With 16 separate sites dotted through unspoiled landscape, the Irish National Heritage Park offers a unique perspective on the past". Ou seja, é como se fosse um museu sobre o passado da Irlanda até a invasão dos Normandos a céu aberto. Achei divertido e interessante - seja pra casais, amigos, famílias, crianças, etc, etc.
Existem várias trilhas mas seguimos na trilha principal que contém as 16 paradas.
[esse post foi escrito em agosto de 2014 e atualizado em janeiro de 2016]
Não tenho amigas irlandesas. Não frequento lugares onde poderia fazer algum tipo de amizade com as locais (no curso de alemão, por exemplo, eram todos estrangeiros, nenhum irlandês - quer dizer, somente homens irlandeses); no mestrado, só há uma irlandesa (os outros são homens) e ela já é uma senhora um pouco mais velha. Portanto, só falo do que vejo pela minha chefe, por conhecidas do R., por observações na rua, pelas mães dos coleguinhas dos meninos que cuido aqui na Irlanda.
Não tenho amigas irlandesas. Não frequento lugares onde poderia fazer algum tipo de amizade com as locais (no curso de alemão, por exemplo, eram todos estrangeiros, nenhum irlandês - quer dizer, somente homens irlandeses); no mestrado, só há uma irlandesa (os outros são homens) e ela já é uma senhora um pouco mais velha. Portanto, só falo do que vejo pela minha chefe, por conhecidas do R., por observações na rua, pelas mães dos coleguinhas dos meninos que cuido aqui na Irlanda.
Cabelo brasileiro X irlandês
A grande diferença já começa pelo visual: a mulher brasileira gosta de cabelo longo, liso, solto. Quem nunca fez uma escova progressiva na vida, fala aí? A maioria das brasileiras que conheço tem esse perfil. As irlandesas no geral tem cabelo liso também, mas gostam de usar o tal do coque que chamo de "ninho de mafagafo" (não me leve a mal: acho coques lindos e chiques, mas não no topo da cabeça nem no volume que elas usam aqui). Elas também usam outros penteados - não vejo taaantas irlandesas com o cabelo solto somente.
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Sim, elas usam! |
Cêis já sabem: dia 20 é dia de fazer o balanço mensal. Agora em agosto completo um ano e cinco meses morando em Dublin. Alguém faz o tempo ir mais devagarrrrrrr!
No meu post de 1 ano e 4 meses eu tava bem desanimada porque estava desempregada e sem nada pra fazer aqui. Esse quadro, felizmente, foi revertido: já tenho emprego e ocupei bem os dias no último mês, quer ver só?
Fui no Museu de História e Artes Decorativas, na Biblioteca Nacional, na Biblioteca da Trinity College e no Casino Marino; fiz um walking tour de geologia e história pelas ruas de Dublin e também o Coastal Tour e conheci uma fazenda de borboletas! Por fim, há dois finais de semana fui pra Wexford, New Ross e Waterford com o R. (mas ainda não publiquei tudo aqui).
No meu post de 1 ano e 4 meses eu tava bem desanimada porque estava desempregada e sem nada pra fazer aqui. Esse quadro, felizmente, foi revertido: já tenho emprego e ocupei bem os dias no último mês, quer ver só?
Fui no Museu de História e Artes Decorativas, na Biblioteca Nacional, na Biblioteca da Trinity College e no Casino Marino; fiz um walking tour de geologia e história pelas ruas de Dublin e também o Coastal Tour e conheci uma fazenda de borboletas! Por fim, há dois finais de semana fui pra Wexford, New Ross e Waterford com o R. (mas ainda não publiquei tudo aqui).
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Wexford, agosto de 2014 |