Educação infantil e etc na Irlanda

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Eu nunca fui professora de ensino fundamental, até porque eu não tenho nem formação pra isso. No entanto, já dei aula de inglês pra crianças de 4, 5 anos e tenho família recheada de professores, logo, eu tenha uma pequena noção da área. 

Aqui na Irlanda as crianças começam a ir pra escola com 4, 5 anos. Não sei exatamente como funciona, mas sei que o menino mais velho que eu cuido, de 5 anos, começou a escola esse ano - no entanto, tem meninos de 4 na sala dele também. Existem escolas públicas e particulares, mas mesmo as públicas pedem uma grana no início do ano escolar pra ajudar com alguns gastos e tal. Além disso, pelo que tenho observado, uma ou duas vezes por mês o diretor da escola manda um comunicado aos pais pedindo participação deles em algum evento e tal. Ou seja, os pais aparentemente tem bastante envolvimento com a escola (a Karine do "Ká entre nós" falou disso nesse post aqui).

O uniforme aqui é padrão: calça social, camisa e gravata pros meninos e saia com meia no joelho pras meninas. É uma gracinha, gente! Fico toda apaixonada ao ver a criançada arrumadinha na escola, mas confesso que eu odiaria ter que usar saia na época em que eu era criança e adolescente. Além desse uniforme "formal" eles também tem um tracksuit pros dias de educação física.



O menino mais velho que eu cuido, J., estuda numa escola só pra meninos (aqui há escolas de meninos, de meninas e misturadas). Não gosto da ideia de escola separada por gêneros porque acho que a convivência entre meninos e meninas é fundamental pra formação deles como indivíduos, sabe? Não vou entrar nesse mérito, vamos seguindo...

A escola por fora não parece uma escola igual no Brasil (não tem muros altos e pichados ou grafitados), mas por dentro, pelos corredores e salas, é igual. 

Na hora de buscar as crianças, os pais fazem uma fila do lado de fora da sala e a professora vai chamando um por um, todo santo dia. Isso obviamente só rola com os pequenos e não sei se em toda escola.

A professora do J.é super fofa, bonita, parece a professora Helena do Carrossel, quem lembra? RISOS. Aliás, um parênteses: contei sobre a trama da Maria Joaquina e Cirilo pro R. e ele ficou chocado com a seriedade da ~novela~. hahaha.




Em termos de alfabetização, tenho achado bem curioso: é que me lembro de ter aprendido primeiro as vogais, depois as letras e as combinações (ba, be, bi, bo, bu). Aqui as crianças (falo de forma geral mas partindo do específico que é o menino que cuido) aprendem as letras de maneira mais aleatória, por exemplo: as primeiras letras que eles aprenderam foram T, I, A e V. Pois é, não tem nenhum critério aparente, né?

Na segunda ou terceira semana de aula os meninos receberam um aviso da professora para os pais que explicava como os alunos aprenderiam as letras e como eles deveriam ser ajudado em casa (não só na lição em si, mas em como segurar o lápis e tal). Aliás, engraçado pensar nessas coisas: ensinar uma criança a segurar um lápis, uma coisa tão comum pra nós adultos! Quer dizer, nem tão comum, porque hoje a gente só digita, não escreve mais.

A cada semana J. aprende novas letras e com elas seu respectivo som e ação - então quando ele aprende a letra E ele não aprende só que essa é a letra [i], mas que ela é a letra [i] que tem som de [é]. Aí ele também aprende algumas palavras que começam com aquela letra: "[é] for elephant, [é] for elbow...". Só que por aprender o nome e o som da letra ao mesmo tempo, ele acaba misturando um pouco.

Um dia desses pedi pra ele ler umas letras que estavam pregadas na geladeira e gravei um vídeo pra ilustrar o post. Não sei a vantagem cognitiva deles aprenderem as letras assim aqui, se alguém souber, me explica?



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