A melhor coisa de dar aula aqui em Dublin é sem dúvida, a
experiência multicultural. Assim como no ano passado, tive contato com alunos de diferentes partes da Espanha, Itália, Rússia e Alemanha, mas além disso, acrescentei três novos países pra minha vivência como professora: Suíça, Croácia e Turquia.
Ter esse contato com alunos vindo de diferentes lugares é um negócio muito legal. Como pessoa, eu fico super curiosa pra saber mais sobre os lugares de onde ele vêm, o que estudam na escola, suas impressões sobre a Irlanda... e como professora, aumento meu repertório e experiência com alunos que tem línguas-maternas diferentes da minha.
Eu li muitos textos sobre uso de língua-materna no mestrado e sou super à favor do professor saber a L1 dos alunos (inclusive tem um post onde falo mais sobre o assunto
aqui). No Brasil eu me sentia totalmente à vontade e confortável pra lidar com dúvidas e erros comuns dos alunos, já que muitos desses vêm de interferência da língua-materna (no caso, português), além de poder usar o português com o intuito de fazer uma brincadeira, explicar instruções mais complexas, etc.
No entanto, apesar deu saber espanhol e italiano ("saber" é bem generoso - estou num nível intermediário, entre o B1 e B2 do
CEFR), na escola onde trabalhei nesse e no verão passado, não podia dizer aos alunos que eu sabia essas línguas. Eles querem obviamente maximar o uso de inglês em sala de aula, e se os alunos souberem que você fala a língua deles, não vão tentar se esforçar pra falar inglês (essa é a teoria). Na prática, me senti meio mentirosa.