Eu deveria ter escrito esse post logo quando voltamos de viagem, no fim de novembro, mas a verdade é que desde então parece que uma vida inteira aconteceu - aniversários, formatura, Natal, Ano Novo, viagens, etc., então pra ser bem sincera, não me lembro de tudo com muitos detalhes, mas vamos nessa!
No nosso segundo dia na Finlândia não acordamos tão cedo, mas ainda assim colocamos o relógio pra despertar umas 9h justamente pra aproveitar o máximo de luz solar, já que no auge do inverno amanhece tarde e escurece muito cedo e não conseguiríamos passear tanto assim.
Saímos da casa da Bia e fomos a pé até à casa de um amigo dela, que tinha duas bicicletas extras pra nos emprestar - a Bia já tinha arranjado e organizado tudo pra gente. Seria a forma mais prática de conhecer Oulu, já que aos domingos o transporte público é escasso.
A primeira parada foi um lago congelado que ficava a uns 10 ou 15 minutos da casa dela. A princípio, estranhamos um pouco pedalar na neve, mas já dando um spoiler, ninguém caiu não! Na verdade, tanto a minha como a bike do R. estava com o banco um pouco alto pra nós, então pedalar era um pouco difícil. Além disso, o freio da minha bicicleta era aquele tipicamente europeu, que não está nos guidões mas sim ao pedalar pra trás. Esse estilo de freio é muito ruim de usar se você não está acostumado, e toda vez que eu tinha que parar não conseguia subir na bike e sair pedalando normal, tinha que descer, ajeitar o pedal na minha altura e ir... foi uma trabalheira e acabou tomando um tempão, mas acontece.
O lago estava deslumbrante e congelado - não tínhamos certeza se dava pra pisar nele ou não, mas como vimos algumas pessoas caminhando por ali e também um senhor meio que esquiando também, não tivemos dúvida!
Tiramos fotos, brincamos com a neve e ficamos com as mãos congeladas. Paramos num supermercado ali perto pra entrar num lugar quentinho e regular a temperatura antes de seguirmos viagem.
Continuamos em direção ao centro da cidade e durante o caminho fizemos diversas pausas pra tirar foto, apreciar a paisagem (eu não me cansava de parar pra olhar, estava tudo muito lindo!), conversar, etc. O trajeto até a cidade demorou um pouco mais, mas foi uma delícia - e as ciclovias, que são totalmente à parte da via pros carros, era extremamente segura e nos deixou mais tranquilos, principalmente porque não estávamos nos dando muito bem com as bicicletas.
O centro de Oulu é bem pequenininho e depois de dar uma volta pela prefeitura, paramos num lugar pra comer uma panqueca deliciosa. Tanto eu como o R. pedimos a panqueca com carne de rena - o gosto é o mesmo de carne bovina, pra ser sincera (e por favor, sem julgamentos de "ai, você comeu rena?", ok?).
Já estava bem escuro quando terminamos de comer (e olha que nem eram 4 da tarde ainda!) e antes de seguirmos pro próximo destino, que era uma sauna finlandesa, paramos num local onde estava acontecendo o festival de luzes da cidade - inclusive aquele seria o último dia do festival. Foi depois de passear por ali que R. percebeu ter perdido a chavinha da sua bike, que era pequena, minúscula, e estava num chaveiro BRANCO. O chão estava coberto de neve, o lugar estava escuro... e estávamos com pressa pra ir pra sauna, já que tínhamos horário marcado. Refizemos todos os nossos passos com os celulares apontando luz pra neve no chão, e quando estávamos perto das bicicletas, lá no começo, encontramos as benditas - quanta emoção!
Seguimos pra casa de um amigo da Bia - na verdade, o prédio dela também tem sauna, como todos os edifícios finlandeses, mas a sauna lá não abre aos domingos. Esse amigo dela reservou um horário pra nós e fomos, mas acabou que o lugar era um pouquinho mais longe do que achávamos e como eu e o R. estávamos sofrendo na bike com os bancos altos, não conseguíamos pedalar muito rápido. No fim das contas, chegamos super atrasados e só conseguimos ficar uns 15 minutinhos na sauna, mas deu pra ter uma ideia.
A sauna faz parte da cultura finlandesa de uma maneira muito forte e natural - crianças, jovens, homens e mulheres a utilizam com frequência. Aqui nesse link a Bia explica melhor essa relação deles com a sauna.
Mas assim, eu não entendi a graça da sauna. Mesmo. A sala fica extremamente quente, quente meeesmo... e eu, pessoalmente, não gosto de passar calor. Então foi engraçado o R. com cara de sofrimento tipo "nós pedalamos tudo aquilo pra ISSO?", eu falando que tava quente e a Bia com o maior sorrisão na cara... hahaha.
No fim, valeu a experiência - e infelizmente, como essa sauna não tem saída pra rua, não deu pra rolar na neve depois, como manda a tradição!