Aquele que poderia ter sido pior

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Sabe aqueles dias ruins? Pois é, ontem foi um deles. Mas como sou sagitariana otimista, não acho que foi tão ruim assim, podia ter sido muito pior, quer ver?

Acordei atrasada - o alarme tocou às 7h30 mas somehow eu só acordei às 8h. Tudo bem, poderia ter sido pior - É. ainda tava tomando café-da-manhã quando cheguei lá (15 minutos atrasada), então o meu atraso não afetou em nada a rotina matinal deles.

De manhã saí de casa numa garoa fina que em menos de 10 minutos se intensificou. Tomei chuva forte e vento doidão na cara pelos outros 30 minutos de pedaladas até o trabalho. Cheguei seca da cintura pra cima (casaco waterproof, meu novo BFF) mas totalmente molhada da cintura pra baixo. Mas olha só, eu tinha duas meias-calças grossas na mochila e um par de meia limpinhos prontos pra esse tipo de ocasião! Poderia ter sido pior e eu ter que ficar molhada o dia inteiro no trabalho.

Traumas

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Quando eu era criança morria de medo de Papai Noel. O motivo não sei, mas me lembro claramente do meu primeiro Natal (o primeiro do qual me lembro, devia ter uns 4 anos): sabia que o Papai Noel era meu tio e mesmo assim chorei e não quis dar beijo nele pra ganhar presente. E assim foi até eu ser uma criança grande. Inclusive teve um ano que eu sabia que o Papai Noel era meu pai e mesmo assim fiquei apavorada (há uma foto maravilhosa em que estou me escondendo atrás da minha mãe e outra em que estou vermelha de tanto chorar abrindo o presente - pena que essas fotos estão em casa, lá em SP). 

Tudo isso pra dizer que até então, eu não sabia como esses traumas de infância se formavam - na verdade, nunca parei pra pensar muito nisso porque não é algo que me incomoda, sabe? Até que há uma duas semanas a menina mais nova que cuido aqui na Irlanda , a C., começou a apresentar um medo que ela nunca teve antes. Ao colocá-la no trocador ela ficava super à vontade, brincava, cantava. De repente ela começou a demonstrar medo de deitar lá, me segurava nas mangas da minha blusa e ficava olhando pra trás, demonstrando medo da cabeça cair (inclusive falava "my head falling"). 

Alemão, nossa história de amor começa aqui

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Eu nunca odiei alemão mas também nunca amei. Interessada por idiomas sempre fui, mas acabei sendo atraída pela sensualidade do espanhol, pelo romantismo do italiano, nunca pela dureza do alemão. 

Mesmo assim, eu sempre soube uma ou outra palavrinha porque meu irmão estudou alemão por muito tempo e me falava alguma coisas. O R. também fala e sempre me ensina uma coisa ou outra. 

Aí um dia desses o R. viu uma promoção no Groupon pra cursos de idiomas. Fiquei animada em dar continuidade aos meus estudos de italiano mas a escola só oferecia a promoção pra alunos iniciantes. Sendo assim, resolvi arriscar no alemão. Seria uma forma de aprender algo novo e ocupar a cabeça durante a semana. 



O cemitério

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Aí um fim de semana desses estava falando pro R. que queria voltar a fazer umas coisas em Dublin e lembrei que tinha visto uns cartazes pra visitar o Glasnevin há meeeeeses. E fomos. E já adianto que esse foi um dos passeios mais bacanas, interessantes e completos que fiz por aqui!

O Glasnevin é o maior cemitério da Irlanda. Sim, eu fui fazer um passeio num cemitério.

Mas calma, eu não sou creep não. Glasnevin é um cemitério histórico e tem museu também, eles fazem tours guiados (fomos num domingo no tour das 14h30) e estudante tem desconto (acho que foi uns 6 euros).

O tour começa em uma das salas do museu, onde o guia falou brevemente do que veríamos nas quase duas horas do passeio - túmulos de personalidades históricas na Irlanda, famílias importantes e muitos fatos curiosos e interessantes sobre Dublin e o país de forma geral.

Pra começar o guia brincou dizendo que tem mais gente enterrada naquele cemitério do que viva em Dublin: são mais de um milhão e meio de pessoas debaixo da terra contra um milhão e cem mil acima dela. Bizarro, né? É que Glasnevin é cemitério antigo: existe desde 1832.

Nova rotina de trabalho

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Ano passado eu publiquei um post sobre a minha rotina de trabalho como childminder. Passaram-se as férias e 2014 veio com algumas (poucas) mudanças. 

A primeira delas é que agora eu ganho menos, trabalhando a mesma carga horária de antes. Explico: antes a mais velha, É., ia pra escola 3x por semana e saía as 12:30. Agora ela vai pra uma outra escola de segunda à sexta e sai mais tarde, às 13:45. Isso significa que eu passo menos tempo com as duas ao mesmo tempo, logo, a mãe delas achou que eu teria menos trabalho. Só que agora a mais velha não dorme mais tarde, ou seja, deu elas por elas, né? Tô trabalhando mais e ganhando menos. 

Gente, como elas cresceram...

Depois intercambista brasileiro reclama

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Esse post é pra expressar minha indignação com os intercambistas brasileiros na Irlanda no geral. Mas antes, vou só dar o contexto: todo mundo que vem pra cá estudar divide casa com outros intercambistas ou mora em acomodações estudantis. Dá pra achar vagas através de grupos no facebook e no daft também.

Beleza. Quando eu cheguei aqui no final de março do ano passado, passei o maior perrengue pra achar vaga: ou não me aceitavam de cara porque eu era brasileira, ou marcavam visita comigo e desmarcavam, ou me deixavam na porta esperando mesmo. Foi foda. Fiz bolhas nos pés de tanto andar por aí, falei com várias pessoas, mandei mensagem pra trezentas, mas enfim, depois de uma semana procurando, consegui uma casa - que tava um pouco fora do meu orçamento, mas era uma casa excelente com flatmates que são meus amigos até hoje, mesmo depois deu ter mudado de lá pra uma casa mais barata.

Pois bem, aí em dezembro do ano passado uma menina aqui de casa ia se mudar e anunciou a vaga em alguns grupos no facebook e no daft também. Poucos minutos depois já tinha mais de 30 interessados na vaga, ela teve até que "tirar" o anúncio do grupo e marcou visita com  as 10 primeiras pessoas pro sábado seguinte. A única exigência da vaga era não ser fumante, já que ninguém fuma aqui em casa.


Campo de concentração - marcante pra vida toda

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Na minha vida, eu nunca imaginei que pisaria na Alemanha, que veria muro de Berlim, nada disso... muito menos visitar um campo de concentração.

Quando a Bia foi pra Alemanha ela já havia comentado desse campo e quando fui pra Berlim considerei a visita mas deixei a ideia guardada. Eu tava com minha mãe e irmão e no domingo (dia 5 de janeiro) eles pegariam um voo pra Roma no período da manhã; meu voo pra Dublin seria somente à noite. Sendo assim, resolvi que ir pro campo seria um bom passeio que ocuparia o dia todo e eu não precisaria ficar andando pra lá e pra cá pela cidade sozinha.

No nosso segundo dia em Berlim fizemos o walking tour na cidade e a guia comentou que eles faziam passeios guiados pra um campo chamado Sachsenhausen. Achei mais interessante do que ir sozinha e usar áudio-guias, então comprei o ingresso antecipadamente por 12 euros.


No domingo acompanhei minha família até a estação Ostbahnhof (onde havia lockers e eu deixaria minha mochila pelo dia) pra pegar o trem pro aeroporto. De lá segui pro Checkpoint Charlie dar uma volta e andei pelas ruas até dar a hora do tour.


O que me chamou a atenção em Berlim?

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Eu já fiz quatro posts sobre a viagem de férias com minha família pra Berlim, mas eu senti que ainda faltava falar sobre as coisas que realmente fizeram meus olhos brilharem na cidade (além da comida, claro, que já mencionei no terceiro post). 

A primeira delas é: o número (assustador) de brasileiros.

Eu nunca vi tantos brasileiros fora do Brasil como em Berlim. Não tem Buenos Aires nem Dublin que bata esse recorde, sério! Tudo bem que em Dublin, você ouve português o tempo todo no centro (na rua, na Penneys, na Boots, no Tesco), mas em grande parte do tempo, é só lá. Se você vai pra uma região mais afastada, não ouve. Em atrações turísticas aqui, pouco ouvi também. Agora, Berlim me surpreendeu - não sei se porque a brasileirada foi pra lá pra passar Ano Novo, mas o fato é que ouvi português em todos os lugares: no metrô, nas atrações turísticas, no walking tour, no trem na ida, no aeroporto na volta... Até no campo de concentração que nem em Berlim era, havia brasileiros. Acho que isso é uma coisa boa, prova que cada vez mais nós temos poder aquisitivo pra viajar e gastar numa moeda que vale três vezes a nossa. É isso aí, Brasil!


Berlim - a torre, a catedral e os museus

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Antes de começar a falar do segundo dia em Berlim, preciso registrar minha opinião sobre o transporte público na cidade: funciona bem e tal, preço justo, tudo relativamente limpo e sempre pontual. No entanto, as linhas são bem confusas e não tem boas conexões. Pra chegar em diversos lugares tínhamos que fazer umas baldeações bizarras, andar muito pra trocar de trem, etc. Eu não esperava muuuito porque o R. já tinha comentado comigo que o transporte em Berlim, comparado ao de Munique, por exemplo, deixa muito a desejar.

Então vamos lá: o dia começou cedo, na Alexanderplatz. A ideia era ir ver a torre de TV, que é linda e um símbolo na cidade. Decidimos não subir porque 1) já tínhamos visto Berlim do alto (no domo do parlamento no dia anterior) e 2) a fila tava enooorme, perderíamos muito tempo. Sendo assim, tiramos algumas fotos por ali e fomos ver de perto a Catedral de Berlim, a maior catedral do pais todo. 



Berlim um pouco além da guerra (+ comidinhas)

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Continuando o post anterior, o walking tour teve uma pausa para café no Checkpoint Charlie. 

De lá, seguimos para a rua Friedrichstraße, que na década de 20 era repleta de teatros e óperas - a guia até usou os termos "anos de ouro" pra se referir a essa época de glamour na cidade. De lá seguimos pra praça onde encontra-se a universidade de Berlim - foi lá que grandes nomes estudaram (Hegel, Schopenhauer, Einstein, Marks, Engels...) e foi também lá, mais especificamente em frente à universidade, que nazistas queimaram mais de 20 mil livros que seriam escritos por "degenerados" e oponentes do regime. O fato é que, hoje, há um pequeno memorial no subsolo (dá pra ver através de um vitral no chão): uma sala branca com estantes vazias e uma placa com uma epígrafe de uma obra de Heine de 1820: "Aquilo foi somente um prelúdio; onde se queimam livros, queimam-se no final também pessoas" - sim, essa frase foi originalmente publicada em 1820.

A queima dos livros foi nessa praça
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