Na minha vida, eu nunca imaginei que pisaria na Alemanha, que veria muro de Berlim, nada disso... muito menos visitar um campo de concentração.
Quando a Bia foi pra Alemanha ela já havia comentado desse campo e quando fui pra Berlim considerei a visita mas deixei a ideia guardada. Eu tava com minha mãe e irmão e no domingo (dia 5 de janeiro) eles pegariam um voo pra Roma no período da manhã; meu voo pra Dublin seria somente à noite. Sendo assim, resolvi que ir pro campo seria um bom passeio que ocuparia o dia todo e eu não precisaria ficar andando pra lá e pra cá pela cidade sozinha.
No nosso segundo dia em Berlim fizemos o walking tour na cidade e a guia comentou que eles faziam passeios guiados pra um campo chamado Sachsenhausen. Achei mais interessante do que ir sozinha e usar áudio-guias, então comprei o ingresso antecipadamente por 12 euros.
No domingo acompanhei minha família até a estação Ostbahnhof (onde havia lockers e eu deixaria minha mochila pelo dia) pra pegar o trem pro aeroporto. De lá segui pro Checkpoint Charlie dar uma volta e andei pelas ruas até dar a hora do tour.
Eu já fiz quatro posts sobre a viagem de férias com minha família pra Berlim, mas eu senti que ainda faltava falar sobre as coisas que realmente fizeram meus olhos brilharem na cidade (além da comida, claro, que já mencionei no terceiro post).
A primeira delas é: o número (assustador) de brasileiros.
Eu nunca vi tantos brasileiros fora do Brasil como em Berlim. Não tem Buenos Aires nem Dublin que bata esse recorde, sério! Tudo bem que em Dublin, você ouve português o tempo todo no centro (na rua, na Penneys, na Boots, no Tesco), mas em grande parte do tempo, é só lá. Se você vai pra uma região mais afastada, não ouve. Em atrações turísticas aqui, pouco ouvi também. Agora, Berlim me surpreendeu - não sei se porque a brasileirada foi pra lá pra passar Ano Novo, mas o fato é que ouvi português em todos os lugares: no metrô, nas atrações turísticas, no walking tour, no trem na ida, no aeroporto na volta... Até no campo de concentração que nem em Berlim era, havia brasileiros. Acho que isso é uma coisa boa, prova que cada vez mais nós temos poder aquisitivo pra viajar e gastar numa moeda que vale três vezes a nossa. É isso aí, Brasil!
A primeira delas é: o número (assustador) de brasileiros.
Eu nunca vi tantos brasileiros fora do Brasil como em Berlim. Não tem Buenos Aires nem Dublin que bata esse recorde, sério! Tudo bem que em Dublin, você ouve português o tempo todo no centro (na rua, na Penneys, na Boots, no Tesco), mas em grande parte do tempo, é só lá. Se você vai pra uma região mais afastada, não ouve. Em atrações turísticas aqui, pouco ouvi também. Agora, Berlim me surpreendeu - não sei se porque a brasileirada foi pra lá pra passar Ano Novo, mas o fato é que ouvi português em todos os lugares: no metrô, nas atrações turísticas, no walking tour, no trem na ida, no aeroporto na volta... Até no campo de concentração que nem em Berlim era, havia brasileiros. Acho que isso é uma coisa boa, prova que cada vez mais nós temos poder aquisitivo pra viajar e gastar numa moeda que vale três vezes a nossa. É isso aí, Brasil!
Antes de começar a falar do segundo dia em Berlim, preciso registrar minha opinião sobre o transporte público na cidade: funciona bem e tal, preço justo, tudo relativamente limpo e sempre pontual. No entanto, as linhas são bem confusas e não tem boas conexões. Pra chegar em diversos lugares tínhamos que fazer umas baldeações bizarras, andar muito pra trocar de trem, etc. Eu não esperava muuuito porque o R. já tinha comentado comigo que o transporte em Berlim, comparado ao de Munique, por exemplo, deixa muito a desejar.
Então vamos lá: o dia começou cedo, na Alexanderplatz. A ideia era ir ver a torre de TV, que é linda e um símbolo na cidade. Decidimos não subir porque 1) já tínhamos visto Berlim do alto (no domo do parlamento no dia anterior) e 2) a fila tava enooorme, perderíamos muito tempo. Sendo assim, tiramos algumas fotos por ali e fomos ver de perto a Catedral de Berlim, a maior catedral do pais todo.
Continuando o post anterior, o walking tour teve uma pausa para café no Checkpoint Charlie.
De lá, seguimos para a rua Friedrichstraße, que na década de 20 era repleta de teatros e óperas - a guia até usou os termos "anos de ouro" pra se referir a essa época de glamour na cidade. De lá seguimos pra praça onde encontra-se a universidade de Berlim - foi lá que grandes nomes estudaram (Hegel, Schopenhauer, Einstein, Marks, Engels...) e foi também lá, mais especificamente em frente à universidade, que nazistas queimaram mais de 20 mil livros que seriam escritos por "degenerados" e oponentes do regime. O fato é que, hoje, há um pequeno memorial no subsolo (dá pra ver através de um vitral no chão): uma sala branca com estantes vazias e uma placa com uma epígrafe de uma obra de Heine de 1820: "Aquilo foi somente um prelúdio; onde se queimam livros, queimam-se no final também pessoas" - sim, essa frase foi originalmente publicada em 1820.
A queima dos livros foi nessa praça |
O primeiro dia oficial em Berlim começou bem: acordamos cedo, tomamos um bom café e pegamos o metrô pra visitar a Coluna Vitória. A gente desceu na estação Tiergarten e andamos um bom pedaço, mas já sabíamos pelo mapa que andaríamos muito mesmo. A coluna foi concluída em 1873 para comemorar as vitórias militares da Prússia sobre a Áustria, Dinamarca e França. No topo da coluna há uma estátua da deusa da vitória militar (não diga?).
Pra vê-la de pertinho mesmo, tem que passar por um túnel subterrâneo porque por cima não dá pra atravessar. Não havia muita gente por lá; tiramos nossas fotos e seguimos de volta pro metrô pra vermos o Portão de Brandemburgo de perto. Sim, poderíamos ter andado da Coluna mesmo, mas como planejávamos fazer o walking tour, cada passo economizado era um fôlego pra andar mais à tarde, né?
Saímos de Praga bem cedo pois nosso trem pra Berlim partia às 8:00 e pouco. Chegamos cedo na estação e ficamos esperando o painel mostrar a plataforma do nosso trem até os 45 do segundo tempo - que agonia! Subimos no trem e entramos numa cabide que só tinha um cara dentro.
Dormi grande parte do caminho e acordei pra comer um lanche (5 euros com a bebida). Desembarcamos em Berlin pouco mais de uma da tarde e ficamos totalmente perdidos. A gente sabia que tinha que pegar o metrô, sabia das baldeações, mas gente, a estação Hauptbahnhof é muito, muuuuito grande. Andamos, subimos e descemos escada, até que resolvemos perguntar no centro de informações. Beleza, tinha que ir pra plataforma 15, mas antes: comprar os bilhetes. As máquinas nessa estação também incluíam comprar bilhetes de viagens de trem pra outras cidades, então ficamos um tempão pra descobrir como comprar nossa simples passagem de metrô.
Pegamos o bendito e descemos na eatação Warschauer Straße pra poder fazer a baldeação. Só que a baldeação não era feita dentro da estação não, ela era externa. E quando vimos a área, já ficamos meio desconfiados. Mas a desconfiança não era nada até chegarmos no trem. Gente, o trem! Me senti na Lapa indo pra Guaianazes, sabe? Hahaha. Que bizarro... A gente tem esses conceitos de "Europa é moderna", "Alemanha é impecável" e fica meio surpreso quando vê que não é bem assim.
E cá estamos: hoje é dia 29 de janeiro e continuo a trilogia intitulada "o inverno". A primeira parte foi escrita no meio de dezembro e a última será escrita no final de fevereiro.
A verdade é que o clima não mudou muito do meio de dezembro pra cá não e pra ser sincera, eu mal olho como estão as temperaturas agora, porque elas não mudaram: continua na casa dos 3, 4 graus. No entanto, na semana do Natal e por mais ou menos umas duas semanas, os ventos e as chuvas se intensificaram: quando voltei de Cork, no dia 26/12, por exemplo, dava pra sentir o carro balançar com o vento na estrada. Era toda hora uma nota no noticiário dizendo que o país estava em estado de alerta por causa das chuvas: teve enchente em vááários lugares (e não só na Irlanda, mas no Reino Unido também), ventos de mais de 150km por hora, coisa de louco mesmo. Os meteorologistas recomendavam que as pessoas tomassem cuidado, principalmente quem morasse próximo à costa, por alto risco de marés altas.
A verdade é que o clima não mudou muito do meio de dezembro pra cá não e pra ser sincera, eu mal olho como estão as temperaturas agora, porque elas não mudaram: continua na casa dos 3, 4 graus. No entanto, na semana do Natal e por mais ou menos umas duas semanas, os ventos e as chuvas se intensificaram: quando voltei de Cork, no dia 26/12, por exemplo, dava pra sentir o carro balançar com o vento na estrada. Era toda hora uma nota no noticiário dizendo que o país estava em estado de alerta por causa das chuvas: teve enchente em vááários lugares (e não só na Irlanda, mas no Reino Unido também), ventos de mais de 150km por hora, coisa de louco mesmo. Os meteorologistas recomendavam que as pessoas tomassem cuidado, principalmente quem morasse próximo à costa, por alto risco de marés altas.
Nosso último dia em Praga foi mais sossegado que o anterior. Por conta do feriado do dia 1º, já havíamos escolhido atrações externas, coisas que poderíamos ver independentemente do horário e do tempo. Acordamos um pouco mais tarde e começamos o dia procurando um lugar pra comprar os tickets do ônibus/metrô. Pois é, a gente devia ter comprado o ticket pra usar no dia 1º no dia anterior, mas não lembramos que tudo fecha no feriado, né? Aí não havia nada aberto perto de casa com exceção de uma pequena lojinha escondida - ao entrar, perguntarmos se eles vendiam tickets e a moça (com traços asiáticos, não vou arriscar de onde), num sotaque difííííííícil de entender, disse que sim. Compramos os tickets desse dia e do dia seguinte e seguimos felizes pra pegar o ônibus. Aí rolou aquela coisa ônibus + metrô + caminhadas que já estávamos acostumados e chegamos na parte "nova" da cidade, no Museu Nacional de Praga.
Fomos preparados e já sabíamos que o museu estaria fechado (e pelo jeito assim fica até ano que vem), portanto, foi só um bate-e-volta pra tirar foto e ver a praça de frente pro museu, a Praça Venceslau.
Fomos preparados e já sabíamos que o museu estaria fechado (e pelo jeito assim fica até ano que vem), portanto, foi só um bate-e-volta pra tirar foto e ver a praça de frente pro museu, a Praça Venceslau.
Terminamos de atravessar a Ponte Carlos e vimos que a poucos metros passava um bonde que ia pro Castelo, mas a gente não tinha certeza da direção (como deu pra ver no post passado, pegar transporte pro lado errado é foda). Perguntamos num quiosque e o cara deu a informação, mas nossa, numa má vontade, ou seria apenas o jeito deles? Assim como em Bratislava, ninguém sorri pra você nem faz questão de ser simpático - como a Eslováquia e a República Tcheca eram um pais só, dá pra entender essa característica em comum.
Pegamos o bonde (havíamos comprado o ticket que valia pra todos os transportes o dia todo - custa 110 coroas) e descemos na entrada do castelo. Havia muitos grupos de turistas, claro, mas nada comparado as multidões que chegavam quando a gente já tinha terminado o passeio e tava saindo - turismo cedinho é tudo de bom!
Nossa viagem pra Praga (nossa porque mamis e meu irmão estavam junto) foi muito gostosa e relativamente tranquila. As passagens foram compradas com antecedência e a acomodação também foi resolvida bem antes, já que seria Ano Novo e Ano Novo é concorrido.
Ficamos numa casa numa região longe do centro, mas pelo preço compensava pra nós. Seria fácil chegar aos pontos turísticos, então não nos preocupamos com isso. E de fato, o transporte público em Praga é muito acessível e funciona bem - apesar de ter que pegar ônibus até o metrô e de lá pegar o metrô pro centro, em menos de meia hora já estávamos por lá.