Resultados da pesquisa do blog - 2ª edição

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Primeiramente eu gostaria de agradecer quem tirou uns minutinhos do seu dia pra responder a minha pesquisa - significa muito pra mim!

Esse blog continua de pé, alive and kicking, com os seus três anos e meio de existência. Mais do que um hobbie, o Barbaridades é um registro de memórias e uma maneira incrível de conhecer outras pessoas, fazer amizades e compartilhar as dores e delícias de não só fazer um intercâmbio na Irlanda - mas um intercâmbio que está se transformando em vida, de fato, no país.

Agradecimentos à parte, vamos aos resultados?



Minha primeira visita às cavernas

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Sempre que vamos pra Cork (a família do R. mora lá), fico lendo as placas de atrações pelo caminho: castelos, jardins, cavernas... cavernas? Sim! Há um tempo eu queria parar na Mitchelstown Cave pra ver qual é que era e há umas semanas fizemos uma parada lá, já que ela fica localizada na estrada pra Cork, sem precisar desviar muito.

A Mitchelstown Cave foi descoberta por acaso em 1833 por um fazendeiro chamado Michael Condon e fica na fronteira dos condados de Cork e Tipperary. Essa foi a primeira caverna aqui na Irlanda a ser aberta ao público nos anos 70 e fica localizada numa área privada - por estar na propriedade de Michael, foi considerada sua. E assim foi, passando de geração pra geração.

Quando você chega lá, só vê uma casa mesmo, onde você toca um sininho e paga a entrada (9 euros). No dia em que fomos lá, a senhorinha nos indicou esperar no topo da colina pois o próximo tour começaria em breve. Pegamos o último tour, às 16h30, e não havia mais ninguém por lá, só nós dois e a guia!

Do lado de fora há uma placa com informações sobre a região e alguns quadros sobre a formação geológica da Irlanda - essa ilha se movimentou por esse mundão, viu? Além disso, você tem uma vista linda das Galty Mountains!

mitchelstown cave

Vóóóó, é bolo do quê?

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Dublin, 6 de maio de 2016,

Vó, minha querida vó Thereza,

Que saudade da senhora. Do seu sorriso. Da sua voz. Do seu narizinho vermelho quando bebia uma caipirinha nas festas de família. Do seu olhos azuis e do seu cabelo roxinho.

Vó, eu me sinto privilegiada por ter me despedido da senhora. Poucas semanas após o casamento da Lu, você se foi. Quando vejo as fotos do casamento e do quão aparente era sua felicidade, sinto um calorzinho no coração. Foi uma grande alegria presenciar o casamento da sua neta, não é mesmo? Foi uma alegria para todos nós tê-la lá.

Aliás, dias antes do casamento sentamos uma tarde e ficamos admirando fotos antigas, inclusive fotos do seu casamento - como a senhora era linda! Sempre. Por dentro e por fora.

Vó, a senhora nos proporcionou uma infância absolutamente maravilhosa. Assistia pacientemente nossas peças de teatro, fazia lanchinhos deliciosos e cantava, em toda noite de Ano Novo, a música do "Adeus ano velho"...

Vó, tenho muito que agradecê-la. Por levar a gente pro inglês quando eu e meu irmão ainda não tínhamos idade suficiente pra ir sozinhos, por ter nos dado tanto amor, carinho e cuidado.

Ah, como a senhora adorava assistir suas novelas e o Raul Gil aos sábados. Sentávamos juntas e comentávamos os candidatos do programa.

Nunca me esquecerei de uma vez, quando muito criança, da ocasião em quebrei o vidro da sua porta com a minha cabeça. Mas também pudera, as duas brincando de ciranda no meio da sua cozinha! O vidro ficou trincado por anos, uma lembrança de que mesmo quando aprontávamos, a senhora nunca ficava brava conosco.

"Oi, minha lindinha" era o que a senhora dizia quando nos falávamos ao telefone. Se fecho meus olhos, consigo lembrar da sua voz ao me dizer essas palavras. Consigo sentir o seu perfume e o calor da sua pele.

Ah vó, e as comidas que a senhora fazia para os netos? Bolinho de chuva, salada de batata, sagu, rosquinha e o clássico espanhol mantecal. Se um dia eu tiver filhos, farei questão de preparar todas essas delícias pra eles, muito embora eu saiba que a qualidade dos meus quitutes nunca chegará aos pés dos seus.

Quando éramos pequenos, a senhora nos colocava no colo e cantava uma canção em espanhol que me lembro até hoje - a "Arre arre caballito". Era uma diversão e pedíamos repetidamente pra senhora cantar de novo, de novo e de novo...

Hoje penso que deveria ter passado ainda mais tempo com você. Ter conversado mais. Ter feito mais perguntas. Ter descoberto mais coisas sobre o seu passado e seus pais e avós. Lembro de ficar maravilhada ao ouvir as suas histórias e as do vô também - que orgulho eu sentia em ter um pouquinho de herança espanhola em minha vida!

Vó, fomos muito sortudos em ter uma vó tão maravilhosa quanto você. E toda vez que eu estou fazendo um bolo, lembro de nós quatro, ainda crianças, lhe perguntando que bolo a senhora fazia, na esperança de que ele fosse de cenoura com cobertura de chocolate. Às vezes a resposta era essa, às vezes ouvíamos um "bolo de bolo". E mesmo não sendo o que esperávamos, o bolo saía maravilhoso e acabava rapidinho.

Obrigada por tudo que nos ensinou, por todas as brincadeiras, canções, amor e companheirismo. A senhora faz falta entre nós.

Beijos e saudades da sua "pituquinha",

Bárbara





My third goodbye

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O primeiro post dessa série foi publicado em 2013, quando minha amiga Bia foi embora da Irlanda. Sofri e chorei muito porque ela foi o primeiro contato que fiz antes de vir pra cá, viramos amigas, flatmates... permanecemos amigas e nos falamos com frequência até hoje, mas na época foi difícil lidar com a despedida.

O segundo post da série veio em 2014, quando me despedi da família M. depois de trabalhar um ano com as pequenas É. e C., duas belezinhas que hoje tem 5 e 4 anos de idade. Teve muita choradeira porque eu me apeguei às duas, mas felizmente tive outras oportunidade de visitá-las e inclusive passar um dia com elas no fim do ano passado. A família ganhou um novo membro, o pequeno D., de um mês de idade, que ainda não conheci.

A minha terceira despedida, no entanto, vem em 2016, quase dois anos após ter começado a trabalhar com a família C.

É até difícil pensar em palavras pra descrever o quão generosos e respeitosos eles foram comigo, de verdade. Chefes como esses eu sei que nunca mais terei na vida - acho que é uma daquelas coisas de uma vez na vida e outra na morte, como diz minha mãe.

A minha chefe também chama Bárbara, sem acento. Ela foi muito importante na minha vida aqui na Irlanda pois me apoiou em diversos momentos, ajudou, me deu espaço para férias, respeitou dias em que estive doente, enfim, ela foi muito mais do que uma chefe.

E os meninos? Ah, os meninos. Vou sentir falta deles! Dois anos na vida de uma criança é muita coisa e vi esses dois amadurecerem e evoluírem demais. Dos surtos de nervosinho que o J. tinha quando não conseguia fazer alguma coisa à choradeira do S. quando perdia um jogo, esses dois certamente fizeram as minhas tardes melhores. Afinal de contas, como eu saberia sobre super-heróis, Yogioh cards, Scooby Doo, Transformers, Rescue Bots e tantas outras coisas do universo dos meninos?

50 curiosidades sobre a Irlanda

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Eu amo esses posts de curiosidades com opiniões e percepções de brasileiros que moram fora, sabe? Desses bem listinha mesmo, tipo 25 coisas que você não sabia sobre o lugar X ou 60 impressões de uma brasileira sobre o lugar Y.

Aí que resolvi que queria fazer um também. Mas cara, depois de 3 anos de Irlanda, foi MUITO DIFÍCIL sentar e pensar em 50 coisas que seriam consideradas novas ou curiosas pra quem não mora aqui. Esse tipo de coisa é muito mais fácil de ser observada quando somos novos no lugar, quando tudo é novidade, quando qualquer coisa é motivo para compartilhar com os amigos.

O fato é que depois de semanas pensando em possíveis tópicos, acho que consegui reunir algumas informações que talvez eu nunca tenha compartilhado no blog. A maioria  é da minha cabeça (devo ter checado uma ou outra coisa na internet só pra garantir), portanto, não tome nada dessa lista como verdade absoluta, ok? E um ps.: todas as fotos desse post são de minha autoria.


curiosidades sobre a irlanda


1. Os estereótipos relacionados aos irlandeses e bebidas não são tão estereótipos assim: eles (e elas) realmente bebem muito!

2. A vida gira em torno do pub. Não tem churrascaria, pizzaria, reunião no shopping. Aqui o lugar pra encontrar amigos é no pub.

3. Aliás, pub é um conceito bem diferente do de "bar" que temos no brasil. Aqui até as famílias comemoram eventos no pub, inclusive levando crianças e bebês também.

4. As festas costumam acabar umas 2 ou 3 da manhã (depende do pub e da cidade). Geralmente acendem a luz do pub e param de tocar a música, assim mesmo, na cara dura, no maior “hora de ir embora”.

Resenha: Ruby Sessions, no pub Doyles

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A primeira vez que falei desse pub aqui no blog foi logo quando cheguei na Irlanda e conheci o R. Nós fomos lá pra uma sessão de música que acontece toda terça-feira em torno de 9h30 da noite.

Eu fiquei maravilhada: um ambiente super descolado e tranquilo, onde as pessoas sentam em banquinhos com suas bebidas nas mesinhas e apreciam boa música. Os músicos e bandas que tocam lá são, em sua maioria, desconhecidos do grande público - o que não significa, em hipótese alguma, que eles não sejam talentosos. Pelo contrário: já vi diversas bandas e cantores maravilhosos se apresentarem nas Ruby Sessions.

A verdade é que essa pegada meio acústica de quem toca lá misturada à baixa iluminação dá um clima muito relaxante e especial pro ambiente. Já tive a oportunidade de ir lá três vezes e nas três fiquei igualmente apaixonada por todo mundo que tocou - é uma experiência única, de verdade. Tanto é que eu e R. evitamos ir sempre, justamente pra manter essa aura especial do lugar - se fôssemos toda semana (eu super iria, sério!), não seria tão incrível, né?

As bandas e músicos do dia são sempre uma surpresa - você chega lá sem saber quem vai tocar. Acho essa proposta bacana, mas há jeitos de burlar um pouquinho isso: geralmente uma ou duas horas dos shows começarem eles anunciam em suas redes sociais um ou outro nome da noite, ou seja: ainda mantem um mistério.

Aprender um idioma por imersão: a grande verdade

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Em janeiro de 2015 eu escrevi um post intitulado "Meu irlandês falando português" sobre o fato do meu namorado, o R. estar aprendendo português meio sem querer, só pela convivência comigo

A verdade é que esses dias eu estava conversando com ele e cheguei à uma conclusão: o R. aprendeu português por imersão. Vivendo em Dublin!

Calma, eu explico: as pessoas tem um conceito errado de imersão. Elas acham que vão morar no país que fala a língua que elas querem aprender (geralmente, inglês) e que fazendo as coisas do dia-a-dia, indo no pub, vão aprender. É o famoso "aprender na rua". Quantas vezes não ouvi gente dizendo que o inglês mesmo se aprende na rua, convivendo com os locais? 

Só que o que essas pessoas não sabem é que ninguém vai ter paciência de ajudá-las a melhorar a fluência no idioma. Você acha que o fulano do pub vai te corrigir se você falar errado? Aliás, você acha que dá pra confiar no fulano do pub, só porque ele é nativo no idioma? Já parou pra pensar que, se um estrangeiro estivesse num bar ou balada no Brasil, ele conseguiria melhorar o seu português tranquilamente com qualquer um naquele estabelecimento?

Acho que você sabe a resposta, né?

Proleek Dolmen: um monumento de mais de 5 mil anos de idade

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No fim de semana do Valentine's Day R. e eu fomos passear e como estávamos na área do condado de Louth, descobrimos que havia um desses monumentos megalíticos na região. E bem, como você não vê um monumento de mais de 5 mil anos de idade por aí dando sopa, achamos que valeria a pena ir conferir.

proleek dolmen


O que é um monumento megalítico?


Existem vários tipos de monumentos assim, sendo que os dólmens são um deles - basicamente constituídos por pedras que formam um grande mesa, eles serviam como túmulo. Até hoje não se sabe bem o que eles realmente eram e o porquê e como foram construídos, mas acredita-se que que estas eram tumbas já que remanescentes e artefatos humanos sempre foram encontrados enterrados nas proximidades dos dólmens.

Existem vários desses na Irlanda toda - inclusive o maior da Europa fica no condado de Carlow.


Pesquisa do blog - 2ª edição

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No verão de 2014 eu fiz uma pesquisa no blog pra saber mais sobre quem lia o Barbaridades. Na verdade, eu tava curiosa porque meu blog estava ganhando acesso e eu não sabia quem eram essas pessoas, já que a grande maioria não dá as caras, não comenta.

A pesquisa foi ótima porque deu pra saber um monte de coisa legal sobre quem lê, além deu ter tido várias sugestões de posts. O blog é um hobby pra mim, e apesar deu já ter feito um dinheirinho muito mínimo com uns publi posts, a verdade é que isso aqui está longe de se tornar um negócio. E nem acho que vá, sabe? Eu gosto de escrever, me dá prazer, e por isso continuo escrevendo.

Esse ano o blog completa 4 anos e já estamos nos quase 700 posts. Setecentos! Não sei de onde a inspiração continua vindo - mas ela continua. Como eu já disse milhões de vezes por aqui, amo o registro escrito, e acrescentando o fato de que fiz várias amizades e conheci muita gente bacana por aqui, não penso em parar tão cedo! Será que vocês vão me ver aqui, velhinha de cabelo azul, ainda postando? Será que blogs ainda vão existir daqui a 10, 20, 30 anos?

Divagações à parte, gostaria muito que você tomasse 10 minutinhos do seu tempo pra responder a pesquisa. É rápido e indolor e vai me fazer muito feliz! :)




Caso a pesquisa não tenha aparecido aqui no blog direitinho, clique aqui!

Filmes irlandeses #1 - Sing Street (que já é um dos meus preferidos da vida)

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É oficial. Agora esse blog terá uma sessão de filmes irlandeses porque... são tantos! Eu tenho dois posts aqui no Barbaridades onde falo sobre filmes da Irlanda:

Filmes irlandeses legais


Filmes irlandeses e esteriótipos


Massss eu já vi muitos outros filmes que mereciam ser mencionados aqui no blog e eu juntei a vontade de escrever com a de ver filmes. Aliás, a vontade só aumentou quando fui conferir "Sing Street" na semana passada.

"Sing Street" é um filme dirigido por John Carney, o mesmo de "Once" (o meu filme irlandês preferido!) e de "Begin Again" (que não é irlandês, mas que amo também). Ele foi lançado esse ano, no festival de Sundance (e ovacionado, inclusive!).

A história se passa na capital irlandesa, Dublin, em 1985 e gira em torno de Conor, um menino de 15 anos que inventa que tem uma banda para impressionar uma garota e se vê tendo que levar a ideia adiante. Mas obviamente esse filme é muito mais do que um adolescente querendo ficar com uma linda garota, como você já pode imaginar.


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