A beleza de fugir dos padrões e ser feliz com suas escolhas

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Eu nem havia me dado conta de que o Red Lips Day 2016 já estava aí, dando as caras. Todo ano em junho a campanha ganha destaque nas redes sociais e a mulherada sai postando fotos usando batom vermelho.

Como a Michelli comentou nesse post aqui, o movimento criado pela Mulher Vitrola começou de mansinho e mais como forma de diversão mas ganhou proporções maiores, além de se tratar muito do empoderamento feminino, sabe? Sei que hoje em dia tudo vira empoderamento (o que quero dizer é que as pessoas tem amado usar essa palavra recentemente), mas é importante ressaltar, por exemplo, que estamos em 2016 e que as pessoas ainda defendem estuprador. Sim. Uma conhecida, super querida minha, saiu defendendo os estupradores daquele caso que aconteceu um tempo atrás porque a menina "não se deu o valor" ou algo assim.

Por isso é importante debater o papel da mulher, o poder da mulher, o direito da mulher.


Ano passado postei minha fotinha de batom vermelho e recentemente tenho lido muito sobre feminismo e libertação da mulher, sabe? Quando vi a Cíntia postando sobre o assunto no blog dela, descobri que esse ano, além das fotos, há também uma blogagem coletiva a respeito do tema e resolvi participar. O tema é o título que esse post leva.

Foto do ano passado porque tô com saudade do cabelo que não está mais rosa!

Olha, eu nunca fui uma pessoa muito vaidosa - pra ser sincera, só comecei a usar maquiagem lá pelos 23 anos de idade. No entanto, eu sempre curti coisas coloridas e cheguei a sofrer preconceito por causa disso.

Bem, preconceito pode ser até uma palavra forte, mas que fui julgada e diminuída por isso, com certeza. A começar com as unhas chamativas. Primeiro porque unha colorida e chamativa "é coisa de adolescente". Ué, e onde tá escrito isso? E mesmo que estivesse escrito em qualquer lugar que fosse, quem inventou essa regra? Se eu tenho 28 anos e gosto de usar uma unha de cada cor, qual o problema nisso? Sou uma pessoa colorida, gosto de me expressar assim.

Em relação ao cabelo... só preciso dizer que tive que tirar o cabelo colorido ao trabalhar numa escola de inglês super tradicional em São Paulo. Fui contratada com o cabelo laranja, mas uma semana depois de estar no trabalho, fui chamada na sala da chefe e ela mandou que eu tirasse aquela cor, já que seria uma "má influência aos alunos mais novos". Oi? Se tem uma coisa que os alunos novos iam achar é que meu cabelo era cool. Não enfrentei, não questionei, e nem sei se o faria. Eu precisava do emprego, estava muito feliz em estar trabalhando lá e segui as regras.

Uma outra coisa que me fez receber muitos olhares tortos foram as minhas meias-calças coloridas: azul, verde, rosa, amarelo... não estamos acostumados com gente usando meia-calça assim, ainda mais no Brasil, não é mesmo? Já ouvi comentários sobre as meias, que elas eram infantis, etc, etc. Novamente, eu faço a pergunta: e daí? As pernas são minhas, a meia é minha e EU decido se vou usá-las ou não.

Não sou perfeita - já me peguei julgando roupas e maquiagens alheias, da mesma maneira que julgaram as minhas. Tenho tentado me livrar disso, e deixar cada mulher viver da maneira que melhor lhe convém - seja usando roupa curta, apertada, barriga de fora, batom vermelho durante o dia, coque ninho-de-mafagafo na cabeça, o que for. Cada uma de nós tem direito às suas escolhas, sejam elas aprovadas pelos outros ou não. Fugir dos padrões e ser feliz com isso é libertador!
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