Acho que o que mais me incomoda é impessoalidade e a falta de repetição. Eu lembro que quando dava aula pra níveis básicos, repetia as coisas milhares de vezes e fazia os alunos repetirem de diversas formas: em grupo, em pares, prática de diálogos, dinâmicas, enfim, muita coisa, tudo com o intuito de ajudar o aluno na pronúncia. A professora até fez a gente repetir um pouco mais, mas se atrapalhava na instrução e nos comandos. Uma coisa que aprendi quando trabalhava na Fisk é dar instruções bem claras de repetição - ao invés de simplesmente um "everybody", a gente sempre dizia "let's repeat" ou "listen and repeat". Parece um detalhe bobo, mas faz muita diferença pro aluno iniciante. E ela não faz a gente repetir incansavelmente, aí fico insegura, achando que tá todo mundo sabendo pronunciar, menos eu!
Comecei a estudar alemão há duas semanas e tô me divertindo bastante, apesar de tanto a segunda como a terceira aulas terem sido bem medianas, bem regulares. Eu entendo que é um curso bem introdutório, de 8 semanas, mas mesmo assim, vejo muitas falhas no delivery da professora. Em nenhum momento duvido da capacidade linguística dela, mas gente, a aula é bem mais ou menos.
Nosso segundo dia em Inishmore foi um pouco mais curto, já que pegaríamos o vôo das 15h30 de volta pra Galway. Acordamos cedo e tomamos um Irish breakfast maravilhoso. Aliás, a cada vez que como isso eu gosto mais! Tem forma melhor de começar um dia que será puxado e repor as energias do dia anterior?! Como diz o R. it hits the spot!
O dia não tava ensolarado como o anterior, mas também não choveu praticamente nada. Nada de tempestade, ventania nem chuva constante.
Pegamos as bicicletas (que ficaram sem corrente do lado de fora do b&b a noite toda - "cidade" pequena é outra coisa!) e começamos o passeio agora na parte sul da ilha, com destino ao Black Fort. O início do caminho foi tranquilo, até chegar num morro íngreme de doer as pernas. Após carregar as bikes pelo morro, pedalamos de novo num caminho de pedras que não acabava mais! Foi ficando mais íngreme e com mais pedras... Tava foda. Descemos, deixamos as bicicletas por ali mesmo e terminamos de subir a pé. Deu uns 15 minutos de caminhada e a vista valeu cada segundo!
Como citei no último post, meu querido R. deu a idéia de passarmos um fim de semana nas Aran Islands, mais especificamente na ilha maior, Inis Mór (Inishmore, em inglês).
Olha, já visitei alguns lugares aqui na Europa e tô achando que não tem Paris nem Roma nem Viena que ganhe da Irlanda - dizer que gostei de lá é pouco, amei (e o R. também)! O vôo, a hospitalidade, os passeios, foi tudo sensacional.
Saímos de Galway de manhã cedo e seguimos pro aeroporto de onde saem os vôos pras ilhas (pra quem não está de carro tem ônibus pra lá). Eles pesam os passageiros pra poder designar o assento de cada um no avião, que é pequeno e o peso tem que ser balanceado, e passam um DVD com medidas de segurança. Nós sentamos bem atrás do piloto e deu pra ver todo o processo dele ligar o avião, apertar os mil botões e tal. Deu medo, mas nossa, que demais! Que vista (a câmera tava na mochila e só tirei fotos na volta)! E quando chegávamos na ilha, não teve como não pensar na música de abertura da série Father Ted (já falei aqui). E falando nisso:
Olha, já visitei alguns lugares aqui na Europa e tô achando que não tem Paris nem Roma nem Viena que ganhe da Irlanda - dizer que gostei de lá é pouco, amei (e o R. também)! O vôo, a hospitalidade, os passeios, foi tudo sensacional.
Leia também: O segundo dia na ilha mais linda
Saímos de Galway de manhã cedo e seguimos pro aeroporto de onde saem os vôos pras ilhas (pra quem não está de carro tem ônibus pra lá). Eles pesam os passageiros pra poder designar o assento de cada um no avião, que é pequeno e o peso tem que ser balanceado, e passam um DVD com medidas de segurança. Nós sentamos bem atrás do piloto e deu pra ver todo o processo dele ligar o avião, apertar os mil botões e tal. Deu medo, mas nossa, que demais! Que vista (a câmera tava na mochila e só tirei fotos na volta)! E quando chegávamos na ilha, não teve como não pensar na música de abertura da série Father Ted (já falei aqui). E falando nisso:
Ahhhh, dia 14 de fevereiro. Valentine's Day!
Assim como outra data vastamente comemorada em países de língua inglesa, o Halloween, o Valentine's sempre esteve muito presente na minha vida por eu ter trabalhado em escolas de inglês. Sempre rolava uma decoração, um correio elegante, alguma coisinha. Lembro de um ano em que preparei uma atividade com a música "Love's Divine" do Seal... será que algum aluno da Micro lembra disso?
Mas enfim, o fato é que a origem desse dia vem de uma história toda linda e meio ficcional (eu acho, porque não vejo como isso pode ter sido assim tão verdade); roubei do wikipédia e fiz umas adaptações: era uma vez um bispo chamado Valentim. Ele lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras pois acreditava que os solteiros eram melhores combatentes. Valentim continuou celebrando casamentos secretamente, mas a prática foi descoberta e ele foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor - inclusive o próprio Valentim acabou se apaixonando; no caso, pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes de sua execução, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim” (Your Valentine, em inglês). Fofo, né?
Assim como outra data vastamente comemorada em países de língua inglesa, o Halloween, o Valentine's sempre esteve muito presente na minha vida por eu ter trabalhado em escolas de inglês. Sempre rolava uma decoração, um correio elegante, alguma coisinha. Lembro de um ano em que preparei uma atividade com a música "Love's Divine" do Seal... será que algum aluno da Micro lembra disso?
Mas enfim, o fato é que a origem desse dia vem de uma história toda linda e meio ficcional (eu acho, porque não vejo como isso pode ter sido assim tão verdade); roubei do wikipédia e fiz umas adaptações: era uma vez um bispo chamado Valentim. Ele lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras pois acreditava que os solteiros eram melhores combatentes. Valentim continuou celebrando casamentos secretamente, mas a prática foi descoberta e ele foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor - inclusive o próprio Valentim acabou se apaixonando; no caso, pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes de sua execução, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim” (Your Valentine, em inglês). Fofo, né?
Sabe aqueles dias ruins? Pois é, ontem foi um deles. Mas como sou sagitariana otimista, não acho que foi tão ruim assim, podia ter sido muito pior, quer ver?
Acordei atrasada - o alarme tocou às 7h30 mas somehow eu só acordei às 8h. Tudo bem, poderia ter sido pior - É. ainda tava tomando café-da-manhã quando cheguei lá (15 minutos atrasada), então o meu atraso não afetou em nada a rotina matinal deles.
De manhã saí de casa numa garoa fina que em menos de 10 minutos se intensificou. Tomei chuva forte e vento doidão na cara pelos outros 30 minutos de pedaladas até o trabalho. Cheguei seca da cintura pra cima (casaco waterproof, meu novo BFF) mas totalmente molhada da cintura pra baixo. Mas olha só, eu tinha duas meias-calças grossas na mochila e um par de meia limpinhos prontos pra esse tipo de ocasião! Poderia ter sido pior e eu ter que ficar molhada o dia inteiro no trabalho.
Acordei atrasada - o alarme tocou às 7h30 mas somehow eu só acordei às 8h. Tudo bem, poderia ter sido pior - É. ainda tava tomando café-da-manhã quando cheguei lá (15 minutos atrasada), então o meu atraso não afetou em nada a rotina matinal deles.
De manhã saí de casa numa garoa fina que em menos de 10 minutos se intensificou. Tomei chuva forte e vento doidão na cara pelos outros 30 minutos de pedaladas até o trabalho. Cheguei seca da cintura pra cima (casaco waterproof, meu novo BFF) mas totalmente molhada da cintura pra baixo. Mas olha só, eu tinha duas meias-calças grossas na mochila e um par de meia limpinhos prontos pra esse tipo de ocasião! Poderia ter sido pior e eu ter que ficar molhada o dia inteiro no trabalho.
Quando eu era criança morria de medo de Papai Noel. O motivo não sei, mas me lembro claramente do meu primeiro Natal (o primeiro do qual me lembro, devia ter uns 4 anos): sabia que o Papai Noel era meu tio e mesmo assim chorei e não quis dar beijo nele pra ganhar presente. E assim foi até eu ser uma criança grande. Inclusive teve um ano que eu sabia que o Papai Noel era meu pai e mesmo assim fiquei apavorada (há uma foto maravilhosa em que estou me escondendo atrás da minha mãe e outra em que estou vermelha de tanto chorar abrindo o presente - pena que essas fotos estão em casa, lá em SP).
Tudo isso pra dizer que até então, eu não sabia como esses traumas de infância se formavam - na verdade, nunca parei pra pensar muito nisso porque não é algo que me incomoda, sabe? Até que há uma duas semanas a menina mais nova que cuido aqui na Irlanda , a C., começou a apresentar um medo que ela nunca teve antes. Ao colocá-la no trocador ela ficava super à vontade, brincava, cantava. De repente ela começou a demonstrar medo de deitar lá, me segurava nas mangas da minha blusa e ficava olhando pra trás, demonstrando medo da cabeça cair (inclusive falava "my head falling").
Eu nunca odiei alemão mas também nunca amei. Interessada por idiomas sempre fui, mas acabei sendo atraída pela sensualidade do espanhol, pelo romantismo do italiano, nunca pela dureza do alemão.
Mesmo assim, eu sempre soube uma ou outra palavrinha porque meu irmão estudou alemão por muito tempo e me falava alguma coisas. O R. também fala e sempre me ensina uma coisa ou outra.
Aí um dia desses o R. viu uma promoção no Groupon pra cursos de idiomas. Fiquei animada em dar continuidade aos meus estudos de italiano mas a escola só oferecia a promoção pra alunos iniciantes. Sendo assim, resolvi arriscar no alemão. Seria uma forma de aprender algo novo e ocupar a cabeça durante a semana.
Aí um fim de semana desses estava falando pro R. que queria voltar a fazer umas coisas em Dublin e lembrei que tinha visto uns cartazes pra visitar o Glasnevin há meeeeeses. E fomos. E já adianto que esse foi um dos passeios mais bacanas, interessantes e completos que fiz por aqui!
O Glasnevin é o maior cemitério da Irlanda. Sim, eu fui fazer um passeio num cemitério.
Mas calma, eu não sou creep não. Glasnevin é um cemitério histórico e tem museu também, eles fazem tours guiados (fomos num domingo no tour das 14h30) e estudante tem desconto (acho que foi uns 6 euros).
O tour começa em uma das salas do museu, onde o guia falou brevemente do que veríamos nas quase duas horas do passeio - túmulos de personalidades históricas na Irlanda, famílias importantes e muitos fatos curiosos e interessantes sobre Dublin e o país de forma geral.
Pra começar o guia brincou dizendo que tem mais gente enterrada naquele cemitério do que viva em Dublin: são mais de um milhão e meio de pessoas debaixo da terra contra um milhão e cem mil acima dela. Bizarro, né? É que Glasnevin é cemitério antigo: existe desde 1832.
O Glasnevin é o maior cemitério da Irlanda. Sim, eu fui fazer um passeio num cemitério.
Mas calma, eu não sou creep não. Glasnevin é um cemitério histórico e tem museu também, eles fazem tours guiados (fomos num domingo no tour das 14h30) e estudante tem desconto (acho que foi uns 6 euros).
O tour começa em uma das salas do museu, onde o guia falou brevemente do que veríamos nas quase duas horas do passeio - túmulos de personalidades históricas na Irlanda, famílias importantes e muitos fatos curiosos e interessantes sobre Dublin e o país de forma geral.
Pra começar o guia brincou dizendo que tem mais gente enterrada naquele cemitério do que viva em Dublin: são mais de um milhão e meio de pessoas debaixo da terra contra um milhão e cem mil acima dela. Bizarro, né? É que Glasnevin é cemitério antigo: existe desde 1832.
Ano passado eu publiquei um post sobre a minha rotina de trabalho como childminder. Passaram-se as férias e 2014 veio com algumas (poucas) mudanças.
A primeira delas é que agora eu ganho menos, trabalhando a mesma carga horária de antes. Explico: antes a mais velha, É., ia pra escola 3x por semana e saía as 12:30. Agora ela vai pra uma outra escola de segunda à sexta e sai mais tarde, às 13:45. Isso significa que eu passo menos tempo com as duas ao mesmo tempo, logo, a mãe delas achou que eu teria menos trabalho. Só que agora a mais velha não dorme mais tarde, ou seja, deu elas por elas, né? Tô trabalhando mais e ganhando menos.
Gente, como elas cresceram... |
Esse post é pra expressar minha indignação com os intercambistas brasileiros na Irlanda no geral. Mas antes, vou só dar o contexto: todo mundo que vem pra cá estudar divide casa com outros intercambistas ou mora em acomodações estudantis. Dá pra achar vagas através de grupos no facebook e no daft também.
Beleza. Quando eu cheguei aqui no final de março do ano passado, passei o maior perrengue pra achar vaga: ou não me aceitavam de cara porque eu era brasileira, ou marcavam visita comigo e desmarcavam, ou me deixavam na porta esperando mesmo. Foi foda. Fiz bolhas nos pés de tanto andar por aí, falei com várias pessoas, mandei mensagem pra trezentas, mas enfim, depois de uma semana procurando, consegui uma casa - que tava um pouco fora do meu orçamento, mas era uma casa excelente com flatmates que são meus amigos até hoje, mesmo depois deu ter mudado de lá pra uma casa mais barata.
Pois bem, aí em dezembro do ano passado uma menina aqui de casa ia se mudar e anunciou a vaga em alguns grupos no facebook e no daft também. Poucos minutos depois já tinha mais de 30 interessados na vaga, ela teve até que "tirar" o anúncio do grupo e marcou visita com as 10 primeiras pessoas pro sábado seguinte. A única exigência da vaga era não ser fumante, já que ninguém fuma aqui em casa.
Beleza. Quando eu cheguei aqui no final de março do ano passado, passei o maior perrengue pra achar vaga: ou não me aceitavam de cara porque eu era brasileira, ou marcavam visita comigo e desmarcavam, ou me deixavam na porta esperando mesmo. Foi foda. Fiz bolhas nos pés de tanto andar por aí, falei com várias pessoas, mandei mensagem pra trezentas, mas enfim, depois de uma semana procurando, consegui uma casa - que tava um pouco fora do meu orçamento, mas era uma casa excelente com flatmates que são meus amigos até hoje, mesmo depois deu ter mudado de lá pra uma casa mais barata.
Pois bem, aí em dezembro do ano passado uma menina aqui de casa ia se mudar e anunciou a vaga em alguns grupos no facebook e no daft também. Poucos minutos depois já tinha mais de 30 interessados na vaga, ela teve até que "tirar" o anúncio do grupo e marcou visita com as 10 primeiras pessoas pro sábado seguinte. A única exigência da vaga era não ser fumante, já que ninguém fuma aqui em casa.