Semana passada completou um mês que estou trabalhando com a família C. - uma família extremamente bacana, generosa, que me deixa extremamente à vontade. Pelo menos dos meus chefes, não tenho NADA do que reclamar. Já as crianças, bem as crianças...
J. tem 5 anos e é muito, muito espertinho. Ele iniciou a escola esse ano e por isso tem se adaptado à nova rotina, já que antes ele ficava na creche o dia todo e agora sai 13h30 da escola e fica comigo e com o irmão em casa à tarde. Ele é animado e extremamente criativo: usa tudo que é reciclável pra criar robôs, carros voadores, guindastes, etc. O único problema é que J. é muuuuuuuuuuuito impaciente. Ele não aguenta esperar nada! E quando o bichinho tá tentando fazer alguma coisa e não consegue, fica frustrado, bravo, diz que é useless e tudo mais.
Já o mais novo, S., tem 2 anos e meio. Ele é bonzinho, brinca sozinho e consegue se distrair facilmente. Depois de 4 semanas, ele já acostumou comigo, às vezes pede colo e se peço um abraço, ele me vem me abraçar todo contente. O porém do S. é que ele é meio mimadinho. Acho que os pais ainda o tratam como bebê, mas ele não é mais bebê. Tanto é que, quando contrariado, S. começa a gritar, chorar, se jogar no chão. Eu mantenho minha poker face e digo: "S., why are you crying like this? you're not a baby anymore, you're 2 and a half, you're a big boy". Ele não aceita e grita de volta "I'm nooooot a big boy!!!! I'm a baaaaaaaaaaby".
Me lembro que uma das coisas mais difíceis de ensinar, como professora de inglês, eram as tais long e short vowels. É uma diferença muito sutil de pronúncia que sempre deixa os alunos em dúvida - o tal do sheep ou ship, been ou bean, etc.
Bom, um outro exemplo, e pra mim o mais foda, é a diferença de pronúncia de men e man. Porque no meu ~sotaque americano~, essas palavras soam igual. Quer dizer, eu sei que elas não são iguais, inclusive dá pra ouvir bem nesse vídeo aqui. A transcrição fonética de MAN é /mæn/, enquanto a de MEN é /mɛn/. Só que em outros sotaques a diferença é mais audível - no britânico é bem fácil de perceber, ó: [man] e [men].
Aí que veja você: outro dia tava cozinhando com o R. e disse que precisava de uma panela. Ele olhou pra mim com uma cara de espanto e me questionou o porquê. Ora, e não estávamos cozinhando?!! Segue o diálogo:
Antes de começar essa lista, eu gostaria de dizer que 1) não sou especialista em Irlanda e 2) ainda há muuuuita coisa que eu quero conhecer aqui na ilha, mas como gosto de dar meu palpite, resolvi escrever esse post: as melhores atrações pra se visitar na Irlanda toda!
Os critérios dessa vez não foram beleza natural (já fiz um post sobre isso), e sim o que julguei ser mais legal e interessante. Vamos lá?
Os critérios dessa vez não foram beleza natural (já fiz um post sobre isso), e sim o que julguei ser mais legal e interessante. Vamos lá?
Depois de um ano trabalhando como minder e ter passado por váááárias entrevistas e me candidatado a diversos anúncios, cheguei a algumas conclusões que podem ajudar quem tá pensando em ser au pair/minder na Irlanda.
Primeira coisa: se você quer um emprego melhorzinho, tem que saber inglês. Não adianta. Se você não consegue se comunicar nem entender o que as crianças querem (se eles já souberem falar), dificilmente vai conseguir uma vaga live out. Minha ex-chefe, por exemplo, disse que me contratou mesmo sem experiência porque eu era a única candidata que falava inglês...
Em segundo lugar: referências fazem uma puta diferença. Percebi que da segunda vez em que procurei emprego de babá, o fato de mencionar que eu tinha referência irlandesa fez com que muitas pessoas entrassem em contato comigo. A experiência profissional também, mas acho que a referência contou bem mais. Por isso, acho que poderia ser uma boa ideia fazer um trabalho voluntário aqui pra adquirir mais desenvoltura ao falar inglês, além de poder trabalhar com irlandeses e ter referências pra futuras buscas de emprego.
Depois, acredito que saber dirigir faça uma boa diferença no salário. Vi várias vagas boas de childminder part-time pra ganhar 14, 15 euros por hora se soubesse dirigir. Muitas pedem habilitação daqui, mas acho que isso pode ser conversado - lembrando que a habilitação brasileira só vale no nosso 1º ano aqui.
Primeira coisa: se você quer um emprego melhorzinho, tem que saber inglês. Não adianta. Se você não consegue se comunicar nem entender o que as crianças querem (se eles já souberem falar), dificilmente vai conseguir uma vaga live out. Minha ex-chefe, por exemplo, disse que me contratou mesmo sem experiência porque eu era a única candidata que falava inglês...
Em segundo lugar: referências fazem uma puta diferença. Percebi que da segunda vez em que procurei emprego de babá, o fato de mencionar que eu tinha referência irlandesa fez com que muitas pessoas entrassem em contato comigo. A experiência profissional também, mas acho que a referência contou bem mais. Por isso, acho que poderia ser uma boa ideia fazer um trabalho voluntário aqui pra adquirir mais desenvoltura ao falar inglês, além de poder trabalhar com irlandeses e ter referências pra futuras buscas de emprego.
Trabalho voluntário em Dublin - parte I
Trabalho voluntário em Dublin - parte II
Depois, acredito que saber dirigir faça uma boa diferença no salário. Vi várias vagas boas de childminder part-time pra ganhar 14, 15 euros por hora se soubesse dirigir. Muitas pedem habilitação daqui, mas acho que isso pode ser conversado - lembrando que a habilitação brasileira só vale no nosso 1º ano aqui.
Sabe quando você compra alguma coisa nova e depois disso passa a reparar que todo mundo tem o mesmo produto? Ou quando faz uma tatuagem e de repente todo mundo ao seu redor tem tatuagem também? Pois é. Quando comecei a namorar com o R., comecei a perceber que há muitas, muitas brasileiras namorando com irlandeses. Eu disse que são muitas? São muitas meeeeesmo!
Já tive essa conversa com o R. e a gente tenta entender: qual é o lance? É o charme dos irlandeses que conquista as brasileiras? É a ginga da brasileira que faz o coração dos irlandeses bater mais forte? Não sei. O fato é que o meu facebook tá cheio de fotos desses casais multi-culturais e tenho um monte de amigas aqui que namoram Cians, Seans, Declans, Pauls, etc...
De forma geral, todas as meninas que conheço que namoram irlandeses descrevem seus namorados como "fofos". Sempre tem uma que comenta de um que cozinhou pra ela, a outra que diz que ele fez uma surpresa especial, a outra que fala que ele a levou pra algum lugar bacana.
Não, esse blog não vai virar um blog de receita. Nem que eu quisesse viraria, porque tô longe de ser referência na cozinha, masssss vou juntar o útil ao agradável e além de contar da minha pequena experiência, falar de uma loja incrível aqui em Dublin pra quem curte confeitar e assar bolos, etc.
Na adolescência, eu adorava fazer bolo. Minha mãe tinha uma batedeira e por isso era bem fácil fazer: eu fazia bolo de chocolate, banana, castanha com frutas, fubá com queijo, cenoura, etc, etc. Assim que comecei a trabalhar, aos 17, minha rotina virou um caos: era escola, cursinho, trabalho, cursos, treinamentos... não sobrava mais tempo pra assar bolos. E assim foi por anos, tipo... até agora. Nas férias eu fazia uma ou outra coisa, e só. Aqui na Irlanda também foram poucas vezes, mas aqui o que me desmotiva é que não tenho batedeira! E sim, acho que batedeira faz uma puta falta.
Aí nessa ondinha de cupcakes, achei que seria interessante tentar porque na minha cabeça, seria menos massa pra bater na mão. De fato, foi mais fácil. Fiz cupcakes de chocolate com cobertura de bolo normal algumas vezes, mas há algumas semanas, resolvi que queria fazer um negócio "da hora" pro R. (que é tão formiga quanto eu, ou como eles dizem aqui: temos sweet tooth).
Na adolescência, eu adorava fazer bolo. Minha mãe tinha uma batedeira e por isso era bem fácil fazer: eu fazia bolo de chocolate, banana, castanha com frutas, fubá com queijo, cenoura, etc, etc. Assim que comecei a trabalhar, aos 17, minha rotina virou um caos: era escola, cursinho, trabalho, cursos, treinamentos... não sobrava mais tempo pra assar bolos. E assim foi por anos, tipo... até agora. Nas férias eu fazia uma ou outra coisa, e só. Aqui na Irlanda também foram poucas vezes, mas aqui o que me desmotiva é que não tenho batedeira! E sim, acho que batedeira faz uma puta falta.
Aí nessa ondinha de cupcakes, achei que seria interessante tentar porque na minha cabeça, seria menos massa pra bater na mão. De fato, foi mais fácil. Fiz cupcakes de chocolate com cobertura de bolo normal algumas vezes, mas há algumas semanas, resolvi que queria fazer um negócio "da hora" pro R. (que é tão formiga quanto eu, ou como eles dizem aqui: temos sweet tooth).
Em novembro do ano passado fiz um post falando sobre compras no supermercado na Irlanda e de como tudo era lindo e barato, né? Pois é. Esquece tudo o que eu falei! Nove meses depois já tenho outra visão sobre o custo de vida aqui, mas vou focar no supermercado.
Se você quiser economizar meeesmo aqui na Irlanda, tem que comprar um pouquinho em cada mercado pois cada um tem sua especialidade baratinha. Por exemplo, o Tesco tem o reduced, que oferece muitos produtos próximos ou na data de vencimento a preços baixos - às vezes coisa que custava mais de 3 euros tá a centavos. O reduced nem sempre tem coisa boa e tem um horário específico de acontecer, lá pelas 6, 7 da noite. Além disso, tem coisas no Tesco que são mais baratas que em outros mercados: as sobremesas tipo mousse e o rice cake, por exemplo.
O Lidl tem uns biscoitos baratinhos (Rich Tea a 28 centavos, Jaffa Cake a menos de 50 centavos) e algumas coisas, apesar de terem o mesmo preço do Tesco, tem melhor qualidade: gosto mais da carne moída deles e também dos molhos - o molho do Tesco é muito ralinho, parece água vermelha. Os molhos do Lidl vem com outras coisas, tipo cogumelos, e são bem mais saborosos. Além disso, frutas e verduras acabam sendo um pouco mais baratas aqui também.
Se você quiser economizar meeesmo aqui na Irlanda, tem que comprar um pouquinho em cada mercado pois cada um tem sua especialidade baratinha. Por exemplo, o Tesco tem o reduced, que oferece muitos produtos próximos ou na data de vencimento a preços baixos - às vezes coisa que custava mais de 3 euros tá a centavos. O reduced nem sempre tem coisa boa e tem um horário específico de acontecer, lá pelas 6, 7 da noite. Além disso, tem coisas no Tesco que são mais baratas que em outros mercados: as sobremesas tipo mousse e o rice cake, por exemplo.
O Lidl tem uns biscoitos baratinhos (Rich Tea a 28 centavos, Jaffa Cake a menos de 50 centavos) e algumas coisas, apesar de terem o mesmo preço do Tesco, tem melhor qualidade: gosto mais da carne moída deles e também dos molhos - o molho do Tesco é muito ralinho, parece água vermelha. Os molhos do Lidl vem com outras coisas, tipo cogumelos, e são bem mais saborosos. Além disso, frutas e verduras acabam sendo um pouco mais baratas aqui também.
Eu vi essa tag em alguns blogs e achei bem legal e divertida. Nunca fiz tag aqui no Barbaridades mas achei que seria algo interessante e diferente do que costumo fazer. Como vocês ainda me aguentam falando de Irlanda todo dia, gente?
1 Eu sou paulistana mas não gosto de São Paulo.
2 Tenho um irmão mais novo que é o meu xodó.
3 Moro na Irlanda há mais de 1 ano e gosto tanto que fico pensando em como não tive a ideia de morar fora antes.
4 Tenho pavor de ficar grávida, mas recentemente, devido a cuidar de crianças na Irlanda, cheguei a pensar na vida com filhos.
5 Gosto muito de legumes e verduras mas os como menos do que deveria. Tenho tentado mudar isso e tenho comido bem há um mês já!
1 Eu sou paulistana mas não gosto de São Paulo.
2 Tenho um irmão mais novo que é o meu xodó.
3 Moro na Irlanda há mais de 1 ano e gosto tanto que fico pensando em como não tive a ideia de morar fora antes.
4 Tenho pavor de ficar grávida, mas recentemente, devido a cuidar de crianças na Irlanda, cheguei a pensar na vida com filhos.
5 Gosto muito de legumes e verduras mas os como menos do que deveria. Tenho tentado mudar isso e tenho comido bem há um mês já!
Comecei um novo emprego na semana retrasada. Agora sou minder de dois meninos - o J., de 5 anos, e o S., de 2 anos e meio.
Eu estava em processo de adaptação e portanto, trabalhando poucas horas por dia, que aumentaram meio gradativamente até finalmente eu chegar na carga horária definitiva, que é das 13h às 18h30 (das 12h às 18h30 no início de setembro por algumas semanas). No início começava mais tarde e ia buscar os meninos na creche e brincava com eles em casa até a mãe chegar.
Nos primeiros dias a Barbara (não eu, minha chefe!) me acompanhou até a creche onde os meninos ficam durante o dia. O mais velho foi simpático e conversou numa boa, ele tá bem acostumado com as cuidadoras da creche e não tem vergonha de interagir. Já o mais novo estava extremamente desconfiado e não quis me dar 'oi' nem 'tchau'.
No 3º dia rolou uma interaçãozinha com ele, mas só.
Eu estava em processo de adaptação e portanto, trabalhando poucas horas por dia, que aumentaram meio gradativamente até finalmente eu chegar na carga horária definitiva, que é das 13h às 18h30 (das 12h às 18h30 no início de setembro por algumas semanas). No início começava mais tarde e ia buscar os meninos na creche e brincava com eles em casa até a mãe chegar.
Nos primeiros dias a Barbara (não eu, minha chefe!) me acompanhou até a creche onde os meninos ficam durante o dia. O mais velho foi simpático e conversou numa boa, ele tá bem acostumado com as cuidadoras da creche e não tem vergonha de interagir. Já o mais novo estava extremamente desconfiado e não quis me dar 'oi' nem 'tchau'.
No 3º dia rolou uma interaçãozinha com ele, mas só.
No nosso passeio por Wexford, acabamos também conhecendo uma outra cidade que fica nesse condado, New Ross. E o que ela tem de especial? Era de lá que saiam navios pra América nos tempos da fome. Mas fome, que fome?
Vamos lá: a Irlanda hoje tem aproximadamente 5 milhões de habitantes, mas já chegou a passar dos 8 milhões. O que aconteceu com esses 3 milhões?
Eles foram vítimas da Grande Fome.
Basicamente, as plantações de batata foram atingidas por um fungo que as destruiu. A batata era refeição principal (e em muitos casos, única) de praticamente todas as famílias irlandesas - a média de consumo de batata podia ser de até 12kg por dia por pessoa! Pense que na época em que o evento da fome foi desencadeado (1840), a Irlanda estava sob domínio inglês e as melhores terras eram de ingleses que a utilizavam para a criação de gado. Sendo assim, retirados dessas terras e forçados a plantarem em pequenos pedaços de terra aqui e ali, os irlandeses recorreram à batata, uma colheita que podia ser produtiva em solo pouco favorável. Os pobres eram totalmente dependentes da batata para sua sobrevivência.
Vamos lá: a Irlanda hoje tem aproximadamente 5 milhões de habitantes, mas já chegou a passar dos 8 milhões. O que aconteceu com esses 3 milhões?
Eles foram vítimas da Grande Fome.
Basicamente, as plantações de batata foram atingidas por um fungo que as destruiu. A batata era refeição principal (e em muitos casos, única) de praticamente todas as famílias irlandesas - a média de consumo de batata podia ser de até 12kg por dia por pessoa! Pense que na época em que o evento da fome foi desencadeado (1840), a Irlanda estava sob domínio inglês e as melhores terras eram de ingleses que a utilizavam para a criação de gado. Sendo assim, retirados dessas terras e forçados a plantarem em pequenos pedaços de terra aqui e ali, os irlandeses recorreram à batata, uma colheita que podia ser produtiva em solo pouco favorável. Os pobres eram totalmente dependentes da batata para sua sobrevivência.