Educação infantil e etc na Irlanda

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Eu nunca fui professora de ensino fundamental, até porque eu não tenho nem formação pra isso. No entanto, já dei aula de inglês pra crianças de 4, 5 anos e tenho família recheada de professores, logo, eu tenha uma pequena noção da área. 

Aqui na Irlanda as crianças começam a ir pra escola com 4, 5 anos. Não sei exatamente como funciona, mas sei que o menino mais velho que eu cuido, de 5 anos, começou a escola esse ano - no entanto, tem meninos de 4 na sala dele também. Existem escolas públicas e particulares, mas mesmo as públicas pedem uma grana no início do ano escolar pra ajudar com alguns gastos e tal. Além disso, pelo que tenho observado, uma ou duas vezes por mês o diretor da escola manda um comunicado aos pais pedindo participação deles em algum evento e tal. Ou seja, os pais aparentemente tem bastante envolvimento com a escola (a Karine do "Ká entre nós" falou disso nesse post aqui).

O uniforme aqui é padrão: calça social, camisa e gravata pros meninos e saia com meia no joelho pras meninas. É uma gracinha, gente! Fico toda apaixonada ao ver a criançada arrumadinha na escola, mas confesso que eu odiaria ter que usar saia na época em que eu era criança e adolescente. Além desse uniforme "formal" eles também tem um tracksuit pros dias de educação física.



Preparação para o CPE - parte III

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Hoje eu vou falar do segundo paper do CPE, o writing.

Acho que já tá implícito que eu adoro escrever, né? Sempre gostei. E quando estudava inglês adorava fazer redação e me empenhava em usar vocabulário e estruturas legais nos meus writings.

Mas escrever no blog e fazer redação na aula de inglês é um pouquinho diferente de escrever duas redações, uma atrás da outra, num exame de proficiência.

Na verdade, desde 2013 o formato do CPE mudou e eu achei a mudança toda muito positiva - a prova está mais curta e com menos questões, embora mantenha o mesmo nível de dificuldade. É tudo lindo e maravilhoso, com exceção do bendito writing. Por que antes era assim: você tinha 2 horas pra escrever 600-700 palavras divididas em duas redações. Agora você tem 1 hora e meia pra escrever poucas palavras a menos - 520 a 600.

Preparação para o CPE - parte II

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Depois de uma semana trabalhando full-time e ficando maluca com aqueles dois figurinhas me chamando pra lá e pra cá, voltei a trabalhar part-time; com isso, tenho mais tempo e disposição pra estudar, já que pelas manhãs, quando estou na aula de General English na MEC, fico estudando pro CPE e à noite quando chego do trabalho não estou tão cansada que não consiga estudar.

Agora falta um pouco menos de um mês pro exame e apesar de me sentir um pouco mais preparada, ainda fico confusa com os resultados dos meus simulados. Se no início eu estava acertando 70, 80%, agora meu rendimento caiu pra 60% e em um dos simulados acertei menos que isso, já que minha nota foi arrastada pelo desempenho ruim na parte de Reading.

São 3 exercícios de reading (tudo no paper 1 - falei nesse post aqui) e pra mim, eles são os mais chatos e difíceis da prova toda. Se eu dou a sorte do assunto dos textos ser um pouco mais agradável, consigo fazer a prova melhor do que quando o texto é sobre um assunto uó. É complicado manter a concentração e foco enquanto estou fazendo essa parte da prova, por isso tenho feito exercícios extra e mais simulados dessa parte pra treinar mais.

Recentemente o professor deu um foco maior pra parte de Listening da prova. Eu sempre tive o listening como uma habilidade muito forte - quando estudava inglês na adolescência tinha ótimas notas na parte de listening da prova e sempre tive facilidade em entender músicas, filmes, pessoas, etc. Só que a prova de listening não é somente entender o que estão falando. Se fosse algo do tipo "ouça e faça a transcrição do que você está ouvindo" eu tenho certeza que passaria com notas excelentes. A questão é que, nos exames de Cambridge, não basta entender o que estão falando, são muitas outras habilidades em jogo. Retirei algumas dicas do livro "New Proficiency Testbuilder" da Macmillan (thanks, Rê!):

Sobre ser (finalmente?) uma adulta

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Venho pensando bastante nessa questão de ser adulta, já que daqui a menos de 1 mês completo 27 anos de idade. Nossa, com 27 eu achava que teria minha casa, meu carro, seria casada... sabe essas coisas que a gente fica pensando quando mais novo?

Minha mãe, por exemplo, já tinha saído de casa, mudado de estado, casado, comprado casa e engravidado aos 27. Eu na mesma idade tenho uma história diferente: saí de casa recentemente e não tenho nenhum bem material - todo meu dinheiro foi gasto na minha educação/formação (curso superior, pós-graduação, cursos de língua, etc). A verdade é que eu ainda acho estranho me descrever como 'mulher', já que muitas vezes eu me diria 'menina'.

Só que desde que saí de casa pra viver aqui na Irlanda, a vida fica cada vez mais adulta.

Quer dizer, no Brasil eu também pagava conta, também cozinhava, também cuidava das minhas coisas, mas numa proporção muito menor, já que minha mãe arcava com a maior parte dos custos e das tarefas. Aqui na Irlanda eu tenho que fazer absolutamente tudo pra mim, já que, se eu não o fizer, ninguém vai fazer.

O primeiro babysitting a gente nunca esquece

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(Sim, o último post ainda é verdadeiro - estou aqui no malabarismo com mil coisas pra fazer e pra completar, estou trabalhando full-time essa semana. No entanto, como sou uma pessoa ~preparada~, já tinha alguns textos escritos que precisavam ser revisados e este é um deles. Agora eu vou correr pra minha bolha de CPE e logo mais volto pra cá! Não me abandona!)

Antes de começar, pra quem não está familiarizado com a palavra babysitting: babysittng é cuidar de crianças à noite geralmente porque os pais tem que sair, sabe? 

É bem comum que uma au pair ou minder fique uma noite como babysitter. Algumas famílias negociam esse valor à parte, outras já incluem um ou dois babysittings por mês no pacote do salário. 

Na outra família para qual trabalhei, nunca me pediram pra fazer babysitting e no emprego atual eles também nunca mencionaram o assunto.

Bom, você lembra que em julho eu tava desempregada e fiz um monte de entrevistas e tal? Uma dessas entrevistas até deu em um dia de teste, mas na época recebi proposta da minha chefe atual e resolvi trabalhar pra eles e não pra essa família pra qual fiz o teste. 

Umas duas ou três semanas atrás, agora em outubro mesmo, essa família do teste me contatou por email, perguntando se eu estava indo bem no emprego novo e se eu não poderia reconsiderar trabalhar pra eles. Agradeci e falei que infelizmente não trabalharia com eles mas que se precisassem de mim uma noite pra babysitting ou algo assim, que podiam me chamar. Sabe quando você oferece por educação? 

Aquela que sempre quis abraçar o mundo

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A minha vida adulta sempre foi muito corrida e obviamente não sou a única pertencente a esse clube: praticamente todos nós podemos dizer isso, já que estamos sempre correndo de um lado pro outro, tentando fugir do trânsito, fazendo várias coisas ao mesmo tempo, etc.

Quando tinha 17 anos, fazia cursinho de manhã, trabalhava à tarde e ia pra escola à noite (e dava aula até às 20h aos sábados também). Aos 20 me descabelava na faculdade e no trabalho. Aos 24 tinha dois empregos pra dar conta de juntar o dinheiro pra fazer intercâmbio.

A verdade é que a primeira vez que fiz uma coisa de cada vez foi quando cheguei em Dublin: ia pra escola de manhã e só. Depois comecei a trabalhar e só trabalhava (pela primeira vez na vida com os sábados livres!). Depois fiquei desempregada mais de um mês e passei o maior tempão em casa sem fazer nada.

Aí de repente, uma avalanche chegou: comecei um trabalho novo com horário diferente (chego em casa duas horas mais tarde do que chegava no outro emprego), voltei a frequentar as aulas na MEC, comecei um curso preparatório pro CPE. Fora essas obrigações, tem todas aquelas coisas de morar sozinho: ir ao mercado, fazer comida, lavar e colocar roupa no varal, etc. E pra completar, tem a minha rotina já estabelecida de escrever no blog, ler e comentar em diversos blogs que acompanho, fazer a unha, tingir cabelo, ler notícias, ver seriados, mandar emails/mensagens pra amigos, namorar...

Preparação para o CPE - parte I

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Então que eu vou prestar o CPE em Dezembro.

Adiei esse ~desafio~ a vida toda mas agora já era: o exame está pago, a chefe já deu folga pro dia e tô fazendo um curso preparatório pra garantir uma boa nota.

Na verdade, mesmo se eu não passar, já posso dizer que o curso valeu muito a pena. O professor é excelente e o material que ele usa também - tenho aprendido várias técnicas e dicas legais pra fazer os exercícios da prova, o que pra mim tem sido fundamental no resultado dos meus simulados.

Já fizemos 4 aulas e agora só temos mais 5, sendo que a última não será aula, mas sim uma simulação completa da prova toda - faremos o exame escrito e oral no mesmo tempo em que a prova original é feita pra termos mais noção de como a coisa será. Quer dizer, noção a gente já tem, mas é mais um tira-teima mesmo (quero ver como o google tradutor vai traduzir isso, R.!).

Mais de 500 dias de Barbaridades pela Irlanda

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Só ontem me dei conta de que hoje já seria dia 20 - e eu achando que ainda teria umas 3 semanas esse mês, quando na verdade só são mais 11 dias! Socorro!

Novembro passará voando. Aí chega dezembro com o meu aniversário, Natal e pronto, já é 2015. 

Não quero nem pensar nas questões do futuro, então vamos focar no objetivo desse post, que é um resumo do que rolou no meu último mês aqui - agora já são 19!

O trabalho continua legal, tô me adaptando com os meninos e eles comigo. O mais novo, S., tem chorado bem menos e tenho tido momentos legais com o mais velho. Minha chefe é muito bacana e até me pagou um táxi pra voltar pra casa um dia desses que ventava muito e estava impossível pedalar. 


Os ~maluquinhos~

Apelo: eu só queria usar um casaco

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Se você é leitor desse simples blog já sabe: odeio passar calor. Desde antes de vir pra Irlanda já sonhava com dias de brisa e dias frios - dias em que eu poderia usar casacos, botas e cachecóis e sair pelas ruas feliz da vida. 

Só que parece que é a sina da minha vida: ir atrás do frio e ele fugir de mim. 

A primeira vez que esse fenômeno ocorreu foi em 2001, se não me engano. Ia rolar um passeio da escola organizado pelo professor de geografia, o ~professor Marcelo~ (minha primeira grande inspiração). Fomos para Campos do Jordão, sinônimo de charme e ~clima europeu~, menos, é claro, quando eu tava lá. Lembro que minha mãe mandou eu usar muitos agasalhos e foi só chegar em Campos, passei o maior calor e sufoco tendo que carregar aquele monte de blusa. Infelizmente, não tenho fotos desse passeio - talvez algum amigo da época da escola as tenha guardadas em alguma caixa de sapato.

Quem foi que disse?

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Quem foi que disse que preciso morar no mesmo lugar a vida inteira?

Quem foi que disse que devemos fazer faculdade logo ao terminar a escola?

Quem foi que disse que temos que trabalhar na nossa área a vida toda?

Quem foi que disse que preciso ganhar muito bem pra ser feliz?

Quem foi que disse que ter carro é importante?

Quem foi que disse que baixinha não pode usar saia longa?

Quem foi que disse que brasileira é mulher fácil?

Quem foi que disse que todos os irlandeses bebem muito?

Quem foi que disse que intercâmbio é fácil?

Quem foi que disse que ter casa própria é sinal de sucesso?

Quem foi que disse que viajar uma vez por ano nas férias é suficiente?

Quem foi que disse que pagar mais de 200 reais numa calça jeans é o comum?

Quem foi que disse que eu preciso usar calça jeans mesmo?

Quem foi que disse que não posso assistir vários seriados ao mesmo tempo?

Quem foi que disse que tenho que casar e ter filhos?

Quem foi que disse que não posso ir dormir tarde todo dia?

Quem foi que disse que não posso comer um docinho após o jantar?

Quem foi que disse que chove todo dia na Irlanda mesmo?

Quem foi que disse que ser professora de inglês é glamouroso?

Quem foi que disse que a Europa é melhor que o Brasil?

Quem foi que disse que o Brasil é melhor que a Europa?

Quem foi que disse que a distância separa amizades?

Quem foi que disse que eu me arrependeria de "largar" meu emprego no Brasil ao vir pra cá?

Quem foi que disse que eu não ficaria só um ano na Irlanda?

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